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saúde sexual e reprodutiva de mulheres imigrantes africanas e ...

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uma cultura e língua diferentes po<strong>de</strong> dificultar o acesso a informação e métodos contraceptivos(European Women’s Lobby, 2007). Alguns estudos indicam que persiste naspopulações <strong>imigrantes</strong>, es pecialmente mais jovens, a falta <strong>de</strong> conhecimento sobre osmétodos contraceptivos disponíveis e eficazes (Tong, Chen e Cheng, 1999; Zhao et al.,2002). Um estudo rea li zado por De Vries (1999, citado por Janssens, Bosmans eTemmerman, 2005) revela que, muitas vezes, as <strong>mulheres</strong> <strong>de</strong> alguns grupos étnicos interrompema toma <strong>de</strong> contra cep ção oral para verificar se o seu corpo se mantém saudável,pois acreditam que este contraceptivo po<strong>de</strong> provocar cancro. No mesmo estudo, algumas<strong>mulheres</strong> relataram que apenas tomam a pílula quando têm relações sexuais com penetraçãoou durante uma ou duas semanas. É igualmente importante consi<strong>de</strong>rar a influênciadas questões <strong>de</strong> género e di ferenças <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão sobre o uso <strong>de</strong> contraceptivos,na medida em que, muitas vezes, esta é uma <strong>de</strong>cisão unilateral do homem(APF, 2006; Wall, Nunes e Matias, 2005; Woollett et al., 1998).Neste contexto, verifica-se que face à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planeamento familiar alguns <strong>imigrantes</strong>recorrem, por vezes, a métodos contraceptivos ineficazes ou ina<strong>de</strong>quados, o queconsequentemente po<strong>de</strong> resultar na ocorrência <strong>de</strong> uma gravi<strong>de</strong>z não <strong>de</strong>sejada (Lindstrome Hernán<strong>de</strong>z, 2006; UNFPA, 2006). Dados indicam que, em Genebra, as <strong>mulheres</strong> comgravi<strong>de</strong>z não <strong>de</strong>sejada ten<strong>de</strong>m a revelar não ter utilizado qualquer método contraceptivo enão ter conhecimento a<strong>de</strong>quado sobre os vários métodos <strong>de</strong> contracepção (Wolff et al.,2008; Von Hertzen et al., 2002; Moreau, Bajos e Trussell, 2006).A informação disponível sobre o planeamento familiar das <strong>mulheres</strong> <strong>imigrantes</strong> resi<strong>de</strong>ntesnos países da Europa aponta no sentido <strong>de</strong>, por vezes, os serviços <strong>de</strong> pla nea men to fami -liar nestes países serem pouco ajustados às necessida<strong>de</strong>s específicas <strong>de</strong>stas po pu lações(Janssens, Bosmans e Temmerman, 2005). É necessária uma abordagem cultu ral mentea<strong>de</strong>quada, uma vez que as questões relacionadas com o planeamento fa mi liar, contra -cepção e <strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ter inerente <strong>de</strong>terminadas representações so ciais que tornamestes tópicos sensíveis para algumas populações. Assim, torna-se ne cessário, por partedos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma relação <strong>de</strong> con fiança com osutilizadores dos serviços e a consciência das preferências e ne ces sida<strong>de</strong>s específicas das<strong>mulheres</strong> <strong>imigrantes</strong>, no que respeita à saú<strong>de</strong> <strong>sexual</strong> e <strong>reprodutiva</strong> (Janssens, Bosmans eTemmerman, 2005).(46) Saú<strong>de</strong> Sexual e Reprodutiva <strong>de</strong> Mulheres Imigrantes Africanas e Brasileiras: um estudo qualitativo

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