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saúde sexual e reprodutiva de mulheres imigrantes africanas e ...

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te, 2000). Neste contexto, é importante consi<strong>de</strong>rar a influência das questões <strong>de</strong> género eas diferenças <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão sobre o uso <strong>de</strong> preservativo, na medida emque, muitas vezes, esta é uma <strong>de</strong>cisão unilateral do homem (APF, 2006; Wall, Nunes eMatias, 2005; Woollett et al., 1998). O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> programas efectivos <strong>de</strong> pre -ven ção e promoção do uso do preservativo requer que os comportamentos sexuais e a ne -gociação do «sexo seguro» sejam contextualizados na realida<strong>de</strong> em que a comunida<strong>de</strong> estáinserida. Esta realida<strong>de</strong> é <strong>de</strong>terminada pela situação epi<strong>de</strong>miológica, pela mobilida<strong>de</strong>,pelos tabus e crenças religiosas, pelas dinâmicas <strong>de</strong> género e po<strong>de</strong>r implícitas nesta problemática,pelos factores sociais, económicos e culturais e pelo acesso aos serviços <strong>de</strong>saú <strong>de</strong> (Kelly, Murphy, Sikkema e Kalichaman, 1993; Mann, 1992; Wingood e DiCle men -te, 2000; Woollett et al., 1998). Por outro lado, será necessário promover uma imagemsocial do preservativo que reafirme a sua eficácia no âmbito da prevenção, bem como asua a<strong>de</strong>quação no contexto <strong>de</strong> uma relação estável.Actualmente é reconhecido que as intervenções na área da saú<strong>de</strong> <strong>sexual</strong> e <strong>reprodutiva</strong> <strong>de</strong>vem<strong>de</strong>senvolver esforços para envolver também os homens neste processo, dado que emmuitos contextos é o seu comportamento que, directa ou indirectamente, afecta a saú<strong>de</strong>das <strong>mulheres</strong> (Lawrence et al., 1998; Elwy, Hart, Hawkes e Petticrew, 2002).No entanto, nas discussões dos grupos focais verificou-se existir um grupo <strong>de</strong> participantesque <strong>de</strong>monstra uma atitu<strong>de</strong> assertiva e parece estar <strong>de</strong>cidida a assumir parte do controloem relação à adopção <strong>de</strong> estratégias preventivas, criticando as <strong>mulheres</strong> que sobrestimamo po<strong>de</strong>r dos parceiros nas relações heterossexuais.Gran<strong>de</strong> parte das discussões dos grupos focais foi relacionada com a gravi<strong>de</strong>z, a ma ter -nida<strong>de</strong> e as experiências ligadas ao parto. É importante salientar que neste estudo, as <strong>mulheres</strong><strong>africanas</strong> reportam ter maior número <strong>de</strong> filhos do que as <strong>mulheres</strong> brasileiras, factoque po<strong>de</strong> em parte ser explicado pelas diferenças <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e tempo <strong>de</strong> residência em Por -tu gal observadas entre os dois grupos. Em geral, os discursos das participantes revelammuitos receios em relação ao parto, sendo esta te má tica bastante relevante para todaselas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> já terem ou não tido filhos. No entanto, enquanto que as<strong>africanas</strong> consi<strong>de</strong>ram que as experiências relativas ao parto vividas no país <strong>de</strong> origem são(128) Saú<strong>de</strong> Sexual e Reprodutiva <strong>de</strong> Mulheres Imigrantes Africanas e Brasileiras: um estudo qualitativo

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