saúde sexual e reprodutiva de mulheres imigrantes africanas e ...

ela fez um aborto e hoje que ela tem condição financeira, ela não pode ter filho. (…)isso é consequência de um aborto que ela fez no passado mal feito. (…) porque umaborto também tem consequências (…) às vezes uma mulher fica estéril para o restoda vida. (participante africana)O recurso à pílula do dia seguinte é referido como prática frequente, sendo consideradopor algumas participantes um método abortivo:Se você toma a pílula do dia seguinte, isso também é uma forma de aborto. Porque vocêestá tomando alguma coisa porque pensa que já está lá, não é? (participante bra si leira)E também há cada vez mais as raparigas a automedicar-se para não ter bebés, (…) eas miúdas ainda se matam, porque um dia querem ter filhos e não podem. (participanteafricana)No decorrer dos discursos, as participantes descrevem diferentes práticas possíveis deadoptar quando se pretende interromper a gravidez:• Medicação:Eu conheço algumas que fazem, eu própria já fiz. Tomei comprimido da farmácia, (…)foi com ele que abortei. (…) há outras que se dão mal. (…) Vão parar ao hospital edepois fazem perguntas, mas só que os médicos nunca conseguem comprovar que elastomaram o comprimido. (participante africana)(…) é uma medicação (…) para fazer abortos clandestinos (…) havia lá uma mulher quevendia esse medicamento e custava cento e cinquenta contos. (participante africana)Só vendem a homens (…). Só que agora já descobriram, já não vendem. Quem tiver,agora tem de ir a Espanha comprar, cá já não vendem, mas eu própria já tomei. (par-ti cipante africana)Mas não é para você tomar, deve-se colocar um na vagina. (participante brasileira)(90) Saúde Sexual e Reprodutiva de Mulheres Imigrantes Africanas e Brasileiras: um estudo qualitativo