saúde sexual e reprodutiva de mulheres imigrantes africanas e ...

IVG entre as mulheres imigrantes na Holanda era entre 3 a 10 vezes mais elevada do quena restante população feminina em idade fértil (Janssens, Bosmans e Temmerman, 2005;Rademakers et al., 2005). Conclusões de um estudo realizado na Suíça indicaram que 9em cada 10 gravidezes de imigrantes irregulares não eram desejadas e, destas, cerca de60% resultaram em IVG (Valli, 2003).O estado civil, a idade, o país de origem, o estatuto irregular e a experiência de ter filhostêm sido identificados como factores associados à gravidez não desejada (Janssens, Bosmanse Temmerman, 2005; Zhao et al., 2002). Neste contexto, tem sido reconhecida ane cessidade de melhorar o acesso aos métodos contraceptivos e de promover o seu uso,reduzindo as barreiras associadas como sejam a falta de conhecimento e de recursos económicos,as dificuldades linguísticas e as questões socioculturais.2.2. Planeamento familiarO planeamento familiar é uma das componentes fundamentais da prestação de cuidadosem saúde sexual e reprodutiva. Segundo a DGS, os objectivos do planeamento familiar englobama promoção de uma vivência da sexualidade saudável e segura, a regulação da fecundidadesegundo o desejo do casal, a preparação de uma maternidade e paternidaderesponsáveis, a redução da mortalidade e morbilidade materna, perinatal e infantil, a redu -ção da incidência de infecções sexualmente transmissíveis (IST) e suas consequências(de signadamente a infertilidade), e o melhoramento da saúde e bem-estar dos indivíduose da família. Assim, a consulta de planeamento familiar deve assegurar actividades de pro -mo ção da saúde como a informação e aconselhamento sexual, prevenção e diagnósticopre coce das IST, do cancro do colo do útero e da mama, prestação de cuidados pré-con -cep cionais e no puerpério, e prevenção do tabagismo e do uso de drogas ilícitas (DGS,2008).Estudos indicam que, muitas vezes, os imigrantes têm um limitado conhecimento sobreos serviços de pla neamento familiar disponíveis no país de acolhimento e tendem a terme nor acesso a estes serviços em comparação com os cidadãos nacionais (Carballo,2006). Também o facto de as populações imigrantes se encontrarem num contexto comSaúde Sexual e Reprodutiva de Mulheres Imigrantes Africanas e Brasileiras: um estudo qualitativo (45)