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saúde sexual e reprodutiva de mulheres imigrantes africanas e ...

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ar reira no acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, o que conduz a situações <strong>de</strong> reduzida utilização<strong>de</strong>stes serviços (Dias, Severo e Barros, 2008; Gonçalves et al., 2003; Solorio, Currier eCunningham, 2004). Associado ao estatuto não legal dos <strong>imigrantes</strong> está também, muitasvezes, o receio <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong>ssa situação aos serviços <strong>de</strong> estrangeiros e fronteiras, porparte dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (Carta et al., 2005; CCHS, 1997; Hansen e Krasnik,2007; Kullgren, 2003; Ingleby et al., 2005; Manfellotto, 2002). Assim, o recurso à auto -me dicação e à medicina tradicional e/ou alternativa po<strong>de</strong> ser, muitas vezes, a soluçãoencontrada pelos <strong>imigrantes</strong> para os seus problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (CCHS, 1997; Fonseca etal., 2007; WHO, 2003). A utilização irregular ou inconsistente dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>po<strong>de</strong> comprometer as estratégias <strong>de</strong> prevenção, assistindo-se muitas vezes a intervençõestardias com implicações na eficácia e no custo dos cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Tal como em estudos anteriores, as infra-estruturas e o funcionamento dos serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>, nomeadamente as dificulda<strong>de</strong>s na marcação <strong>de</strong> consultas, a conciliação do horário<strong>de</strong> trabalho com o dos serviços e os longos tempos <strong>de</strong> espera são também referidos nesteestudo como factores que po<strong>de</strong>m condicionar a sua utilização (Dias, Severo e Barros,2008; Gonçalves et al., 2003; Fennelly, 2004).A maioria das participantes aponta as atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> alguns profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> como outrabarreira. De acordo com alguns estudos, este tipo <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s em relação às popu la -ções <strong>imigrantes</strong> po<strong>de</strong> traduzir uma incapacida<strong>de</strong> dos profissionais para lidar com a di ver -si da<strong>de</strong> cultural (Eshiett e Parry, 2003; Fenton, 2001; Maggi e Cattacin, 2003; Schepperset al., 2006; Yu, Huang e Singh, 2004; Ingleby et al., 2005; Manfellotto, 2002). Defacto, inúmeros estudos realizados com profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> parecem ser consensuaisno que se refere à existência <strong>de</strong> um atendimento diferenciado dos <strong>imigrantes</strong> nos cuidados<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, que po<strong>de</strong> levar a sentimentos <strong>de</strong> discriminação (Campayo et al., 2006; Eshiette Parry, 2003; Michaelsen, Krasnik, Nielsen, Norredam e Torres, 2004). Na opiniãodas participantes dos grupos focais, o pessoal administrativo não tem informação su fic ien -te e formação a<strong>de</strong>quada para lidar com populações <strong>imigrantes</strong>, o que, <strong>de</strong> acordo comalguns estudos, po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ver-se, entre outros aspectos, ao fraco conhecimento que muitasvezes os profissionais têm do enquadramento legal e da sua aplicabilida<strong>de</strong> (Dias e Gon -çalves, 2007).Saú<strong>de</strong> Sexual e Reprodutiva <strong>de</strong> Mulheres Imigrantes Africanas e Brasileiras: um estudo qualitativo (137)

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