d. o envolvimento <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos da comunida<strong>de</strong> treinadospara dar o suporte a<strong>de</strong>quado à mãe no domicílio, taiscomo Agentes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, visitadores domiciliares,profissionais do Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família, evoluntários da comunida<strong>de</strong>. Todos estes po<strong>de</strong>m sercapacitados, <strong>de</strong> acordo com a especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suaatuação, <strong>em</strong> todos os aspectos do atendimentomultidisciplinar do <strong>de</strong>snutrido;e. a i<strong>de</strong>ntificação precisa das crianças que não po<strong>de</strong>m sertratadas a nível ambulatorial e na comunida<strong>de</strong> e seuencaminhamento imediato pra tratamento nos níveis <strong>de</strong>referência <strong>de</strong> maior complexida<strong>de</strong>.Os seguintes passos são recomendados:1º Passo - Diagnóstico da <strong>de</strong>snutrição, sua gravida<strong>de</strong>e <strong>de</strong>cisão do local <strong>de</strong> tratamentoEste passo compreen<strong>de</strong> as seguintes tarefas:a. Coletar a história da criança, incluindo: a histórianutricional pregressa e atual da criança (amamentação,ingestão recente <strong>de</strong> alimentos e líquidos, frequência <strong>de</strong>alimentação, apetite, pessoa que cuida da criança,utensílios utilizados para alimentar a criança e suahigiene, duração e frequência <strong>de</strong> diarréia e vômitos,circunstâncias familiares, contato com sarampo etuberculose.b. Pesar e medir a criança <strong>de</strong> acordo com técnicaspadronizadas, verificar a tendência da sua curva <strong>de</strong>crescimento, e classificar o seu estado nutricional<strong>de</strong> acordo com os indicadores peso por altura(preferencialmente), peso por ida<strong>de</strong> e altura por ida<strong>de</strong>,<strong>de</strong> acordo com o padrão <strong>de</strong> referência do NCHS. Sãonormais as crianças com peso/altura entre a mediana e-1DP, <strong>de</strong>snutridas leves entre -1DP e -2DP, mo<strong>de</strong>radasentre -2DP e -3DP, e grav<strong>em</strong>ente <strong>de</strong>snutridas aquelascom DP igual ou maior que -3DP.De uma forma prática, as crianças grav<strong>em</strong>ente<strong>de</strong>snutridas são as que apresentam <strong>em</strong>agrecimentograve(menos <strong>de</strong> 70% do peso por altura padrão para asua ida<strong>de</strong> segundo o NCHS) ou peso para ida<strong>de</strong> muitobaixo(menor <strong>de</strong> 60% do padrão <strong>de</strong> referência doNCHS), associado ou não à presença <strong>de</strong> e<strong>de</strong>ma e <strong>de</strong>sinais clínicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> nutrientes específicos.A maioria dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>utiliza apenas o peso por ida<strong>de</strong> para classificar o estadonutricional. Neste caso, consi<strong>de</strong>rar como:i. <strong>de</strong>snutridas as crianças com P/I igual ou menor queo percentil 3 do gráfico do Cartão da Criança, eii. <strong>em</strong> risco nutricional aquelas com P/I menor que 10.No primeiro caso, as crianças precisam ser encaminhadasa centros ou postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. As <strong>em</strong> risco <strong>de</strong>v<strong>em</strong> sercuidadosamente monitorizadas. Em algumas situações,estas crianças t<strong>em</strong> sido encaminhadas para supl<strong>em</strong>entaçãoalimentar <strong>em</strong> programas governamentais.A supl<strong>em</strong>entação alimentar através <strong>de</strong>, por ex<strong>em</strong>plo,leite <strong>em</strong> pó, açúcar e óleo, ou cesta básica <strong>de</strong> alimentosdoados para ser<strong>em</strong> dados pela mãe no domicílio é umrecurso que v<strong>em</strong> sendo amplamente utilizado. Esterecurso po<strong>de</strong> ser mais eficiente quando a administraçãodo alimento é feita no próprio serviço, como no casodos centros <strong>de</strong> recuperação nutricional.Algumas das crianças com peso muito baixo paraa ida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ter nanismo nutricional ao invés <strong>de</strong><strong>em</strong>agrecimento grave. Nanismo indica um probl<strong>em</strong>anutricional crônico ao invés <strong>de</strong> agudo e o seutratamento não precisa ter caráter intensivo diário,a menos que tenham uma série <strong>de</strong> complicações.c. Pesar e medir a mãe e avaliar o vínculo mãe-filho2º Passo - Tratar/prevenir a infecçãoA frequência <strong>de</strong> infecções <strong>em</strong> crianças <strong>de</strong>snutridas é alta,a severida<strong>de</strong> é maior e a duração mais prolongada que nascrianças normais. Tratamento vigoroso das infecções e suaprevenção sist<strong>em</strong>ática são aspectos chave para asobrevivência e reabilitação a<strong>de</strong>quada dos <strong>de</strong>snutridos.Particularmente na forma mais grave <strong>de</strong> <strong>de</strong>snutrição, sinaisusuais <strong>de</strong> infecção tais como a febre, frequent<strong>em</strong>ente estãoausentes. Infecções (respiratória, <strong>de</strong> ouvido, urinária, <strong>de</strong>pele, etc) <strong>de</strong>v<strong>em</strong>, portanto, ser cuidadosamente rastreadase vigorosamente tratadas <strong>em</strong> todas as crianças <strong>de</strong>snutridas.A escolha a<strong>de</strong>quada do antibiótico a ser usado é críticapara o sucesso da evolução da criança. Antibióticos <strong>de</strong>largo espectro e/ou associação <strong>de</strong> antibióticos são maisaconselháveis para as crianças <strong>de</strong>snutridas, particularmentegraves, do que para crianças normais.17
Se possíveis sinais <strong>de</strong> infecção generalizada e/ou grave(hipotermia, letargia, aspecto <strong>de</strong> criança muito doente,meningite, dispneia importante) são <strong>de</strong>tectados, a criança<strong>de</strong>ve ser imediatamente encaminhada para serviço <strong>de</strong><strong>em</strong>ergência e hospitalização.Se a criança tiver mais <strong>de</strong> 6 meses e ainda não estiverimunizada contra sarampo, <strong>de</strong>verá ser imediatamenteencaminhada para imunização, exceto se estiver <strong>em</strong>choque. Neste caso, a imunização será retardada até quea criança saia <strong>de</strong>sta complicação.O manejo dietético a<strong>de</strong>quado da criança é umimportante instrumento tanto para a prevenção comodurante o tratamento <strong>de</strong> infecções. Na prevenção, oobjetivo é assegurar uma dieta nutricionalmente a<strong>de</strong>quadae limitação do gasto <strong>de</strong> energia para proteger o estadonutricional. Durante a infecção, o manejo dietético visamodificar o curso e <strong>de</strong>sfecho da doença, através daingestão <strong>de</strong> alimentos durante a infecção e convalescença,particularmente nas crianças pequenas. As ações gerais <strong>de</strong>manejo dietético que po<strong>de</strong>m ser promovidas através <strong>de</strong>orientação direta às mães po<strong>de</strong>m ser vistas na Tabela 1.Tabela 1 - Ações que po<strong>de</strong>m ser promovidas pelos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para o manejo dietético das criançasAção a ser promovida Prevenção da infecção Tratamento da infecçãoAleitamento maternoExclusivo até 4- 6 mesesContinuar até o segundo ano <strong>de</strong> vidaContinuar, e <strong>de</strong> preferência, aumentara frequência e duração das mamadasAlimentaçãocompl<strong>em</strong>entar para ascrianças acima <strong>de</strong> 4-6mesesFrequência e quantida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong>alimentos com valor nutricional, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>energética e <strong>em</strong> condições a<strong>de</strong>quadas<strong>de</strong> higieneManter os mesmos princípios usadosna prevenção EAumentar a ingestão durante o período<strong>de</strong> convalescençaEncorajar métodos que aument<strong>em</strong> a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>energética e/ou a palatabilida<strong>de</strong> da dietaÉ particularmente importante na diarréiaprolongadaMicronutrientes taiscomo Vitamina A, Ferro,Zinco, Vitamina DAssegurar a ingestão a<strong>de</strong>quada, aconselhandoà mãe alimentos ricos <strong>em</strong> vitamina A elocalmente disponíveisDar supl<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> vitamina A periodicamente<strong>em</strong> áreas <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> vitaminaA. Isto é particularmente importante se existerisco <strong>de</strong> sarampo e/ou alta prevalência <strong>de</strong>infecções respiratórias.Caso haja programa para distribuição <strong>de</strong> vitaminaA na sua área, motive o comparecimento da mãee monitore a frequência <strong>de</strong> administraçãoUtilizar os mesmos princípios <strong>de</strong> aconselhamentodietético que para a prevençãoSe a criança não recebeu vitamina A nos últimos6 meses e vive <strong>em</strong> área <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência<strong>de</strong> vitamina A, administrá-la particularmentedurante e na fase imediatamente apóssarampo e infecções do trato respiratórioReidratação oral nadiarréia agudaAconselhe, preferencialmente o uso da SROEstimule a ampla ingestão <strong>de</strong> líquidosa<strong>de</strong>quados, comumente usados pelas mãese facilmente disponíveis a nível local18