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de nutrição em pediatria - Sociedade Brasileira de Pediatria

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Conduta frente à an<strong>em</strong>ia ferroprivana criança hospitalizadaRelatora: Suzana <strong>de</strong> Souza QueirozComo se sabe, a an<strong>em</strong>ia ferropriva é um dos maioresprobl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública que enfrentamos <strong>em</strong>nosso país. Apesar <strong>de</strong> todos os conhecimentosadquiridos e todas as informações repassadas,ocorreram poucas mudanças, nos últimos anos, noperfil <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>ficiência nutricional.Uma gran<strong>de</strong> preocupação é a constatação <strong>de</strong>tectada,<strong>em</strong> quase todos os Estados do Brasil, da an<strong>em</strong>ia serprevalente <strong>em</strong> cerca <strong>de</strong> 50% ou mais <strong>de</strong> criançasentre 06 a 36 meses.Nos processos infecciosos, ocorre, no organismo, umasérie <strong>de</strong> modificações, com o intuito <strong>de</strong> não tornar oferro livre, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que, nesta circunstância, atua comoradical livre, agravando a lesão tecidual e piorando oquadro geral, além <strong>de</strong> torna-se disponível para oagente patogênico, que necessita <strong>de</strong> ferro parasobreviver. Desta forma, po<strong>de</strong>mos tecer algumasconsi<strong>de</strong>rações:1. sendo o ferro essencial para o crescimento bacteriano,encontra-se ligado a proteínas transportadorascomo lactoferrina e transferrina séricas;2. a ação das proteínas catiônicas lisossomais dosneutrófilos é neutralizada pelo excesso <strong>de</strong> ferro;3. no processo infeccioso, a mudança dometabolismo <strong>de</strong> ferro é induzido pela interleucina_ 1 que, por sua vez, ativa a saída da lactoferrinados neutrófilos, com conseqüente redução nadisponibilida<strong>de</strong> do ferro à bactéria. Além disso, ainterleucina ativa a febre, <strong>de</strong> forma a tornar umasituação <strong>de</strong> difícil sobrevivência para as bactérias.4. essas situações <strong>de</strong>tectadas po<strong>de</strong>m também ocorrernos processos virais, talvez pelo fato do organismonão conseguir distinguir um agente do outro.Como resultados <strong>de</strong>stes fatos, o hospe<strong>de</strong>iro respon<strong>de</strong>,diante da infecção, r<strong>em</strong>ovendo o ferro para oparênquima <strong>de</strong> estocag<strong>em</strong> e diminui a sua absorção,com conseqüente redução do ferro plasmático e datransferrina <strong>em</strong> mais <strong>de</strong> 50%.Estas condições <strong>de</strong>tectadas são prontamenterestabelecidas, assim que as condições do pacient<strong>em</strong>elhoram.Portanto, po<strong>de</strong>mos concluir:• a an<strong>em</strong>ia po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver-se associadamente aprocessos infecciosos, b<strong>em</strong> como a doençascrônicas, sendo o comportamento das variáveislaboratoriais muito s<strong>em</strong>elhante às observadas naan<strong>em</strong>ia por <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> ferro, ou seja, Hb baixa,ferro sérico e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saturação <strong>de</strong>transferrina também baixos;• a dosag<strong>em</strong> <strong>de</strong> ferritina, sendo um indicadordos estoques <strong>de</strong> ferro, po<strong>de</strong> ser importante nadistinção entre estas duas situações, (an<strong>em</strong>ia por<strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> ferro ou por processo infeccioso)<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que na infecção há sequestro do ferro paraos locais <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos, levando, consequent<strong>em</strong>ente,à aumento da ferritina. Por outro lado, na sequênciada <strong>de</strong>pleção do ferro, até se chegar à instalação daan<strong>em</strong>ia, nota-se nítida queda nas reservas <strong>de</strong> ferroe, consequent<strong>em</strong>ente, na ferritina sérica;• outra variável que t<strong>em</strong> sido colocada <strong>em</strong> pautaé a zincoprotoporfirina, isto porque alguns autoresconsi<strong>de</strong>ram que a seqüencia <strong>de</strong> fatos que levam à<strong>de</strong>pleção da ferritina não é linear, pois chega ummomento <strong>em</strong> que não ocorre mais queda dos seusvalores. Portanto, muitas vezes, não se conseguecorrelação <strong>de</strong> variáveis como h<strong>em</strong>oglobina baixa evalores também baixos <strong>de</strong> ferritina sérica.Conseqüent<strong>em</strong>ente, a Zincoprotorporfirina po<strong>de</strong> ser avariável que elimina dúvidas, apresentando naan<strong>em</strong>ia, valores particularmente elevados. Destaforma, essas variáveis formam uma dupla <strong>de</strong> bonsindicadores na distinção da an<strong>em</strong>ia por <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong>ferro da an<strong>em</strong>ia <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> processos infecciosos.58

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