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de nutrição em pediatria - Sociedade Brasileira de Pediatria

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A resultante <strong>de</strong>sses fatos é que a redução do ferro nosprocessos infecciosos po<strong>de</strong> representar uma <strong>de</strong>fesa para oorganismo. Frente a este aspecto, a conduta seguida,nesses casos, é <strong>de</strong> não se preconizar o ferro na fase agudada doença, pois o metabolismo do ferro logo voltaria aonormal, com sua liberação dos parênquimas <strong>de</strong> reserva econseqüente incorporação na protoporfirina para formaçãoda h<strong>em</strong>oglobina.Esta preconização foi prontamente adotada, entretanto, noBrasil não po<strong>de</strong> ser esquecido o fato <strong>de</strong> estarmos lidandocom uma população <strong>de</strong> crianças que, sabidamente, na suamaioria, já é anêmica por <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> ferro no momentoda hospitalização, e que ao sofrer um processo infecciosoagrava ainda mais sua situação <strong>de</strong> an<strong>em</strong>ia anterior. Estacriança recebe alta s<strong>em</strong> nenhuma conduta, orientação oureferência para a Unida<strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para controleambulatorial do quadro anêmico. Nos últimos anos nãoforam feitas novas reflexões sobre o assunto, sendo quenossas crianças estão sendo conduzidas à s<strong>em</strong>elhança dasprovenientes <strong>de</strong> países <strong>de</strong>senvolvidos, on<strong>de</strong> a prevalência<strong>de</strong> an<strong>em</strong>ia ferropriva encontra-se <strong>em</strong> outro patamar.Devido a esses aspectos assinalados, urg<strong>em</strong> medidasvisando a minimização <strong>de</strong>sta situação constatada <strong>em</strong> nossopaís, para propiciar outra perspectiva frente a an<strong>em</strong>ia dascrianças hospitalizadas.Po<strong>de</strong>mos nos <strong>de</strong>parar com as seguintes situações:• criança eutrófica não anêmica, com processo agudoinfeccioso: não se <strong>de</strong>ve tomar nenhuma medida pararestabelecer o nível da h<strong>em</strong>oglobina durante ahospitalização. No momento da alta, se a criança estiver<strong>de</strong>ntro da faixa etária cabível <strong>de</strong> supl<strong>em</strong>entação, a mãe<strong>de</strong>ve ser orientada para oferecer supl<strong>em</strong>entação profilática<strong>de</strong> ferro, quer por meio <strong>de</strong> medicamento, quer pormeio <strong>de</strong> introdução <strong>de</strong> leite fortificado, conforme apreconização da SBP (anexo 1). É <strong>de</strong>sejável que, nomomento da alta hospitalar, a criança seja referenciadapara um serviço ambulatorial, no máximo até 01 mêsapós a internação. Se o nível <strong>de</strong> h<strong>em</strong>oglobina aindanão tiver voltado ao normal, há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>introdução <strong>de</strong> tratamento (anexo 2) e, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo dafaixa etária, <strong>de</strong>ve-se, posteriomente, dar continuida<strong>de</strong> àprofilaxia, conforme citado acima.• criança eutrófica <strong>de</strong>tectada como anêmica1 : nahospitalização, assim que tiver sido restabelecida ascondições metabólicas, que <strong>de</strong>ve ocorrer entre a 1a ou2a s<strong>em</strong>ana <strong>de</strong> internação2, a criança <strong>de</strong>ve recebertratamento com supl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> sais <strong>de</strong> ferro. A mãe<strong>de</strong>ve ser orientada para prosseguir o tratamento <strong>de</strong> seufilho após a sua alta. Neste momento, a criança <strong>de</strong>ve serreferenciada à Unida<strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para controlesperiódicos. Após sua recuperação, a mãe <strong>de</strong>ve receberorientação para dar início à profilaxia, caso sejaproce<strong>de</strong>nte, da mesma forma que referido no it<strong>em</strong> 1.• criança anêmica <strong>de</strong>snutrida: <strong>de</strong>ve ser conduzida <strong>de</strong>maneira diferente, segundo a intensida<strong>de</strong> da<strong>de</strong>snutrição: 1º grau ou 2º e 3º graus (anexo3). Noscasos menos graves, após estabilização do processoinfeccioso 2, a conduta <strong>de</strong>ve ser s<strong>em</strong>elhante àpreconizada para a criança eutrófica anêmica. Já para as<strong>de</strong>snutridas graves, é preferível correr menos risco comessas crianças, <strong>de</strong>vendo, portanto, ser utilizada dosagensprofiláticas <strong>de</strong> ferro, ainda durante a hospitalização,com os mesmos cuidados anteriormente assinalados.Esta conduta é respaldada por vários trabalhos daliteratura que já <strong>de</strong>monstraram resultados efetivos naresposta da h<strong>em</strong>oglobina, com esse tipo <strong>de</strong> proposta.A mãe <strong>de</strong>ve ser orientada para dar continuida<strong>de</strong> àpreconização feita para seu filho no momento da altahospitalar. A criança <strong>de</strong>snutrida <strong>de</strong>verá ter retornoambulatorial o mais rápido possível e, neste momento,nas duas situações <strong>de</strong> <strong>de</strong>snutrição, a criança <strong>de</strong>ve seravaliada, com pon<strong>de</strong>ração, com o intuito <strong>de</strong>, no primeirocaso, iniciar a profilaxia após o tratamento e no segundocaso <strong>de</strong>ve-se avaliar a manutenção da profilaxia ou aindicação terapêutica, com posterior profilaxia.Notas1. Em nosso meio, sabe-se que na maioria dos hospitais eambulatórios é muito difícil fazer o controle da criançacom exames laboratoriais como ferro sérico, ferritinasérica, saturação da transferrina ou zincoprotoporfirina.Diante <strong>de</strong>sses fatos, a constatação da condição <strong>de</strong>an<strong>em</strong>ia da criança anterior à hospitalização, po<strong>de</strong> sersuspeitada pelo encontro <strong>de</strong> algumas das situações <strong>de</strong>59

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