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saúde sexual e reprodutiva de mulheres imigrantes africanas e ...

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ces sida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capacitar os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para lidarem com estas situações (Leye,Githaiga e Temmerman, 1999). Estudos indicam que, <strong>de</strong>vido à ausência <strong>de</strong> formaçãoespecializada na área, em alguns casos o impacto da violência, associado à migração, nãoé compreendido pelos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (Walton-Moss e Campbell, 2002).2.5. Acesso e utilização dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>sexual</strong> e <strong>reprodutiva</strong>Segundo dados <strong>de</strong> investigações e <strong>de</strong> organizações internacionais, a associação positivaentre imigração e risco na saú<strong>de</strong> <strong>sexual</strong> e <strong>reprodutiva</strong> parece estar relacionada com oacesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do país acolhedor (Salama e Don<strong>de</strong>ro, 2001; Stronks,Ravelli e Rejineyveld, 2001). Apesar do acesso aos serviços <strong>de</strong> cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ser vitalpara diminuir a vulnerabilida<strong>de</strong> e promover a saú<strong>de</strong> <strong>sexual</strong> e <strong>reprodutiva</strong> das comu ni da<strong>de</strong>s<strong>imigrantes</strong>, verifica-se que estas populações não são sistematicamente abrangidas pelossistemas existentes <strong>de</strong> informação, prevenção ou tratamento, e ten<strong>de</strong>m a recorrer aosserviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, em situações <strong>de</strong> urgência ou <strong>de</strong> estado avançado da doença (APF,2006; Mcmunn, Mwanje, Paine e Pozniak, 1998; Parlamento Europeu, 2003). No con -tex to português, apesar da evidência sobre as necessida<strong>de</strong>s em saú<strong>de</strong> das comunida<strong>de</strong>s<strong>imigrantes</strong> e da sua importância <strong>de</strong>mográfica, alguns dados dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> indicamque os <strong>imigrantes</strong> resi<strong>de</strong>ntes no país estão sub-representados entre os utentes dosserviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e, em particular, nos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>sexual</strong> e <strong>reprodutiva</strong> (Dias, Gon -çal ves, Luck e Fernan<strong>de</strong>s, 2004; Gar<strong>de</strong>te e Antunes, 1997; Gonçalves, Dias, Luck, Fer -nan <strong>de</strong>s e Cabral, 2003; Machado et al., 2006). As <strong>mulheres</strong> <strong>imigrantes</strong> encontram,muitas vezes, obstáculos no acesso aos serviços e cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, nomeadamentebarreiras <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m estrutural, administrativa, socioeconómica e cultural (UN, 2004).O custo dos cuidados médicos apresenta-se, em algumas situações, como a principal barreirana procura dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Dados indicam que, em Genebra, cerca <strong>de</strong> 90%dos <strong>imigrantes</strong> indocumentados não apresentam seguro <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (Wolff et al., 2008).Fenton (2001) observa que, além da <strong>de</strong>svantagem económica e exclusão social <strong>de</strong> quesão alvo as comunida<strong>de</strong>s <strong>imigrantes</strong>, factores culturais contribuem para as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>sexis tentes ao nível do acesso aos sistemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> nestas populações, na medida emque estes factores influenciam as opções e <strong>de</strong>cisões em termos <strong>de</strong> cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Por(52) Saú<strong>de</strong> Sexual e Reprodutiva <strong>de</strong> Mulheres Imigrantes Africanas e Brasileiras: um estudo qualitativo

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