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saúde sexual e reprodutiva de mulheres imigrantes africanas e ...

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Porém, têm vindo a ser <strong>de</strong>senvolvidos esforços no sentido <strong>de</strong> integrar a dimensão dogénero, transversal e multidimensional, nos estudos sobre migração.O processo <strong>de</strong> influência entre género e migração é bastante complexo. Se, por um lado,o género enquanto parte integral no processo <strong>de</strong> migração influencia as <strong>de</strong>cisões acerca<strong>de</strong> quem migra, porque migra e com que base é tomada a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> migrar, por outrolado, a migração influencia as relações <strong>de</strong> género, acentuando as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s e papéistra dicionais ou <strong>de</strong>safiando-os e alterando-os (Jolly e Reeves, 2005). As questões <strong>de</strong> géne -ro são assim indispensáveis para a compreensão da situação das <strong>mulheres</strong> e homens migrantes e das diferentes funções atribuídas no contexto do processo migratório (UNFPA//IOM, 2006).Adoptar uma abordagem <strong>de</strong> género relativamente à migração significa reconhecer a migra -ção feminina como fonte <strong>de</strong> recursos e <strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento para os paí ses<strong>de</strong> origem e <strong>de</strong> acolhimento, mas significa também reconhecer a discriminação social eeconómica a que muitas vezes este grupo está sujeito (UNFPA/IOM, 2006).A feminização da migração surge em simultâneo com outros processos que afectam asmu lheres, como a feminização da pobreza e do trabalho (Boyd, 2006). Em contextos comníveis extremos <strong>de</strong> pobreza e reduzido acesso à educação, saú<strong>de</strong>, recursos financeiros ere<strong>de</strong>s <strong>de</strong> informação sobre migração e emprego, as <strong>mulheres</strong> po<strong>de</strong>rão ter fraca autonomiae menor capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão sobre a sua mobilida<strong>de</strong> (Boyd, 2006; UNFPA/IOM,2006). As <strong>mulheres</strong> ten<strong>de</strong>m a ter menor acesso a informação sobre oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> migração e, muitas vezes, têm menor preparação para lidar com as condições inerentes aoprocesso migratório (Omelaniuk, 2005).Estudos indicam que, em alguns contextos, a emigração da mulher é consi<strong>de</strong>rada umcom portamento ina<strong>de</strong>quado. Esta situação po<strong>de</strong> ter implicações para as <strong>mulheres</strong> noacesso a sistemas <strong>de</strong> suporte e re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> informação, bem como no tipo <strong>de</strong> contacto quemantêm com o país <strong>de</strong> origem e na possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retorno e reintegração (Jolly e Reeves,2005; Dannecker, 2005; UNFPA/IOM, 2006).(24) Saú<strong>de</strong> Sexual e Reprodutiva <strong>de</strong> Mulheres Imigrantes Africanas e Brasileiras: um estudo qualitativo

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