11.07.2015 Views

comissão parlamentar de inquérito destinada a investigar as ...

comissão parlamentar de inquérito destinada a investigar as ...

comissão parlamentar de inquérito destinada a investigar as ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DESTINADA AINVESTIGAR AS POSSÍVEIS IRREGULARIDADESATENTATÓRIAS AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DALEGALIDADE, DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA E DAECONOMICIDADE NAS OBRAS INICIADAS E NÃO CONCLUÍDASE OS BENS IMÓVEIS QUE NÃO ESTÃO SENDO UTILIZADOS, OUUTILIZADOS INADEQUADAMENTE PELA ADMINISTRAÇÃOFEDERAL (OBRAS INACABADAS).


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASSUMÁRIOI Apresentação ................................................................................ 3II Agra<strong>de</strong>cimentos ............................................................................ 4IIIConstituição da ComissãoRequerimento <strong>de</strong> criação e lista <strong>de</strong> signatários ............................ 5Ato <strong>de</strong> constituição ...................................................................... 13Composição inicial ....................................................................... 14Modificações na composição ....................................................... 15Composição final .......................................................................... 17IV Objetivos da CPI .......................................................................... 18V Fontes <strong>de</strong> informações .................................................................. 20VIInformações do Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> da União sobre obr<strong>as</strong> comindícios <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s graves22VII Programação <strong>de</strong> ações ................................................................. 35VIII Resumo dos <strong>as</strong>suntos discutidos n<strong>as</strong> audiênci<strong>as</strong> públic<strong>as</strong> ......... . 36IX Informações sobre obr<strong>as</strong> p<strong>as</strong>síveis <strong>de</strong> investigação ..................... 148X Requerimentos não apreciados pela Comissão, <strong>de</strong>nunci<strong>as</strong>,solicitações <strong>de</strong> investigação e <strong>de</strong> visit<strong>as</strong>, e sugestões, nãoanalisad<strong>as</strong> ............................................................ 194XI Conclusões e Recomendações ..................................................... 203ANEXOS1 Relação d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> com indícios <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s em 20012 Aviso n.º 736 GP TCU - 27.06.013 Relatório do TCU – Obr<strong>as</strong> vistoriad<strong>as</strong> em 20014 Paut<strong>as</strong> d<strong>as</strong> Reuniões da Comissão5 Relação dos Ofícios expedidos e respost<strong>as</strong> recebid<strong>as</strong>6 At<strong>as</strong> d<strong>as</strong> Reuniões7 Requerimentos apresentados e não votados2


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASI - APRESENTAÇÃOTenho a honra <strong>de</strong> submeter à Comissão Parlamentar <strong>de</strong>Inquérito, <strong>de</strong>stinada <strong>investigar</strong> <strong>as</strong> possíveis irregularida<strong>de</strong>s atentatóri<strong>as</strong> aosprincípios constitucionais da legalida<strong>de</strong>, da moralida<strong>de</strong> administrativa e daeconomicida<strong>de</strong> n<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> iniciad<strong>as</strong> e não concluíd<strong>as</strong> e os bens imóveis quenão estão sendo utilizados, ou utilizados ina<strong>de</strong>quadamente pela administraçãofe<strong>de</strong>ral (Obr<strong>as</strong> Inacabad<strong>as</strong>), o relatório que representa o trabalho realizadopelos <strong>parlamentar</strong>es integrantes no sentido <strong>de</strong> analisar <strong>as</strong> caus<strong>as</strong> <strong>de</strong>ss<strong>as</strong>irregularida<strong>de</strong>s e apontar soluções para sanear <strong>as</strong> situações existentes eprevenir nov<strong>as</strong> ocorrênci<strong>as</strong>.A existência <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> em situação irregular é umproblema crônico, cuja solução <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>de</strong> um esforço permanente <strong>de</strong> todosos segmentos da administração envolvidos com o planejamento, a execução ea fiscalização d<strong>as</strong> ações governamentais.Este relatório, fruto <strong>de</strong> observações, análises e diligênci<strong>as</strong>realizad<strong>as</strong>, aponta para soluções e providênci<strong>as</strong> que po<strong>de</strong>rão ser adotad<strong>as</strong>,dando continuida<strong>de</strong> ao trabalho iniciado pela CPI.Sala d<strong>as</strong> Reuniões, <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2001Deputado ANIVALDO VALERelator3


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASII - AGRADECIMENTOSManifestamos nossos mais profundos agra<strong>de</strong>cimentos atodos os membros da CPI que <strong>de</strong>dicadamente participaram <strong>de</strong> todos ostrabalhos, <strong>de</strong>bates e audiênci<strong>as</strong>, contribuindo imensamente, com su<strong>as</strong>vivênci<strong>as</strong> e opiniões.Agra<strong>de</strong>cemos a tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> entida<strong>de</strong>s e pesso<strong>as</strong> que nosreceberam com eficiência e carinho n<strong>as</strong> diligênci<strong>as</strong> realizad<strong>as</strong> em outrosestados, bem como aos convidados e aos cidadãos, organizações einstituições que colaboraram, encaminhando documentos, dados, informações,<strong>de</strong>poimentos.Agra<strong>de</strong>cemos, ainda, aos funcionários da C<strong>as</strong>a queprestaram, com eficiência exemplar, o apoio técnico e administrativo aostrabalhos realizados.4


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASIII - CONSTITUIÇÃO DA COMISSÃOREQUERIMENTO DE CRIAÇÃO DE CPI N° 15, DE 1995(Do Senhor Augusto Nar<strong>de</strong>s e Outros)Requer a criação <strong>de</strong> CPI com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>investigar</strong> <strong>as</strong> possíveis irregularida<strong>de</strong>s atentatóri<strong>as</strong> aosPrincípios Constitucionais da legalida<strong>de</strong>, da moralida<strong>de</strong>administrativa e da economicida<strong>de</strong>, n<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> iniciad<strong>as</strong> enão concluíd<strong>as</strong> e os bens imóveis que não estão sendoutilizados, ou utilizados ina<strong>de</strong>quadamente pelaadministração fe<strong>de</strong>ral.Sr. Presi<strong>de</strong>nteRequeiro à Vossa Excelência, nos termos do parágrafo3° do artigo 58 da Constituição Fe<strong>de</strong>ral e na forma do artigo 35 do RegimentoInterno para apurar possíveis irregularida<strong>de</strong>s atentatóri<strong>as</strong> aos PrincípiosConstitucionais da legalida<strong>de</strong>, da moralida<strong>de</strong> administrativa e daeconomicida<strong>de</strong>, n<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> iniciad<strong>as</strong> e não concluíd<strong>as</strong> e os bens imóveis quenão estão sendo utilizados, ou utilizados ina<strong>de</strong>quadamente pela administraçãofe<strong>de</strong>ral.JUSTIFICATIVAA imprensa do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano <strong>de</strong> 1992,vem levando ao conhecimento da opinião pública c<strong>as</strong>os <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong>dinheiro público, representado por obr<strong>as</strong> paralisad<strong>as</strong> e bens imóveis que nãoestão sendo utilizados, ou utilizados ina<strong>de</strong>quadamente pela administraçãopública fe<strong>de</strong>ral.5


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASOs c<strong>as</strong>os <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdício do dinheiro público <strong>de</strong>responsabilida<strong>de</strong> dos Governos Estadual e Municipais do Rio Gran<strong>de</strong> do Sulforam investigados, respectivamente por uma CPI da Assembléia Legislativa epelo Ministério Público. Todavia, os c<strong>as</strong>os <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> do GovernoFe<strong>de</strong>ral não foram investigados, a nível estadual e mesmo nacional.A Câmara dos Deputados não po<strong>de</strong> ficar omissa em<strong>investigar</strong> os c<strong>as</strong>os <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdício do dinheiro público, representados porobr<strong>as</strong> não concluíd<strong>as</strong> e os bens imóveis que não estão sendo utilizados, ouutilizados ina<strong>de</strong>quadamente pela administração pública fe<strong>de</strong>ral, que constituamirregularida<strong>de</strong>s quer ferem os Princípios Constitucionais da legalida<strong>de</strong>, damoralida<strong>de</strong> administrativa e da economicida<strong>de</strong>.Essa Egrégia C<strong>as</strong>a, por proposição <strong>de</strong>ste Deputado,tomou a iniciativa <strong>de</strong> encaminhar aos Senhores Ministros <strong>de</strong> Estado,Requerimento <strong>de</strong> Informações, com o objetivo <strong>de</strong> que seja informada a relação<strong>de</strong> obr<strong>as</strong> paralisad<strong>as</strong> e dos bens imóveis não utilizados pela administraçãopública fe<strong>de</strong>ral (Requerimentos <strong>de</strong> Informações N° 00 189/95 e 00208/95), bemcomo os relatórios <strong>de</strong> auditori<strong>as</strong> e inspeções dos órgãos <strong>de</strong> controle internosobre ess<strong>as</strong> matéri<strong>as</strong>.As respost<strong>as</strong> dos Ministérios confirmam a existência <strong>de</strong>c<strong>as</strong>os <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdício do dinheiro público, <strong>as</strong>sim como <strong>as</strong> reportagens do JornalZero Hora, do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.Impõe-se, por conseguinte, uma completa investigaçãod<strong>as</strong> fontes apontad<strong>as</strong>, justificando-se plenamente a criação da COMISSÃOPARLAMENTAR DE INQUÉRITO, respaldada pel<strong>as</strong> <strong>as</strong>sinatur<strong>as</strong> queacompanham a proposta.Sala d<strong>as</strong> Sessões, em 29/06/95Deputado Augusto Nar<strong>de</strong>sVice-Lí<strong>de</strong>r do PPR/RS6


AUTOR:COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASLISTA DE SIGNATÁRIOSAUGUSTO NARDESDEPUTADO UF PARTIDO1 - ADAO PRETTO RS PT2 - ADELSON RIBEIRO SE PSDB3 - AGNALDO TIMOTEO RJ PPR4 - ALBERTO GOLDMAN SP PMDB5 - ALEXANDRE CARDOSO RJ Bloco(PSB)6 - ALVARO GAUDENCIO NETO PB Bloco~(PFL)7 - ALZIRA EWERTON AM PPR8 - ANDRE PUCCINELLI MS PMDB9 - ANTONIO AURELIANO MG PSDB10 - ANTONIO BRASIL PA PMDB11 - ANTONIO FEIJAO AP PSDB12 - ANTONIO JOAQUIM MT PDT13 - ARI MAGALHAES PI PPR14 - ARLINDO CHINAGLIA SP PT15 - ARMANDO ABILIO PB PMDB16 - ARNALDO FARIA DE SA SP PPR17 - ARNALDO MADEIRA SP PSDB18 - ARNON BEZERRA CE PSDB19 - AROLDE DE OLIVEIRA RJ Bloco(PFL)20 - ATILA LINS AM Bloco(PFL)21 - AUGUSTINHO FREITAS MT PP22 - AUGUSTO NARDES RS PPR23 - AYRES DA CUNHA SP Bloco (PFL)24 - BARBOSA NETO GO PMDB25 - BASILIO VILLANI PR PPR26 - BENEDITO DE LIRA AL Bloco(PFL)27 - BENEDITO GUIMARAES PA PPR28 - CANDINHO MATTOS RJ PMDB29 - CARLOS APOLINARIO SP PMDB30 - CARLOS CAMURÇA RO PP31 - CARLOS DA CARBRAS AM Bloco (PFL)32 - CARLOS MELLES MG Bloco(PFL)33 - CASSIO CUNHA LIMA PB PMDB34 - CECI CUNHA AL PSDB7


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS35 - CELSO RUSSOMANNO SP PSDB36 - CHICO DA PRINCESA PR Bloco(PTB)37 - CHICO FERRAMENTA MG PT38 - CONFUCIO MOURA RO PMDB39 - COSTA FERREIRA MA PP40 - CUNHA BUENO SP PPR41 - DE VELASCO SP Bloco(PSD)42 - DILCEU SPERAFICO PR PP43 - DILSO SPERAFICO MS PMDB44 - DOLORES NUNES TO PP45 - DOMINGOS DUTRA MA PT46 - DUILIO PISANESCHI SP Bloco(PTB)47 - EDINHO BEZ SC PMDB48 - EDSON QUEIROZ CE PP49 - EDUARDO JORGE SP PT50 - ELCIONE BARBALHO PA PMDB51 - ELIAS ABRAHAO PR PMDB52 - ELISEU MOURA MA Bloco(PFL)53 - ELISEU RESENDE MG Bloco(PFL)54 - ELTON ROHNELT RR Bloco(PSC)55 - ENIO BACCI RS PDT56 - ERALDO TRINDADE AP PPR57 - ESTHER GROSSI RS PT58 - FATIMA PELAES AP Bloco(PFL)59 - FERNANDO DINIZ MG PMDB60 - FERNANDO GABEIRA RJ PV61 - FERNANDO GONCALVES RJ Bloco(PTB)62 - FERNANDO TORRES AL PSDB63 - FRANCISCO SILVA RJ PP64 - GERSON PERES PA PPR65 - GILVAN FREIRE PB PMDB66 - GONZAGA PATRIOTA PE Bloco(PSB)67 - HELIO BICUDO SP PT68 - HERCULANO ANGHINETTI MG PSDB69 - HUGO BIEHL SC PPR70 - HUGO LAGRANHA RS Bloco(PTB)71 - HUGO RODRIGUES DA CUNHA MG Bloco (PFL)8


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS72 - IBRAHIM ABI-ACKEL MG PPR73 - ILDEMAR KUSSLER RO PSDB74 - JAIME FERNANDES BA Bloco(PFL)75 - JAIME MARTINS MG Bloco(PFL)76 - JAIR MENEGUELLI SP PT77 - JAIR SIQUEIRA MG Bloco(PFL)78 - JAIR SOARES RS Bloco(PFL)79 - JAIRO AZI BA Bloco(PFL)80 - JARBAS LIMA RS PPR81 - JOAO COSER ES PT82 - JOAO FASSARELLA MG PT83 - JOAO IENSEN PR Bloco(PTB)84 - JOAO LEAO BA PSDB85 - JOAO MAIA AC PSDB86 - JOAO PAULO SP PT87 - JOAO RIBEIRO TO Bloco(PFL)88 - JOAO THOME MESTRINHO AM PMDB89 - JOSE ALDEMIR PB PMDB90 - JOSE CARLOS SABOIA MA Bloco(PSB)91 - JOSE CARLOS VIEIRA SC Bloco(PFL)92 - JOSE CHAVES PE Sem Partido93 - JOSE FORTUNATI RS PT94 - JOSE FRITSCH SC PT95 - JOSE GENOINO SP PT96 - JOSE LUIZ CLEROT PB PMDB97 - JOSE PRIANTE PA PMDB98 - JOSE TUDE BA Bloco(PTB)99 - JULIO LESAR PI Bloco(PFL)100 - LEONIDAS CRISTINO CE PSDB101 - LIDIA QUINAN GO PMDB102 - LUCIANO ZICA SP - PT103 - LUIZ BUAIZ ES Bloco(PL)104 - LUIZ FERNANDO AM PMDB105 - LUIZ MAINARDI RS PT106 - LUIZ PIAUHYLINO PE Sem Partido.107 - MAGNO BACELAR MA Sem Partido.108 - MANOEL CASTRO BA Bloco(PFL)9


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS109 - MARCELO DEDA SE PT110 - MARCIA MARINHO MA PSDB111 - MARCIO REINALDO MOREIRA MG PP112 - MARCOS LIMA MG PMDB113 - MARIA VALADAO GO PPR114 - MARILU GUI- MARAES MS Bloco(PFL)115 - MARINHA RAUPP RO PSDB116 - MARIO CAVALLAZZI SC PPR117 - MARTA SUPLICY SP PT118 - MAURICIO NAJAR SP Bloco(PFL)119 - MAURICIO REQUIAO PR PMDB120 - MENDONCA FILHO PE Bloco(PFL)121 - MIGUEL ROSSETTO RS PT122 - MILTON TE- MER RJ PT123 - MURILO PINHEIRO AP Bloco(PFL)124 - NAIR XAVIER LOBO GO PMDB125 - NEDSON MICHELETI PR PT126 - NELSON MARQUEZELLI SP Bloco(PTB)127 - NELSON MEURER PR PP128 - NELSON OTOCH CE PSDB129 - NELSON TRAD MS Bloco(PTB)130 - NEWTON CARDOSO MG PMDB131 - NILMARIO MIRANDA MG PT132 - ODILIO BALBINOTTI PR Sem Partido.133 - OLAVIO ROCHA PA Sem Partido.134 - OLAVO CALHEIROS AL PMDB135 - OSCAR GOLDONI MS PMDB136 - OSMANIO PEREIRA MG PSDB137 - OSVALDO BIOLCHI RS Bloco(PTB)138 - OSVALDO REIS TO PP139 - PADRE ROQUE PR PT140 - PAULO BAUER SC PPR141 - PAULO BERNARDO PR PT142 - PAULO CORDEIRO PR Bloco(PTB)143 - PAULO MOURAO TO PPR144 - PAULO RITZEL RS PMDB145 - PEDRINHO ABRAO GO Bloco(PTB)10


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS146 - PEDRO WILSON GO PT147 - RENATO JOHNSSON PR PP148 - RICARDO BARROS PR Bloco(PFL)149 - RICARDO GOMYDE PR PC DO B150 - RICARDO IZAR SP PPR151 - RITA CAMATA ES PMDB152 - RIVALDO MACARI SC PMDB153 - ROBERTO BALESTRA GO PPR154 - ROBERTO ROCHA MA PMDB155 - ROBERTO SANTOS BA PSDB156 - ROGERIO SILVA MT PPR157 - ROMEL ANIZIO MG PP158 - ROMMEL FEIJO CE PSDB159 - RUBEM MEDINA RJ Bloco(PFL)160 - SAULO QUEIROZ MS Bloco(PFL)161 - SERGIO BARCELLOS AP Bloco(PFL)162 - SERGIO MIRANDA MG PC DO B163 - SILVERNANI SANTOS RO PP164 - SIMAO SESSIM RJ PPR165 - SIMARA ELLERY BA PMDB166 - TILDEN SANTIAGO MG PT167 - UBIRATAN AGUIAR CE PSDB168 - URSICINO QUEIROZ BA Bloco(PFL)169 - VADAO GOMES SP PP170 - VALDIR COLATTO SC PMDB171 - VALDOMIRO MEGER PR PP172 - VANESSA FELIPPE RJ PSDB173 - VIC PIRES FRANCO PA Bloco(PFL)174 - VILSON SANTINI PR Bloco(PTB)175 - WAGNER SALUSTIANO SP PPR176 - WALDOMIRO FIORAVANTE RS PT177 - WERNER WANDERER PR Bloco(PFL)178 - WILSON CIGNACHI RS PMDB179 - WILSON CUNHA SE Bloco(PFL)180 - WOLNEY QUEIROZ PE PDT181 - ZE GERARDO CE PSDB11


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS12


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASATO DA PRESIDÊNCIAO PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, nouso <strong>de</strong> su<strong>as</strong> atribuições regimentais, constitui, nos termos do art. 35, doRegimento Interno, Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito <strong>de</strong>stinada a "<strong>investigar</strong><strong>as</strong> possíveis irregularida<strong>de</strong>s atentatóri<strong>as</strong> aos princípios constitucionais dalegalida<strong>de</strong>, da moralida<strong>de</strong> administrativa e da economicida<strong>de</strong> n<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>iniciad<strong>as</strong> e não concluíd<strong>as</strong> e os bens imóveis que não estão sendo utilizados,ou utilizados ina<strong>de</strong>quadamente pela administração fe<strong>de</strong>ral”, Requerimento <strong>de</strong>CPI n° 15, 1995, do Senhor Deputado Augustos Nar<strong>de</strong>s e outros, eRESOLVEI - estabelecer o prazo <strong>de</strong> 120 di<strong>as</strong>, a contar <strong>de</strong> suaconstituição, para a conclusão <strong>de</strong> seus trabalhos;II - convocar os membros ora <strong>de</strong>signados para a reunião<strong>de</strong> instalação a realizar-se no dia 16. 05. 01 quarta-feira, <strong>as</strong> 15: 30h no Plenárion° 4, do Anexo II.Br<strong>as</strong>ília, 11 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2001.AÉCIO NEVESPresi<strong>de</strong>nte13


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASCOMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITOComposição InicialProposição: RCP 0015/95Autor: AUGUSTO NARDES e OUTROSPresi<strong>de</strong>nte ()1° Vice-Presi<strong>de</strong>nte : ()2° Vice-Presi<strong>de</strong>nte : ()3° Vice-Presi<strong>de</strong>nte : ()TITULARESSUPLENTESBloco PSDB,PTBANDRÉ BENASSIRONALDO CEZAR COELHOAUGUSTO FRANCO3 vaga(s)EDUARDO SEABRANELSON OTOCHBloco PFL,PSTCARLOS ALBERTO ROSADOCLEUBER CARNEIROFRANCISCO GARCIALUIZ MOREIRAROBERTO PESSOA1 vaga(s)PMDBDAMIÃO FELICIANOFERNANDO DINIZNORBERTO TEIXEIRAJOÃO HENRIQUEPEDRO NOVAIS1 vaga(s)PTJOÃO COSERAVENZOAR ARRUDAJOSÉ PIMENTELWALDOMIRO BARANCELLI FIORAVANTEPPBALMIR SÁ2 vaga(s)AUGUSTO NARDESBloco PSB,PC do BPAULO BALTAZARDJALMA PAESBloco PDT,PPSREGIS CAVALCANTEGIOVANN) QUEIROZBloco PL,PSLEUJÁCIO SIMÕESLINCOLN PORTELAPVFERNANDO GABEIRA1 vaga(s)14


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASCOMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITODestinada a "<strong>investigar</strong> <strong>as</strong> possíveis irregularida<strong>de</strong>satentatóri<strong>as</strong> aos princípios constitucionais legalida<strong>de</strong>, damoralida<strong>de</strong> administrativa e da economicida<strong>de</strong> n<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>iniciad<strong>as</strong> e não concluíd<strong>as</strong> e os bens imóveis que não estãosendo utilizados, ou utilizados ina<strong>de</strong>quadamente pelaadministração fe<strong>de</strong>ral" (CPI - OBRAS INACABADAS).MODIFICAÇÕES NA COMPOSIÇÃO1 - INDICAÇÕES DE MEMBROS PARA VAGAS EXISTENTES NA CPI - Deputados:1. SÉRGIO NOVAIS (PSB/CE) - suplente (vaga do PV)2. AUGUSTO FRANCO (PSDB/SE) - suplente3. CLÓVIS VOLPI (PSDB/SP) - suplente4. EDUARDO SEABRA (PTB/AP) - suplente5. SIMÃO SESSIM (PPB/RJ) - suplente6. JOSÉ JANENE (PPB/PR) - suplente7. LUCIANO PIZZATO (PFL/PR) - suplente8. JOSÉ BORBA (PMDB/PR) - suplente2 - SUBSTITUIÇÕES DE MEMBROS NA CPI - Deputados:1. GERALDO MAGELA (PT/DF) substitui FERNANDO GABEIRA (PV/RJ) - titular (vaga do PV)2. VADÃO GOMES (PPB/SP) substitui ALMIR SÁ (PPB/RR) - titular3. MAGNO MALTA (PTB/ES) substitui EUJÁCIO SIMÕES (PUBA) - titular4. GASTÃO VIEIRA (PMDB/MA) substitui PEDRO NOVAIS (PMDB/MA) - titular5. TÂNIA SOARES (PC do B/SE) substitui SÉRGIO NOVAIS (PSB/CE) - suplente (vaga do PV)6. LUIZ FERNANDO (PPB/AM) substitui VADÃO GOMES (PPB/SP) - titular7. JOÃO MATOS (PMDB/SC) substitui GASTÃO VIEIRA (PMDB/MA) - titular8. SÉRGIO REIS (PSDB/SE) substitui EDUARDO SEABRA (PTB/AP) - titular9. POMPEO DE MATTOS (PDT/RS) substitui GIOVANNI QUEIROZ (PDT/PA) - suplente10. LUIZ RIBEIRO (PSDB/RJ) substitui RONALDO CÉSAR COELHO (PSDB/RJ) - suplente11. EUJÁCIO SIMÕES (PL/BA) substitui LINCOLN PORTELA (PSL/MG) - suplente12. GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE) substitui DJALMA PAËS (PSB/PE) - suplente13. AUGUSTO FRANCO (PSDB/SE) substitui ANDRÉ BENASSI (PSDB/SP) – titular14. AVENZOAR ARRUDA (PT/PB) substitui JOSÉ PIMENTEL (PT/CE) - titular15


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASDEIXOU DE INTEGRAR A CPI - Deputados:1. FERNANDO DINIZ (PMDB/MG) – suplente (*)(*) Sem substituição16


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASCOMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITODestinada a "<strong>investigar</strong> <strong>as</strong> possíveis irregularida<strong>de</strong>s atentatóri<strong>as</strong> aosprincípios constitucionais legalida<strong>de</strong>, da moralida<strong>de</strong> administrativa e daeconomicida<strong>de</strong> n<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> iniciad<strong>as</strong> e não concluíd<strong>as</strong> e os bens imóveis que nãoestão sendo utilizados, ou utilizados ina<strong>de</strong>quadamente pela administraçãofe<strong>de</strong>ral" (CPI - OBRAS INACABADAS).COMPOSIÇÃO EM 10.10.01- Criação: 02/04/2001 Constituição: 11/05/2001 Instalação: 16/05/2001Requerimento n° 15/95, do Sr. Deputado Augusto Nar<strong>de</strong>s e Outros.PRESIDENTE:PRIMEIRO VICE- PRESIDENTE:SEGUNDO VICE- PRESIDENTE:TERCEIRO VICE- PRESIDENTE:RELATOR:Deputado DAMIÃO FELICIANO (PMDB/PB)Deputado FRANCISCO GARCIA (PFL/AM)Deputado JOÃO COSER (PT/ES)Deputado AUGUSTO NARDES (PPB/RS)Deputado ANIVA LDO VALE (PSDB/ PA)TITULARESSUPLENTESBloco PSDB / PTBANIVALDO VALE (PSDB/PA) - 5570 CLÓVIS VOLPI (PSDB/SP) - 5626AUGUSTO FRANCO (PSDB/SE) - 5421 EDUARDO SEABRA (PTB/AP) - 5303NELSON OTOCH (PSDB/CE) - 5536 LUIZ RIBEIRO (PSDB/RJ) - 5583SÉRGIO REIS (PTB/SE) - 59581 vagaBioco PFL / PSTCARLOS ALBERTO ROSADO (PFL/RN) - 5558 CLEUBER CARNEIRO (PFL/MG) - 5531FRANCISCO GARCIA (PFL/AM) - 5839 LUCIANO PIZZATTO (PFL/PR) - 5541ROBERTO PESSOA (PFL/CE) - 5607 LUIZ MOREIRA (PFL/BA) - 5729PMDBDAMIÃO FELICIANO (PMDB/PB) - 5716 JOÃO HENRIQUE (PMDB/PI) - 5617JOÃO MATOS (PMDB-SC) - 5672 JOSÉ BORBA (PMDB/PR) - 5616NORBERTO TEIXEIRA (PMDB/GO) - 56451 vagaPTJOÃO COSER (PT/ES) - 5514 AVENZOAR ARRUDA (PT/PB) - 5442AVENZOAR ARRUDA (PT/PB) - 5643 WALDOMIRO FIORAVANTE (PT/RS) - 5380PPBAUGUSTO NARDES (PPB/RS) - 5530 JOSÉ JANENE (PPB/PR) - 5608LUIZ FERNANDO (PPB/AM) - 5943 SIMÃO SESSIM (PPB/RJ) - 5709Bloco PSB / PC do BPAULO BALTAZAR (PSB/RJ) - 5370 GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE) - 5430Bloco PDT / PPSREGIS CAVALCANTE (PPS/AL) - 5724 POMPEO DE MATTOS (PDT/RS) - 5810Bloco Pi- / PSLMAGNO MALTA - (PL/ES) 5341 EUJÁCIO SIMÕES (PVBA) - 5569PVGERALDO MACELA (PT/DF) - 5479 TÂNIA SOARES (PCdoB/SE) - 5625Serviço <strong>de</strong> Comissões Parlamentares <strong>de</strong> Inquérito17


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASIV - OS OBJETIVOS DA CPIA CPI d<strong>as</strong> Obr<strong>as</strong> Inacabad<strong>as</strong> foi criada em <strong>de</strong>corrênciada aprovação do Requerimento n. º 15, <strong>de</strong> 1995, apresentado pelo DeputadoAugusto Nar<strong>de</strong>s e outros cento e oitenta signatários. Constituída em 11 <strong>de</strong>maio <strong>de</strong> 2001 e instalada 16 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong>ste mesmo ano, teve estabelecido oprazo <strong>de</strong> 120 di<strong>as</strong> para a conclusão dos seus trabalhos a encerrar-se, portanto,em 9 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2001.Nessa data, os trabalhos <strong>de</strong>veriam encerrar-se, uma vezque, ante posicionamento unânime do Colégio dos Lí<strong>de</strong>res, não fora concedidaa prorrogação <strong>de</strong> prazo. Posteriormente, entretanto, <strong>as</strong> li<strong>de</strong>ranç<strong>as</strong> partidári<strong>as</strong>manifestaram-se pela prorrogação do referido prazo por quarenta di<strong>as</strong>, parafins <strong>de</strong> conclusão do Relatório, <strong>de</strong>cisão que o plenário veio aprovar em09/10/01.Para uma melhor compreensão do alcance dos trabalhos<strong>de</strong>senvolvidos ao longo do prazo disponibilizado e dos resultados obtidos, cabeum preliminar <strong>de</strong>lineamento do campo <strong>de</strong> atuação da Comissão a partir dosobjetivos que lhe foram fixados: obr<strong>as</strong> iniciad<strong>as</strong> ou não concluíd<strong>as</strong> e bensimóveis que não estejam sendo utilizados ou utilizados ina<strong>de</strong>quadamente.Há que se reconhecer que os primeiros p<strong>as</strong>sos daComissão foram marcados por uma certa in<strong>de</strong>finição, <strong>de</strong>corrente talvez dacomplexida<strong>de</strong> do <strong>as</strong>sunto a ser tratado. Constatava-se, <strong>as</strong>sim, uma carência <strong>de</strong>planejamento a<strong>de</strong>quado que estabelecesse critérios e priorida<strong>de</strong>s quepermitissem obter uma amostra significativa, válida para inferir conclusõessobre o universo d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> inacabad<strong>as</strong> em todo o Br<strong>as</strong>il. Diante <strong>de</strong>ssa carênciae da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se adotar uma linha <strong>de</strong> ação objetiva, este Relatorapresentou requerimento para adoção <strong>de</strong> proposta <strong>de</strong> roteiro <strong>de</strong> trabalho, oqual veio a ser aprovado em 29.08.01.18


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASA condicionante para se inquinar <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong> ess<strong>as</strong>du<strong>as</strong> situações é, na própria <strong>de</strong>finição do objeto da CPI, a existência <strong>de</strong>violações aos princípios constitucionais da legalida<strong>de</strong>, da moralida<strong>de</strong> e daeconomicida<strong>de</strong>. A enunciação <strong>de</strong>sses princípios já indica o primeiro conjunto<strong>de</strong> indagações a serem feit<strong>as</strong> em relação a cada c<strong>as</strong>o colocado sob o exameda Comissão:a) se os processos correspon<strong>de</strong>ntes foram conduzidos com estritaobediência d<strong>as</strong> disposições legais a eles aplicáveis;b) se há indícios <strong>de</strong> prática <strong>de</strong> atos atentatório à moralida<strong>de</strong> administrativa,como conluio com particulares, favorecimento <strong>de</strong> terceiros oulocupletação à custa <strong>de</strong> recursos públicos;c) se no emprego <strong>de</strong> recursos foram observados critérios <strong>de</strong> melhorutilização em relação aos benefícios esperados, <strong>de</strong> modo a que <strong>as</strong>olução escolhida tenha sido a mais vantajosa para o interesse público,sem a ocorrência <strong>de</strong> g<strong>as</strong>tos evitáveis ou <strong>de</strong> superfaturamento.A partir <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> premiss<strong>as</strong> caberia <strong>de</strong>finir o campo daatuação, catalogando-se <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> e imóveis que apresent<strong>as</strong>sem indícios <strong>de</strong>irregularida<strong>de</strong>s sujeit<strong>as</strong> a exame mais apurado.seguir.As fontes <strong>de</strong> informação escolhid<strong>as</strong> estão referid<strong>as</strong> a19


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASV– FONTES DE INFORMAÇÃOAs fontes <strong>de</strong> informação escolhid<strong>as</strong>, o foram em razão <strong>de</strong>seu relacionamento com <strong>as</strong> ações objeto da investigação da CPI, po<strong>de</strong>ndo sercl<strong>as</strong>sificad<strong>as</strong> em três grupos básicos:a) em razão <strong>de</strong> investigações semelhantes no âmbito do Po<strong>de</strong>r Legislativo,que foi o c<strong>as</strong>o da Comissão Temporária do Senado Fe<strong>de</strong>ral parainventariar <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> não concluíd<strong>as</strong> pela União cujo relatório final foiapresentado em novembro <strong>de</strong> 1995;b) em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> atribuições <strong>de</strong> controle externo ou interno daadministração pública: Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> da União e Secretaria Fe<strong>de</strong>ral<strong>de</strong> Controle Interno;c) por serem responsáveis pela supervisão ou gestão <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> públic<strong>as</strong> oupela administração <strong>de</strong> imóveis, como <strong>as</strong> Secretari<strong>as</strong> <strong>de</strong> Ministérios, eSecretari<strong>as</strong> <strong>de</strong> Governos estaduais, a Secretaria do Patrimônio da Uniãoe o Instituto Nacional <strong>de</strong> Previdência Social.Seguindo esses critérios, compulsaram-se o RelatórioFinal da Comissão Temporária do Senado Fe<strong>de</strong>ral e relatórios sobre obr<strong>as</strong> emsituação irregular expedidos pelo Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> da União.Para obtenção d<strong>as</strong> informações <strong>de</strong>sejada foramapresentados requerimentos aos órgãos acima citados e a outr<strong>as</strong> entida<strong>de</strong>s oupesso<strong>as</strong> jurídic<strong>as</strong>. A relação <strong>de</strong>sses documentos e a indicação d<strong>as</strong> respost<strong>as</strong>obtid<strong>as</strong> estão consignad<strong>as</strong> no Anexo 5 <strong>de</strong>ste Relatório.As informações constantes do Relatório da ComissãoTemporária do Senado têm caráter referencial, em razão do tempo <strong>de</strong>corrido<strong>de</strong> sua elaboração. Sua consulta, no entanto, faz-se indispensável em razão d<strong>as</strong>ua finalida<strong>de</strong> básica que consistiu em inventariar <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> não concluíd<strong>as</strong> <strong>de</strong>responsabilida<strong>de</strong> da União e examinar sua situação, bem como paraapresentar sugestões ten<strong>de</strong>ntes a solucionar o problema.20


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASO Relatório apresentou recomendações ao Executivo,Legislativo e ao Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> da União, bem como sugeriu providênci<strong>as</strong><strong>de</strong> or<strong>de</strong>m normativa e legal, neste último c<strong>as</strong>o algum<strong>as</strong> <strong>de</strong>l<strong>as</strong> já atendid<strong>as</strong> coma edição da Lei <strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong> Fiscal,Dentre <strong>as</strong> sugestões, enten<strong>de</strong>mos relevantes <strong>as</strong> abaixoindicad<strong>as</strong>, <strong>de</strong> forma concisa:a) instituição <strong>de</strong> um cad<strong>as</strong>tro <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> públic<strong>as</strong>,b) a reestruturação dos Sistem<strong>as</strong> <strong>de</strong> Orçamento,Planejamento e Controle Interno, segregando estaúltima ativida<strong>de</strong> da subordinação à autorida<strong>de</strong>financeira;c) a reestruturação do SIAFI <strong>de</strong> modo a emprestar-lhe aqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ferramenta eficiente <strong>de</strong> controled) revisão da forma <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> recursos para <strong>as</strong>unida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rad<strong>as</strong>, com a eliminação <strong>de</strong> dotaçõesglobais;e) adoção <strong>de</strong> uma postura mais rigorosa <strong>de</strong> apreciaçãoda proposta orçamentária pelo Legislativo e instituição<strong>de</strong> mecanismo <strong>de</strong> acompanhamento e execuçãof) maior eficiência, por parte do TCU na auditoria <strong>de</strong>obr<strong>as</strong> públic<strong>as</strong>.21


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASVI INFORMAÇÕES DO TCU SOBRE OBRAS COM INDÍCIOS DEIRREGULARIDADES GRAVESAs informações do TCU sobre obr<strong>as</strong> em situaçãoirregular, embora, tenham a vantagem da atualização, indicam irregularida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> forma geral, não necessariamente dizem respeito a obr<strong>as</strong> paralisad<strong>as</strong> ounão concluíd<strong>as</strong>, o que não lhe tira a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um bom indicador para aatuação da Comissão.Ressalve-se que <strong>as</strong> indicações do TCU <strong>de</strong>vem sertomad<strong>as</strong> como uma amostra, dado o gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> projetos e ativida<strong>de</strong>s aauditar, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m estar ocorrendo irregularida<strong>de</strong>s ainda não constatad<strong>as</strong>.O Aviso n. 736 GP/TCU, <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2001, no ano<strong>de</strong> 2000, apresenta informações gerad<strong>as</strong> para fins <strong>de</strong> cumprimento do art. 86da Lei n. 9.995/00, que <strong>de</strong>termina encaminhamento à Comissão MistaPermanente <strong>de</strong> Orçamento informações recentes sobre a execução físicofinanceirad<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> constantes dos orçamentos fiscal e da segurida<strong>de</strong> social,inclusive em meio magnético.da Fe<strong>de</strong>ração, é a seguinte:UNIDADEFEDERADAA distribuição d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> auditad<strong>as</strong> em 2.000, por unida<strong>de</strong>OBRASAUDITADASOBRAS COMIRREGULARIDADESPERCENTUAL EMSITUAÇÁOIRREGULARACRE 4 1 25%ALAGOAS 7 1 14%AMAZONAS 6 2 33%AMAPÁ 3 1 33%BAHIA 15 2 13%CEARÁ 12 3 25%DISTRITO FEDERAL 11 5 45%ESPÍRITO SANTO 4 -GOIÁS 8 4 50%22


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASUNIDADEFEDERADAOBRASAUDITADASOBRAS COMIRREGULARIDADESPERCENTUAL EMSITUAÇÁOIRREGULARMARANHÁO 8 4 50%MINAS GERAIS 16 4 25%MATO GROSSO SUL 3 -MATO GROSSO 7 4 57%PARÁ 6 4 75%PARAÍBA 5 1 20%PERNAMBUCO 10 5 50%PIAUÍ 8 7 88%PARANÁ 5 1 20%RIO DE JANEIRO 10 1 10%RIO GDE. DO NORTE 6 1 17%RONDÖNIA 7 4 57%RORAIMA 4 1 25%RIO GDE. DO SUL 5 -SANTA CATARINA 6 -SERGIPE 7 2 29%SÁO PAULO 9 4 44%TOCANTINS 5 2 40%TOTAL 197 64 32%Cumpre ressaltar que os percentuais <strong>de</strong> incidência <strong>de</strong>obr<strong>as</strong> em situação irregular, embora úteis para registrar a significância do fato,<strong>de</strong>vem ser interpretados <strong>de</strong> forma relativa, uma vez que o quadro não indica ovalor d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> e, além disso, trata-se do segmento d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> vistoriad<strong>as</strong>, quenão abrange todo o universo d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> em andamento.23


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASdocumentos que compõem o conjuntoA relação que integra o Aviso do TCU é um dos<strong>de</strong>ste Relatório. Além d<strong>as</strong> cento enoventa e sete obr<strong>as</strong>, d<strong>as</strong> quais sessenta e quatro em situação irregular, oTCU relacionou mais outr<strong>as</strong> <strong>de</strong>z que foram fiscalizad<strong>as</strong> no exercício <strong>de</strong> 2000,m<strong>as</strong> não constam do Programa Especial <strong>de</strong> Auditori<strong>as</strong> em Obr<strong>as</strong> Públic<strong>as</strong> paraos fins do art. 86 da Lei <strong>de</strong> Diretrizes Orçamentári<strong>as</strong> <strong>de</strong> 2001.Da relação fornecida pelo TCU foram <strong>de</strong>stacad<strong>as</strong> <strong>as</strong>obr<strong>as</strong> que foram consi<strong>de</strong>rad<strong>as</strong> em situação irregular, que são indicad<strong>as</strong> natabela seguinte. As obr<strong>as</strong> <strong>de</strong>stacad<strong>as</strong> em negrito são aquel<strong>as</strong> em que inspeçãoefetivada no ano exercício seguinte, 2.001, não constatou a persistência <strong>de</strong>irregularida<strong>de</strong>s.OBRAS COM IRREGULARIDADES GRAVES EM 2.000Nº UF PROG. DE TRABALHO DESCRIÇÃO DA OBRA3 AC 26782023857110007 CONSTRUÇÃO DE TRECHOS RODOVIÁRIOS NOCORREDOR FRONTEIRA-NORTE BR-364/AC – RIOBRANCO - CRUZEIRO DO SUL7 AL 20607037918360077 CONSTRUÇÃO DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA DEIRRIGAÇÃO DE USO COMUM PROJETO PÃO-DE-AÇÚCAR/OLHO D AGUA DAS FLORES NO ESTADO DEALAGOAS12 AM 14421066118440005 CONSTRUÇÃO, AMPLIAÇÃO, REFORMA EREAPARELHAMENTO DE ESTABELECIMENTOSPENAIS NO ESTADO DO AMAZONAS16 AM 26782023657090003 CONSTRUÇÃO DE TRECHOS RODOVIÁRIOS NOCORREDOR OESTE-NORTE BR-174/AM – DIVISAMT/AM - DIVISA AM/RR******20 AP 25752029732370001 AMPLIAÇÃO DA CAPACIDADE DA USINAHIDRELETRICA DE COARACY NUNES (AP) -3A.UNIDADE DE 40 PARA 67 MW NO ESTADO DOAMAPA21 BA 20607037918360087 CONSTRUCAO DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURADE IRRIGAÇÃO DE USO COMUM PERÍMETRO DEMARITUBA NO ESTADO DA BAHIA29 BA 23695042016150001 MODERNIZAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURAAEROPORTUARIA EM SALVADOR - BAHIA24


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASOBRAS COM IRREGULARIDADES GRAVES EM 2.000Nº UF PROG. DE TRABALHO DESCRIÇÃO DA OBRA37 CE 20607037918360033 CONSTRUÇÃO DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURADE IRRIGACAO DE USO COMUM PERIMETRO DEIRRIGAÇÃO JAGUARIBE-APODI NO ESTADO DOCEARÁ39 CE 20607037918360037 CONSTRUÇÃO DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURADE IRRIGAÇÃO DE USO COMUM PERIMETRO DEIRRIGAÇÃOAO TABULEIRO DE RUSSAS NOESTADO DO CEARA43 CE 26782023557140002 CONSTRUÇÃO DE ANEL RODOVIÁRIO NO CORREDORNORDESTE CONSTRUÇÃO DE ANEL RODOVIARIOEXPRESSO DE FORTALEZA - CE****49 DF 02122056737560001 RECUPERAÇÃO DO PALÁCIO DA JUSTIÇA DODISTRITO FEDERAL NO DISTRITO FEDERAL51 DF 03122058137280001 CONSTRUÇÃO DO EDIFÍCIO-SEDE DAPROCURADORIA GERAL DA REPOBLICA, EMBRASILIA - DF52 DF 06181066456320001 REFORMA DE EDIFICIOS-SEDE DESUPERINTENDENCIAS REGIONAIS DA POLICIAFEDERAL NO DISTRITO FEDERAL*****57 DF 26782023757300004 ADEQUAÇÃO DE TRECHOS RODOVIÁRIOS NOCORREDOR ARAGUAIA-TOCANTINS BR-060/DF-ADEQUACAO DO TRECHO DISTRITO FEDERAL -DIVISA DF/GO58 DF 28845090455930002 IMPLANTAÇÃO DO METRO DO DISTRITOFEDERAL IMPLANTACAO DO METRO DODISTRITO FEDERAL, TRECHO TAGUATINGA -CEILANDIA - DF**65 GO 25752029833970001 IMPLANTAÇÃO DA UHE SERRA DA MESA (GO) DE1.275 MW NO ESTADO DE GOIAS68 GO 26782023757100019 CONSTRUÇÃO DE TRECHOS RODOVIÁRIOS NOCORREDOR ARAGUAIA-TOCANTINS BR-414/GO -COCALZINHO - NIQUELANDIA69 GO 26782023757300006 ADEQUAÇÃO DE TRECHOS RODOVIARIOS NOCORREDOR ARAGUAIA-TOCANTINS BR-060/GO -ENTRONCAMENTO BR-153/GO - DIVISA DF/GO***70 GO 26782023757720001 CONSTRUCAO DE CONTORNOS RODOVIARIOS NOCORREDOR ARAGUAIA-TOCANTINS BR-060/GO – EMGOIANIA (NOROESTE)25


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASOBRAS COM IRREGULARIDADES GRAVES EM 2.000Nº UF PROG. DE TRABALHO DESCRIÇÃO DA OBRA71 MA 20607037918360023 CONSTRUÇÃO DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA DEIRRIGAÇÃO DE USO COMUM PERIMETRO DEIRRIGAÇÃO BAIXADA OCIDENTAL MARANHENSE NOESTADO DO MARANHAO72 MA 20607037918360025 CONSTRUÇÃO DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA DEIRRIGAÇÃO, DE USO COMUM PERIMETRO DEIRRIGAÇÃO TABULEIRO DE SAO BERNARDO NOESTADO DO MARANHAO.73 MA 20607037918360053 CONSTRUÇÃO DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA DEIRRIGAÇÃO DE USO COMUM PROJETO SALANGÔ NOESTADO DO MARANHAO76 MA 26782023757100006 CONSTRUÇÃO DE TRECHOS RODOVIARIOS NOCORREDOR ARAGUAIA-TOCANTINS BR-135/MA -TRECHO COLINAS - OROZIMBO85 MG 26782022957030006 CONSTRUÇÃO DE TRECHOS RODOVIARIOS NOCORREDOR SAO FRANCISCO BR-135/MG -ITACARAMBI - MANGA - MONTALVANIA – DIVISAMG/BA90 MG 26782023057040024 CONSTRUÇÃO DE TRECHOS RODOVIARIOS NOCORREDOR LESTE BR-482/MG – CONSELHEIROLAFAIETE BR-040 - PIRANGA - FERVEDOURO91 MG 26782023057250001 ADEQUAÇÃO DE TRECHOS RODOVIARIOS NOcorredor leste Br-040/MG – SANTOS DUMONT –RESSAQUINHA – BELO HORIZONTE – SETELAGOAS92 MG 26782023057420001 DUPLICAÇÃO DE TRECHOS RODOVIÁRIOS NOCORREDOR LESTE BR-381/MG - DIVISA SP/MG –BELO HORIZONTE*****99 MT 18782051836440001 RESTAURAÇÃO DE RODOVIAS ESTADUAIS EMMATO GROSSO NO ESTADO DO MATO GROSSO ***100 MT 20607037918360063 CONSTRUCAO DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURADE IRRIGAÇÃO DE USO COMUM PROJETO PINARNO ESTADO DO MATO GROSSO101 MT 25752029232440001 IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA DE TRANSMISSAO EMMATO GROSSO (345 KM DE LT E 12 SUBESTAÇÕESTOTALIZANDO 514 MVA) NO ESTADO DO MATOGROSSO104 MT 26782023657090002 CONSTRUÇÃO DE TRECHOS RODOVIÁRIO NOCORREDOR OESTE-NORTE R-163/MT – SANTA26


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASOBRAS COM IRREGULARIDADES GRAVES EM 2.000Nº UF PROG. DE TRABALHO DESCRIÇÃO DA OBRAHELENA - DIVISA MT/PA107 PA 26782023757100005 CONSTRUÇÃO DE TRECHOS RODOVIÁRIO NOCORREDOR ARAGUAIA-TOCANTINS BR-158/PA -ENTRONCAME NTO BR-230 (ALTAMIRA) - DIVISAPA/MT108 PA 26782023757100008 CONSTRUÇÃO DE TRECHOS RODOVIÁRIO NOCORREDOR ARAGUAIA- TOCANTINS BR-222/PA -CONSTRUC,A O DO TRECHO D. ELISEU - ENTR. BR-158/PA IMPLANTAQA O DE HIDROVIAS NOCORREDOR109 PA 26784023757490003 IMPLANTAÇÃO DE HIDOROVIAS NO CORREDORARAGUAIA- TOCANTINS HIDROVIA DA ILHA DEMARAJÓ110 PA 26784023757490005 IMPLANTAÇÃO DE HIDROVIAS NO CORREDORARAGUAIA- TOCANTINS HIDROVIA DO CAPIM113 PB 20607037918360047 CONSTRUÇÃO DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURADE IRRIGAÇÃO DE USO COMUM PROJETOVARZEA DE SOUSA NO ESTADO DA PARAIBAADEQUAÇÃO DE TRECHOS RODOVIARIO S NO117 PE 18544051518510123 CONSTRUÇÃO E RECUPERAÇÃO DE OBRAS DEINFRA- ESTRUTURA HIDRICA ADUTORA DO OESTENO ESTADO DE PERNAMBUCO CONSTRUÇÃO DEOBRAS DE INFRA- ESTRUTURA DE IRRIGACAO DEUSO COMUM118 PE 20607037918360043 CONSTRUÇÃO DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA DEIRRIGAÇÃO EM SERRA TALHADA NO ESTADO DEPERNAMBUCO CONSTRUÇÃO DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA119 PE 20607037918360093 CONSTRUÇÃO DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURADE IRRIGAÇÃO DE USO COMUM PERÍMETROPONTAL NORTE SUL DO ESTADO DEPERNAMBUCO***121 PE 23695063153990001 MODERNIZAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURAAEROPORTUÁRIA EM RECIFE - PE RECIFE **123 PE 26782023557280001 ADEQUAÇÃO DE TRECHOS RODOVIÁRIOS NOCORREDOR NORDESTE BR- 101/PE- PRAZERES-CABO **126 PI 18544051518510077 CONSTRUÇÃO E RECUPERAÇÃO DE OBRAS DEINFRA-ESTRUTURA HIDRICA BARRAGEMCORREDORES NO ESTADO DO PIAUÍ***27


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASOBRAS COM IRREGULARIDADES GRAVES EM 2.000Nº UF PROG. DE TRABALHO DESCRIÇÃO DA OBRA127 PI 18544051518510103 CONSTRUCAO E RECUPERAÇÃO DE OBRAS DEINFRA-ESTRUTURA HIDRICA AÇUDE JENIPAPO NOESTADO DO PIAUÍ128 PI 20607037918360029 CONSTRUÇÃO DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA DEIRRIGACAO DE USO COMUM PERIMETRO DEIRRIGAÇÃO TABULEIROS LITORANEOS NO ESTADODO PIAUI129 PI 20607037918360031 CONSTRUCAO DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA DEIRRIGACAO PLATÔS DE GUADALUPE NO ESTADODO PIAUI**131 PI 25752029433790001 IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA DE TRANSMISSAO NOPIAUÍ (639 KM DE LT E SUBESTAÇÕES,TOTALIZANDO 284 MVA) NO ESTADO DO PIAUÍ.132 PI 25752029434070001 IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA DE DISTRIBUI9AOURBANA NO PIAUÍ (REDE DE DISTRIBUICAO DE 130KM DE LT) NO ESTADO DO PIAUI.133 PI 25752029434110001 IMPLANTACAO DE SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃORURAL NO PIAUÍ NO ESTADO DO PIAUÍ135 PR 25752029534240001 IMPLANTACAO DE SISTEMA DE TRANSMISSAO DEITAIPU A FOZ DO IGUAÇU -TRECHO IVAIPORA (PR) (1KM DE LT E SUBESTAÇÕES) NACIONAL139 RJ 02061056937320001 CONSTRUÇÃO DO EDIFICIO-ANEXO AO TRF DA 2 AREGIAO, NO RIO DE JANEIRO - RJ NA CIDADE DO RIODE JANEIRO153 RN 26782023557080007 CONSTRUCAO DE TRECHOS RODOVIARIOS DOCORREDOR NORDESTE BR-226/RN – CURRAISNOVOS - DIVISA RN/CE155 RO 14421066118440011 CONSTRUÇÃO, AMPLIAÇÃO, REFORMA EREAPARELHAMENTO DE ESTABELECIMENTOSPENAIS NO ESTADO DE RONDONIA.159 RO 26782023657090008 CONSTRUÇÃO DE TRECHOS RODOVIÁRIOS NOCORREDOR OESTE –NORTE BR421-RO,CONSTRUÇÃO DO TRECHO ARIQUEMES – NOVAMAMORÉ160 RO 26782023657090013 CONSTRUÇÃO DE TRECHOS RODOVIÁRIOS NOCORREDOR OESTE-NORTE BR-429/RO –PRESIDENTE MEDICI - SAO MIGUEL DO GUAPORÉ****28


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASOBRAS COM IRREGULARIDADES GRAVES EM 2.000Nº UF PROG. DE TRABALHO DESCRIÇÃO DA OBRA161 RO 26784023657710001 MELHORIA DA NAVEGAÇÃO DAS HIDROVIAS NOCORREDOR OESTE-NORTE DO RIO MADEIRA -TRECHO PORTO VELHO - FOZ DO MADEIRA162 RR 20607037918360057 CONSTRUCAO DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA DEIRRIGAÇÃO DE USO COMUM PROJETO PASSARAO NOESTADO DE RORAIMA178 SE 18544051518510860 CONSTRUÇÃO E RECUPERAÇÃO DE OBRAS DEINFRA-ESTRUTURA HIDRICA DUPLICAÇÃO DAADUTORA DO SAO FRANCISCO NO ESTADO DESERGIPE181 SE 20607037918360059 CONSTRUÇÃO DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA DEIRRIGAÇÃO DE USO COMUM PROJETO JACARECICANO ESTADO DE SERGIPE184 SP 02122057137500001 CONSTRUÇÃO DO FORUM TRABALHISTA DAPRIMEIRA INSTANCIA DA CIDADE DE SAO PAULO –SP NO MUNICIPIO DE SAO PAULO188 SP 26782023157430001 DUPLICAÇÃO DE TRECHOS RODOVIARIOS NOCORREDOR TRANSMETROPOLITANO BR-116/SP -SAO PAULO - DIVISA SP/PR***189 SP 26782023157430003 DUPLICAÇÃO DE TRECHOS RODOVIARIOS NOCORREDOR TRANSMETROPOLITANO BR-381/SP -DIVISA MG/SP - ENTRONCAMENTO BR-116192 SP 26784023133250001 RECUPERAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA PORTUARIA-PORTO DE SANTOS SP NO ESTADO DE SAO PAULO194 TO 26782023787100013 CONSTRUÇÃO DE TRECHOS RODOVIÁRIOS NOCORREDOR ARAGUAIA-TOCANTINS. BR-235 TO –PEIXE – PARANÂ - TAGUATINGA196 TO 26783023753440006 CONSTRUÇÃO DE TRECHOS FERROVIARIOS NOCORREDOR ARAGUAIA-TOCANTINS CONSTRUÇÃODE TRECHOS DA FERROVIA NORTE-SUL*** Obr<strong>as</strong> n<strong>as</strong> quais foram apontados indícios <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s graves A época da fiscalização (junho a agosto).<strong>de</strong> 2000);** Obr<strong>as</strong> não incluíd<strong>as</strong> no Quadro V da LOA 2001;*** Obr<strong>as</strong> incluíd<strong>as</strong> no Quadro V da LOA 2001 cujos processos já foram apreciados peloTCU.29


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASEm 2001 o TCU auditou 304 obr<strong>as</strong>. Em 121 <strong>de</strong>ssesempreendimentos foram constatados indícios <strong>de</strong> graves irregularida<strong>de</strong>s. Emrelação a 2000, o campo <strong>de</strong> pesquisa aumentou, portanto, em 54%, enquantoo número <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> em que se constataram indícios <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s teve umacréscimo da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 89%.As informações fornecid<strong>as</strong> pelo TCU permitiram aelaboração da tabela constante do Anexo 1, em que <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> com indícios <strong>de</strong>irregularida<strong>de</strong> são or<strong>de</strong>nad<strong>as</strong> por Unida<strong>de</strong> da Fe<strong>de</strong>ração, informando-se, ainda,em relação a cada uma <strong>de</strong>l<strong>as</strong>, a f<strong>as</strong>e em que se encontram, o ano <strong>de</strong> início doempreendimento e, concisamente, cada um dos indícios <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>sobservados.As irregularida<strong>de</strong>s montam o total <strong>de</strong> 371, distribuíd<strong>as</strong>segundo a seguinte tipificação:TIPO DE IRREGULARIDADE GRAVE QUANT. % S/TOTALIrregularida<strong>de</strong>s graves concernentes ao processo licitatório 82 22,10Celebração/Administração irregular <strong>de</strong> contrato 82 22,10Superfaturamento/Sobrepreço 73 19,68Execução irregular <strong>de</strong> convênios 34 9,16Alterações in<strong>de</strong>vid<strong>as</strong> <strong>de</strong> projetos e especificações 27 7,28Movimentação irregular <strong>de</strong> recursos 15 4,04Pagamento antecipado 12 3,23Execução orçamentária irregular 12 3,23Descumprimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>liberações do TCU 10 2,70Reajustamento irregular 8 2,1630


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASTIPO DE IRREGULARIDADE GRAVE QUANT. % S/TOTALDesvio <strong>de</strong> finalida<strong>de</strong> 7 1,89Desvio <strong>de</strong> objeto 7 1,89Prestação <strong>de</strong> cont<strong>as</strong> irregular 1 -Desapropriações ilegais 1 -TOTAL DE IRREGULARIDADES OBSERVADAS 371 -Os tipos <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong> mais significativos parecemapontar para a razão do <strong>de</strong>sperdício do dinheiro público em empreendimentosmaculados pelos vícios <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> processos conduzidos sem obediênciad<strong>as</strong> disposições a eles aplicáveis, como a Lei 8.666/93, <strong>as</strong> leis orçamentári<strong>as</strong> einstruções normativ<strong>as</strong> como a Instrução Normativa STN n°- 01, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong>janeiro <strong>de</strong> 1997, pela prática <strong>de</strong> atos contrários à moralida<strong>de</strong> administrativa efalta <strong>de</strong> critérios na utilização dos recursos.As irregularida<strong>de</strong>s concernentes ao processo licitatório<strong>de</strong>monstram a recorrência <strong>de</strong> falh<strong>as</strong> na elaboração dos contratos, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong>prever cláusul<strong>as</strong> indispensáveis para sua posterior boa execução bem como sepautando pela ausência <strong>de</strong> projeto básico, ou sua elaboração imprópria, e pelafalta <strong>de</strong> planilh<strong>as</strong> orçamentári<strong>as</strong> confiáveis e <strong>de</strong>talhad<strong>as</strong> sobre os itens doempreendimento <strong>de</strong> modo a aferir seu correto valor.Ess<strong>as</strong> falh<strong>as</strong> redundam em posteriores aditivos paraa<strong>de</strong>quação do contrato à realida<strong>de</strong> da execução e dão azo a que se realizemcom sucesso e, muit<strong>as</strong> vezes com a conivência da administração, manobr<strong>as</strong>para <strong>de</strong>sviar recursos através do superfaturamento e do sobrepreço.Entre <strong>as</strong> irregularida<strong>de</strong>s constatad<strong>as</strong>, verificam-se váriosc<strong>as</strong>os <strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nte direcionamento dos resultados da licitação ou <strong>de</strong> conluioentre licitantes, com a <strong>de</strong>scl<strong>as</strong>sificação <strong>de</strong> competidores por motivosmeramente formais, ou pela clara falsida<strong>de</strong> d<strong>as</strong> <strong>de</strong>mais propost<strong>as</strong> que, <strong>de</strong>31


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASmodo uniforme em relação a cada item se situam abaixo daquela a quem foipreviamente atribuída a licitação.O superfaturamento tem ocorrido <strong>de</strong> forma gritante, coma formação <strong>de</strong> preços muito superiores aos praticados no mercado.Sua aceitação <strong>de</strong>monstra, quando não ocorre pura e simplesmente má-fé econluio com os contratados, o <strong>de</strong>sc<strong>as</strong>o e os <strong>de</strong>spreparo dos servidoresencarregados <strong>de</strong> conduzir o processo. Não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> atribuir gran<strong>de</strong>parcela <strong>de</strong> culpa à administração, seja por não controlar a<strong>de</strong>quadamente o<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>sses servidores, seja por não proporcionar o treinamentoa<strong>de</strong>quado, com o fito <strong>de</strong> prevenir a repetição <strong>de</strong> tantos erros.A constatada consignação <strong>de</strong> tributos como o ISS empercentuais superiores aos efetivamente inci<strong>de</strong>ntes n<strong>as</strong> planilh<strong>as</strong> <strong>de</strong> formação<strong>de</strong> preços d<strong>as</strong> empres<strong>as</strong> prestador<strong>as</strong> <strong>de</strong> consultoria ao DNER, e na construçãoda barragem <strong>de</strong> Italuis, no Maranhão, é ponto que merece a maiorpreocupação, porquanto a amostragem colhida permite supor que se trate <strong>de</strong>uma prática geral. Não só nesse c<strong>as</strong>o específico, tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> planilh<strong>as</strong>formador<strong>as</strong> <strong>de</strong> custo <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong>vem ser cuidadosamenteanalisad<strong>as</strong>, <strong>de</strong> modo a escoimar sobrepreços em itens como encargos sociais(em tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> su<strong>as</strong> subdivisões: contribuições, provisões para féri<strong>as</strong>, ausênci<strong>as</strong>etc.) tributos, BDI, e materiais empregados nos serviços.Volta-se a frisar que esses procedimentos somente serãoeficazes se a administração estiver preparada para escolher e treinar osservidores executantes do processo, af<strong>as</strong>tando os transgressores e treinandoa<strong>de</strong>quadamente a gran<strong>de</strong> maioria <strong>de</strong> funcionários cumpridores <strong>de</strong> su<strong>as</strong>obrigações.Tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> consi<strong>de</strong>rad<strong>as</strong> em situação irregular<strong>de</strong>vem ser objeto <strong>de</strong> redobrada atenção para que sejam sanad<strong>as</strong> <strong>as</strong> falh<strong>as</strong>ocorrid<strong>as</strong> e adotad<strong>as</strong> <strong>as</strong> providênci<strong>as</strong> legais ten<strong>de</strong>ntes a recuperar os recursosfinanceiros mal empregados.Maior atenção <strong>de</strong>verá ser dispensada a algum<strong>as</strong> <strong>de</strong>ss<strong>as</strong>obr<strong>as</strong> em que <strong>as</strong> irregularida<strong>de</strong>s <strong>as</strong> fazem sobressair entre <strong>as</strong> <strong>de</strong>mais.Destacamos em especial:32


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASOBRAS COM INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES MAIS DESTACADAS, DENTRE ASEMPREENDIMENTOCONSTRUÇÃO DE TRECHOSRODOVIÁRIOS NO CORREDORFRONTEIRA-NORTE / BR 364/AC - SENAMADUREIRA - RIO LIBERDADECONSTRUÇÃO E AMPLIAÇÃO DE BENSIMÓVEIS DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DEENSINO SUPERIOR / AMPLIAÇÃO INFRA-ESTRUTURA PREDIAL E EQUIP. FUND.UNIV.FED. AMAPÁIMPLANTAÇÃO DO METRÔ DE SALVADOR /DO METRÔ - TRECHO LAPA-PIRAJÁCONSTRUÇÃO DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA DE IRRIGAÇÃO DE USOCOMUM / ADUTORA SERRA DA BATATEIRANO ESTADO DA BAHIAMODERNIZAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURAAEROPORTUÁRIA EM SALVADOR/ EMSALVADORADEQUAÇÃO DE TRECHOS RODOVIÁRIOSNO CORREDOR ARAGUAIA-TOCANTINS /BR-060/DF - DISTRITO FEDERAL - DIVISADF/GOIMPLANTAÇÃO DA UHE SERRA DA MESA(GO) DE 1.275 MW / NO ESTADO DEGOIÁSCONSTRUÇÃO, AMPLIAÇÃO, REFORMA EAPARELHAMENTODEESTABELECIMENTOS PENAIS / NOCONSTATADAS EM 2001OBSERVAÇÕESA condução do empreendimento secaracteriza por inúmer<strong>as</strong> irregularida<strong>de</strong>sconcernentes a <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> finalida<strong>de</strong>, nãopublicida<strong>de</strong> dos contratos, planejamentoina<strong>de</strong>quado e utilização imprópria ou paraoutros fins <strong>de</strong> materiais, ausência <strong>de</strong>orçamentos <strong>de</strong>talhados.Favorecimento através <strong>de</strong> contratação direta<strong>de</strong> objeto que <strong>de</strong>veria ser licitado, antecipação<strong>de</strong> pagamentos e superfaturamento efracionamento <strong>de</strong> objeto, o que evitou arealização <strong>de</strong> licitação em modalida<strong>de</strong> maiscompetitiva.Comprometimento <strong>de</strong> recursos fe<strong>de</strong>raiscorrespon<strong>de</strong>ntes ao aportes que <strong>de</strong>veriam serdo Estado, <strong>de</strong>scl<strong>as</strong>sificação imotivada daprimeira colada no certame e permissãocontratual para mudança da forma <strong>de</strong>pagamento possibilitando prejuízos ao erário.Realização <strong>de</strong> serviços adicionais nãoprevistos no projeto, contratações irregulares,superfaturamento <strong>de</strong> materiais e restrições aocaráter competitivo d<strong>as</strong> licitações.A execução do projeto apresenta umaimpressionante série <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s comoa <strong>de</strong>scaracterização do projeto original,alterações <strong>de</strong> preço favorecendo a contratad<strong>as</strong>em fundamento contratual, <strong>de</strong>scumprimento<strong>de</strong> limites <strong>de</strong> alteração do objeto, pagamentosin<strong>de</strong>vidos, contratação, sem licitação, <strong>de</strong>serviços <strong>de</strong> elevado valor, superfaturamento eexecução irregular <strong>de</strong> convênio.Fiscalização ina<strong>de</strong>quada dos serviços, indício<strong>de</strong> licitação fraudada mediante acerto entre oslicitantes e pagamento <strong>de</strong> serviços nãoexecutados.Definição <strong>de</strong> critérios inconsistentes <strong>de</strong>repartição <strong>de</strong> <strong>de</strong>spes<strong>as</strong> com o Consórcio Serrada Mesa Energia e celebração <strong>de</strong> contratocom um consórcio privado, sem a realização<strong>de</strong> licitação, por meio do qual foramtransferidos os direitos <strong>de</strong> arrecadação <strong>de</strong>51,46 % da venda <strong>de</strong> energia, por trinta anos.Alterações in<strong>de</strong>vid<strong>as</strong> <strong>de</strong> projeto, pagamentosin<strong>de</strong>vidos à contratada, aditivos superiores aolimite <strong>de</strong> acréscimo e execução irregular <strong>de</strong>33


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASESTADO DE GOIÁSEMPREENDIMENTOADEQUAÇÃO DE TRECHOS RODOVIÁRIOSNO CORREDOR ARAGUAIA-TOCANTINS /BR-060/GO - DIVISA DF/GO -ENTRONCAMENTO BR-153/GOAMPLIAÇÃO DOS MOLHES DO PORTO DERIO GRANDE E DRAGAGEM DEAPROFUNDAMENTO DO CANAL DE ACESSO/ NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SULADEQUAÇÃO DE TRECHOS RODOVIÁRIOSNO CORREDOR MERCOSUL / BR-386/RS -LAGEADO - CANOASMODERNIZAÇÃO DO PORTO DE ITAJAÍ / NOESTADO DE SANTA CATARINAADEQUAÇÃO DE TRECHOS RODOVIÁRIOSNO CORREDOR MERCOSUL / BR 101/376/SC- DIVISA PR/SC - PALHOÇADRAGAGEM NO PORTO DE SANTOS (SP) /NO ESTADO DE SÃO PAULOMODERNIZAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURAAEROPORTUÁRIA / CONSTRUÇÃO DOAEROPORTO DE PALMAS - NO ESTADO DETOCANTINSCONSTRUÇÃO DE TRECHOS RODOVIÁRIOSNO CORREDOR ARAGUAIA-TOCANTINS / BR-242/TO - PEIXE - PARANÃ - TAGUATINGAconvênio.OBSERVAÇÕESAlterações in<strong>de</strong>vid<strong>as</strong> nos projetos,superfaturamento, com preços acima dos<strong>de</strong>finidos pelo Sistema <strong>de</strong> Custos Rodoviários.Alteração na metodologia <strong>de</strong> medição <strong>de</strong>serviços sem justificativa técnica epagamentos antecipados por serviços nãoefetivamente concluídosSuperfaturamento, mediante inclusão, n<strong>as</strong>planilh<strong>as</strong> <strong>de</strong> preços d<strong>as</strong> empres<strong>as</strong> <strong>de</strong>consultoria, <strong>de</strong> percentuais <strong>de</strong> impostos nãocorrespon<strong>de</strong>ntes ao efetivamente taxado.Suspeita <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> em not<strong>as</strong> fiscaisapresentad<strong>as</strong> por contratada, que po<strong>de</strong>mrepresentar frau<strong>de</strong> fiscal e superfaturamentopelo pagamento <strong>de</strong> material possivelmentenão entregue.Simulação do processo licitatório, ausência <strong>de</strong>estudos preliminares que justifiquem a escolha<strong>de</strong> materiais, visível apresentação <strong>de</strong>propost<strong>as</strong> da segunda colocada <strong>de</strong> modo agarantir a vitória da empresa que veio a sercontratada. Superfaturamento, com acontratada cobrando preços muito maiselevados que os praticados em outra obra porela realizada.Acréscimos em todos os contratos em<strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> projetos originais ina<strong>de</strong>quados,falta <strong>de</strong> critério para aceitabilida<strong>de</strong> dos preçosd<strong>as</strong> propost<strong>as</strong> e prática <strong>de</strong> preços superioresaos preços fixados pelo DNER.Ausência no projeto básico, para oaprofundamento e dragagem do canal doPorto <strong>de</strong> Santos, e do orçamento <strong>de</strong>talhado doseu custo global. /043.98: A licitação parapreparo do Relatório Ambiental Preliminar-RAP se processou sem a prévia elaboração doprojeto básico e do estudo <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong>técnico-econômica, elementos indispensáveispara elaboração do RAP.Celebração <strong>de</strong> convênio para finalida<strong>de</strong> que jáera objeto <strong>de</strong> um contrato. Falta <strong>de</strong> realização<strong>de</strong> licitação, falta <strong>de</strong> contrapartida estadual noconvênio, preços elevados, em especial paraterraplanagem e pavimentação.Constatação <strong>de</strong> elevado sobrepreço nosdiversos contratos da obra, tanto em relaçãoao projeto básico como aos preços <strong>de</strong>referência do SICRO.34


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS.VII - PROGRAMAÇÃO DE AÇÕESAs ações <strong>de</strong> investigação da Comissão se concretizarammediante realização <strong>de</strong> audiênci<strong>as</strong> públic<strong>as</strong>, seja no recinto <strong>de</strong> reunião daComissão, na Câmara dos Deputados, seja em audiênci<strong>as</strong> e visit<strong>as</strong> feit<strong>as</strong> emalgum<strong>as</strong> unida<strong>de</strong>s da Fe<strong>de</strong>ração.As audiênci<strong>as</strong> públic<strong>as</strong> foram realizad<strong>as</strong> em Br<strong>as</strong>ília,Florianópolis, Porto Alegre, Curitiba, Goiânia, Salvador e São Paulo. Os títulosseguintes apresentam resumo do que se consignou n<strong>as</strong> audiênci<strong>as</strong> e dadossobre <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> cuja situação, em razão d<strong>as</strong> informações colhid<strong>as</strong>, merecemanálise mais aprofundada.35


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASVIII - RESUMO DOS ASSUNTOS TRATADOS NAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS1.1. AUDIÊNCIA EM FLORIANÓPOLIS, REALIZADAS NODIA 6 DE AGOSTO DE 2001, PARA OITIVA DOS SEGUINTESCONVIDADOS:- Sra. Alba Terezinha - Superinten<strong>de</strong>nte do INSS;- Sr. João Osmar, Secretário <strong>de</strong> Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente;- Sra. Mirian Schlickmann, Secretária <strong>de</strong> Educação e do Desporto;- Sr. João José Cândido da Silva, Secretário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>;- Sr. Leo<strong>de</strong>gar da Cunha, Secretário dos Transportes e Obr<strong>as</strong>;- Sr. Antenor Chinato Ribeiro, Secretário <strong>de</strong> Segurança Pública;- Sr. Newton Fernan<strong>de</strong>s Brüggemann, Gerente <strong>de</strong> Patrimônio;- Sr. Roberto Rib<strong>as</strong>, representante estadual do DNER;- Sr. Edgar Antônio Roman, Diretor-Geral do DER.RESUMOS DOS DEPOIMENTOSDEPOIMENTO DA SRA. ALBA TEREZINHA SCHLICHTING. Proce<strong>de</strong>uinicialmente à entrega à Comissão <strong>de</strong> um relatório sobre a situação <strong>de</strong> todos os imóveis do INSSno Estado. De acordo com a <strong>de</strong>poente, a administração dos imóveis atualmente fica afeta acada uma d<strong>as</strong> cinco gerênci<strong>as</strong> e não mais à superintendência estadual, daí por que o relatóriocontempla os imóveis divididos em imóveis operacionais, os aqueles utilizados para <strong>as</strong>ativida<strong>de</strong>s-fim da instituição, e os não-operacionais que são os mantidos no patrimônio com doisobjetivos: para futura utilização como reserva técnica — atualmente são 111 imóveis nessacondição — e para alienação.Disse a <strong>de</strong>poente que, nos últimos anos, foi intensificado o plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>simobilizaçãodos imóveis do INSS. De 433 imóveis. A gran<strong>de</strong> maioria <strong>de</strong>sses imóveis são provenientes doantigo IAPAS, imóveis então adjudicados por conta <strong>de</strong> contribuições previ<strong>de</strong>nciári<strong>as</strong> não pag<strong>as</strong>.Explicou ainda que ess<strong>as</strong> alienações são feit<strong>as</strong> por meio <strong>de</strong> concorrência pública, naforma da Lei. Para o segundo semestre <strong>de</strong>ste ano, há previsão <strong>de</strong> venda <strong>de</strong> 44. De acordo com a<strong>de</strong>poente, dos 160 imóveis que o INSS tem hoje no Estado, 49 são usados e os <strong>de</strong>mais serãocolocados à venda ou permutados.Quanto à realização <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> por esse órgão, informou a <strong>de</strong>poente que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1990, oINSS não constrói nenhuma obra nova no Estado, apen<strong>as</strong> faz melhori<strong>as</strong> e adaptações. Trata-se36


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS<strong>de</strong> obr<strong>as</strong> que custam em torno <strong>de</strong> 200 mil reais, em média, e que levam <strong>de</strong> três a quatro mesesdo início ao seu final. No máximo, em 120 di<strong>as</strong>, ess<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> são acabad<strong>as</strong>. Não há nenhumimóvel da Previdência na condição <strong>de</strong> obra inacabada, n<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong> da <strong>de</strong>poente.Disse não ter conhecimento <strong>de</strong> nenhuma obra paralisada, no Estado, que tenharecebido recursos da União para sua execução.Indagada sobra a existência <strong>de</strong> um prédio, situado na Rua Heitor Blum, o qualpossui uma área ocupada uma parte pelo Município e o restante sem utilização. Respon<strong>de</strong>u queesse prédio foi utilizado pelo INSS até o ano p<strong>as</strong>sado, porém pertence ao SUS. Disse ter ainformação <strong>de</strong> que esse prédio vem sendo utilizado pela Prefeitura.Questionada sobre quantos imóveis possui o INSS <strong>de</strong> Florianópolis, entre ocupados enão ocupados, afirmou que há 160 imóveis hoje no Estado. Dos 160, 49 são usados como se<strong>de</strong>sd<strong>as</strong> gerênci<strong>as</strong> e d<strong>as</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atendimento da Previdência. Os <strong>de</strong>mais ou estão em processo <strong>de</strong><strong>de</strong>simobilização ou serão colocad<strong>as</strong>, no segundo semestre, à venda, ou em forma <strong>de</strong> vendadireta ou <strong>de</strong> concorrência e <strong>de</strong> permuta, que é o c<strong>as</strong>o <strong>de</strong> dois terrenos em Florianópolis. Há,portanto, 111 imóveis que não são usados <strong>de</strong> forma operacional.Confirmou que um prédio ocupando uma área total <strong>de</strong> 2.852 metros quadrados, comquatorze pavimentos, em que será instalada a DATAPREV pertence ao INSS e vem sendo porele utilizado. Nesse prédio funciona, <strong>de</strong> acordo com a <strong>de</strong>poente, uma Junta <strong>de</strong> Recursos; umabiblioteca, que pertence à Gerência Executiva <strong>de</strong> Florianópolis; a auditoria; e será instalada aDATAPREV, que atualmente paga aluguel.Acerca <strong>de</strong> um prédio em Tijuc<strong>as</strong>, na Avenida Bayer Filho, <strong>de</strong> 340 metros quadrados,alugado pelo valor mensal <strong>de</strong> R$1.540,00, foi explicado que esse imóvel será objeto <strong>de</strong> umprocesso <strong>de</strong> permuta, em face do que <strong>de</strong>saparecerá essa <strong>de</strong>spes<strong>as</strong> com aluguel.DEPOIMENTO DO SR. MURILO GHISONI BORTOLUZZI – Secretário-Adjunto daSecretaria <strong>de</strong> Estado do Desenvolvimento Urbano e do Meio Ambiente, representando oSecretário João Macagnan.Negou ter conhecimento <strong>de</strong> uma alguma irregularida<strong>de</strong> em obra pública no Estado.Quanto à Barragem <strong>de</strong> São Bento, disse não saber em condições se encontra a obra eque provavelmente essa questão seria <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> da Secretaria <strong>de</strong> Transportes e Obr<strong>as</strong>do Estado, sob o comando do Secretário Leo<strong>de</strong>gar Tiscoski, por meio do Departamento <strong>de</strong>Obr<strong>as</strong> e Estrad<strong>as</strong> e Obr<strong>as</strong> Hidráulic<strong>as</strong>.Quanto ao acompanhamento d<strong>as</strong> questões ambientais referentes às rodovi<strong>as</strong> 101 e 282,que o processo é <strong>de</strong>senvolvido com a participação da Fundação do Meio Ambiente, que é oórgão vinculado e responsável pel<strong>as</strong> licenç<strong>as</strong> ambientais, embora processos ligados a rodovi<strong>as</strong>37


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAScomo a BR-101 tenham também a participação do IBAMA. A FATMA - que é a Fundação doMeio Ambiente <strong>de</strong> Santa Catarina trabalha em conjunto com o IBAMA, prevalecendo o parecerfinal <strong>de</strong>ste. Não se recordava <strong>de</strong> qualquer convênio <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> resíduos sólidos com oGoverno Fe<strong>de</strong>ral. Referiu-se à CASAN como o órgão responsável pelo saneamento básico noEstado.O <strong>de</strong>poente ainda mencionou a existência <strong>de</strong> obr<strong>as</strong>, a exemplo da recuperação da baciahidrográfica, da bacia carbonífera, em que há um convênio com o Ministério do MeioAmbiente. Essa obra está em andamento, na região <strong>de</strong> Criciúma, uma região on<strong>de</strong> é explorado ocarvão mineral.DEPOIMENTO DO SR. NORIVAL RAULINO DA SILVA – representando o Sr. João JoséCândido da Silva, Secretário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Estado <strong>de</strong> Santa Catarina. Iniciou seupronunciamento, afirmando que, na área da saú<strong>de</strong>, no que toca a recursos fe<strong>de</strong>rais do Ministérioda Saú<strong>de</strong> ou interveniência da Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong>, não há nenhuma obra que poss<strong>as</strong>er consi<strong>de</strong>rada inacabada ou paralisada.Quanto a obr<strong>as</strong> em andamento fez referência às seguintes:- convênio entre a Fundação Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e a Secretaria para a construção dolaboratório <strong>de</strong> fronteira, VIGISUS;- a construção da Central Estadual <strong>de</strong> Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Frios;- Hospital Pediátrico <strong>de</strong> Joinville;- Hospital Vilson Kleinunbing, em Florianópolis;- ampliação do Hospital Universitário; recursos que vieram à Secretaria para aconstrução do Hospital Universitário <strong>de</strong> Blumenau, em parceria com o Município <strong>de</strong>Blumenau;- convênio entre o Ministério da Saú<strong>de</strong> e a Secretaria; ampliação do Hospital NossaSenhora da Conceição, Tubarão.DEPOIMENTO DO SR. LEODEGAR DA CUNHA TISCOSKI – Secretário dosTransportes e Obr<strong>as</strong>. Iniciou seu <strong>de</strong>poimento explicando que, na área da Secretaria dosTransportes e Obr<strong>as</strong>, há algum<strong>as</strong> <strong>de</strong>legações na área do Ministério dos Transportes ao Governo<strong>de</strong> Santa Catarina, <strong>de</strong>stacando-se a <strong>de</strong>legação da Rodovia BR-282, que liga a BR-101, emFlorianópolis, até a Argentina, no Rio Peperi-Guaçu. Segundo ele até recentemente, boa parte<strong>de</strong>la estava com os ritmos dos trabalhos paralisados, m<strong>as</strong>, no momento ess<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> encontram-seem andamento. Referiu-se, ainda, a BR – 470, <strong>de</strong>legada ao Estado <strong>de</strong> Santa Catarina em 1998,cujo contrato <strong>de</strong> concessão acabou sendo anulado. A seu ver, a obra mais importante, em termosrodoviários, no Estado <strong>de</strong> Santa Catarina, é a duplicação da BR-101. Já concluída no trecho38


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASnorte, entre Florianópolis e a divisa com o Paraná, encontra-se, todavia, paralisada no trecho 2,on<strong>de</strong> há um problema sério <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> traçado, em função <strong>de</strong> uma reserva indígenaexistente na localida<strong>de</strong> chamada Morro dos Cavalos.Quanto à BR 282, quatro trechos já estão com obr<strong>as</strong> em pleno ritmo e háentendimentos para a restauração <strong>de</strong> outros que se encontramO <strong>de</strong>poente também se referiu ao Porto <strong>de</strong> Itajaí, que está em plena ampliação. O Porto <strong>de</strong> SãoFrancisco do Sul, que é vinculado à Secretaria dos Transportes e Obr<strong>as</strong>, também está sendoampliado, com recursos do Governo Fe<strong>de</strong>ral e do setor privado. O Porto <strong>de</strong> Laguna, on<strong>de</strong> háinvestimentos fe<strong>de</strong>rais, já teve licitada a sua ampliação, a retificação do chamado Molhe Sul,Asa Sul do Molhe, que é a mudança do traçado dos molhes, permitindo a ampliação da entradana barra. Esse trabalho foi licitado diretamente pelo Ministério dos Transportes; o Porto évinculado ao Porto <strong>de</strong> Santos, e <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> estão sendo feit<strong>as</strong> segundo o <strong>de</strong>poente.Indagado sobre a Via Expressa Sul, respon<strong>de</strong>u que essa obra está sendo executada 80% comrecursos do Governo Fe<strong>de</strong>ral, do PRO-INFRA, e também está em pleno ritmo <strong>de</strong> execução jácom 60% a 70% da obra concluída. Informou ainda que essa obra ficou paralisada por mais <strong>de</strong>dois anos, por falta <strong>de</strong> recursos financeiros. Houve aditamento nesse contrato com o aval doTribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong>, <strong>de</strong> acordo com a informação do <strong>de</strong>poente.Acerca da BR-470, explicitou que ela foi <strong>de</strong>legada ao Governo <strong>de</strong> Santa Catarina em<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 98 para efeito <strong>de</strong> concessão. Devido a questionamentos feitos no âmbito doTribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> da União, esse processo foi anulado.DEPOIMENTO DO SR. ANTENOR CHENATO RIBEIRO – Secretário <strong>de</strong> SegurançaPública. Informou que sua Secretaria não tem nenhum obra financiada com recursos fe<strong>de</strong>rais.DEPOIMENTO DO SR. NEWTON FERNANDES BRÜGGEMANN, Gerente <strong>de</strong>Patrimônio. Fez menção a uma garagem na Rua Conselheiro Mafra, no Centro, que será objeto<strong>de</strong> leilão, pois a União não tem qualquer interesse em manter uma garagem. Referiu-se emseguida aos imóveis à beira-mar.Citou também o c<strong>as</strong>o <strong>de</strong> gleb<strong>as</strong> nos Municípios <strong>de</strong> Mafra e Porto União, que serãoobjeto <strong>de</strong> leilão. Estariam sendo feitos inclusive contatos com o INCRA para saber se há alguminteresse ness<strong>as</strong> terr<strong>as</strong> rurais para fins <strong>de</strong> reforma agrária, m<strong>as</strong> não houve resposta até omomento.Informou que foi iniciado um trabalho para levantamento dos bens próprios nacionaisdo interior, fora da orla dos 33 metros. Quanto a esses, não há como dizer a respeito do bom oumau aproveitamento em sua maioria. Isto ocorre porque há apen<strong>as</strong> trinta servidores <strong>de</strong> umagerência para fazer o recad<strong>as</strong>tramento <strong>de</strong>sses imóveis.39


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASQuanto a ilh<strong>as</strong> arrendad<strong>as</strong> para particulares, em Santa Catarina, disse não ter essesdados à mão.Em relação a imóveis invadidos, mencionou um exemplo, em Laguna, <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong>aproximadamente três mil metros quadrados, em que há divers<strong>as</strong> inv<strong>as</strong>ões, quanto às quaisexistem ações tramitando há anos.DEPOIMENTO DO SR. ROBERTO SCHWANSEE RIBAS – Chefe do 16º DistritoRodoviário Fe<strong>de</strong>ral do DNER, com jurisdição em Santa Catarina. Disse que sob sua jurisdiçãoestão <strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong> fe<strong>de</strong>rais no Estado <strong>de</strong> Santa Catarina.Quanto às BR 282, informou que se trata <strong>de</strong> uma rodovia que cruza todo o Estado <strong>de</strong>Santa Catarina, <strong>de</strong> lesta a oeste; inicia-se na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Florianópolis, mais propriamente nacabeceira oeste d<strong>as</strong> Pontes Colombo Sales e Pedro Ivo Campos, e esten<strong>de</strong>-se até a fronteira coma Argentina, cruzando o Estado no sentido leste/oeste. Parte da rodovia está já implantada,pavimentada, em utilização, e um <strong>de</strong>terminado segmento está em construção. O primeirosegmento diz respeito à ligação da BR-101, no Município <strong>de</strong> Palhoça, até o Município <strong>de</strong> SantoAmaro. Esse segmento está <strong>de</strong>legado ao Governo do Estado, já em f<strong>as</strong>e final <strong>de</strong> conclusão, ecom os recursos alocados pelo Governo Fe<strong>de</strong>ral e sendo então prestad<strong>as</strong> cont<strong>as</strong> pelo Governo doEstado. Há, ainda, conforme mencionou o <strong>de</strong>poente, uma seqüência <strong>de</strong> segmentos jápavimentados e implantados até o Município <strong>de</strong> Lages. De Lages até Campos Novos, umsegmento <strong>de</strong> aproximadamente 103, 104 quilômetros. Esse é um segmento que está em f<strong>as</strong>eentão <strong>de</strong> implantação e pavimentação. No final, segundo o <strong>de</strong>poimento, há um segmento <strong>de</strong>aproximadamente 29, 30 quilômetros, da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Miguel do Oeste até a fronteira com aArgentina. Essa obra sequer começou. Foi concluído o seu projeto. Ela é recente, é uma rodoviafe<strong>de</strong>ral, já que ela foi objeto <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> rodovia fe<strong>de</strong>ral. Informou que o segmento <strong>de</strong>Palhoça até a divisa com o Rio Gran<strong>de</strong> do Sul é uma rodovia <strong>de</strong> pista simples que teve o seuprojeto <strong>de</strong> engenharia recentemente concluído e aprovado. Encontra-se em f<strong>as</strong>e <strong>de</strong> pré-licitaçãod<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> duplicação. Segundo o <strong>de</strong>poente trata-se <strong>de</strong> uma obra que, a exemplo do trechoanteriormente referido, tem financiamentos externos — essa terá, outra já teve — através doBanco Interamericano <strong>de</strong> Desenvolvimento, e o banco japonês, o banco <strong>de</strong> cooperaçãointernacional – Banco Japonês <strong>de</strong> Cooperação Internacional.Foi feita referência a uma obra que teve o seu contrato encerrado e a obra não concluída. Trat<strong>as</strong>e<strong>de</strong> uma ligação da BR-470 com a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Blumenau, o chamado eixo <strong>de</strong> acesso aBlumenau. A obra exauriu o seu valor contratual e haveria necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um aditamento <strong>de</strong>40


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASvalores que ultrap<strong>as</strong>sariam os permitidos legalmente. As obr<strong>as</strong> foram paralisad<strong>as</strong> e o contratoencerrado.DEPOIMENTO DO SR. EDGAR ANTÔNIO ROMAN – Diretor-Geral do DER. Quanto àBR 282, explicou que o primeiro convênio <strong>de</strong> <strong>de</strong>legação é o contorno <strong>de</strong> Santo Amaro,propriamente da BR-101 até o Município <strong>de</strong> Santo Amaro. Esta obra está em f<strong>as</strong>e final, <strong>de</strong>veráaté <strong>de</strong>zembro ser concluída e restam em torno <strong>de</strong> 3 milhões e 800 ainda para complementação<strong>de</strong>sta obra. Em 1999, ela teve o ritmo normal e no ano 2000, também, com os rep<strong>as</strong>sesefetuados por parte do DNER.Informou ainda que, nos contratos rodoviários, praticamente, todos eles sofrem aditivos<strong>de</strong> quantitativos <strong>de</strong> serviços. Disse que os projetos <strong>de</strong> engenharia têm <strong>de</strong>ixado muito a merecerem qualida<strong>de</strong>. Existem surpres<strong>as</strong> ao longo da rodovia, no momento em que a obra vai sendoexecutada. Sugeriu um aprimoramento da legislação no sentido <strong>de</strong> impedir que os aditivos a fim<strong>de</strong> aumentar em 25% .1.2. AUDIÊNCIA REALIZADA EM PORTO ALEGREPARA OITIVA DOS SEGUINTES DEPOENTES:ADÃO RODRIGUES VILLAVERDE - Secretário <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Planejamento do Governodo Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.EDSON SILVA - Secretário <strong>de</strong> Obr<strong>as</strong> Públic<strong>as</strong> e Saneamento do Governo do Estado do RioGran<strong>de</strong> do Sul.ANTÔNIO AUGUSTO AMMIRABILE MEDEIROS E ALBUQUERQUE – Gerente doPatrimônio do Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.MARCELO CHAVES ARAGÃO – Gerente Regional <strong>de</strong> Controle Interno da SecretariaRegional <strong>de</strong> Controle Interno.MÁRIO CESAR MARTINS FERNANDES – Superinten<strong>de</strong>nte Regional do INSS no RioGran<strong>de</strong> do Sul.DEPOIMENTO DO SR. ADÃO RODRIGUES VILLAVERDE – Secretário <strong>de</strong>Coor<strong>de</strong>nação e Planejamento do Governo do Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.Disse não ter levantamento <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s em obr<strong>as</strong> inacabad<strong>as</strong> bem como<strong>de</strong>sconhecer qualquer c<strong>as</strong>o <strong>de</strong> malversação <strong>de</strong> dinheiro público no Estado. Com relação à41


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASsituação da Termelétrica Candiota III, admitiu que , diante do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>preciação, o custo émuito alto para ser sustentado pelo Po<strong>de</strong>r Público.Referiu-se a uma obra <strong>de</strong> um posto do INSS, que teve início em 1989, com a paralisaçãotambém no mesmo período. Trata-se <strong>de</strong> um prédio com, mais ou menos, quatrocentos metrosquadrados, que teve a construção paralisada na meta<strong>de</strong> e está abandonado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> esse período. Oinvestimento total <strong>de</strong>ssa obra gira em torno <strong>de</strong> qu<strong>as</strong>e 400 mil.No que tange à BR-481, relatou que a obra se encontra em execução. Um trecho estásendo executado pelo DAER, com recurso do DNER.Disse ter conhecimento da construção <strong>de</strong> um presídio que abrigaria apenados na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> RioPardo, cuja licitação começou em março <strong>de</strong> 1990. A obra foi iniciada, porém <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1991,encontra-se paralisada. Os custos para sua retomada representariam atualmente o dobro do valorem que foi contratada inicialmente; cerca <strong>de</strong> 1 milhão e 700 mil.Indagado sobre <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> do Molhe do Porto <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>, em que a obra orçada em 50milhões teve vencedor na licitação com proposta <strong>de</strong> 30 milhões, havendo sucessivos aditivosque elevaram o valor inicial acima do dobro, emitiu a seguinte opinião“Reitero que legalmente isso não há possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acontecer, e o exemplo sugere serabsurdo.”DEPOIMENTO DO SR. EDSON SILVA – Secretário <strong>de</strong> Obr<strong>as</strong> Públic<strong>as</strong> e Saneamento doGoverno do Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.Demonstrou preocupação com relação ao patrimônio da Re<strong>de</strong> Ferroviária Fe<strong>de</strong>ral, noMunicípio <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong> a aos imóveis <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> da União, utilizados na criação daCompanhia <strong>de</strong> Geração Térmica <strong>de</strong> Energia Elétrica, CGTEE, atualmente controlada pelaUnião, para a qual foi p<strong>as</strong>sado todo o Complexo Termoelétrico <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> da CompanhiaEstadual.Lembrou ainda a situação d<strong>as</strong> balanç<strong>as</strong> ao longo d<strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong>, obr<strong>as</strong> que se encontramem processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>predação e abandonad<strong>as</strong>.Referiu-se também à construção <strong>de</strong> diques em Cachoeirinha e Alvorada, nos seguintestermos“Nós temos uma obra, também, aqui no Estado, muito importante naRegião Metropolitana, que seria a construção <strong>de</strong> diques para evitar chei<strong>as</strong>,b<strong>as</strong>icamente em du<strong>as</strong> cida<strong>de</strong>s, Cachoeirinha e Alvorada. São du<strong>as</strong> cida<strong>de</strong>s daRegião Metropolitana da Gran<strong>de</strong> Porto Alegre. É uma obra que foi licitada maisou menos em 1985 e começou a ser executada em 1986, portanto há muito42


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAStempo, e foi paralisada no início da década <strong>de</strong> 90. Uma obra <strong>de</strong> qu<strong>as</strong>e 10milhões <strong>de</strong> reais, uma obra importante. Ela consta do relatório. Se essa obrafosse feita, por exemplo, nós não teríamos, <strong>de</strong> forma recorrente, quandoocorrem gran<strong>de</strong>s chuv<strong>as</strong> na Capital, na Gran<strong>de</strong> Porto Alegre, um conjunto <strong>de</strong>pontos <strong>de</strong> alagamento ness<strong>as</strong> du<strong>as</strong> cida<strong>de</strong>s, que são altamente problemáticospara o Po<strong>de</strong>r Público aqui na região, tanto para os Po<strong>de</strong>res Públicos Municipaiscomo para o Po<strong>de</strong>r Público Estadual.”DEPOIMENTO DO SR. ANTONIO AUGUSTO AMMIRABILE MEDEIROS EALBUQUERQUE - Gerente do Patrimônio do Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.Apresentou inicialmente a sugestão <strong>de</strong> que a Secretaria do Patrimônio, que é um órgãodo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, seja transformada em Secretaria comstatus <strong>de</strong> Ministério, com a função <strong>de</strong> elaborar projetos <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> públic<strong>as</strong>.Fez referência a alguns c<strong>as</strong>os curiosos <strong>de</strong> patrimônio da União, entre eles o <strong>de</strong> um poçoartesiano no meio <strong>de</strong> um campo, no valor <strong>de</strong> 300 reais.Outro c<strong>as</strong>o é o recebimento <strong>de</strong> bens como pagamento <strong>de</strong> dívid<strong>as</strong>. Citou o exemplo <strong>de</strong>um estacionamento em Cano<strong>as</strong> que vale 3 mil reais, num condomínio.A respeito da situação dos bens públicos da União no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, prestou osseguintes esclarecimentos:“ Então, eu acho que aqui nós, nós temos aqui no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul1.426 próprios nacionais, não é, que são imóveis <strong>de</strong> uso da União ou que...Destes 1.426, nós temos 330 sob a administração direta da Gerência <strong>de</strong>Patrimônio. Trezentos e trinta, não é? E alguns retornam para a GerênciaRegional, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> utilizado pelos órgãos, em bom estado, outros não. Àsvezes é uma dificulda<strong>de</strong> para gente recolocar este imóvel com uso público, nãoé? Desses 330, oitenta já estão <strong>de</strong>finidos como <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong>alienação. E, além disso, só para ilustrar <strong>as</strong>sim, além <strong>de</strong> administrar todo essepatrimônio, a Gerência Regional, também sobre terrenos <strong>de</strong> Marinha, tem sobsua jurisdição mais 9.500 terrenos <strong>de</strong> Marinha. E sobre esses terrenos <strong>de</strong>Marinha (...) Nós temos 9.500 terrenos <strong>de</strong> Marinha, porque nós temos tambémsob a jurisdição da Gerência Regional 700 quilômetros <strong>de</strong> litoral. Esses 9.500não representam todos os imóveis do litoral, m<strong>as</strong> a parte já homologada e43


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAScad<strong>as</strong>trada. Uma parte, inclusive, <strong>de</strong>sta área, lá em Rio Gran<strong>de</strong>, por exemplo,nós estamos concluindo agora, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um processo que <strong>de</strong>morou qu<strong>as</strong>e 20anos, a entrega <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 3 milhões <strong>de</strong> metros quadrados lá em Rio Gran<strong>de</strong> queestá sendo ocupada por aproximadamente 40 mil pesso<strong>as</strong> e, neste processo <strong>de</strong>cessão à Prefeitura <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>, nós vamos regularizar a situação <strong>de</strong> moradia<strong>de</strong> 40 mil pesso<strong>as</strong> que estão lá. E, aliás, é uma idéia que nós, que eu pelo menostenho. Os imóveis públicos estão para servir ao serviço público e para cumpriruma função pública. A União não é e não funciona como um especulador. Eunão olho para um terreno e olho <strong>as</strong>sim: “Ah, que bom que aquele meuterreninho. Deixa lá guardado para quando eu quiser eu vou lá ven<strong>de</strong>r”. Não. AUnião, sempre que ela tiver disponibilida<strong>de</strong>, ela tem que colocar esses imóveis àdisposição. “Informou ainda que União só dispõe <strong>de</strong> uma ilha <strong>de</strong> mar, que é ilha dos Lobos,protegida pelo IBAMA.DEPOIMENTO DO SR. MARCELO CHAVES ARAGÃO - Gerente Regional <strong>de</strong> ControleInterno do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.Disse não Ter tomado conhecimento <strong>de</strong> nenhuma obra inacabada do Governo Fe<strong>de</strong>ralno Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.Fez o seguinte relato sobre o trabalho <strong>de</strong> auditoria realizado pelo órgão administrativopor ele representado:“O nosso trabalho <strong>de</strong> auditoria, como eu já falei,geralmente inclui o procedimento <strong>de</strong> auditoria vinculado a bensmóveis e imóveis. É rotina nossa, nessa auditoria <strong>de</strong> gestão, nósaplicarmos esses procedimentos. Agora, o foco geralmente daauditoria é um foco <strong>de</strong> controle, é um foco... Se esses imóveis...Primeiro, jurídico, lógico, se esses imóveis estão registrados,<strong>de</strong>vidamente registrados em cartório; <strong>de</strong>pois um foco <strong>de</strong>contabilida<strong>de</strong>, se esses imóveis estão <strong>de</strong>vidamentecontabilizados; e se há um controle, controle da utilização e doestado <strong>de</strong>sses bens. Então, o nosso foco <strong>de</strong> auditoria é o fococontrole, se <strong>as</strong> unida<strong>de</strong>s dispõem efetivamente <strong>de</strong> controle sobreesses imóveis. Naturalmente, <strong>de</strong>tectamos uma série <strong>de</strong> falh<strong>as</strong> <strong>de</strong>44


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAScontrole, n<strong>as</strong> divers<strong>as</strong> auditori<strong>as</strong>. Po<strong>de</strong>ria citar aqui <strong>as</strong>universida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rais, que dispõem <strong>de</strong> uma dificulda<strong>de</strong> muitogran<strong>de</strong> <strong>de</strong> controlar patrimônio e imóveis também. Imóveisfuncionais, não se tem controle da utilização; imóveis <strong>de</strong>universida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rais ocupados sem licitação, quer dizer,sendo explorados comercialmente por empres<strong>as</strong>, sem licitação.Então, tem uma série <strong>de</strong> situações irregulares, imprópri<strong>as</strong>, quenós relatamos no nosso trabalho e encaminhamos ao Tribunal<strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> da União.”DEPOIMENTO DO SR. HAROLDO AUGUSTO NOVIS MATA - Chefe do 10º DRF.Prestou os seguintes esclarecimentos sobre a atuação do DNER no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul:“O DNER tem um distrito rodoviário que cuida d<strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong>fe<strong>de</strong>rais em cada unida<strong>de</strong> da Fe<strong>de</strong>ração, e aqui no Rio Gran<strong>de</strong> do Sultemos o 10º Distrito Rodoviário Fe<strong>de</strong>ral, que eu atualmente chefio, quecuida d<strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong> fe<strong>de</strong>rais no nosso Estado. De um levantamento, sópara dar um panorama rápido do que nós fizemos, pelo menosabrangendo os últimos 20 anos, nós não temos obr<strong>as</strong> aqui no Estado,jurisdicionad<strong>as</strong> ao Distrito, envolvendo rodovi<strong>as</strong> fe<strong>de</strong>rais, obr<strong>as</strong> quetenham sido objeto <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> inacabad<strong>as</strong>. Nós temos obr<strong>as</strong> que não estãoconcluíd<strong>as</strong>, m<strong>as</strong> atualmente o Distrito <strong>de</strong>senvolve <strong>de</strong>zessete frentes <strong>de</strong>trabalho, <strong>de</strong>zessete obr<strong>as</strong>, que estão em andamento. São obr<strong>as</strong> que vêmrecebendo regularmente recursos, muit<strong>as</strong> <strong>de</strong>l<strong>as</strong>, evi<strong>de</strong>ntemente, não nosprazos nem na velocida<strong>de</strong> que nós gostaríamos, m<strong>as</strong> o distritorodoviário aqui é o braço executivo do DNER, e nós trabalhamosrigorosamente em cima d<strong>as</strong> dotações consignad<strong>as</strong> no orçamento, e osritmos <strong>de</strong> trabalho n<strong>as</strong> noss<strong>as</strong> frentes são aqueles <strong>de</strong>correntes dosrecursos consignados. Só para citar <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> que nós temos emandamento, temos na BR-116 obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> pequeno porte, obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> médioporte e obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte também. Temos du<strong>as</strong> p<strong>as</strong>sarel<strong>as</strong> ali naBR-116, na Vila Campina, p<strong>as</strong>sarela em Novo Hamburgo, viaduto naBR-116 também na avenida João Corrêa, p<strong>as</strong>sarela também lá em SantaMaria, na BR-287, obr<strong>as</strong> complementares em Uruguaiana, travessiaurbana <strong>de</strong> Santa Maria; na área <strong>de</strong> construção, na BR-101 Tavares-SãoJosé do Norte, é uma obra que está andando; Santa Maria-Rosário45


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAStambém é outra obra que está andando, Bom Jesus-Vacaria na BR-285;BR-468, este conveniado com o Governo do Estado, Três P<strong>as</strong>sos-PortoSoberbo, tocada pelo Distrito; e 481, Salto do Jacuí-Arroio do Tigre,conveniado com o Governo do Estado; BR-472, contorno <strong>de</strong> SantaRosa; na área <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>, a BR-386, Tabaí-Cano<strong>as</strong>; elá também em Lajeado a reconstrução da segunda ponte do Rio Taquari,liga Lajeado a Estrela. E na área <strong>de</strong> restauração, na BR-392, umpequeno recapeamento entre Santo Ângelo e Cerro Largo e travessia <strong>de</strong>Rosário do Sul na BR-290. São <strong>de</strong>zessete frentes <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> que o Distrito<strong>de</strong>senvolve com os recursos consignados no orçamento.”DEPOIMENTO DO SR. MÁRIO CESAR MARTINS FERNANDES - Superinten<strong>de</strong>nteRegional do INSS do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.Proce<strong>de</strong>u, inicialmente, a um rápido histórico dos imóveis do patrimônio do INSS, noRio Gran<strong>de</strong> do Sul, nos seguintes termos:“Esse patrimônio foi acumulado ao longo do tempo — amaioria <strong>de</strong>les vindo dos ex-institutos, dos ex-IAPs — e ele foi oriundo<strong>de</strong>... a maioria <strong>de</strong>les, <strong>de</strong> dações em pagamento. Aquel<strong>as</strong> empres<strong>as</strong> quenão solviam os seus compromissos com a Previdência Social, e naverda<strong>de</strong> a Previdência lançou mão da dação em pagamento para quepu<strong>de</strong>ssem quitar os seus débitos. Ao longo do tempo, essa incorporaçãose dava sem qualquer tipo <strong>de</strong> critério. Na medida em que era <strong>de</strong>vedornão se podia cobrar o débito, então vinha, se chamava, se adjudicavaesses bens para a Previdência Social, para os ex-institutos. Ao longo dotempo, foi se acumulando um patrimônio, que se tornou, diria <strong>as</strong>sim,oneroso, pela sua manutenção, pela sua <strong>de</strong>preciação, e a partir <strong>de</strong> 1993temos instruções que disciplinam a dação em pagamento. Os imóveisrecebidos em dação em pagamento somente po<strong>de</strong>m ser imóveisurbanos. Em segundo lugar, com área construída que possa ser utilizadapela instituição para uso próprio, ou seja, para a instalação d<strong>as</strong> su<strong>as</strong>unida<strong>de</strong>s. Então, nós vemos que foram se incorporando patrimôniosimóveis ao acervo imobiliário da Previdência Social. Tenta-se, háalgum tempo, a alienação <strong>de</strong>sses imóveis. A Previdência Social temcomo missão precípua a arrecadação <strong>de</strong> contribuições previ<strong>de</strong>nciári<strong>as</strong> e46


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASo pagamento <strong>de</strong> benefícios. Na verda<strong>de</strong>, então, vimos que era necessário<strong>de</strong>sfazer-se <strong>de</strong>sses bens, aqueles bens que nós não utilizávamos paranoss<strong>as</strong> unida<strong>de</strong>s. Então começamos essa <strong>de</strong>simobilização, através <strong>de</strong>projetos, planos nacionais <strong>de</strong> <strong>de</strong>simobilização, no qual temos umparceiro que nos acompanha <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, que se chama CaixaEconômica Fe<strong>de</strong>ral. A Caixa Econômica entra na avaliação <strong>de</strong>ssesimóveis. Eis aqui uma d<strong>as</strong> principais dificulda<strong>de</strong>s enfrentad<strong>as</strong> naalienação, que não possibilitaram a venda <strong>de</strong>sses imóveis, da maioria<strong>de</strong>les, eis que, além <strong>de</strong> fatores econômicos, <strong>de</strong> um mercado que não eracomprador, e até hoje verificamos isso, a Caixa Econômica, através dosseus laudos <strong>de</strong> avaliação, verificamos que eles têm um preço bem acimado mercado. Então se verifica que, n<strong>as</strong> avaliações feit<strong>as</strong> pela Caixa, nãose tem uma real... na avaliação não se leva em conta uma real situaçãodo imóvel, <strong>as</strong> condições físic<strong>as</strong> do imóvel. Então, se em <strong>de</strong>terminadazona, calculamos nós, que valha um cubo e meio o metro quadrado,dois cubos, enfim, ali se multiplicam. O INSS tem um imóvel <strong>de</strong> 100metros, se multiplica, faz uma operação matemática, e aí se chega aovalor. Isso, na verda<strong>de</strong>, nós temos visto que tem dificultado. Nós temospreços, até porque os imóveis já sofrem os efeitos da obsolescência, sãoimóveis que têm certo grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração, e eles, então... nós nãoconseguimos efetivar ess<strong>as</strong> vend<strong>as</strong>. Nós fizemos um trabalho que<strong>de</strong>nominamos Projeto Araucári<strong>as</strong> III, nos três Estados do Sul, anop<strong>as</strong>sado, procurando uma administração participativa, <strong>de</strong> intercâmbioentre os três Estados, e oferecemos sugestões à Direção Geral do INSS,no sentido <strong>de</strong> que nós pudéssemos, através <strong>de</strong> um processo licitatório,terceirizar a administração e a alienação <strong>de</strong>sses imóveis. Nós achamosque a Previdência Social, a sua missão, como eu falei, é bem aten<strong>de</strong>r osseus segurados, oferecer-lhes... reconhecer os seus direitos e arrecadar<strong>as</strong> contribuições, fiscalizar a arrecadação d<strong>as</strong> contribuições ao INSS.Então, nós sugerimos, primeiro, que se contrate, através <strong>de</strong> um processo<strong>de</strong> licitação, uma empresa que cui<strong>de</strong> da regularização <strong>de</strong>sses imóveis eque, usando do know how <strong>de</strong>ssa empresa, ela também proceda àalienação <strong>de</strong>sses imóveis. Nós achamos que a nossa missão é a queacabei <strong>de</strong> citar e que nós não somos imobiliária e não temos47


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASconhecimento também... não temos verb<strong>as</strong> publicitári<strong>as</strong> para divulgar,para ven<strong>de</strong>r esses produtos. Então, nós achamos, e já sugerimos, queisso fosse feito através <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> licitação, para que nóspudéssemos terceirizar. Sabemos que <strong>as</strong> dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> venda sãogran<strong>de</strong>s, pelos fatores acima já referidos. Isso se <strong>de</strong>monstra através d<strong>as</strong>estatístic<strong>as</strong>, ao longo do tempo. E sabemos também que existe umapreocupação muito gran<strong>de</strong> da Direção Geral da Previdência Social, doMinistro da Previdência. Foi constituído, recentemente, um grupo <strong>de</strong>trabalho em nível ministerial, cuidando exatamente <strong>de</strong>ssa questão, <strong>de</strong>oferecer sugestões para que nós consigamos <strong>de</strong>simobilizar maisrapidamente o nosso patrimônio. Nós, aqui no Estado, temos 216imóveis, sendo que usamos, <strong>de</strong>sses 216, 76 imóveis. Teríamos, então,para fins <strong>de</strong> alienação, 137. Entendido ter uma alienação a retirada <strong>de</strong>alguns imóveis do patrimônio do INSS e transferido para outros entespúblicos que ocupam esses imóveis, principalmente <strong>as</strong> Prefeitur<strong>as</strong>, osMinistérios e o Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Então, nós teríamos queimóveis cedidos a órgãos públicos, ocupados, a órgãos públicos são 67.Então, nós teríamos, na verda<strong>de</strong>, para alienar aqui no Estado, 79. Nós, apartir <strong>de</strong> 98, colocamos vários imóveis em licitação, em número <strong>de</strong> 69,e conseguimos alienar somente nove imóveis — percentual baixíssimo,menos <strong>de</strong> 15%. Então, na verda<strong>de</strong>, nós achamos que isso <strong>de</strong>va... nóstenhamos uma solução a respeito, haja vista que está sendo estudadocom muito interesse pelo Ministério da Previdência e AssistênciaSocial. Nós temos aqui também du<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> paralisad<strong>as</strong> que, até opresente momento, não tinham uma solução, haja vista que el<strong>as</strong> estavamsub judice. Temos uma obra para construção <strong>de</strong> uma agência daPrevidência Social, um antigo posto, na cida<strong>de</strong> da Gran<strong>de</strong> Porto Alegre,na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Alvorada. Uma obra que, na verda<strong>de</strong>, foi licitada em julho<strong>de</strong>... foi firmado um contrato em julho <strong>de</strong> 89, sob uma gestão anterior,<strong>de</strong>pois houve a mudança <strong>de</strong> gestão, e na verda<strong>de</strong> nós verificamos queessa obra, à época, havia sido construída com b<strong>as</strong>e num convênio<strong>as</strong>sinado pela Prefeitura <strong>de</strong> Alvorada com o INSS, na qual havia — oex-INPS, à época — a promessa <strong>de</strong> cessão <strong>de</strong>ssa área, sem existirqualquer documento dominial hábil que permitisse à instituição48


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASconstruir em cima. Então, houve, na verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pois, umaregularização, a Prefeitura ce<strong>de</strong>u essa área ao INSS, e restou uma<strong>de</strong>manda judicial com a construtora, que reclamava o pagamento <strong>de</strong>parcel<strong>as</strong>, contra <strong>as</strong> quais o INSS se insurgia. Houve o recurso aosegundo grau e a <strong>de</strong>cisão foi prolatada em... o acórdão, em 8 <strong>de</strong> março<strong>de</strong> 2001, e a execução <strong>de</strong> sentença veio agora em maio. Então, nósteremos <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nizar a construtora, num cálculo já conferido, éliquidação <strong>de</strong> sentença, 147 mil reais. Já estamos solicitando a dotaçãoorçamentária correspon<strong>de</strong>nte à Direção Geral do INSS, para que nósconsigamos... Calculamos que com mais 150 mil consigamos concluiressa obra e termos uma unida<strong>de</strong> em Cachoeirinha; em Alvorada, aliás.Temos a outra, que é Cachoeirinha, que também, na administraçãoanterior, em 89, com a lei municipal <strong>de</strong> promessa <strong>de</strong> doação comcláusula <strong>de</strong> reversão ao INSS, foi construída sem qualquer escritura eregistro no competente Registro <strong>de</strong> Imóveis. Então, ess<strong>as</strong>irregularida<strong>de</strong>s foram apurad<strong>as</strong> através <strong>de</strong> <strong>inquérito</strong> administrativo, que<strong>de</strong>terminei já em 92. Foram apurad<strong>as</strong> <strong>as</strong> responsabilida<strong>de</strong>s doSuperinten<strong>de</strong>nte da época, e existe um processo <strong>de</strong> execução fiscalcobrando essa dívida <strong>de</strong>ssa pessoa. E esses fatos... foram, <strong>as</strong>sim queapurad<strong>as</strong> <strong>as</strong> responsabilida<strong>de</strong>s, punidos alguns servidores com pena <strong>de</strong>suspensão. E para aquel<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> que não pertenciam, como essesenhor, aos quadros da Previdência Social, do INSS, foi promovida acompetente notícia ao Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> da União, à Polícia Fe<strong>de</strong>ral, eos processos, então, têm seu curso normal. Estamos cobrando oressarcimento <strong>de</strong>sse prejuízo. Eu queria também mencionar aos Srs.Deputados que, a partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 99, através da Portaria 6.247,<strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, do então Ministro Wal<strong>de</strong>ck Ornél<strong>as</strong>, se criou oregimento, se editou o regimento do INSS. O INSS, que já vinha há seismeses p<strong>as</strong>sando por uma <strong>comissão</strong>, por uma transição, ele provocouuma profunda alteração na sua estrutura com a criação d<strong>as</strong> gerênci<strong>as</strong>executiv<strong>as</strong>, sendo que <strong>as</strong> superintendênci<strong>as</strong>, a partir <strong>de</strong>sse momento, <strong>de</strong><strong>de</strong>zembro, têm somente uma função <strong>de</strong> articulação entre ess<strong>as</strong>gerênci<strong>as</strong>. Tod<strong>as</strong> ess<strong>as</strong> ativida<strong>de</strong>s, que antes eram <strong>de</strong> competência daSuperintendência, a partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 99 foram atribuíd<strong>as</strong> aos49


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASsenhores gerentes executivos — nove aqui no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, cemem todo o Br<strong>as</strong>il. Era praticamente isso. Coloco-me à disposição dosSrs. Deputados para, na medida do possível, do que souber, respon<strong>de</strong>raos questionamentos. “Indagado sobre quantos imóveis possui o INSS no Estado respon<strong>de</strong>u o seguinte:“O órgão, o INSS, aqui no Estado, possui 216 imóveis. Desses216, 76 são <strong>de</strong> uso próprio, 137 se divi<strong>de</strong>m em imóveis que po<strong>de</strong>m seralienados a terceiros e imóveis... sendo que, <strong>de</strong>sses, 70 — para ser maisclaro — po<strong>de</strong>m ser alienados e 67 são ocupados por órgãos públicos.Leia-se, na gran<strong>de</strong> maioria dos c<strong>as</strong>os, pelo SUS, que antigamentepertencia ao Sistema Nacional <strong>de</strong> Previdência e Assistência Social, oINAMPS, m<strong>as</strong> que cuidava da saú<strong>de</strong>. Com a <strong>de</strong>scentralização, primeiro,para os Governos Estaduais, e <strong>de</strong>pois com a municipalização plena ouparcial, que p<strong>as</strong>sou para os Governos Municipais, nós p<strong>as</strong>samos acompartilhar os nossos prédios com... ou ce<strong>de</strong>r esses prédios para oSUS. Só para ter uma idéia, Deputado... “Poxa, 67 prédios que sãoocupados por órgãos públicos”. Nós temos aqui... O Deputado Nar<strong>de</strong>sconhece bem o Hospital Presi<strong>de</strong>nte Varg<strong>as</strong>, que é um prédio que estáem nome do INSS. Por quê? Porque quem administrava à época osimóveis do Sistema Nacional <strong>de</strong> Previdência e Assistência Social, doqual o INAMPS fazia parte, era o IAPAS. E hoje há uma gran<strong>de</strong>discussão. É do Ministério da Saú<strong>de</strong>, é do Governo Estadual, é doGoverno Municipal ou é do INSS? Essa discussão... Nós sabemos quehá algum tempo foi criada uma <strong>comissão</strong> interministerial para resolveressa questão patrimonial, até porque pesa no estoque do INSS o númeroaqui... Veja o senhor, no Rio Gran<strong>de</strong>, temos 62 — imagine em todo oBr<strong>as</strong>il —, que na verda<strong>de</strong> são ocupados... Nós temos um prédio aqui naRua Riachuelo com a Borges <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros, o Prédio Br<strong>as</strong>iliano <strong>de</strong>Moraes, bem próximo daqui, que era do antigo IAPI e que hoje éocupado pelo Ministério da Saú<strong>de</strong>, ocupado pela Advocacia-Geral daUnião, e nós... consta no nosso acervo imobiliário, no nossopatrimônio.”50


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASA respeito <strong>de</strong> inv<strong>as</strong>ões <strong>de</strong> imóveis públicos no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, prestou ainda osseguinte esclarecimentos:“Bom, quanto às inv<strong>as</strong>ões, nós temos áre<strong>as</strong> aqui, principalmenteaqui em Porto Alegre, on<strong>de</strong> trago algum exemplo, e até para ser bem...Nós temos Rua Condor, área 1, área 2, 3, 4; Paulino Azurenha. M<strong>as</strong>para nós sermos <strong>as</strong>sim bem mais práticos, às vezes, eu acho que a genteusando vulgos, termos mais comuns, a gente consegue i<strong>de</strong>ntificar. Nóstemos no bairro... os maiores lotes nossos no Jardim Camaquã e na VilaMaria Degolada também(...) só para lhe dar um exemplo, no BairroJardim Camaquã, um lote aqui <strong>de</strong> 44.613 metros, que está invadido.Isso vem <strong>de</strong> trinta, quarenta anos atrás. Nós temos, na verda<strong>de</strong>,empreendido gran<strong>de</strong>s esforços junto à Prefeitura Municipal <strong>de</strong> PortoAlegre e com a parceria, digamos <strong>as</strong>sim, <strong>de</strong> uma <strong>as</strong>sociação <strong>de</strong>moradores — ACOMOJACA. É a Associação dos Moradores do BairroCamaquã, Jardim Camaquã, e eles têm nos procurado, e a gerenteexecutiva <strong>de</strong> Porto Alegre também. São pesso<strong>as</strong> que querem regularizara sua situação. Na verda<strong>de</strong>, a parte que <strong>de</strong>pendia do INSS, doslevantamentos planimétricos, foram por nós contratados, a fim <strong>de</strong> fazera individuação da área. E nós... todo esse processo pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> solução daSecretaria Municipal da Habitação. Existe um protocolo, Deputados —se eu não me engano é <strong>de</strong> 81, firmado entre a Prefeitura e a atualadministração da época — acho que era o INPS, na época; o IAPAS, naépoca, <strong>de</strong>sculpe —, e no qual a Prefeitura <strong>de</strong> Porto Alegre secomprometia a adquirir gleb<strong>as</strong>, lotes, para <strong>de</strong>pois distribuir a ess<strong>as</strong>pesso<strong>as</strong>, a esses que invadiram <strong>as</strong> áre<strong>as</strong>, esses moradores. Na verda<strong>de</strong>isso aí só ficou no protocolo <strong>de</strong> intenções, em que pesem <strong>as</strong> noss<strong>as</strong>vári<strong>as</strong> reuniões com a Prefeitura <strong>de</strong> Porto Alegre, com o Governo doEstado também, com a Secretaria Estadual da Habitação, visando a um<strong>as</strong>olução para esse problema. E, como disse, a parte que nos cabia fazer— a nós, do INSS — foi feita. Vári<strong>as</strong> reuniões foram feit<strong>as</strong> com osmoradores, com a <strong>as</strong>sociação. São pesso<strong>as</strong> séri<strong>as</strong>, humil<strong>de</strong>s,trabalhador<strong>as</strong>. A gente vê que eles não querem morar <strong>de</strong> graça e ter aincerteza <strong>de</strong> um dia po<strong>de</strong>rem ser <strong>de</strong>spejados, o que seria até difícil. M<strong>as</strong>51


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASeles querem ter o seu lote, a sua c<strong>as</strong>inha em cima, pagar impostos, e issoestá na Prefeitura <strong>de</strong> Porto Alegre. É uma coisa que na verda<strong>de</strong> nóstemos que resolver. Será melhor para todos: para o INSS, para osmoradores, para a socieda<strong>de</strong>, enfim.”1.3. AUDIÊNCIA REALIZADA EM CURITIBA, NO DIA 9 DEAGOSTO DE 2001, PARA OITIVA DOS SEGUINTES DEPOENTES:ELIZABETE FÁTIMA SÉER DA SILVA – Gerente <strong>de</strong> Patrimônio do Estado do Paraná.AUGUSTO CANTO NETO - Secretário <strong>de</strong> Obr<strong>as</strong> do Estado do Paraná.ELIZABETH LOBO DOS SANTOS ELPO – Superinten<strong>de</strong>nte Regional do INSS.ALCYONE VASCONCELOS R. SALIBA – Secretária <strong>de</strong> Educação Básica do Estado doParaná.JOÃO ALBERTO SANTCHUK - Chefe <strong>de</strong> Distrito do Departamento Nacional <strong>de</strong> Estrad<strong>as</strong> <strong>de</strong>Rodagem — DNER.PAULINHO DALMAZ – Engenheiro do Departamento <strong>de</strong> Estrad<strong>as</strong> <strong>de</strong> Rodagem — DER.DEPOIMENTO DA SRA. ELIZABETE FÁTIMA SÉER DA SILVA.Prestou, inicialmente, os seguintes esclarecimentos sobre o patrimônio da União:“O Patrimônio da União tem como função institucional administrar osimóveis <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> da União. Esses imóveis, nós temos imóveis que sãocaracterizados como próprios nacionais — que são aqueles utilizados noServiço Público Fe<strong>de</strong>ral — e temos os imóveis dominiais, que sãocaracterizados por aqueles terrenos, hoje, na sua gran<strong>de</strong> maioria, os terrenos <strong>de</strong>Marinha, acrescidos, <strong>de</strong> Marinha. Nós temos também dominiais localizados nointerior do Estado, m<strong>as</strong> esses geralmente são ocupados por órgãos públicosfe<strong>de</strong>rais, estaduais e municipais, n<strong>as</strong> su<strong>as</strong> ativida<strong>de</strong>s institucionais. A nível <strong>de</strong>próprio nacional, o controle <strong>de</strong>sses imóveis, algum tempo atrás, ficou um poucorelegado em função da estrutura do Patrimônio da União, que não atendia àsnecessida<strong>de</strong>s para que nós pudéssemos fazer um levantamento <strong>de</strong>sses imóveis.A nova gestão do Patrimônio — que teve início em final <strong>de</strong> 98, início <strong>de</strong> 99 —implantou o recad<strong>as</strong>tramento <strong>de</strong>sses imóveis; criou um novo sistema, que vai52


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASsubstituir o atual sistema, que já é arcaico e não aten<strong>de</strong> mais às necessida<strong>de</strong>s doPatrimônio. Esse recad<strong>as</strong>tramento está nos possibilitando i<strong>de</strong>ntificar os imóveis<strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> da União e <strong>as</strong> su<strong>as</strong> situações. Nós ainda estamos na f<strong>as</strong>e <strong>de</strong>recad<strong>as</strong>tramento. São du<strong>as</strong> f<strong>as</strong>es: o recad<strong>as</strong>tramento, que vai levantar... que tempor objetivo levantar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> imóveis, quem os estão utilizando, e <strong>as</strong>egunda f<strong>as</strong>e, que <strong>de</strong>ve começar no início <strong>de</strong> 2002, que tem por objetivoregularizar a situação dos imóveis que porventura não estejam sendo utilizadosda forma como <strong>de</strong>veriam. A nível <strong>de</strong> Paraná, até on<strong>de</strong> nós pu<strong>de</strong>mos chegar, nósestamos com aproximadamente 90% dos imóveis recad<strong>as</strong>trados — nãoregularizados; recad<strong>as</strong>trados. Nós não encontramos, a nível <strong>de</strong> Paraná, nenhumproblema <strong>as</strong>sim que nós possamos dizer que... Aqui, no c<strong>as</strong>o, a CPI é <strong>de</strong> obr<strong>as</strong>inacabad<strong>as</strong>. Nós não temos nenhum c<strong>as</strong>o... não verificamos, até o momento,nenhum c<strong>as</strong>o <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> inacabad<strong>as</strong>. A função do Patrimônio da União não éverificar se <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> estão inacabad<strong>as</strong> ou não. Essa não é a ativida<strong>de</strong> doPatrimônio da União. Por quê? Porque quando você entrega um imóvel para umórgão público fe<strong>de</strong>ral, estadual ou municipal — no c<strong>as</strong>o, mais o fe<strong>de</strong>ral...Porque quando você entrega uma terra nua ou um prédio para ele construir, ouadministrar, ou reformar, a administração <strong>de</strong>sse imóvel p<strong>as</strong>sa totalmente paraesse órgão. Então, os recursos são <strong>de</strong>sse órgão. Os recursos não são doPatrimônio para ele construir <strong>as</strong> obr<strong>as</strong>. Por exemplo, se eu entrego um imóvelpara o TRT — eu tenho uma terra nua e entrego para o TRT; ele quer construira se<strong>de</strong> da Junta <strong>de</strong> Conciliação —, os recursos vêm para o TRT; do Governopara o TRT. Então, o Patrimônio não entra nesse mérito da construção doprédio. No c<strong>as</strong>o <strong>de</strong> imóveis mal utilizados... Eu não sei o que a CPI enten<strong>de</strong>riapor mal utilizados. Depois, até eu gostaria que... Nós temos os imóveisutilizados por órgãos públicos, tanto fe<strong>de</strong>rais como municipais. Uns estãousando realmente áre<strong>as</strong> maiores do que às vezes necessitaria. Isso não é... issonão é uma característica... isso não é uma situação normal, são exceções. M<strong>as</strong>esse trabalho <strong>de</strong> recad<strong>as</strong>tramento justamente visa solucionar esta situação:chegar, após o recad<strong>as</strong>tramento, fazer uma análise da racionalida<strong>de</strong> do uso doimóvel e possibilitar que mais órgãos públicos usem aquele imóvel que,porventura, estiver sendo mal utilizado. Eu entendo por mal utilizado... Issoaqui, a nível <strong>de</strong> Paraná. Porque nós não temos, a nível <strong>de</strong> Paraná, situações <strong>de</strong>utilização ina<strong>de</strong>quada dos imóveis. Os imóveis que nós não temos aplicados no53


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASServiço Público, que porventura nós verificamos que a situação, a vocação <strong>de</strong>lesnão seja para utilização <strong>de</strong> órgão público, nós, imediatamente, após <strong>as</strong>consult<strong>as</strong>, disponibilizamos para alienação, para que a gente não fique com oimóvel, porque nós não temos recursos para manter esses imóveis. Então, <strong>as</strong>aída que menos prejuízo traz à União é alienar esses imóveis e que órgãopúblico fe<strong>de</strong>ral não tenha interesse na sua utilização. Eu acho que... Bom, euquero <strong>de</strong>ixar claro que o Patrimônio da União, a função do Patrimônio daUnião, ela é cartorial. O Patrimônio da União é o cartório da União. Tododocumento, todo contrato <strong>de</strong> cessão, alienação ou locação, ele tem força <strong>de</strong>escritura pública, que sai do Patrimônio da União. Então, o documento sai doPatrimônio da União, <strong>as</strong>sinado pelo Procurador da Fazenda Nacional, que é orepresentante legal da União, direto para o cartório <strong>de</strong> registro <strong>de</strong> imóveis, paraprovi<strong>de</strong>nciar o registro.”Disse não ter conhecimento <strong>de</strong> nenhuma obra inacabada.Indagada sobre terrenos <strong>de</strong> marinha, prestou os seguintes esclarecimentos:“Veja, nós temos um cad<strong>as</strong>tro <strong>de</strong> terrenos <strong>de</strong> Marinha. Nãotemos <strong>de</strong> todos por quê? Porque nós, constantemente, estamos fazendoo cad<strong>as</strong>tramento dos terrenos <strong>de</strong> Marinha. Hoje, nós temosaproximadamente 8 mil imóveis cad<strong>as</strong>trados no Paraná. M<strong>as</strong> nós temosum potencial <strong>de</strong> cad<strong>as</strong>tramento bem maior. Só que nós temos que contarcom recursos financeiros e humanos. O Patrimônio da União não temuma estrutura a<strong>de</strong>quada ainda para entrar com o planejamento <strong>de</strong> elepróprio fazer esse trabalho. Então, muit<strong>as</strong> vezes, nós optamos porterceirizar esse trabalho, contratação <strong>de</strong> empres<strong>as</strong> para fazer essetrabalho. No Paraná, nós fizemos isso em 98, no Município <strong>de</strong>Guaratuba. E estamos agora trabalhando no sentido <strong>de</strong> adotar o mesmoprocedimento no Município <strong>de</strong> Matinhos. M<strong>as</strong> até agora não saiurecurso, não foi liberado recurso para que a gente pu<strong>de</strong>sse fazer essetrabalho.”Mencionou ainda que há, no Estado, aproximadamente, cerca <strong>de</strong> oito mil imóveiscad<strong>as</strong>trados, incluindo próprios nacionais, imóveis <strong>de</strong> interior, fora os terrenos <strong>de</strong> Marinha.Desses imóveis, a <strong>de</strong>poente acredita que 99% estão sendo utilizados por órgãos públicosfe<strong>de</strong>rais.54


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASInformou que o prédio do IBC, em Ponta Grossa, foi permutado com a CONAB,.Não sendo mais <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> da União.Quanto às ilh<strong>as</strong> <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> da União, fez os seguintes comentários:“ Nós estamos agora também fazendo um trabalho <strong>de</strong>levantamento d<strong>as</strong> ilh<strong>as</strong>. Nós não tínhamos, até então. Nósestamos fazendo esse trabalho <strong>de</strong> levantamento. Nós, nessetrabalho, em muit<strong>as</strong> ilh<strong>as</strong> nós não conseguimos chegar. E, atéem virtu<strong>de</strong> disso, ness<strong>as</strong> ilh<strong>as</strong> não <strong>de</strong>ve ter ocupação. M<strong>as</strong> nósconseguimos chegar a 79 ilh<strong>as</strong>. E, <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> ilh<strong>as</strong>, on<strong>de</strong> nósencontramos mais ocupação, maior número <strong>de</strong> ocupantes, forama Ilha d<strong>as</strong> Peç<strong>as</strong>, a Ilha do Superagui, que compõe o ParqueNacional do Superagui, a Ilha R<strong>as</strong>a. Há algum<strong>as</strong> ocupações naIlha da Cotinga, que é ilha indígena, m<strong>as</strong> que estamos, na áreaindígena, cancelando os cad<strong>as</strong>tramentos, <strong>as</strong> inscrições queforam feit<strong>as</strong> no p<strong>as</strong>sado. E, <strong>de</strong>pois que ela se tornou áreaindígena, ela não é p<strong>as</strong>sível <strong>de</strong> ocupação. Então, nós estamoscancelando ess<strong>as</strong> ocupações e estamos tentando cad<strong>as</strong>trar <strong>as</strong>ocupações da Ilha d<strong>as</strong> Peç<strong>as</strong> e da Ilha do Superagui. M<strong>as</strong> nósainda não obtivemos o aval do IBAMA, que, por ser um parquenacional, ter a área do parque <strong>de</strong>limitada — e tem o entorno doparque, que está fora da área, que é on<strong>de</strong> se encontram ess<strong>as</strong>ocupações —, nós estamos aguardando o aval do IBAMA parapo<strong>de</strong>r cad<strong>as</strong>trar esse pessoal e retirar aqueles que não po<strong>de</strong>mficar na área.”DEPOIMENTO DO SR. AUGUSTO CANTO NETO – Secretário <strong>de</strong> Obr<strong>as</strong> doEstado do Paraná.Explicou que a Secretaria <strong>de</strong> Obr<strong>as</strong> do Estado do Paraná, no tocante às obr<strong>as</strong> fe<strong>de</strong>rais,só tem recursos do Ministério da Justiça, através da Secretaria <strong>de</strong> Segurança Pública do Estadodo Paraná, na construção <strong>de</strong> penitenciári<strong>as</strong>. Encontra-se em execução a penitenciária <strong>de</strong>Piraquara, que é uma penitenciária <strong>de</strong> segurança máxima. Essa obra iniciou-se em janeiro <strong>de</strong> 98e houve a falência da firma construtora no ano 2000. Foi retomada a obra seis meses <strong>de</strong>pois e55


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASatualmente ela se encontra praticamente em f<strong>as</strong>e <strong>de</strong> conclusão, com data prevista para fins <strong>de</strong>outubro, início <strong>de</strong> novembro.Mencionou ainda convênio do Ministério da Justiça com a Secretaria <strong>de</strong> Segurança Pública doEstado do Paraná, para a reforma <strong>de</strong> quatorze penitenciári<strong>as</strong>, d<strong>as</strong> quais sete já estão concluíd<strong>as</strong>,<strong>de</strong>vendo <strong>as</strong> <strong>de</strong>mais ser concluíd<strong>as</strong> no prazo máximo <strong>de</strong> sessenta di<strong>as</strong>, no valor <strong>de</strong> 520 mil reais.Com relação à área <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, citou o Hemocentro <strong>de</strong> C<strong>as</strong>cavel, construído no anop<strong>as</strong>sado no valor <strong>de</strong> 1 milhão e a construção <strong>de</strong> um laboratório central no Estado, com recursosdo SUS, no valor <strong>de</strong> oito milhões <strong>de</strong> reais, cujo processo encontra-se em f<strong>as</strong>e <strong>de</strong> licitação.Indagado sobre construção <strong>de</strong> penitenciári<strong>as</strong> fez o seguinte comentário:“A Penitenciária <strong>de</strong> Piraquara foi iniciada no dia 15 <strong>de</strong> janeiro<strong>de</strong> 1998. O valor <strong>de</strong> licitação máximo era 8.864.839,54 centavos. Afirma ganhadora é a Cotelli Construtora Técnica LTDA., <strong>de</strong>u um<strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> 32,91%. O valor máximo <strong>de</strong> 8,8 milhões, caiu para5.948.000. Foram aditados mais 1.601.00, fechando o valor máximo daobra em 7.550.105,36. Essa obra iniciou no dia 15 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 98 eteve sua paralisação no dia 6 <strong>de</strong> abril do ano 2000, inclusive em funçãoda insolvência da firma construtora. Nós tivemos a paralisação da obracom 71,53% <strong>de</strong> obra executada e paga. Nós sofremos com isso uma<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> da obra, rescindimos os contratos, fizemos uma novalicitação e reiniciamos a obra ainda no ano 2000, no dia 28 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<strong>de</strong> 2000, on<strong>de</strong> a firma vencedora foi a construtora SIAL ConstruçõesCivis LTDA., nosso valor era <strong>de</strong> 3.304.345,19, e a firma construtora<strong>de</strong>u um <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> 15,8%, fazendo um contrato <strong>de</strong> 2.782.258,65. Até apresente data, não há aditivo contratual nenhum nessa segunda etapa, ea conclusão está prevista para o dia 26 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2001.”DEPOIMENTO DA SRA. ELIZABETH LOBO DOS SANTOS ELPO – Superinten<strong>de</strong>nteRegional do INSS.Explicou que, a partir da nova estrutura do INSS, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 99, o papel da Superintendênciaé um papel <strong>de</strong> articulador junto às gerênci<strong>as</strong>-executiv<strong>as</strong>, que no Estado do Paraná são cinco:gerência-executiva em Curitiba, C<strong>as</strong>cavel, Londrina, Maringá e Ponta Grossa, e a quemcompete então <strong>de</strong>ntro, <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização, a responsabilida<strong>de</strong> junto a todos osimóveis e obr<strong>as</strong>.Prosseguiu fazendo os seguintes comentários56


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS“Nós temos no Estado 52 imóveis próprios, dos quais 37 estãosendo utilizados, cinco estão cedidos, aliás, cinco são cedidos para oINSS e <strong>de</strong>z são cedidos pelo INSS. Temos ainda oito imóveis que sãolocados, temos dois imóveis prontos para <strong>de</strong>simobilizar, os quais jáentraram no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> licitação — foi apresentada uma proposta <strong>de</strong>leilão, m<strong>as</strong> não apareceu comprador —, e três imóveis a gente consi<strong>de</strong>racomo reserva técnica. E <strong>de</strong>sses imóveis que estão cedidos, elesprecisariam <strong>de</strong> uma regularização, no sentido <strong>de</strong> a gente estar dandomelhor aproveitamento a eles, porque existe um certo custo para o INSSem estar com esses imóveis parados.”Indagada sobre obr<strong>as</strong> em execução, afirmou que há uma última obra sendo executada, nomo<strong>de</strong>lo do Programa <strong>de</strong> Melhoria <strong>de</strong> Atendimento. Disse que todos os requisitos da Lei <strong>de</strong>Licitações têm sido observados na realização <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> pelo INSS, no Estado.A SRA. ALCYONE VASCONCELOS R. SALIBA – Secretária <strong>de</strong> Educação Básica doEstado do Paraná.Inicialmente, a <strong>de</strong>poente fez o seguinte pronunciamento:“Peço permissão ao Presi<strong>de</strong>nte, Deputado Fe<strong>de</strong>ral DamiãoFeliciano, para ler o ofício que eu enviei, no dia 27 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2001, àComissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito <strong>de</strong> Obr<strong>as</strong> Inacabad<strong>as</strong>. Eu tenhocópi<strong>as</strong> extr<strong>as</strong>, c<strong>as</strong>o sejam necessári<strong>as</strong>. Posso, inclusive, começar já adistribuir. No ofício eu digo, Sr. Presi<strong>de</strong>nte, que: “Acusamos orecebimento do Ofício nº 172-Pres., pelo qual V.Exa. comunica ainstalação, nessa Douta Câmara dos Deputados, da ComissãoParlamentar <strong>de</strong> Inquérito, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>investigar</strong> obr<strong>as</strong>inacabad<strong>as</strong> que tenham recebido recursos fe<strong>de</strong>rais. Temos a satisfação<strong>de</strong> informar-lhe que os convênios firmados entre esta Secretaria <strong>de</strong>Estado da Educação” — eu <strong>de</strong>ixei bem claro que, no Estado do Paraná,a Secretaria <strong>de</strong> Educação não é da Cultura e dos Esportes juntos, é só daEducação, básica na verda<strong>de</strong> — “e o Ministério da Educação, noperíodo 1999/2000, foram executados plenamente, envolvendo açõespara a capacitação <strong>de</strong> profissionais da educação no Estado, aquisição <strong>de</strong>material didático-pedagógico e equipamentos para o EnsinoFundamental <strong>de</strong> Educação <strong>de</strong> Jovens e Adultos e Educação Especial.57


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASNo corrente ano <strong>de</strong> 2001, estão sendo executados, via” — um órgãovinculado à Secretaria <strong>de</strong> Estado da Educação — “PARANATEC –Agência para o Desenvolvimento do Ensino Técnico do Estado doParaná (órgão vinculado a esta Secretaria), os convênios relativos aoPROEP, o novo Programa <strong>de</strong> Expansão da Educação Profissional, comrecursos” — sim, do Ministério da Educação, via a SEMTEC, aSecretaria <strong>de</strong> Educação Média e Tecnológica. Esses recursos são<strong>de</strong>stinados ao Centro <strong>de</strong> Educação Profissional <strong>de</strong> Londrina e <strong>de</strong>Curitiba, os que já estão em execução. Nós temos mais convênios<strong>as</strong>sinados, apen<strong>as</strong> em execução dois. “Tais recursos <strong>de</strong>stinam-se aosinvestimentos <strong>de</strong> infra-estrutura física, equipamentos técnicopedagógicos,consultoria e capacitação <strong>de</strong> pessoal...”. Da mesma forma,o outro órgão vinculado, uma unida<strong>de</strong> administrativa <strong>de</strong>ssa Secretaria,que é o Instituto <strong>de</strong> Desenvolvimento Educacional do Paraná –FUNDEPAR, “responsável por obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> construção e restauro <strong>de</strong>prédios escolares, pelo gerenciamento do Fundo Rotativo” — recursosque vão aten<strong>de</strong>r diretamente n<strong>as</strong> escol<strong>as</strong> necessida<strong>de</strong>s administrativ<strong>as</strong> e<strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> — “e da Merenda Escolar, também não seenquadram nos objetivos a que se <strong>de</strong>stina a Comissão retromencionada,por não possuir obr<strong>as</strong> inacabad<strong>as</strong> que tenham recebido recursosfe<strong>de</strong>rais. Desta forma” — é nosso entendimento — “não existe objetopara o meu comparecimento na Assembléia Legislativa do Estado doParaná” — nesta data — “para prestar esclarecimentos” sobre obr<strong>as</strong>inacabad<strong>as</strong> com recursos fe<strong>de</strong>rais. Em sumário, os recursos que nósrecebemos por convênios do Ministério da Educação, <strong>de</strong> uma maneirageral, são para equipamentos, capacitação e a aquisição <strong>de</strong> materiaisdidático-pedagógicos. Já há muito tempo, aliás, recursos fe<strong>de</strong>rais doMinistério da Educação, do FNDE, não chegam para <strong>as</strong> Regiões Sul...para a Região Sul do País, porque a priorida<strong>de</strong> do Ministério daEducação, em termos <strong>de</strong> obr<strong>as</strong>, é o Nor<strong>de</strong>ste e o Norte, e está correto.Então, <strong>as</strong> noss<strong>as</strong>, o nosso sucesso em obter recursos fe<strong>de</strong>rais, estásempre na área <strong>de</strong> capacitação ou aquisição <strong>de</strong> material para a educação<strong>de</strong> jovens e adultos e para a educação especial. Agora, sim, no anop<strong>as</strong>sado, tivemos o primeiro gran<strong>de</strong> sucesso na obtenção <strong>de</strong> recursos58


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASfe<strong>de</strong>rais para a educação profissional, e dois convênios estão emandamento sem nenhum problema.”Negou qualquer envolvimento <strong>de</strong> sua Secretaria com obr<strong>as</strong> inacabad<strong>as</strong> e disse que <strong>as</strong>informações <strong>de</strong> que dispõe sobre <strong>as</strong>sunto são apen<strong>as</strong> aquel<strong>as</strong> já veiculad<strong>as</strong> pela imprensa.DEPOIMENTO DO SR. JOÃO ALBERTO SANTCHUK – Chefe do Distrito do DNER.Proce<strong>de</strong>u à exposição <strong>de</strong> sli<strong>de</strong>s, durante a qual fez os seguintes comentários:“Em primeiro lugar, vamos falar sobre o Corredor SãoPaulo-Curitiba-Florianópolis, que é sem dúvida alguma a obra maisimportante do Governo Fe<strong>de</strong>ral, não só no Paraná, m<strong>as</strong> no Sul do Br<strong>as</strong>ilnos últimos anos. Como todos sabem, como todos nós sabemos, osinvestimentos no Br<strong>as</strong>il, principalmente em infra-estrutura, por qu<strong>as</strong>ecerca <strong>de</strong> quinze anos, estiveram muito abaixo da necessida<strong>de</strong> pordiversos problem<strong>as</strong> que o Br<strong>as</strong>il enfrentou durante esse período. E osinvestimentos em gran<strong>de</strong>s obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> infra-estrutura só p<strong>as</strong>saram a serpossíveis através da estabilização da moeda no Br<strong>as</strong>il e através,evi<strong>de</strong>ntemente, da negociação da dívida externa, renegociação. A partir<strong>de</strong>sse ano, então, o Br<strong>as</strong>il p<strong>as</strong>sou a se habilitar e a buscarfinanciamentos internacionais, como é o c<strong>as</strong>o <strong>de</strong>ssa obra extremamenteimportante e vital mesmo para o Sul do Br<strong>as</strong>il e para todo oMERCOSUL, cujo projeto inicial já tinha sido realizado há cerca <strong>de</strong>vinte anos. Então, há vinte anos já se imaginava e verificava que eraimportante a execução <strong>de</strong>sta obra. E só após, então, a nova estabilizaçãodo Br<strong>as</strong>il é que isso foi possível. Esse financiamento foi possível <strong>de</strong> serobtido junto ao Banco Interamericano <strong>de</strong> Desenvolvimento e ao Banco<strong>de</strong> Importação e Exportação do Japão, atualmente o JBIC e o BID.Bom, a execução d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> do Corredor São Paulo-Curitiba-Florianópolis tem uma extensão total <strong>de</strong> 660 quilômetros e busca, outraz em benefício, a ampliação <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> do tráfego — primeiroobjetivo. Segundo, elevação do nível <strong>de</strong> serviço e, em termos <strong>de</strong>segurança, redução dos elevados índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes que haviaanteriormente. As obr<strong>as</strong> do Corredor compreen<strong>de</strong>m b<strong>as</strong>icamente a59


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASduplicação da pista existente; a restauração da pista antiga; no c<strong>as</strong>o doParaná, a implantação do contorno Leste <strong>de</strong> Curitiba, com 45quilômetros, já em pista dupla; a implantação <strong>de</strong> pontes e viadutos; arecuperação e o alargamento d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> antig<strong>as</strong>, que vão ser realizad<strong>as</strong>na segunda etapa; e a implantação d<strong>as</strong> praç<strong>as</strong> <strong>de</strong> pedágio, também n<strong>as</strong>egunda etapa. Esses dois últimos itens vão ser realizad<strong>as</strong> pel<strong>as</strong> futur<strong>as</strong>concessionári<strong>as</strong> do Corredor.Aqui é um quadro que mostra <strong>de</strong> modo bem simplificado osprincipais serviços. Neste quadro mostra-se todo o Corredor, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> SãoPaulo a Florianópolis, on<strong>de</strong> nós observamos que são 60 milhões <strong>de</strong>metros cúbicos <strong>de</strong> terraplanagem, que foram ou estão sendo realizad<strong>as</strong>em f<strong>as</strong>e final; 4 milhões e 400 mil tonelad<strong>as</strong> em CBUQ, concreto<strong>as</strong>fáltico; 188 nov<strong>as</strong> pontes e viadutos, e um túnel, em Santa Catarina.No c<strong>as</strong>o do Paraná, nessa primeira etapa, nós tivemos o <strong>de</strong>sdobramentoda execução d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> em nove lotes <strong>de</strong> obr<strong>as</strong>, que ali estãorelacionad<strong>as</strong>, numa extensão total <strong>de</strong> 187 quilômetros <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> noParaná. Aqui nós apresentamos um quadro resumido da duplicação daBR-116, na divisa com São Paulo, que são 43 quilômetros <strong>de</strong> extensão,e quatro obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> artes especiais, entre pontes e viadutos novos. Aquinós temos algum<strong>as</strong> fotos que mostram, na etapa <strong>de</strong> obr<strong>as</strong>, como estava oavanço d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> no Corredor, algum<strong>as</strong> em f<strong>as</strong>e final e algum<strong>as</strong> emestágios mais... Aqui uma visão ampla <strong>de</strong> um trecho da variante. Aqui éo final da duplicação, na Represa do Capivari, on<strong>de</strong> nós vemos na partedo fundo a ponte antiga, que foi alargada, reforçada e recuperada —p<strong>as</strong>sou inclusive <strong>de</strong> cl<strong>as</strong>se; mudou <strong>de</strong> cl<strong>as</strong>se 36 para cl<strong>as</strong>se 45 tonelad<strong>as</strong><strong>de</strong> carga —, e a ponte nova, na própria Represa do Capivari. Aqui é acontinuação da duplicação. Aqui nós já vemos a restauração da BR-116.Nós tínhamos lá um trecho que já estava duplicado, já era duplicado,m<strong>as</strong> que sofreu restauração e melhoramentos; foi objeto <strong>de</strong> restauraçãoe melhoramentos com 30 quilômetros <strong>de</strong> extensão entre a Represa doCapivari e a entrada do Contorno Leste. Aqui a interseção <strong>de</strong>sse trechocom a estrada histórica da Graciosa, no Paraná. Então, esse viaduto foiexecutado nessa interseção. Aqui outro <strong>as</strong>pecto da rodovia. Aqui umretorno. Em toda a BR-116 os retornos foram executados em locais60


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASon<strong>de</strong> <strong>as</strong> du<strong>as</strong> pist<strong>as</strong> estavam com uma diferença, digamos <strong>as</strong>sim, emplanta, <strong>de</strong> maneira que se possa executar o retorno com muito maissegurança, quando o retorno é em nível, evi<strong>de</strong>ntemente. Aqui nósiniciamos a parte do Contorno Leste <strong>de</strong> Curitiba, que são 45quilômetros <strong>de</strong> extensão, totalmente implantados em pista dupla e on<strong>de</strong>é prevista a execução <strong>de</strong> 25 obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> artes especiais, entre pontes,viadutos e p<strong>as</strong>sagens inferiores, d<strong>as</strong> quais 22 já estão totalmenteconcluíd<strong>as</strong> e três em execução. Aqui uma vista aérea do ContornoLeste, justamente no início, na interseção do Contorno Leste com a BR-116, na saída para São Paulo. A mesma coisa, uma visão já do ContornoLeste. Aqui um viaduto do Contorno Leste sobre a rodovia estadual.Aqui é o trevo do Contorno Leste com a BR-277. Dentro do ContornoLeste vamos ter cinco gran<strong>de</strong>s interseções do tipo trevo completo. Esse,provavelmente, vai ser o principal <strong>de</strong>les com a BR-277. Aqui outro<strong>as</strong>pecto do Contorno. Aqui é outra interseção do Contorno Leste com aBR-376, na conexão que leva até Santa Catarina. Mesma coisa, umavista geral do trecho. Aqui já é a restauração e melhoramentos da BR-376, que liga São José dos Pinhais à divisa <strong>de</strong> Santa Catarina. É umaextensão <strong>de</strong> 69 quilômetros, a rodovia já era em pista dupla, foirestaurada, melhorada e teve o benefício da variante, da Represa doVossoroca, quando foi construída uma nova ponte. Aqui nós vemos ap<strong>as</strong>sarela para pe<strong>de</strong>stres na travessia urbana, em São José dos Pinhais.Mesma coisa. Uma vista da seção transversal da pista duplicada. Aquiuma vista área da Represa do Vossoroca, quando nós observamos, àdireita, um antigo traçado da rodovia; era o principal ponto crítico darodovia, on<strong>de</strong> muitos aci<strong>de</strong>ntes ocorriam anualmente e cujo traçado foi,então, abandonado em função <strong>de</strong>sse novo traçado, com muito maissegurança. Mesma coisa, uma vista aérea. Aqui nós temos alguns sli<strong>de</strong>sque enfocam o <strong>as</strong>pecto ambiental da rodovia. Dentro <strong>de</strong>sse <strong>as</strong>pectoambiental, um dos program<strong>as</strong> mais importantes, pelo qual o BancoInteramericano trabalhou muito nesse sentido, foi o re<strong>as</strong>sentamento <strong>de</strong>quatrocent<strong>as</strong> famíli<strong>as</strong>, que foram transferid<strong>as</strong> <strong>de</strong> áre<strong>as</strong> <strong>de</strong> ocupaçãoirregular, seja do DNER ou da Prefeitura <strong>de</strong> São José dos Pinhais, paraum novo loteamento. Então, são quatrocent<strong>as</strong> famíli<strong>as</strong> que p<strong>as</strong>saram <strong>de</strong>61


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASuma ocupação irregular, em alguns c<strong>as</strong>os em beira <strong>de</strong> rio e <strong>as</strong>sim pordiante, e p<strong>as</strong>saram a morar nesse bairro, cujo projeto foi <strong>de</strong>senvolvidoem convênio entre o DNER, a COHAB <strong>de</strong> Curitiba e a Prefeitura <strong>de</strong>Municipal <strong>de</strong> São José dos Pinhais. O outro programa ambiental <strong>de</strong>muita importância que nós estamos em <strong>de</strong>senvolvimento é a criação doParque Estadual <strong>de</strong> Anhangava, que vemos nesta planta. Vemos aquiCuritiba, o Contorno Leste, neste traçado, em ver<strong>de</strong>, e nós vemos ali oParque Anhangava, que vai ser criado na Serra do Mar com recursos doPrograma Corredor São Paulo—Florianópolis e implantado, digamos<strong>as</strong>sim, <strong>de</strong>senvolvido pelo Governo Fe<strong>de</strong>ral através <strong>de</strong> dois program<strong>as</strong>: oprojeto do parque e o plano <strong>de</strong> manejo, que já foi feito, já está completo,realizado, e a consecução física, digamos <strong>as</strong>sim, <strong>de</strong> implantação doparque, <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> áre<strong>as</strong>. Parte <strong>de</strong>l<strong>as</strong> são do próprio Governodo Estado do Paraná e parte são <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s privad<strong>as</strong>, que vão terque ser <strong>de</strong>sapropriad<strong>as</strong>. Buscam-se ainda os entendimentos. Nósestamos em f<strong>as</strong>e final <strong>de</strong> entendimentos com organizações que<strong>de</strong>senvolvam esse programa; agora, na prática, após a conclusão doplano <strong>de</strong> manejo. É importante <strong>de</strong>stacar aí que a realização <strong>de</strong>sse parqueé uma exigência ambiental do Instituto Ambiental do Paraná e doIBAMA, que são os órgãos licenciadores da obra, como medidacompensatória pela realização — isso <strong>de</strong>ntro da Resolução nº 02 doCONAMA, que prevê essa compensação ambiental pelo dano ambientalpossível <strong>de</strong> ter sido oc<strong>as</strong>ionado pela obra. Ess<strong>as</strong> são algum<strong>as</strong> etap<strong>as</strong>,simplesmente, <strong>de</strong> implantação do parque. Aqui são alguns <strong>as</strong>pectosresumidos da futura concessão da rodovia. Mostram-se aqui <strong>as</strong> futur<strong>as</strong>praç<strong>as</strong> <strong>de</strong> pedágios. Nós vamos ter nesse programa que vem sendoimplantado a licitação para concessão. Ela chegou a ser lançada, m<strong>as</strong>está atualmente suspensa. Nós teremos nesse programa, <strong>de</strong> acordo como previsto, nove praç<strong>as</strong> <strong>de</strong> pedágio entre São Paulo e Florianópolis, com777 quilômetros <strong>de</strong> extensão, sendo, <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> nove, du<strong>as</strong> praç<strong>as</strong> <strong>de</strong>pedágio no Paraná. Agora, vou falar sobre alguns <strong>as</strong>pectos,rapidamente, <strong>de</strong> outr<strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong> do Paraná, <strong>de</strong> outr<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> que<strong>de</strong>senvolvemos nos últimos anos no Paraná. Neste mapa, aqui ficoudifícil <strong>de</strong> visualizar, mostramos b<strong>as</strong>icamente o Corredor São Paulo—62


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASFlorianópolis, em azul, e a Rodovia BR-116, Curitiba até a divisa comSanta Catarina, em Rio Negro. São os dois trechos que estão nesseprograma, que acabei <strong>de</strong> me referir, <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> rodovi<strong>as</strong> fe<strong>de</strong>raisdiret<strong>as</strong>, em <strong>de</strong>senvolvimento pelo Governo Fe<strong>de</strong>ral para concessão. Omais escuro é o Curitiba—Rio Negro, e o azul mais claro é o CorredorSão Paulo—Florianópolis. Então, ess<strong>as</strong> du<strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong>, tanto o CorredorSão Paulo—Florianópolis, estão no Programa <strong>de</strong> Concessão <strong>de</strong>Rodovi<strong>as</strong> <strong>de</strong> pista dupla, e a outra, em azul mais escuro, está a BR-116,<strong>de</strong> Curitiba até... Na verda<strong>de</strong>, esse trecho está mostrado aí só no Paraná,m<strong>as</strong> eles são 400 quilômetros <strong>de</strong> extensão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Curitiba até a divisacom o Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, quer dizer, percorre o trecho do Estado <strong>de</strong>Santa Catarina; são 400 quilômetros. Então, essa rodovia faz parte <strong>de</strong>Programa <strong>de</strong> Concessão <strong>de</strong> Rodovi<strong>as</strong> Fe<strong>de</strong>rais em pista simples. Os doiseditais estão atualmente suspensos, aguardando <strong>de</strong>cisão. Este sli<strong>de</strong>agora mostra outro programa <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento pelo GovernoFe<strong>de</strong>ral/DNER, que são a restauração e a <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong> rodovi<strong>as</strong>fe<strong>de</strong>rais. É um programa que o Governo Fe<strong>de</strong>ral já vem <strong>de</strong>senvolvendohá alguns anos, e agora nós estamos realmente na f<strong>as</strong>e final paralicitação d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>. Todo esses trechos que estão <strong>de</strong>stacados ali, nessacor mais escura — Bocaiúva do Sul, Curitiba também; são cinco trechosque estão mostrados ali —, são rodovi<strong>as</strong> cujo projeto foi elaborado peloGoverno do Estado do Paraná, através do Departamento <strong>de</strong> Estrad<strong>as</strong> <strong>de</strong>Rodagem, já recebeu a não-objeção do BID, que é um dos órgãosfinanciadores, e está em f<strong>as</strong>e <strong>de</strong> aprovação pelo Governo Fe<strong>de</strong>ralatravés do DNER. A partir disso, <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> vão ser licitad<strong>as</strong> peloGoverno do Estado do Paraná através <strong>de</strong> convênio com o GovernoFe<strong>de</strong>ral. As rodovi<strong>as</strong> vão ser restaurad<strong>as</strong> através <strong>de</strong>sses contratos e, apartir disso, o Estado do Paraná vai p<strong>as</strong>sar a <strong>as</strong>sumir a conservação e amanutenção <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong>, através <strong>de</strong> um protocolo <strong>de</strong> intenções já<strong>as</strong>sinado. Então, tod<strong>as</strong> ess<strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong> p<strong>as</strong>sarão para o Governo doEstado do Paraná. Aqui nós mostramos, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> outro programa jáimplantado, em pleno <strong>de</strong>senvolvimento — <strong>de</strong> amplo conhecimento, euacredito —, que são <strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong> fe<strong>de</strong>rais que foram <strong>de</strong>legad<strong>as</strong> aoGoverno do Estado do Paraná, através da Lei nº 9.277; foram <strong>de</strong>legad<strong>as</strong>63


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASao Governo do Estado do Paraná, e o Governo do Estado do Paranápromoveu a concessão <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong> à iniciativa privada. Então, tod<strong>as</strong>ess<strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Paranaguá, p<strong>as</strong>sando por Curitiba, até Foz doIguaçu, <strong>de</strong>pois C<strong>as</strong>cavel até divisa com São Paulo, <strong>de</strong>pois do RioParaná até Curitiba, todo o anel <strong>de</strong> integração e mais os ramais <strong>de</strong>acesso estão atualmente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1997, em exploração através dainiciativa privada, com a coor<strong>de</strong>nação do Governo do Estado do Paraná.Então, nós vemos aí que, <strong>de</strong> 3.400 quilômetros <strong>de</strong> rodovi<strong>as</strong> fe<strong>de</strong>rais noParaná, 1.700 quilômetros, 50% praticamente, foram <strong>de</strong>legados parafins <strong>de</strong>sse programa <strong>de</strong> concessão. Estão em pleno <strong>de</strong>senvolvimento.Vamos mostrar agora, rapidamente, alguns sli<strong>de</strong>s <strong>de</strong> outr<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> noEstado do Paraná, <strong>de</strong> rodovi<strong>as</strong> não-financiad<strong>as</strong>, digamos <strong>as</strong>sim, obr<strong>as</strong>não-financiad<strong>as</strong>. A mais importante <strong>de</strong>l<strong>as</strong>, sem dúvida nenhuma, pelomenos nós consi<strong>de</strong>ramos, é o Contorno Sul <strong>de</strong> Curitiba, que são 15quilômetros <strong>de</strong> extensão e dão continuida<strong>de</strong> ao Contorno Leste <strong>de</strong>Curitiba. O programa... Na verda<strong>de</strong>, então, a implantação do ContornoLeste <strong>de</strong> Curitiba, com 45 quilômetros <strong>de</strong> extensão em pista dupla, e aduplicação do Contorno Sul <strong>de</strong> Curitiba, que é a seqüência, com mais15 quilômetros, com isso, nós teremos, a partir já do final do ano, ou anossa previsão é o cronograma até fevereiro do ano que vem, aexecução completa, a finalização do Contorno Leste <strong>de</strong> Curitiba, naimplantação, mais a duplicação e a restauração do Contorno Sul. Nósteremos, então, um anel rodoviário com 60 quilômetros em pista dupla,totalmente novo, ligando todos <strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong> fe<strong>de</strong>rais que chegam emCuritiba. Então, será um gran<strong>de</strong> anel rodoviário com 60 quilômetros <strong>de</strong>extensão em pista dupla. Nós vemos aqui um <strong>as</strong>pecto da obra. Aqui umtrecho já implantado. Agora, aqui nós temos um quadro que mostra aBR-153, a Transbr<strong>as</strong>iliana. É uma obra com 80 quilômetros <strong>de</strong>extensão, que liga Ventania até a BR-376, em Alto do Amparo. É umarodovia <strong>de</strong> extrema importância para o Sul do Br<strong>as</strong>il. O DNER licitouess<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> implantação e pavimentação. As obr<strong>as</strong> foram iniciad<strong>as</strong> jáem junho <strong>de</strong> 97 e foram paralisad<strong>as</strong> em janeiro <strong>de</strong> 99. É a obra doParaná, que eu posso <strong>de</strong>stacar, digamos <strong>as</strong>sim, que está paralisada hámais tempo, ou a única obra paralisada que nós temos aqui <strong>de</strong>64


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASimplantação. Nós temos lá uma extensão <strong>de</strong> 83 quilômetros <strong>de</strong>implantação e pavimentação, d<strong>as</strong> quais nós vemos no quadro embaixoum avanço físico <strong>de</strong> 37 quilômetros <strong>de</strong> terraplanagem já concluída euma pavimentação <strong>as</strong>fáltica completa já <strong>de</strong> 11 quilômetros. Nós temoslá uma previsão <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> 40 milhões, dos quais já foramexecutados 7, e temos a previsão <strong>de</strong> uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais 32milhões para concepção final dos objetivos. Aqui se mostra uma foto<strong>de</strong>ssa rodovia do trecho <strong>de</strong> 11 quilômetros já pavimentado. Este outroquadro mostra outra rodovia <strong>de</strong> muita importância para o Sul do Br<strong>as</strong>il,para a região do Paraná, principalmente, que liga Curitiba a São Paulo.É a antiga Estrada da Ribeira, que até 1960 era a única ligação entre aCapital do Estado do Paraná e <strong>de</strong> São Paulo. Essa obra iniciou-se emagosto do ano p<strong>as</strong>sado. É um ano praticamente, que está se completandoagora. Nós temos 94 quilômetros <strong>de</strong> extensão, <strong>de</strong> pavimentaçãoprevista, dos quais a terraplanagem já completou 64 quilômetros, e játemos 12,8 quilômetros praticamente <strong>de</strong> pavimento concluído. Aqui semostra uma foto do <strong>as</strong>pecto final da rodovia, <strong>de</strong>sses 13 quilômetros jápavimentados. É uma rodovia <strong>de</strong> menor cl<strong>as</strong>se, digamos <strong>as</strong>sim, emtermos <strong>de</strong> cl<strong>as</strong>sificação funcional, m<strong>as</strong> pavimentada com concreto<strong>as</strong>fáltico, quer dizer, o revestimento <strong>de</strong> melhor qualida<strong>de</strong>. Seguiu-se aíb<strong>as</strong>icamente o traçado da rodovia existente. Aqui nós temos alguns<strong>as</strong>pectos da Rodovia Boia<strong>de</strong>ira, uma rodovia <strong>de</strong> extrema importânciatambém, que liga a ponte <strong>de</strong> Porto Camargo com Mato Grosso do Sul eo Estado do Paraná. Essa rodovia está em <strong>de</strong>senvolvimento através <strong>de</strong>três lotes <strong>de</strong> construção. Foi iniciada em 98. Sofreu uma paralisação.Um dos lotes foi reiniciado em setembro <strong>de</strong> 99 e foi recentementeconcluído já. Então, nós temos lá, dos 75 quilômetros, 33 jápavimentados, totalmente pavimentados e concluídos. Aqui se mostrauma foto da estrada já pronta e com a pintura do eixo. Depois, ela jásofreu a pintura dos bordos também. A região é... Essa rodovia tem um<strong>as</strong>pecto interessante, que ela é praticamente uma reta em planta. São 75quilômetros <strong>de</strong> extensão, praticamente. Outra foto. Aqui nós temosoutro quadro que mostra a Curitiba—Araucária, uma obra que foi<strong>de</strong>senvolvida nos últimos quatro, cinco anos, e nós, recentemente, cerca65


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS<strong>de</strong> dois meses atrás, concluímos finalmente a duplicação dos últimos 2,6quilômetros na travessia urbana <strong>de</strong> Araucária. Então, é uma obra muitoimportante, que foi recentemente concluída. Aqui nós mostramos oquadro <strong>de</strong> Santa Teresinha, Foz do Iguaçu. É uma duplicação da BR-277, que foi executada já há mais anos. Também é uma duplicaçãomuito importante na chegada <strong>de</strong> Foz do Iguaçu, on<strong>de</strong> se verificava,anteriormente à execução <strong>de</strong>ssa obra, freqüentes congestionamentos nachegada da Ponte Br<strong>as</strong>il—Paraguai. Aqui nós temos um trecho <strong>de</strong>restauração da BR-153, entre União da Vitória e a divisa com SantaCatarina. São... Desculpem-me, ali o quadro está errado. São 74,9quilômetros <strong>de</strong> extensão, dos quais nós temos a restauração <strong>de</strong> 22quilômetros já completos. Ela está em <strong>de</strong>senvolvimento atualmente.Aqui nós mostramos um viaduto <strong>de</strong> Bairro Alto, na travessia urbana <strong>de</strong>Curitiba da BR-116, que foi recentemente realizado pelo DNER. Era oponto... Esse ponto da BR-116 era oficialmente <strong>de</strong>terminado como oquinto ponto crítico mais importante do Br<strong>as</strong>il em termos <strong>de</strong> rodovi<strong>as</strong>fe<strong>de</strong>rais, em termos <strong>de</strong> números <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. O próximo mostra a ponte<strong>de</strong> Adrianópolis, obra que nós realizamos na divisa do Paraná com SãoPaulo. É uma obra com 120 metros <strong>de</strong> extensão. M<strong>as</strong> a importância <strong>de</strong>laé que essa região, ess<strong>as</strong> du<strong>as</strong> cida<strong>de</strong>s, Adrianópolis e Ribeira, ficaramdois anos sem ponte. A única que existia foi levada pel<strong>as</strong> enchentes.Ficaram... Todo o tráfego da rodovia ficou p<strong>as</strong>sando através <strong>de</strong> balsa noRio Ribeira. Qu<strong>as</strong>e dois anos levaram-se para executar essa ponte. Aquié uma ponte sobre o Rio Tibagi, uma ponte muito importante também.Era um dos principais pontos críticos do Paraná. Acho que foiconcluído, não é? (Pausa.) Ah, concluiu. Então, nós concluímos aqui aexposição d<strong>as</strong> principais obr<strong>as</strong> que vêm sendo <strong>de</strong>senvolvid<strong>as</strong> emrodovi<strong>as</strong> fe<strong>de</strong>rais no Paraná nos últimos anos.”Acerca <strong>de</strong> questionamentos sobre a BR-476 Adrianópolis/Curitiba, informou que jáforam executados 6 milhões e meio <strong>de</strong> reais e que neste ano estão alocados no Orçamento daUnião treze milhões e oitocentos mil reais, dos quais 2 milhões foram liberados.Disse que essa obra está em andamento e relatou o seguinte66


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS“Nós estamos com uma gran<strong>de</strong> extensão já <strong>de</strong> terraplanagemconcluída e temos já 12 quilômetros <strong>de</strong> pavimentação concluídos. Sãoos serviços que estão em pleno <strong>de</strong>senvolvimento e em bom ritmo. Sebem que agora, nesses últimos meses, nós tivemos já que diminuir oritmo, porque os recursos se esgotaram. Então, nós estamos realmentena expectativa. Evi<strong>de</strong>ntemente eu vou com b<strong>as</strong>tante freqüência aBr<strong>as</strong>ília, ao Ministério dos Transportes e ao DNER. E a previsão doMinistério dos Transportes era <strong>de</strong> que houvesse uma liberação <strong>de</strong>recursos até o mês <strong>de</strong> julho. Inclusive os <strong>as</strong>sessores do Ministro nosgarantiram que nós não p<strong>as</strong>saríamos o mês <strong>de</strong> julho sem haver umaliberação pela área econômica do Governo, coisa que não aconteceu atéo momento. Então, realmente nós estamos vivendo agora uma f<strong>as</strong>e <strong>de</strong>expectativa, porque os recursos se esgotaram e nós estamos justamentenuma f<strong>as</strong>e em que, ou os recursos são liberados ou nós, infelizmente,teríamos que paralisar a obra.”Foi indagado sobre o viaduto do Complexo da Renault do trecho do Lote 5 <strong>de</strong> São Josédos Pinhais, sobre o qual prestou os seguintes esclarecimentos:“Com relação a esse viaduto, o que eu posso registrar aqui e,digamos <strong>as</strong>sim, informar é que esse viaduto estava previsto no projetooriginal do Contorno Leste a ser realizado na Estrada da Roseira, querdizer, é uma estrada municipal não pavimentada que cruza o ContornoLeste. Então, esse viaduto simplesmente ligaria essa rodovia estadualpara não interceptar o sistema viário local. Com o advento da vinda daRenault, foi, através do Governo do Estado do Paraná, elaborado umprojeto <strong>de</strong> sistema viário do Município <strong>de</strong> São José dos Pinhais, cujo...da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São José dos Pinhais, <strong>de</strong>sculpe, na qual a Renault seinseriu. E o Governo do Estado do Paraná então <strong>de</strong>senvolveu umprojeto, através <strong>de</strong> uma empresa <strong>de</strong> consultoria, para fazer, para elaboraro projeto do sistema viário <strong>de</strong>ssa cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São José dos Pinhais. Nessa<strong>de</strong>finição, o DNER participou, através <strong>de</strong> um representante, <strong>de</strong> umengenheiro representante da área <strong>de</strong> projetos, e eles <strong>de</strong>finiram um<strong>de</strong>terminado ponto <strong>de</strong> acesso para a Renault no Contorno Leste <strong>de</strong>67


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASCuritiba para <strong>as</strong> <strong>de</strong>mais indústri<strong>as</strong>. E foi solicitado então que o DNERsimplesmente modific<strong>as</strong>se o local <strong>de</strong>sse viaduto — em vez <strong>de</strong> ficar naEstaca 1.100, p<strong>as</strong>sou para a Estaca 980, uma coisa <strong>as</strong>sim, próximo. Sãocerca <strong>de</strong> 300 metros, uma coisa <strong>as</strong>sim, que foi <strong>de</strong>scolado o viaduto. M<strong>as</strong>ele estava previsto no projeto, estava previsto no contrato, foiexecutado, está pronto. Simplesmente foi mudado do local, para ficarexatamente no traçado <strong>de</strong> acesso à Renault, conforme <strong>de</strong>senvolvido peloEstado do Paraná, após esse entendimento. E o Governo do Estado doParaná, através da COMEC, que é a Coor<strong>de</strong>nação da RegiãoMetropolitana em Curitiba, <strong>as</strong>sumiu o compromisso <strong>de</strong> realizar <strong>as</strong> obr<strong>as</strong><strong>de</strong> terraplanagem e pavimentação <strong>de</strong> acesso, que não estavam previst<strong>as</strong>no nosso contrato, porque o contrato previa a integração <strong>de</strong> uma rodoviajá existente. Esse viaduto foi realizado, m<strong>as</strong>, infelizmente, o Governo, aobra <strong>de</strong> arte, o viaduto, a parte <strong>de</strong> concreto foi realizada por nós, pelocontrato do Contorno Leste, m<strong>as</strong> o acesso ainda não foi realizado peloGoverno do Estado do Paraná, através do COMEC. E nós tivemos umareunião recente, inclusive com diretores da Renault, tambémpreocupados com a <strong>de</strong>mora, uma vez que o Contorno Leste está em f<strong>as</strong>efinal, digamos <strong>as</strong>sim, <strong>de</strong> conclusão, e o acesso não está executado ainda.Então, pelo nosso conhecimento, e concluindo, Sr. Deputado, oGoverno do Estado do Paraná está <strong>de</strong>finindo com a Renault quem vaiexecutar esse acesso, m<strong>as</strong>, realmente, não é nosso objeto, e não vai ser oGoverno Fe<strong>de</strong>ral que vai executar esse acesso, conforme entendimentoque foi mantido.”explanação:Em seguida foi indagado sobre a Rodovia Boia<strong>de</strong>ira, a BR 487, tendo feito a seguinte“A Rodovia Boia<strong>de</strong>ira, a BR–487, está dividida, entre CampoMourão e Cruzeiro do Oeste, em três lotes. São 75 quilômetros <strong>de</strong>extensão. O primeiro lote, com 33 quilômetros, eu falei muitorapidamente antes, já está concluído, está pronto, só está sendo feitoalgum acabamento, e, no Orçamento da União do DNER <strong>de</strong>ste ano, <strong>de</strong>2001, nós temos alocados neste trecho, até Porto Camargo, inclusive, 1568


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASmilhões, cerca <strong>de</strong> 15 milhões <strong>de</strong> reais, dos quais apen<strong>as</strong> 2 foramliberados. Então nós vivemos atualmente justamente essa f<strong>as</strong>e críticaque nós vivemos também na Ribeira, cujos recursos foram praticamenteesgotados. Um dos lotes aí no c<strong>as</strong>o foi concluído, está totalmentepronto, pavimentado, e aguardamos então essa liberação da áreaeconômica do Governo e dos Ministérios dos Transportes para acontinuação dos trabalhos. Ela não está paralisada porque nós temosainda algum recurso alocado, já empenhado, ainda não utilizado, m<strong>as</strong>estamos muito próximos, digamos <strong>as</strong>sim, também <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>cisão: ou <strong>de</strong>paralisar a obra ou da liberação dos recursos.”Quanto às balanç<strong>as</strong> no Paraná, explicou que, como em qu<strong>as</strong>e a totalida<strong>de</strong> do Br<strong>as</strong>il,estão atualmente paralisad<strong>as</strong>. P<strong>as</strong>sou então a fazer este relato:“Nós tínhamos no Paraná <strong>de</strong>z balanç<strong>as</strong>, <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> fix<strong>as</strong>, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>porte. Sete <strong>de</strong>l<strong>as</strong> foram transferid<strong>as</strong> para o Governo do Estado doParaná através <strong>de</strong>sse convênio da <strong>de</strong>legação e estão <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sseprograma <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> rodovi<strong>as</strong>. As três balanç<strong>as</strong> remanescentes sãodu<strong>as</strong> na BR-116 para o Sul do Br<strong>as</strong>il. Estão nesse programa <strong>de</strong>concessão <strong>de</strong> rodovi<strong>as</strong>, <strong>de</strong> rodovi<strong>as</strong> em pist<strong>as</strong> simples, que está em f<strong>as</strong>e<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. E nós temos então remanescente uma balança apen<strong>as</strong>, emJacarezinho, na BR-153, para a qual nós, digamos <strong>as</strong>sim, não temos umprograma imediato <strong>de</strong> retomada da operação. Como os senhores sabem,o DNER paralisou qu<strong>as</strong>e a totalida<strong>de</strong> d<strong>as</strong> balanç<strong>as</strong> no Br<strong>as</strong>il por falta <strong>de</strong>recursos orçamentários e financeiros. Vivia-se, na verda<strong>de</strong>, umproblema: O DNER operava a balança, gerava-se mult<strong>as</strong> por excesso <strong>de</strong>carga. M<strong>as</strong>, por falta <strong>de</strong> convênio, digamos <strong>as</strong>sim... Não se tinhaconvênio entre o DNER e todos os DETRANs do Br<strong>as</strong>il. E como oscaminhões, a maioria <strong>de</strong>les, trafegam em gran<strong>de</strong>s distânci<strong>as</strong>, comgran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>slocamentos, na gran<strong>de</strong> maioria d<strong>as</strong> vezes, o caminhão sofriauma multa em outro Estado, por causa do problema <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> convênioentre Governo Fe<strong>de</strong>ral e DETRANs e uma bolsa, digamos <strong>as</strong>sim, paramult<strong>as</strong>, e o DNER acabava não recebendo ess<strong>as</strong> mult<strong>as</strong>. Então, oGoverno Fe<strong>de</strong>ral, o DNER, achou mais razoável paralisar <strong>as</strong> balanç<strong>as</strong>porque o déficit é muito gran<strong>de</strong>. O DNER p<strong>as</strong>sou a... Digamos <strong>as</strong>sim,69


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASatualmente, o Ministério vive um problema: existe uma dívida junto àsempres<strong>as</strong> que operavam <strong>as</strong> balanç<strong>as</strong>. Então ess<strong>as</strong> balanç<strong>as</strong> estãorealmente paralisad<strong>as</strong>, e apen<strong>as</strong> uma <strong>de</strong>l<strong>as</strong>, então, no Paraná, é que<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, digamos <strong>as</strong>sim, está fora do programa <strong>de</strong> concessão. Eu possoinclusive lhe informar, Sr. Deputado, que o DNER já licitou inclusivenov<strong>as</strong> empres<strong>as</strong> para a operação <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> balanç<strong>as</strong>. Existem contratos já<strong>as</strong>sinados, novos contratos <strong>as</strong>sinados no ano p<strong>as</strong>sado, em 2000, m<strong>as</strong> <strong>as</strong>or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> início <strong>de</strong> serviço não foram emitid<strong>as</strong> por falta <strong>de</strong> garantia dosrecursos.”Outro tema sobre o qual foi questionado o <strong>de</strong>poente diz respeito a <strong>de</strong>sapropriaçõesprocedid<strong>as</strong> no Estado, a respeito do que <strong>as</strong>sim se pronunciou:“Bom, nós temos dois program<strong>as</strong>, o programa <strong>de</strong><strong>de</strong>sapropriação propriamente dito, e aquele programa <strong>de</strong>re<strong>as</strong>sentamento. No programa <strong>de</strong> re<strong>as</strong>sentamento, só resumindo o queeu já tinha falado, d<strong>as</strong> 400 famíli<strong>as</strong> restam apen<strong>as</strong> quatro famíli<strong>as</strong> <strong>as</strong>erem remanejad<strong>as</strong>. Ess<strong>as</strong> famíli<strong>as</strong> têm... Como o senhor se referiu, Sr.Deputado, algum<strong>as</strong> <strong>de</strong>l<strong>as</strong> entraram com interdito proibitório, umprocesso judicial. A Advocacia-Geral da União, que representa oDNER, está trabalhando nesse processo. Já houve, digamos <strong>as</strong>sim, umaposição favorável ao DNER nesse sentido, m<strong>as</strong>, evi<strong>de</strong>ntemente, todosque trabalham nesse programa estão preocupados com o <strong>as</strong>pecto sociale, através da AGU, que está coor<strong>de</strong>nando esse trabalho, procura-se fazeruma transferência provisória <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> famíli<strong>as</strong> para um terreno daPrefeitura <strong>de</strong> São José dos Pinhais para aí o juiz, então, a Justiça <strong>de</strong>cidiro <strong>de</strong>stino que <strong>de</strong>ve ser dado. M<strong>as</strong>, <strong>de</strong> qualquer maneira, são quatrofamíli<strong>as</strong> apen<strong>as</strong> e, pel<strong>as</strong> reuniões que nós temos tido com a AGU doParaná, acreditamos que, em cerca <strong>de</strong> dois ou três meses, teremostotalmente resolvido isso. Com relação à <strong>de</strong>sapropriação, realmente, sãopoucos c<strong>as</strong>os isolados que ainda restam. Evi<strong>de</strong>ntemente, nós temos apreocupação do avanço d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>. Por exemplo, tem um terreno numaalça aqui e ali que po<strong>de</strong> atrapalhar, m<strong>as</strong> a nossa Chefe da Procuradoriado Paraná — inclusive <strong>de</strong>ve estar retornando <strong>de</strong> Br<strong>as</strong>ília amanhã; ficou70


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS<strong>de</strong>s<strong>de</strong> terça-feira até hoje em Br<strong>as</strong>ília — está realmente trabalhandofirme nesse sentido <strong>de</strong> regularizar, digamos <strong>as</strong>sim, <strong>de</strong> retomar essesprocessos. M<strong>as</strong> são poucos ainda, pontuais, digamos <strong>as</strong>sim, que aindarestam para a <strong>de</strong>sapropriação do Contorno Leste.”Finalmente trouxe algum<strong>as</strong> contribuições a respeito <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> rodovi<strong>as</strong> noEstado, que p<strong>as</strong>samos a transcrever:“Bom, Sr. Deputado, com relação ao Programa <strong>de</strong> Delegação eConstrução <strong>de</strong> Rodovi<strong>as</strong> no Paraná, o Governo Fe<strong>de</strong>ral <strong>as</strong>sinou umconvênio, através do Ministério dos Transportes, com o Governo doEstado do Paraná, com a interveniência do DNER e do DER, queevi<strong>de</strong>ntemente é a entida<strong>de</strong> que coor<strong>de</strong>na esses trabalhos. Então, oDNER, no c<strong>as</strong>o, é um interveniente do processo. Des<strong>de</strong> o início doprocesso <strong>de</strong> licitação — todos os trabalhos evi<strong>de</strong>ntemente foram feitospelo Governo do Estado do Paraná —, nós recebemos, digamos <strong>as</strong>sim,relatórios, periódicos que são elaborados pelo Governo do Estado doParaná e Secretaria dos Transportes. Esse programa, digamos <strong>as</strong>sim,como todo mundo conhece aqui no Paraná, sofreu uma série <strong>de</strong>problem<strong>as</strong> porque houve um reflexo muito importante, não sei seprevisto ou imprevisto no programa, que afetou <strong>de</strong> uma maneira muitofirme, digamos <strong>as</strong>sim, os transportadores e o setor agrícolaprincipalmente. Então, o Estado do Paraná, por ter a característicaespecial <strong>de</strong> ter um volume muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> carg<strong>as</strong> sazonais agrícol<strong>as</strong> <strong>de</strong>baixo valor agregado, sofreu muito mais, digamos <strong>as</strong>sim, do que outrosEstados ou que outr<strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong>. Por exemplo, uma rodovia no Paraná,como a BR-277, não é a mesma coisa evi<strong>de</strong>ntemente como a RodoviaDutra que, além <strong>de</strong> ter um tráfego muito maior, evi<strong>de</strong>ntemente tem umtráfego permanente, constante, previsto e <strong>as</strong>sim por diante. Então, otráfego no Paraná, <strong>de</strong> modo geral, sofre uma sazonalida<strong>de</strong> muito gran<strong>de</strong>.E isso, não sei, talvez não tenha sido previsto <strong>de</strong> forma bem prevista noseditais, e causou problem<strong>as</strong>, digamos <strong>as</strong>sim, logo na implantação. Tanto<strong>as</strong>sim que o Governo do Estado do Paraná suspen<strong>de</strong>u temporariamente,baixou a tarifa do pedágio e <strong>de</strong>pois voltou a reajustar, em funçãoinclusive <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>cisão judicial. M<strong>as</strong> o Ministério dos Transportes e a71


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASDiretoria <strong>de</strong> Concessões e Operações do DNER concordaram, pelo quetenho conhecimento, com ess<strong>as</strong> modificações, com ess<strong>as</strong> alteraçõesformalmente, não a Superintendência aqui do Paraná porque nós,b<strong>as</strong>icamente, nos limitamos a receber esse relatórios que sãoencaminhados. M<strong>as</strong> ess<strong>as</strong> <strong>de</strong>cisões, ess<strong>as</strong> modificações e aprovaçõesforam formalizad<strong>as</strong> junto ao Ministério dos Transportes e Diretoria <strong>de</strong>Concessões e Operações do DNER em Br<strong>as</strong>ília.”DEPOIMENTO DO SR. PAULINHO DALMAZ – Engenheiro do DER.O <strong>de</strong>poente negou ter conhecimento <strong>de</strong> algum imóvel <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> da União quepossa estar sendo usado ina<strong>de</strong>quadamente ou em <strong>de</strong>suso no Estado do Paraná, seja urbano ourural.1.4. AUDIÊNCIA REALIZADA EM GOIÂNIA, NO DIA 23DE AGOSTO DE 2001, PARA OITIVA DOS SEGUINTESDEPOENTES:HUMBERTO TANNÚS JUNIOR – Secretário Executivo da Secretaria <strong>de</strong> Educação do Estado<strong>de</strong> GoiásHUMBERTO TANNÚS JUNIOR – Secretário Executivo da Secretaria <strong>de</strong> Educação doEstado <strong>de</strong> GoiásALVARO CESAR LOURENÇO – Representante do Secretário do Meio Ambiente, dosRecursos Hídricos e <strong>de</strong> Habitação do Estado <strong>de</strong> GoiásDEMÓSTENES LÁZARO XAVIER TORRES – Secretário <strong>de</strong> Segurança Pública e Justiça doEstado <strong>de</strong> GoiásSILVIO BEZERRA DA COSTA – Gerente <strong>de</strong> Patrimônio da UniãoJOSÉ OLIMPIO MAIA NETO – Chefe do 12º Distrito Rodoviário Fe<strong>de</strong>ral - DNER - GoiásCARLOS ROSEMBERG GONÇALVES DOS REIS - Presi<strong>de</strong>nte da Agência Goiana <strong>de</strong>Transportes e Obr<strong>as</strong> Públic<strong>as</strong> — AGETOPMARIA INEZ REZENDE DOS SANTOS MARANHÃO - Gerente Executiva do INSSFRANCISCO DOMINGUES DE FARIA – Diretor <strong>de</strong> Obr<strong>as</strong> Rodoviári<strong>as</strong> da Agência Goiana <strong>de</strong>Transportes e Obr<strong>as</strong> Públic<strong>as</strong> — AGETOPGERALDO FERREIRA FÉLIX DE SOUSA – Presi<strong>de</strong>nte da Saneamento <strong>de</strong> Goiás S.A. —SANEAGO72


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASDEPOIMENTO DO O SR. HUMBERTO TANNÚS JUNIOR - Secretário-Executivo daSecretaria <strong>de</strong> Educação, representando a Sra. Raquel Figueiredo Teixeira, Secretária <strong>de</strong>Educação. Iniciou seu <strong>de</strong>poimento, referindo-se a três escol<strong>as</strong> agrícol<strong>as</strong> paralisad<strong>as</strong>. A primeira,na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mozarlândia, está paralisada há vários anos. O <strong>de</strong>poente acredita que cerca <strong>de</strong> 80%dos recursos aplicados nessa obra sejam do Governo Fe<strong>de</strong>ral e 20% <strong>de</strong> recursos da prefeitura. Asegunda obra, paralisada há b<strong>as</strong>tante tempo, também é uma escola agrícola, localizada noMunicípio <strong>de</strong> Aragarç<strong>as</strong>.A terceira obra, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Hidrolândia, é outra escola agrícola, em queforam aplicados recursos fe<strong>de</strong>rais.DEPOIMENTO DO SR. ALVARO CESAR LOURENÇO - Representante do Secretáriodo Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e <strong>de</strong> Habitação do Estado <strong>de</strong> Goiás.Disse <strong>de</strong>sconhecer qualquer obra com recurso fe<strong>de</strong>ral que tenha paralisaçãoou que tenha alguma suspeita <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong> no âmbito da Secretaria do MeioAmbiente e da Habitação.Indagado sobre o sistema <strong>de</strong> irrigação da Fazenda Três Barr<strong>as</strong>, disse <strong>de</strong>sconhecer <strong>as</strong>ituação <strong>de</strong>sse sistema.DEPOIMENTO DO O SR. DEMÓSTENES LÁZARO XAVIER TORRES - Secretário <strong>de</strong>Segurança Pública e Justiça do Estado <strong>de</strong> Goiás.Informou sobre a existência <strong>de</strong> uma obra paralisada com recurso do Governo Fe<strong>de</strong>ral, <strong>as</strong>aber um complexo penitenciário, cuja construção se iniciou em 1994. Trata-se do presídio <strong>de</strong>segurança máxima <strong>de</strong> Goiânia. Numa área <strong>de</strong> 103 mil, 643 metros quadrados, a área construíd<strong>as</strong>eria <strong>de</strong> 13 mil, 457 metros quadrados. E haveria ali três blocos, abrigando 657 vag<strong>as</strong>, com 219vag<strong>as</strong> por bloco. O projeto previa, <strong>de</strong> acordo com a aprovação do próprio Ministério da Justiça,cel<strong>as</strong> individuais, cel<strong>as</strong> coletiv<strong>as</strong> e cel<strong>as</strong>, inicialmente, com oito pesso<strong>as</strong>, <strong>de</strong>pois, foramreadaptad<strong>as</strong> para oito <strong>de</strong>tentos, e, por fim, algum<strong>as</strong> cel<strong>as</strong> po<strong>de</strong>riam contar até com três <strong>de</strong>tentos.Essa obra foi questionada pelo Ministério Público do Estado <strong>de</strong> Goiás, cujoentendimento era o <strong>de</strong> que enten<strong>de</strong>ndo que a Lei <strong>de</strong> Execuções Penais obriga que, em c<strong>as</strong>o <strong>de</strong>regime fechado, o preso <strong>de</strong>va cumprir a pena em cela individual. Daí a ação proposta em 1999,com liminar concedida para impedir a construção. Após per<strong>de</strong>rem essa <strong>de</strong>manda, entraram comoutra ação, alegando que em 1994 houve um superfaturamento da obra.DEPOIMENTO DO O SR. SILVIO BEZERRA DA COSTA - Gerente <strong>de</strong> Patrimônio daUnião.Referiu-se a uma obra inacabada da LBA, em Jataí.73


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASIndagado sobre a situação dos imóveis da União no Estado respon<strong>de</strong>u o seguinte:“Como disse agora, estamos completando o recad<strong>as</strong>tramento. A nossa meta é até o final do ano,quando eliminaremos o sistema SPIU, e entraremos no SPIUNet. O SPIUNet, que vai ficar,inclusive, na Internet, com acesso para todos os br<strong>as</strong>ileiros. Logicamente, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> dadostécnicos que ficarão conosco. Então, até <strong>de</strong>zembro teremos a migração <strong>de</strong>sse sistema para ooutro. Então, no sistema falho, no SPIU, temos — como nossa Gerência é Goiás e Tocantins —no sistema 632 imóveis, m<strong>as</strong> esse é um dado não consistente. Nós estamos hoje compraticamente 90% dos imóveis já vistoriados, vistoriados, não migrados, vistoriados. E aqui noEstado <strong>de</strong> Goiás contamos com 258 imóveis até o momento.”Confirmou a existência <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 92 imóveis da União invadidos.DEPOIMENTO DO SR. JOSÉ OLIMPIO MAIA NETO - Chefe do 12º Distrito RodoviárioFe<strong>de</strong>ral - DNER – Goiás.Explicou que o 12º Distrito Rodoviário tem uma re<strong>de</strong> na faixa <strong>de</strong> 3.700 quilômetros quecompreen<strong>de</strong> o Estado <strong>de</strong> Goiás e o Distrito Fe<strong>de</strong>ral. As rodovi<strong>as</strong> principais são <strong>as</strong> radiais 010,020, 040, 050, 060, 070, 080; também <strong>as</strong> Rodovi<strong>as</strong> 153, 452, 414, e 364. Quanto às obr<strong>as</strong> queestão sendo realizad<strong>as</strong>, <strong>as</strong>sim se pronunciou:“Dentre d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância que tem aqui no 12º Distrito, nós<strong>de</strong>stacamos <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> estratégic<strong>as</strong> em que está em duplicação o trecho <strong>de</strong> Br<strong>as</strong>ília-Anápolis; são 125,7 quilômetros em duplicação. O trecho da BR-153, entre Aparecida<strong>de</strong> Goiânia e Itumbiara, com 189 quilômetros. No trecho da BR-060 que o início daduplicação foi em 98, final <strong>de</strong> 98, nós estamos já com 63 quilômetros já duplicados dos125, 126, aproximadamente. Quer dizer, o trecho já está com qu<strong>as</strong>e mais <strong>de</strong> 60% daobra já concluída e a sua previsão é para julho do próximo ano. Nesse trecho, o valordos contratos foi <strong>de</strong> 132 milhões, foram já g<strong>as</strong>tos 84 milhões e restam ainda paraconclusão da obra 47 milhões, 726 mil. No trecho da BR-153, <strong>de</strong> Aparecida <strong>de</strong> Goiâniaaté Itumbiara, tem 189,4 quilômetros. Esse também está <strong>de</strong>ntro do plano estratégico doGoverno; <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> estão com... São cinco lotes. Eles estão... Com exceção <strong>de</strong> apen<strong>as</strong> umlote, todos eles estão em andamento, e nós já estamos com 28 quilômetros concluídos,sendo que já foram consumidos 26 milhões <strong>de</strong> reais para um total da obra <strong>de</strong> 150milhões <strong>de</strong> reais API. Deverá ter um reajuste <strong>de</strong>vido ao índice inflacionário; que nesseaqui não está computado o reajuste <strong>de</strong>sses valores. Bem, além <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> estratégic<strong>as</strong>em que é importante frisar essa duplicação <strong>de</strong> 126 quilômetros mais 189 quilômetros,nós temos ainda em andamento obr<strong>as</strong> nos contornos, contorno <strong>de</strong> Anápolis; tem parainiciar o contorno <strong>de</strong> Goiânia. Nós estamos também iniciando a restauração da 452, e,74


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASalém <strong>de</strong>ssa obra, além da obra da 452, a BR também, iniciando a BR-070; e, em f<strong>as</strong>e <strong>de</strong>paralisação, a BR-080. Encontra-se parada a obra 414, a BR-414. A BR-080 e a BR-070, que, apesar <strong>de</strong> não ter iniciado, ainda está com alguns probleminh<strong>as</strong> que <strong>de</strong>vem sersanados; e, logo em seguida, reiniciado. Bem, no trecho da BR-060, entre Anápolis,aliás, Br<strong>as</strong>ília-Anápolis, o trecho compreendido <strong>de</strong>ntro do Distrito Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 31,5quilômetros, essa obra encontra-se paralisada <strong>de</strong>vido a problem<strong>as</strong> <strong>de</strong> fiscalização doTCU, em que ele pediu para que fosse feita a remedição, e que foram refeit<strong>as</strong> já. Asmedições... Tinham sido feit<strong>as</strong> três medições no estado inicial e, em seguida, foi feitauma quarta medição, aten<strong>de</strong>ndo já à solicitação do TCU, em que foram levantados todosos serviços realmente já construídos nesse período. E estamos aguardando essaliberação para dar reinício a essa obra. Esse problema do TCU, quando foi feita essafiscalização, o DNER constituiu uma Comissão <strong>de</strong> reavaliação; constituiu também,contratou uma firma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, a firma que se chamava ONA, em que foi feito umlevantamento <strong>de</strong> todos os serviços até então executados. E esse relatório já foiencaminhado também ao TCU. O TCU, ainda não conformado, ainda solicitou aoBatalhão <strong>de</strong> Engenharia, Batalhão <strong>de</strong> Engenharia Rodoviária do Exército que fizesseuma nova verificação, que está sendo executada e está na f<strong>as</strong>e final <strong>de</strong> execução. EssaBR-060, duplicação <strong>de</strong>ntro do Distrito Fe<strong>de</strong>ral, essa que estou me referindo em queaconteceu esse problema com a fiscalização do TCU e que foi feito esse levantamento eque, <strong>de</strong>pois, o DNER já provi<strong>de</strong>nciou uma firma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte; foi fiscalizado, foirevisto, formou a Comissão e nova Comissão foi formada com o Batalhão do Exército.Agora, <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> que se encontram paralisad<strong>as</strong>... Ressaltamos ainda a BR-414. A BR-414ela liga a parte não pavimentada, Cocalzinho até Niquelândia. Uma parte já foi liberada,mais <strong>de</strong> 52 quilômetros foi do primeiro trecho, e o restante do trecho, aproximadamente<strong>de</strong> 170 quilômetros <strong>de</strong> Cocalzinho até Niquelândia, ele foi paralisado também pelo TCUem virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter constatado, primeiro, a não-existência da licença ambiental, o que foiprovi<strong>de</strong>nciado e hoje já se encontra liberado, e, também, a execução do projetoexecutivo, a aprovação do projeto executivo. Essa é uma obra <strong>de</strong>legada ao Estado <strong>de</strong>Goiás, que foi iniciada há b<strong>as</strong>tante tempo e que hoje está <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo, então, <strong>de</strong>ssaaprovação pelo DNER <strong>de</strong>sse processo executivo. A parte ambiental já está concluída eestamos aguardando, então, a análise e aprovação pelo DNER do projeto executivo paraela reiniciar <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> da BR-414. Bem, ainda sobre obr<strong>as</strong> paralisad<strong>as</strong>, nós temos ainda aBR-080. A BR-080 é a ligação <strong>de</strong> Br<strong>as</strong>ília com o Norte; então, no trecho específicoentre Dois Irmãos e Barro Alto, 37 quilômetros foi o que ficou faltando para ser75


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASpavimentado. Esse contrato está paralisado em função da inexistência <strong>de</strong> empenho paraa conclusão da obra. E também o contrato, que é com a firma ENZA, ele não dá paraconcluir a obra. Esses 37 quilômetros, mesmo que sejam alocados todos os recursos<strong>de</strong>stinados ao contrato, até que seja encerrado o valor que comporta esse contrato. Eleestá na faixa <strong>de</strong> uns cinco milhões <strong>de</strong> reais. E o contrato, esses cinco milhões dariampara executar uns 14 quilômetros mais ou menos e restando ainda 25 quilômetros par<strong>as</strong>erem concluídos. Esses 25 quilômetros <strong>de</strong>verão ser — posteriormente após a conclusãoou a entrega da obra —, <strong>de</strong>verão ser licitados ainda também pelo Estado, que é umaobra <strong>de</strong>legada ao Estado <strong>de</strong> Goiás. Bem, ainda na... Falei da 060, da 414, 070... A 070:nós temos dois trechos que estão em f<strong>as</strong>e <strong>de</strong> iniciar a implantação <strong>de</strong>finitiva, apavimentação. O trecho <strong>de</strong> Cocalzinho e Itaguari, qu<strong>as</strong>e 99, qu<strong>as</strong>e 100 quilômetros, e otrecho <strong>de</strong> Aparecida <strong>de</strong> Rio Claro, Aragarç<strong>as</strong> também, nessa faixa <strong>de</strong> 100 quilômetros,perfazendo 300 quilômetros. Nesse trecho inicial que eu citei, <strong>de</strong> Cocalzinho e Itaguari,existe uma ponte que foi construída. Isso há uns 40 anos atrás. Essa ponte ela talvez —não foi construída pelo DNER — tenha sido construída, não sei se pelo DER, há muitosanos. Então, ficou abandonada por esse tempo até que foi dado início ao novo projeto, efoi licitado. Está na f<strong>as</strong>e já <strong>de</strong> divulgação dos resultados. E, provavelmente, <strong>de</strong>verá seraproveitada nesse novo traçado. Talvez tenha que ser feito um reforço, porque, <strong>de</strong>vido àépoca que ela foi calculada e que ela foi construída, m<strong>as</strong> possivelmente <strong>de</strong>verá seraproveitado. Então, nesse trecho <strong>de</strong> Cocalzinho até Itaguari possivelmente <strong>de</strong>verão seriniciad<strong>as</strong> ainda <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> este ano. De Aparecida do Rio Claro até Aragarç<strong>as</strong>, esse trechotambém era um trecho que pertencia ao Estado, obra <strong>de</strong>legada à AGETOP e queretornou ao DNER. Esse trecho foi também fiscalizado pelo TCU. Ele fez algum<strong>as</strong>contestações com relação ao projeto. E o DNER... E exigiu que o DNER a<strong>de</strong>qu<strong>as</strong>se esseprojeto às norm<strong>as</strong> vigentes, o que foi feito. E <strong>de</strong>verá também ser iniciada ainda este ano.(Pausa.) Bem, aqui eu também chamo a atenção que houve agora a licitação e tambémjá a conclusão da parte do Projeto CREMA, no Goiás. Na primeira licitação nacional,ela foi contemplada com 716 quilômetros <strong>de</strong> rodovia para ser restaurada e mantidanesse processo Crema. É um processo financiado pelo Banco Mundial, em que ele fica,transfere para a iniciativa privada, no período <strong>de</strong> cinco anos, e a empresa terá que cuidarda rodovia, com todos os <strong>de</strong>talhes, <strong>de</strong>ixar em bo<strong>as</strong> condições <strong>de</strong> tráfico, restaurando econservando, sinalizando; e será como uma concessão sem pedágio. Isso aí, essecontrato do Crema <strong>de</strong>ve estar iniciando agora no próximo mês <strong>de</strong> setembro.”Comentando os problem<strong>as</strong> que envolvem <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong>legad<strong>as</strong>, emitiu a seguinte opinião:76


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS“A obra <strong>de</strong>legada não é boa coisa para o DNER. A obra <strong>de</strong>legada eu acho quenem <strong>de</strong>veria existir, porque a DNER tem condições <strong>de</strong> fazer uma fiscalização maiseficiente. Tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong>legad<strong>as</strong>, <strong>de</strong> uma maneira geral, têm dado problem<strong>as</strong> comfiscalização do TCU, com o Ministério Público, <strong>de</strong> uma maneira geral. Então, algum<strong>as</strong>obr<strong>as</strong> que estavam sendo <strong>de</strong>legad<strong>as</strong> e que <strong>de</strong>pois retornaram ao DNER, a razão... nãoposso afirmar qual foi a razão, realmente. M<strong>as</strong> eu consi<strong>de</strong>ro positivo esse retorno, umavez que o DNER, n<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong>legad<strong>as</strong>, tem se responsabilizado por uma fiscalizaçãoque ela não tem condições <strong>de</strong> executar a contento, porque o DNER, na obra <strong>de</strong>legada,não contrata a firma fiscalizadora — que, no c<strong>as</strong>o, quando é obra feita <strong>de</strong>pois daadministração direta, o DNER terceiriza a fiscalização e executa uma boa fiscalização.Então, tod<strong>as</strong> ess<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong>legad<strong>as</strong>, <strong>de</strong> uma maneira geral, têm dado problema para oDNER.”Questionado a respeito da BR 070, informou acerca <strong>de</strong> uma ponte <strong>de</strong> 45 anos, que foifeita com recursos e está abandonada. Segundo o <strong>de</strong>poente, os trechos que faltam para concluira rodovia são os <strong>de</strong> Cocalzinho a Itaguari e <strong>de</strong> Aparecida <strong>de</strong> Rio Claro a Aragarç<strong>as</strong>, em torno <strong>de</strong>200 quilômetros.Trouxe ainda informações acerca da BR 080, na qual falta concluir o trecho <strong>de</strong>37 quilômetros entre Barro Alto e Dois Irmãos. Segundo o <strong>de</strong>poente não há verba para serempenhada; o contrato está paralisado há um ano por falta <strong>de</strong> empenho.DEPOIMENTO DO SR. CARLOS ROSEMBERG GONÇALVES DOS REIS - Presi<strong>de</strong>nteda Agência Goiana <strong>de</strong> Transportes e Obr<strong>as</strong> Públic<strong>as</strong> — AGETOP.Prestou esclarecimentos importantes acerca da C<strong>as</strong>a <strong>de</strong> Prisão Provisória, nos seguintestermos:“Na verda<strong>de</strong>, é o seguinte: essa é uma obra que foilicitada em, salvo engano, 1992, e foi iniciada numa f<strong>as</strong>eposterior, com contrato inicial <strong>de</strong> 11 milhões, 650 mil reais,para construção da C<strong>as</strong>a <strong>de</strong> Prisão Provisória, que era a CPP. Alei <strong>de</strong> licitações que regeu essa contratação é a anterior à 8.666,que tinha característic<strong>as</strong>, do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> procedimentoscontratuais, diferentes da atual, que estabelece aditivos nomáximo <strong>de</strong> 25%. Essa obra sofreu um primeiro aditivo <strong>de</strong> 12milhões, 684 mil; ou seja, seu preço inicial era <strong>de</strong> 11 milhões,655 mil, e ela teve um aditivo que fez o preço ir para 24milhões, 340 mil reais, para a construção da C<strong>as</strong>a <strong>de</strong> Prisão77


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASProvisória. Posteriormente a esse contrato, foi feito um novoaditivo no valor <strong>de</strong> 4 milhões, 413 mil, para a construção doHospital <strong>de</strong> Custódia, e posteriormente, ao mesmo contrato, umnovo aditivo <strong>de</strong> 22 milhões, 294 mil para a construção doPresídio Regional. Isso aí totalizou, posteriormente, esse valor<strong>de</strong>... Isso aí totalizou posteriormente, quer dizer, um valor daobra, do contrato, <strong>de</strong> 51 milhões e 47 mil reais. Quando nós<strong>as</strong>sumimos essa obra, ela estava sendo construída pelo antigoCRISA; posteriormente ela veio para a AGETOP. No início doGoverno, antes <strong>de</strong> <strong>as</strong>sumir a Presidência da AGETOP, eupresidia o Consórcio Rodoviário, e o contrato relativo... a obrarelativa à construção da C<strong>as</strong>a <strong>de</strong> Prisão Provisória estava emandamento. Ela não estava construída; estava em andamento.Havia recursos transferidos do Ministério da Justiça, que é oórgão que fez o convênio com o Estado para execução <strong>de</strong>ssaobra, que estavam creditados no Estado e que <strong>de</strong>veriam serutilizados para pagar <strong>as</strong> medições <strong>de</strong>ssa obra, que é uma obracontrata por preço unitário. E no primeiro momento nósbuscamos, então, avaliar, porque nós não conhecíamos <strong>as</strong>ituação, e em função da reivindicação do empresário queconstruía a obra, dizendo, afirmando que aquele dinheiro seria<strong>de</strong>volvido c<strong>as</strong>o não fosse aplicado imediatamente, e já haviamedições em andamento, nós mandamos então para a áreajurídica, para fazer uma análise do contrato. Nessa análisejurídica verificou-se aí, nessa oc<strong>as</strong>ião, que haviam sido feitostodos esses acréscimos, todos esses aditivos, que eram... que alei permitia. De uma certa forma, isso acabou causando umnível <strong>de</strong> polêmica no primeiro momento, porque o que seimaginava era que se po<strong>de</strong>ria no máximo aditivar 25%; <strong>de</strong>pois,posteriormente, chegou-se à conclusão <strong>de</strong> que se po<strong>de</strong>ria fazeresses aditivos, porque a licitação tinha sido feita na lei anterior.Nós, então, com b<strong>as</strong>e no parecer jurídico do CRISA, fizemosuma repactuação com a empresa, na seguinte forma: pegamos anossa tabela <strong>de</strong> preços vigente no órgão, na época; atualizamos78


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASos valores unitários que estavam no contrato; a diferença entreos preços praticados pelo órgão na sua tabela <strong>de</strong> preço vigente eos preços que tinham sido contratados inicialmente; <strong>de</strong>u umadiferença <strong>de</strong> aproximadamente... uma diferença média <strong>de</strong> 23%,e nós propusemos à empresa a redução <strong>de</strong>sse preço ou oenquadramento <strong>de</strong>le na nossa tabela <strong>de</strong> preços. Ness<strong>as</strong>circunstânci<strong>as</strong>, para não per<strong>de</strong>r os recursos que eramnecessários para conclusão <strong>de</strong>ssa etapa da obra, então nósconcordaríamos em fazer essa repactuação e darprosseguimento ao contrato. Eles concordaram com esse ajuste.Foi feito um aditivo, e o contrato então teve o seuprosseguimento normal, sendo concluída a obra da C<strong>as</strong>a <strong>de</strong>Prisão Provisória daí a alguns meses, e posteriormente o órgãorecebeu a obra, e pronto, essa etapa ficou concluída.Posteriormente houve, em trabalhos mantidos pela Secretaria <strong>de</strong>Segurança Pública junto ao Ministério da Justiça, o empenho <strong>de</strong>novos recursos que acabaram sendo <strong>de</strong>stinados para o Hospital<strong>de</strong> Custódia, que também já foi concluído, e posteriormentenovos recursos para a construção da C<strong>as</strong>a <strong>de</strong> Prisão Provisória.Do ponto <strong>de</strong> vista técnico <strong>de</strong> que competia ao CRISA<strong>de</strong>senvolver ess<strong>as</strong> taref<strong>as</strong>, el<strong>as</strong> foram sendo feit<strong>as</strong> com b<strong>as</strong>e nospareceres jurídicos e no interesse do Estado em <strong>de</strong>senvolver ostrabalhos. Posteriormente, em função <strong>de</strong>... na medida em queesse contrato foi colocado para opinião pública, houvequestionamento também por parte do Ministério PúblicoEstadual, e posteriormente por parte do Ministério PúblicoFe<strong>de</strong>ral, com relação a esse problema <strong>de</strong> aditivos. E, <strong>de</strong> umacerta forma, ess<strong>as</strong> questões acabam provocando muita polêmica,e o Ministério Público, num <strong>de</strong>terminado momento, conseguiu aliminar para que essa obra fosse paralisada. A empresa fez lá <strong>as</strong>ua <strong>de</strong>fesa e conseguiu <strong>de</strong>rrubar essa liminar, consi<strong>de</strong>rando queos recursos eram fe<strong>de</strong>rais e fugiam da competência doMinistério Público do Estado, e posteriormente o MinistérioPúblico Fe<strong>de</strong>ral também tomou <strong>as</strong> mesm<strong>as</strong> providênci<strong>as</strong>, e a79


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASobra teve mais vez a sua paralisação. O Ministério Públicorecomendou à AGETOP — e aí a obra já tinha sido... o contratojá tinha sido transferido para a AGETOP — recomendou àAGETOP que fizesse a anulação do contrato, o que, noentendimento da nossa <strong>as</strong>sessoria, da nossa área jurídica, nãoseria possível; o contrato já tinha sido executado em gran<strong>de</strong>parte, e nós, então, resolvemos rescindir o contrato, e fizemos arescisão no estágio em que a obra estava, com a intenção,naturalmente, <strong>de</strong> fazer um novo procedimento licitatório paraconcluir a obra, que nós sabemos que é uma obra estratégicapara a segurança <strong>de</strong>ssa região metropolitana <strong>de</strong> Goiânia, <strong>de</strong> todaGoiânia. Só que a empresa também entrou <strong>de</strong> novo na Justiçano sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrubar... <strong>de</strong> reivindicar o direito <strong>de</strong> manter ocontrato, no entendimento da empresa <strong>de</strong> que o contrato estava<strong>de</strong>ntro da legalida<strong>de</strong>. Então, esse processo andou até agora coma obra paralisada. “Essa obra <strong>de</strong> acordo com o <strong>de</strong>poimento prestado teve um ajuste <strong>de</strong> trezentos e trinta porcento, aproximadamente, até hoje.Quanto À BR 414, informou que se encontra paralisada por falta <strong>de</strong> recursos.DEPOIMENTO DA SRA. MARIA INEZ REZENDE DOS SANTOS MARANHÃO -Gerente Executiva do INSS.Com relação aos imóveis administrados pelo INSS, proce<strong>de</strong>u ao seguinte relato:“Alguns anos atrás a Previdência ven<strong>de</strong>u muito dos seus imóveis.Então, nós temos só alguns não utilizados que seria qu<strong>as</strong>e uma reserva técnica,que estamos até pensando em trocar para posteriores agênci<strong>as</strong>. Em cida<strong>de</strong>s queestávamos com aluguel, hoje estamos, inclusive, tod<strong>as</strong> el<strong>as</strong> com convênio <strong>de</strong>prefeitura, que eles nos ce<strong>de</strong>m o imóvel porque nós não temos nem a verba parapagar o aluguel. Em muitos c<strong>as</strong>os eles até alugam para que a Previdência estejanaquele interior. Só um dos nossos imóveis que está <strong>de</strong>socupado hoje, no centroda cida<strong>de</strong>, não se po<strong>de</strong> nem dizer <strong>de</strong>socupado, porque ele já está com processo<strong>de</strong> permuta bem adiantado. Foi autorizada a permuta e a empresa estáconstruindo uma agência em Aparecida <strong>de</strong> Goiânia, para que a gente entregue oimóvel do Centro, da Anhanguera com a Rua 23. Então, é uma permuta pau a80


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASpau. Então, ele só está <strong>de</strong>socupado esperando a construção ficar pronta e o fim<strong>de</strong>sse contrato, que, se não me engano, é no final <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2001. Então,todos os imóveis que nós tomamos conta são utilizados. Só alguns lotes que,posteriormente, po<strong>de</strong>rão ser permutados. Muito poucos, na Cida<strong>de</strong> Jardim epoucos no Setor Coimbra. Nenhuma d<strong>as</strong> noss<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>, <strong>de</strong>ssa área da minhagerência, quando eu vi no ofício “obra inacabada” já perguntei para a equipe <strong>de</strong>engenharia. Não tem nenhuma obra que está inacabada. Estamos até com trêsreform<strong>as</strong> atualmente, começaram este ano mesmo, com o orçamento <strong>de</strong>ste ano,qu<strong>as</strong>e tod<strong>as</strong> finalizad<strong>as</strong>.”DEPOIMENTO DO SR. GERALDO FERREIRA FÉLIX DE SOUSA - Presi<strong>de</strong>nte daSaneamento <strong>de</strong> Goiás S.A. — SANEAGO.A respeito <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> da SANEAGO, informou que tod<strong>as</strong> el<strong>as</strong> estão sendo retomad<strong>as</strong>,algum<strong>as</strong> <strong>de</strong> remanescentes ainda do Pró-Saneamento.Entre essa obr<strong>as</strong> <strong>de</strong>stacou o sistema <strong>de</strong> água e esgoto <strong>de</strong> Luziânia; a obra <strong>de</strong> Uruaçu,sistema que integra <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> Serra da Mesa; uma obra em Morrinhos, que estásendo concluída.Disse que a Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Esgoto <strong>de</strong> Goiânia não po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada umaobra paralisada, pois está no seu ritmo absolutamente normal.Acerca <strong>de</strong>ssa obra, fez os seguintes comentários“Os interceptores foram já feitos qu<strong>as</strong>e oito quilômetros; nósestamos fazendo <strong>as</strong> escavações dos <strong>de</strong>cantadores; nós estamos já com aelevatória escavada. Quer dizer, é uma obra que está muito avançada,por sinal; e po<strong>de</strong>ria estar mais avançada se os recursos viessem maisrapidamente. Quando a gente planeja uma execução <strong>de</strong> uma obra doporte da Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Esgoto <strong>de</strong> Goiânia com recursosnossos e com recursos do OGU, Orçamento Geral da União, a genteespera que esses recursos venham com mais rapi<strong>de</strong>z. M<strong>as</strong>, por exemplo,do Orçamento do ano <strong>de</strong> 2000, que foi colocado pela bancada fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>Goiás, 17 milhões, nós conseguimos receber até hoje quatro milhões eoitocentos. Quer dizer, isso dificulta sensivelmente o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>uma obra <strong>de</strong>ssa, que não tem condição <strong>de</strong> ser paralisada, porque é umaobra complexa, é uma obra da maior importância para a melhoria da81


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população <strong>de</strong> Goiânia. O nosso ribeirão maisfalado é o Rio Meia Ponte, que atravessa a nossa capital; e o Município<strong>de</strong> Goiânia é o responsável por 70% da sua poluição. Com a construção<strong>de</strong>ssa estação, com o término <strong>de</strong>la, nós esperamos, se os recursos doOGU continuarem vindo, terminaremos terminaremos essa obra atémeados <strong>de</strong> 2002. Quer dizer, uma obra que vai tratar... Goiânia, hoje,tem apen<strong>as</strong> 7% <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgoto. Com a construção <strong>de</strong>ssa obranós p<strong>as</strong>saremos a ter 80% do esgoto coletado e tratado em Goiânia.Então, é uma obra da máxima importância. E, por isso tudo é que nósconsi<strong>de</strong>ramos uma d<strong>as</strong> maiores obr<strong>as</strong> do Governo, e levamos essa obracom muito critério e com muita serieda<strong>de</strong>.”As obr<strong>as</strong> do Sistema <strong>de</strong> Esgoto <strong>de</strong> Itumbiara estão sendo iniciad<strong>as</strong> e há um termo <strong>de</strong>ajuste do Ministério Público, segundo informação do <strong>de</strong>poente.1.5. AUDIÊNCIA REALIZADA NO PLENÁRIO DACOMISSÃO, NO DIA 28 DE AGOSTO DE 2001, PARAOITIVA DOS SEGUINTES DEPOENTES:LEÔNIA FRANCO VILELA – Subsecretária <strong>de</strong> Planejamento e Orçamento do Ministério dosTransportesMARIA JOSÉ VILALVA BARROS LEITE – Secretária do Patrimônio da União do Ministériodo Planejamento, Orçamento e GestãoA SRA. LEÔNIA FRANCO VILELA – Subsecretária <strong>de</strong> Planejamento e Orçamento doMinistério dos Transportes.Esclareceu que a Subsecretaria <strong>de</strong> Planejamento e Orçamento do Ministério dosTransporte não é uma unida<strong>de</strong> executora, m<strong>as</strong> uma unida<strong>de</strong> transferidora, um órgão setorial <strong>de</strong>planejamento e orçamento e programação financeira, que não executa nenhuma obra, m<strong>as</strong>simplesmente transfere os recursos para que <strong>as</strong> unida<strong>de</strong>s — DNER, CBTU — possam executaros projetos.Disse que se houver alguma diligência no sentido <strong>de</strong> paralisar a obra e não transferirnenhum recurso, o próprio DNER terá <strong>de</strong> adotar <strong>as</strong> providênci<strong>as</strong>.82


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASNão trouxe nenhuma contribuição que pu<strong>de</strong>sse auxiliar a Comissão n<strong>as</strong> investigaçõessobre irregularida<strong>de</strong>s em obra públic<strong>as</strong> e bens públicos.DEPOIMENTO DO SRA. MARIA JOSÉ VILALVA BARROS LEITE – Secretária <strong>de</strong>Patrimônio da União, Maria José Vilalva Barros Leite.Explicou que cabe à Secretaria <strong>de</strong> Patrimônio da União fazer o registro e aentrega <strong>de</strong> imóveis para serem utilizados no serviço público fe<strong>de</strong>ral, <strong>de</strong> acordo com a legislação.Indagada acerca dos terrenos <strong>de</strong> marinha, prestou os seguintes esclarecimentos“São terrenos i<strong>de</strong>ntificados e <strong>de</strong>marcados a partir da linha dopreamar médio <strong>de</strong> 1.831 e on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>fine essa área que chamamosterreno <strong>de</strong> marinha e que, na verda<strong>de</strong>, pertencem à União. E a partir<strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>marcação, essa é uma competência da Secretaria <strong>de</strong> Patrimônioda União, fazer a <strong>de</strong>marcação <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> áre<strong>as</strong> e, conseqüentemente, ocad<strong>as</strong>tramento d<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> que ocupam ess<strong>as</strong> áre<strong>as</strong>, porque o que nóstemos, na verda<strong>de</strong>, é que a União tem até hoje <strong>de</strong>marcados, <strong>de</strong> umacosta estimada em torno <strong>de</strong> 8.500 quilômetros, nós temos <strong>de</strong>marcadoshoje aproximadamente 4.500 quilômetros <strong>de</strong> costa. Portanto, temosainda algo em torno <strong>de</strong> 4.000 quilômetros <strong>de</strong> costa sem <strong>de</strong>marcação.Conseqüentemente, não temos como cad<strong>as</strong>trar ou i<strong>de</strong>ntificar <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong>que ocupam ess<strong>as</strong> áre<strong>as</strong>, porque el<strong>as</strong> não estão ainda <strong>de</strong>marcad<strong>as</strong>. Apartir da i<strong>de</strong>ntificação e do cad<strong>as</strong>tramento d<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> que ocupamess<strong>as</strong> áre<strong>as</strong>, é feito então o cad<strong>as</strong>tramento nos termos da lei e é cobrada,então, d<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> uma taxa pela ocupação <strong>de</strong>sses imóveis, taxa essatambém prevista na legislação <strong>de</strong> patrimônio. O que acontece é queness<strong>as</strong> áre<strong>as</strong> ainda não <strong>de</strong>marcad<strong>as</strong> ainda não foi possível fazer ai<strong>de</strong>ntificação do que é exatamente terreno da União e,conseqüentemente, o cad<strong>as</strong>tramento d<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> que ocupam essesterrenos. Esse esforço vem sendo feito pela atual administração. Nosúltimos dois anos e meio nós vimos lançando procedimentos paraefetivar a <strong>de</strong>marcação <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> áre<strong>as</strong> restantes. Lançamos umprocedimento licitatório para uma <strong>de</strong>marcação <strong>de</strong> 700 quilômetros <strong>de</strong>uma faixa <strong>de</strong> marinha, m<strong>as</strong> não obtivemos êxito porque tivemos preçossuperavaliados, ou seja, inexeqüíveis; tivemos que revogar oprocedimento licitatório. Tivemos uma segunda concorrência, quetambém tivemos que anular pela apresentação <strong>de</strong> preços exorbitantes. E83


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASestamos com um terceiro procedimento licitatório já na rua paratentarmos uma <strong>de</strong>marcação <strong>de</strong> mais 700 quilômetros. Além <strong>de</strong> outros1.700 quilômetros que vimos também com um procedimento sendocontratado através do BNDES, já há dois anos, algo em torno <strong>de</strong> 1.700quilômetros, entre LPM e LMEO, que são <strong>as</strong> faix<strong>as</strong> às margens dos rios,isso em dois Estados da Fe<strong>de</strong>ração, São Paulo e Rio <strong>de</strong> Janeiro, on<strong>de</strong>temos <strong>as</strong> áre<strong>as</strong>, na verda<strong>de</strong>, em termos <strong>de</strong> preço <strong>de</strong> mercado, maisvalios<strong>as</strong> e on<strong>de</strong> temos uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional que se justificariacom mais rapi<strong>de</strong>z ainda a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>marcação nesses trechos,que estão mais <strong>de</strong>nsamente ocupados. Só que também há dois anosvimos conduzindo esse procedimento junto ao BNDES, m<strong>as</strong> estáparalisado já há cerca <strong>de</strong> um ano por uma <strong>de</strong>terminação do Tribunal <strong>de</strong>Cont<strong>as</strong> da União e estamos, então, aguardando o julgamento <strong>de</strong>sseprocesso pelo Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> da União para po<strong>de</strong>rmos prosseguircom esse processo <strong>de</strong>marcatório <strong>de</strong>ssa área, o que, para nós,representaria, quer dizer, esses 1.700 quilômetros mais os setecentosque vimos, também já estamos com o terceiro procedimento licitatóriona rua, mais 2.400 <strong>de</strong>ssa faixa <strong>de</strong> 4.000 que faltam ser <strong>de</strong>marcados. Semessa <strong>de</strong>marcação, a União não tem como fazer a i<strong>de</strong>ntificação do queseja o terreno <strong>de</strong> marinha, ou seja, <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> da União econseqüente cad<strong>as</strong>tramento e inscrição para cobrança <strong>de</strong>sses ocupantes<strong>de</strong>ss<strong>as</strong> faix<strong>as</strong>.”Com relação aos bens públicos da União situados no Distrito Fe<strong>de</strong>ral, a <strong>de</strong>poente fezestes comentários:“Nós temos, no âmbito do Distrito Fe<strong>de</strong>ral, quer dizer, eu acho que nãoé <strong>de</strong>sconhecido d<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> que resi<strong>de</strong>m aqui, até porque é um <strong>as</strong>sunto que estáconstantemente na mídia, são <strong>as</strong> ocupações <strong>de</strong> terr<strong>as</strong> no Distrito Fe<strong>de</strong>ral. Naverda<strong>de</strong>, uma gran<strong>de</strong> maioria <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> áre<strong>as</strong> aí hoje é <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> daTERRACAP, que é uma empresa pública que está ligada ao Governo doDistrito Fe<strong>de</strong>ral. Parte <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> terr<strong>as</strong> ainda é <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> da União. Eu diriaque algo em torno <strong>de</strong> 25% d<strong>as</strong> áre<strong>as</strong> que ainda não estão afetad<strong>as</strong> diretamente auso aqui do Distrito Fe<strong>de</strong>ral ou a uso no serviço público, a gente acredita, pelos84


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASlevantamentos feitos, que temos algo em torno <strong>de</strong> 25% <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> daUnião. Nós vimos <strong>de</strong>senvolvendo levantamentos já há algum tempo em função<strong>de</strong>ss<strong>as</strong> ocupações irregulares, a gente vem promovendo levantamentos juntocom os órgãos ambientais, inclusive com a própria Agência Nacional <strong>de</strong> Águ<strong>as</strong>,levantamento esse que está em f<strong>as</strong>e final já <strong>de</strong> verificação pelos órgãosambientais d<strong>as</strong> áre<strong>as</strong> no que se refere à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocupação ou não,porque como temos muit<strong>as</strong> áre<strong>as</strong> <strong>de</strong> preservação <strong>de</strong> mananciais, a Secretaria <strong>de</strong>Patrimônio da União <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse parecer conclusivo, <strong>de</strong> uma manifestaçãoconclusiva dos órgãos ambientais e principalmente da Agência Nacional <strong>de</strong>Águ<strong>as</strong> no que se refere à ocupação ou não, à afetação específica <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> áre<strong>as</strong>.Então, só com essa <strong>de</strong>finição é que a União po<strong>de</strong> ou colocar <strong>as</strong> áre<strong>as</strong> a venda,através dos procedimentos legais, ou, enfim, fazer a regularização <strong>de</strong>ss<strong>as</strong>ocupações ou <strong>de</strong>socupação, no c<strong>as</strong>o <strong>de</strong> realmente não haver a possibilida<strong>de</strong>, emfunção <strong>de</strong> alguma restrição ambiental. “Disse ainda que a Secretaria do Patrimônio da União na verda<strong>de</strong> faz apen<strong>as</strong> oregistro dos imóveis da União. Cada Po<strong>de</strong>r tem o seu orçamento para fazer <strong>as</strong> su<strong>as</strong>obr<strong>as</strong> e é responsável por el<strong>as</strong>. Não é da competência da Secretaria do Patrimônioda União o acompanhamento ou fiscalização quanto ao uso <strong>de</strong>sses bens.1.6. AUDIÊNCIA PÚBLICA REALIZADA NO PLENÁRIODA COMISSÃO NO DIA 4 DE SETEMBRO DE 2001,PARA OITIVA DOS SEGUINTES DEPOENTES:ALDO BASTOS ALFANO - Ex-Subsecretário <strong>de</strong> Assuntos Administrativos doMinistério dos Transportes.EVANDRO FERREIRA VASCONCELOS - Subsecretário <strong>de</strong> Assuntos Administrativos doMinistério dos Transportes.PAULO ROBERTO KOZLOWSKI TANNESBAUM - Diretor do Departamento <strong>de</strong> Portos daSecretaria <strong>de</strong> Transportes Aquaviários do Ministério dos Transportes.JOSÉ RICARDO RUSCHEL DOS SANTOS - Coor<strong>de</strong>nador-Geral <strong>de</strong> Infra-Estrutura Portuáriado Departamento <strong>de</strong> Portos.ALESSANDRO CÉSAR DIAS - Representante legal do ConsórcioCBPO/PEDRASUL/Carioca/Ivaí.85


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASHAROLDO AUGUSTO NOVIS MATA - Chefe do 10º Distrito Rodoviário Fe<strong>de</strong>ral,Departamento Nacional <strong>de</strong> Estrad<strong>as</strong> <strong>de</strong> Rodagem, Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.RESUMO DOS DEPOIMENTOS.DEPOIMENTO DO SR. ALDO BASTOS ALFANO - Ex-Subsecretário <strong>de</strong> AssuntosAdministrativos do Ministério dos Transportes.Prestou os seguintes esclarecimentos:“Exmo. Sr. Presi<strong>de</strong>nte, Exmos. Srs. Deputados, <strong>de</strong>maissenhor<strong>as</strong> e senhores, <strong>de</strong> início gostaria <strong>de</strong> clarificar um ponto que serefere ao ofício que me foi enviado, que me convida para prestar<strong>de</strong>poimento sobre <strong>as</strong>sunto relacionado com a obra prolongamento dosmolhes do Porto <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>. Eu quero <strong>de</strong>ixar claro que a obra <strong>de</strong>prolongamento dos molhes do Porto <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong> não é da minhaépoca do Ministério. A minha p<strong>as</strong>sagem pelo Ministério dosTransportes, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> primeiramente Secretário <strong>de</strong>Administração Geral e posteriormente Subsecretário <strong>de</strong> AssuntosAdministrativos, teve uma obra no Porto <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>, que foi a obra<strong>de</strong> recuperação dos molhes. Essa obra já está concluída. Posteriormenteà minha saída, ela foi concluída, se não me engano, em 98 e foiinaugurada no início do ano <strong>de</strong> 99. Então, essa obra específica <strong>de</strong> quetrata o ofício da minha convocação, Exmo. Sr. Presi<strong>de</strong>nte, não é daminha época. Eu talvez não possa esclarecer muito sobre essa obra <strong>de</strong>prolongamento.”Indagado sobre aditivo ao Contrato 038, para recuperação d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> regularizaçãodos molhes, alterando o valor original do contrato, <strong>as</strong>sinado em 27 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 95, respon<strong>de</strong>u oseguinte:“Eu me lembro bem. Esse foi o aditivo que eu <strong>as</strong>sinei. Na época, eacredito que até hoje seja <strong>as</strong>sim, cabe ao Secretário <strong>de</strong> Administração, por<strong>de</strong>legação <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res do Ministro, representar o Ministério como or<strong>de</strong>nador <strong>de</strong><strong>de</strong>spes<strong>as</strong>. E quando o processo chegou às minh<strong>as</strong> mãos, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> já ter p<strong>as</strong>sadopela área técnica e também pela área jurídica, me chamou a atenção oacréscimo. Então, o processo retornou para consulta à CISET do Ministério.86


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASNão me recordo agora do trabalho da CISET ou d<strong>as</strong> alegações da CISET, m<strong>as</strong>me lembro <strong>de</strong> que o aditivo só foi <strong>as</strong>sinado <strong>de</strong>pois da manifestação da CISET.Não tenho lembrança se o TCU foi consultado.”Confirmou Ter pago uma multa <strong>de</strong> cinco mil reais, aplicada pelo Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> da União,em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa irregularida<strong>de</strong>.DEPOIMENTO DO SR. EVANDRO FERREIRA VASCONCELOS - Subsecretário <strong>de</strong>Assuntos Administrativos do Ministério dos Transportes.Fez os seguintes comentários sobre a participação da Subsecretaria <strong>de</strong> AssuntosAdministrativos nos contratos envolvendo o Ministério dos Transportes:“A Subsecretaria, na realida<strong>de</strong>, faz a contratação e o pagamentod<strong>as</strong> fatur<strong>as</strong>. No c<strong>as</strong>o específico <strong>de</strong>ssa obra, a cada medição é feito umrelatório <strong>de</strong> medição, é feito um boletim <strong>de</strong> medição, que é <strong>as</strong>sinadopela contratada e pelo engenheiro responsável na obra, pelo engenheirodo Ministério dos Transportes responsável na obra. Essa medição,juntamente com a nota fiscal, é enviada para Br<strong>as</strong>ília para a Secretaria<strong>de</strong> Transportes Aquaviários que, por sua vez, confere tanto o boletim <strong>de</strong>medição, com a própria fatura, e também um técnico responsável daSecretaria <strong>de</strong> Transportes Aquaviários <strong>as</strong>sina a fatura, atesta a fatura. Apartir <strong>de</strong>sse procedimento, é enviado à minha Subsecretaria, quetambém faz uma outra conferência em termos <strong>de</strong> documentação, enfim,e aí é provi<strong>de</strong>nciada a or<strong>de</strong>m bancária. Eu gostaria até já <strong>de</strong> adiantar,talvez, uma pergunta que com certeza me será feita: a questão dopagamento feito neste contrato, ele se refere a extração e movimentação<strong>de</strong> pedr<strong>as</strong>. O contrato tem uma planilha que elenca todos os serviços:extração; movimentação <strong>de</strong> pedr<strong>as</strong>; lançamento d<strong>as</strong> pedr<strong>as</strong> no mar; afabricação dos tetrápo<strong>de</strong>s, que são peç<strong>as</strong> <strong>de</strong> concreto; peç<strong>as</strong> especiais, eo lançamento <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> peç<strong>as</strong> <strong>de</strong> concreto. Então, a cada etapa que é feita,ou parte da etapa, é feita essa medição. E, até o presente momento, nóspagamos apen<strong>as</strong> o que foi referente à extração <strong>de</strong> pedr<strong>as</strong>. Realmente nãofoi feito, segundo os boletins <strong>de</strong> medição que eu tenho aqui, não foifeito nenhum lançamento d<strong>as</strong> pedr<strong>as</strong>. Então, visivelmente a gente nãotem, não dá para visualizar a obra ainda. Segundo informações da87


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASSecretaria <strong>de</strong> Transportes Aquaviários, a mina da qual é extraída apedra, que fica, se não me engano, 70 a 80 quilômetros do porto. Então,nós, na realida<strong>de</strong>, não pagamos 7 milhões, nós já pagamos 12 milhões e400. Nós pagamos, agora no dia 29 <strong>de</strong> agosto, mais uma fatura. Então,nós só efetuamos qualquer pagamento no Ministério a partir damedição, evi<strong>de</strong>ntemente da fatura testada pela área técnica, e do boletim<strong>de</strong> medição, que é acompanhado por um engenheiro responsável. Nãohá nenhum adiantamento, pelo menos sob essa ótica. Quer dizer, narealida<strong>de</strong>, essa extração <strong>de</strong> pedr<strong>as</strong>, em que a medição é feita por metroscúbicos, esse pagamento foi feito apen<strong>as</strong> em termos <strong>de</strong> extração. E aextração <strong>de</strong> pedr<strong>as</strong> é um item que está numa planilha que faz parte dalicitação.”Indagado sobre pagamentos efetuados nos Molhes do Sul pela simples extração <strong>de</strong>pedr<strong>as</strong>, proce<strong>de</strong>u às seguintes explicações:“Não, veja bem, a extração <strong>de</strong> pedr<strong>as</strong> é a primeira f<strong>as</strong>e. Se eu não fizer aextração <strong>de</strong> pedr<strong>as</strong>, eu não tenho como lançá-l<strong>as</strong> ao mar. Para o senhor ter umanoção do que isso representa — esse pagamento já feito — em termos físicos, aextração <strong>de</strong> pedra foi feita apen<strong>as</strong> 15% do total previsto, ou seja, nós temos trêsmeses <strong>de</strong>... pouco mais <strong>de</strong> três meses <strong>de</strong> obra, e a empresa já executou 15% dameta física <strong>de</strong> extração. Depois tem o lançamento, tem a fabricação dostetrápo<strong>de</strong>s, o próprio lançamento dos tetrápo<strong>de</strong>s. Então, o item <strong>de</strong> extração <strong>de</strong>pedra é um dos que estão na planilha, inclusive que está no edital, está nocontrato. E o acompanhamento físico é feito a partir <strong>de</strong>ssa planilha. Então, narealida<strong>de</strong>, 15% em três meses, salvo melhor juízo— apesar <strong>de</strong> eu não ser da áreatécnica —, está razoável.”Explicou ainda que, até 31 <strong>de</strong> julho, a empresa tinha já realizado 15% <strong>de</strong> meta física daextração <strong>de</strong> pedr<strong>as</strong>, o que representa, no contrato <strong>de</strong> 207 milhões, 204 milhões, cerca <strong>de</strong> 6%, 7%do total da obra.A respeito dos sucessivos aditivos realizados no contrato <strong>de</strong> construção dos Molhes doSul, teceu estes comentários:“Bom, inicialmente, eu gostaria <strong>de</strong> fazer uma diferenciação. Narealida<strong>de</strong>, esse histórico que o senhor fez se refere à obra <strong>de</strong>88


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASrecuperação dos molhes. O contrato atual é <strong>de</strong> ampliação. Eu,infelizmente... Bom, o outro ponto, que é quais foram <strong>as</strong> razões quelevaram a sucessivos aditivos, como eu já tinha colocado, eu tomeiposse e vim para o Ministério dos Transportes no dia 28 <strong>de</strong> março <strong>de</strong>2000, ou seja, época em que o contrato <strong>de</strong> recuperação já tinha sidoconcluído. Então, eu não tenho, na realida<strong>de</strong>, informações <strong>de</strong> como se<strong>de</strong>ram os aditivos, quais foram <strong>as</strong> razões, por que esse lapso <strong>de</strong> tempo.Agora, <strong>de</strong>ntro da minha gestão, <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2000 até agora, nós temosaté conseguido, com uma certa, não tranqüilida<strong>de</strong>, m<strong>as</strong> temos tido todoo apoio da Secretaria Executiva do Ministério, no sentido <strong>de</strong> que osrecursos para o cumprimento d<strong>as</strong> noss<strong>as</strong> obrigações contratuais, sejamel<strong>as</strong> <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> ou <strong>de</strong> convênios, ou mesmo <strong>de</strong> contratos administrativos,<strong>de</strong> março até agora nós não tivemos nem um c<strong>as</strong>o <strong>de</strong> atr<strong>as</strong>o <strong>de</strong>pagamento. Então, na minha administração, eu tenho tido todo o apoioda Secretaria Executiva, que tem-nos provido todos os recursosnecessários aos pagamentos. Eu não sei, eu não posso afirmar se essafoi uma razão pelos sucessivos aditivos e o conseqüente atr<strong>as</strong>o nocronograma <strong>de</strong> conclusão da obra anterior, não essa, na obra <strong>de</strong>recuperação dos molhes. Eu realmente, não tenho essa informação,porque foi uma obra anterior à minha gestão, e, frisando mais uma vez,não apen<strong>as</strong> eu fui nomeado em março <strong>de</strong> 2000, m<strong>as</strong> eu, como não soufuncionário do Ministério dos Transportes, e sim do Ministério doPlanejamento, eu não estava no Ministério. Então, infelizmente, eu nãoposso dar essa visão, por que isso aconteceu ao longo do tempo, nocontrato anterior.”O SR. PAULO ROBERTO KOZLOWSKI TANNENBAUM - Diretor do Departamento <strong>de</strong>Portos da Secretaria <strong>de</strong> Transportes Aquaviários do Ministério dos Transportes..Iniciou seu <strong>de</strong>poimentos, fazendo os seguintes comentários sobre <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> dos Molhes<strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>:“Bom, vou ter que falar <strong>de</strong> improviso, <strong>de</strong> cabeça aqui, comrelação às obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> recuperação dos molhes <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>. Volto umpouco. Eu trabalhei doze anos na PORTOBRÁS, Departamento <strong>de</strong>Engenharia da PORTOBRÁS, embora na área eletromecânica, eu nãotratava diretamente d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> civis. Essa licitação, que se tornou objeto89


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASdo contrato <strong>de</strong> recuperação no molhe <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>, se eu não estouenganado, foi em 88, o contrato culminou em 89. Bom, era praxe — e éo c<strong>as</strong>o <strong>de</strong>sse contrato, <strong>de</strong>sse processo licitatório também, tantos os queeu cuidava, quanto todos os outros da área civil —, no momento issoera praxe, era regra, <strong>de</strong>ntro do Departamento <strong>de</strong> Engenharia daPORTOBRÁS, era regra: ao encerrar o processo licitatório, naadjudicação e contratação, encerrava-se aquele processo, abria-se umprocesso <strong>de</strong> execução. Esse processo <strong>de</strong> execução existe até hoje, <strong>de</strong>execução. O que o processo <strong>de</strong> licitação, <strong>de</strong> acordo com a ata <strong>de</strong>encerramento da PORTOBRÁS, em 1991, está dito que todos osprocessos administrativos foram encaminhados ao Arquivo Nacional.Então, se os senhores forem ao Arquivo Nacional, <strong>de</strong>verão encontraresse processo. Agora, o processo <strong>de</strong> execução d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> recuperaçãodo molhe do Rio Gran<strong>de</strong> existe. Não existe o processo aqui, <strong>de</strong>ntro danossa pequena estrutura que restou, após o <strong>de</strong>smonte administrativo,nós não temos o processo da licitação, m<strong>as</strong> temos o processo daexecução da obra. Então, só queria fazer essa distinção. O processo dalicitação realmente está sob a responsabilida<strong>de</strong> do Arquivo Nacional, <strong>de</strong>acordo com a ata <strong>de</strong> encerramento da PORTOBRÁS. Isso é o particular.Bom, a partir <strong>de</strong> 1990, eu fui <strong>de</strong>mitido e retornei ao Ministério em 1996,na Subsecretaria <strong>de</strong> Planejamento e Orçamento, retornando à áreaportos — minha nomeação é datada <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1998. Ao chegarao <strong>de</strong>partamento, na área <strong>de</strong> infra-estrutura, encontrei em estágioavançado, praticamente conclusivo o projeto <strong>de</strong> prolongamento dosmolhes <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>. Esse projeto foi <strong>de</strong>senvolvido pelo Instituto <strong>de</strong>Pesquis<strong>as</strong> Hidroviári<strong>as</strong>, em parceria com o Danish Hydraulic Institute,da Dinamarca, que foi concluído e apresentado ao Ministério dosTransportes em novembro daquele ano, 98, mês que foi <strong>as</strong>sinado oaditivo para prolongamento dos molhes <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>. A seguir, comojá foi comentado aqui, por <strong>de</strong>cisão do Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> da União...Dentro da <strong>de</strong>cisão, tinham dois itens importantes: primeiro, que seabrisse imediatamente um processo licitatório para <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong>ampliação dos molhes <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>; e, segundo, que também sefizesse o distrato do contrato, que veio a ocorrer mais precisamente, não90


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASme foi pedido, m<strong>as</strong> eu tenho aqui <strong>as</strong>sinado, em 27 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2000.Uma série <strong>de</strong> <strong>as</strong>suntos tiveram que ser resolvidos, uma série, vamosdizer <strong>as</strong>sim, <strong>de</strong> cont<strong>as</strong>, <strong>de</strong> acertos e dívid<strong>as</strong> tanto <strong>de</strong> um lado, quanto <strong>de</strong>outro, e chegou-se, em 27 <strong>de</strong> junho, a esse distrato. Bom, já em março,aten<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>cisão do Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> da União, em março, nacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>, na Câmara <strong>de</strong> Comércio <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>, eu tive oprazer <strong>de</strong> presidir audiência pública <strong>de</strong> projeto. Foi feito na Câmara <strong>de</strong>Comércio <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>. Aí, foi o início do processo licitatório,aten<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>cisão do Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> da União. Em junho, no mês<strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2000, o Ministro <strong>de</strong> Estado dos Transportes <strong>de</strong>terminou aoSecretário <strong>de</strong> Transportes Aquaviários a abertura do processo licitatório,que foi feito, e a primeira audiência <strong>de</strong> abertura da concorrência foi nodia 2 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2000. Em sessão <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> agosto do ano p<strong>as</strong>sado, daSECEX-RS, foi <strong>de</strong>terminado que, entre outr<strong>as</strong> cois<strong>as</strong>, havia umquestionamento sobre edital da concorrência. Então, isso foi a 23 di<strong>as</strong><strong>de</strong>pois da abertura do processo licitatório. Então, discutia-se lá, naSECEX-RS, vamos dizer, a razoabilida<strong>de</strong> do edital <strong>de</strong> concorrência e<strong>de</strong>terminava que adi<strong>as</strong>se a abertura do processo licitatório por quinzedi<strong>as</strong>. Bom, nós já estamos com 23 di<strong>as</strong> do processo iniciado. A licitaçãoparou, ficamos aguardando auditoria do Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> da União,que só ocorreu no começo <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro do ano p<strong>as</strong>sado e <strong>de</strong>utotalmente favorável à <strong>comissão</strong> <strong>de</strong> concorrência, ou seja, ao Ministériodos Transportes, que permitiu, então, o prosseguimento da licitação, queveio a culminar com a contratação do consórcio no dia 16 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong>2001, portanto, <strong>de</strong>ntro do... Nós ficamos surpresos com essaconvocação em relação aos molhes <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>, porque, inclusive,esta CPI é conhecida como Obr<strong>as</strong> Inacabad<strong>as</strong>, eu sei que o nome, oobjeto é bem maior, m<strong>as</strong>, na verda<strong>de</strong>, nós estamos num esforço muitogran<strong>de</strong> para iniciar a obra. No dia 18 daquele mesmo mês <strong>de</strong> maio, foidada a primeira or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> serviço, e única por enquanto, para iniciar <strong>as</strong>obr<strong>as</strong>. Como não dispúnhamos da licença ambiental como um todo,global da obra, apen<strong>as</strong> a pedreira, apen<strong>as</strong> instalação <strong>de</strong> canteiro, então,nós não po<strong>de</strong>ríamos lançar nenhuma pedra n’água . No dia 20 <strong>de</strong> julho,foi concedida a licença ambiental pelo IBAMA em Br<strong>as</strong>ília. Então, nós91


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASestamos aptos a iniciar efetivamente o lançamento <strong>de</strong> roch<strong>as</strong> nos molhes<strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>, no mês. Tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> exposições colocad<strong>as</strong> aqui pelo Dr.Evandro dizem respeito a 31 <strong>de</strong> julho, que é a última medição. Amedição <strong>de</strong> agosto está em andamento, que inclui serviços que constaminclusive <strong>as</strong> imagens nessa fita. De transporte, construção eembarcadouro, pesquis<strong>as</strong> <strong>de</strong> solo e todo o tipo <strong>de</strong> equipamento emonitoramento <strong>de</strong> ond<strong>as</strong>, ventos, quer dizer, o serviço não é só extrairrocha, fazer barulho lá em Capão do Leão, não, e estragar apavimentação do prefeito. Não é isso. Existem, no própriolicenciamento ambiental e na própria legislação ambiental, medid<strong>as</strong>mitigador<strong>as</strong>, que constam da licença ambiental encaminhada àComissão, por mim encaminhada, pelo Departamento <strong>de</strong> Portos,existem <strong>as</strong> medid<strong>as</strong> mitigador<strong>as</strong>, e existem <strong>as</strong> medid<strong>as</strong> compensatóri<strong>as</strong>,que estarão sendo discutid<strong>as</strong> e aprovad<strong>as</strong> pelo IBAMA. Não é uma<strong>de</strong>cisão do Ministério dos Transportes. Inclusive, a equipe doDepartamento <strong>de</strong> Portos está se <strong>de</strong>slocando hoje para Porto Alegre, coma equipe <strong>de</strong> meio ambiente do Ministério dos Transportes, no IBAMA,para ter um encontro com o IBAMA amanhã, em Porto Alegre, paratratar d<strong>as</strong> medid<strong>as</strong> compensatóri<strong>as</strong>. As mitigador<strong>as</strong>, quando falar dospinípe<strong>de</strong>s, no c<strong>as</strong>o, os leões-marinhos, etc. Aliás, cabe até umcomentário a respeito disso, que, no contrato anterior <strong>de</strong> recuperação,foi exigida uma rampa para os pinípe<strong>de</strong>s subirem no molhe — elesadoram aquele molhe —, e eles jamais utilizaram <strong>de</strong>ssa rampa, elespreferem os nossos próprios tetrápo<strong>de</strong>s, que são peç<strong>as</strong> em concreto.Então, eles ficam lá. Vocês têm imagens, divers<strong>as</strong> imagens sobre isso.Eles tanto sobem por eles, quanto ficam neles. Então, a questãoambiental, existem realmente medid<strong>as</strong> mitigador<strong>as</strong>, que já constam nopróprio licenciamento ambiental, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> julho, e <strong>as</strong> medid<strong>as</strong>compensatóri<strong>as</strong>. Ess<strong>as</strong> medid<strong>as</strong> estarão sendo iniciad<strong>as</strong> <strong>as</strong> discussõesamanhã, em Porto Alegre, com o IBAMA. Com relação... Que foi<strong>de</strong>monstrado aqui um gran<strong>de</strong> interesse, também adiantado por algumórgão da imprensa, a respeito <strong>de</strong> 15 milhões. Toda obra <strong>de</strong>sse porte,toda obra <strong>de</strong>sse porte, ela exige uma mobilização e que não é tãoexpressiva. Os pagamentos efetuados estão estritamente <strong>de</strong>ntro do92


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAScronograma, estritamente <strong>de</strong>ntro do nosso licenciamento ambiental.Então, o Dr. Evandro já p<strong>as</strong>sou aqui todos os processos, cópia dosprocessos <strong>de</strong> pagamento, o valor, para o Departamento <strong>de</strong> Portos, queinteressa, é maior do que o valor aqui colocado pelo Dr. Evandro,porque há realmente esse “<strong>de</strong>sconto” — entre <strong>as</strong>p<strong>as</strong> — que o nossovalor é na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 13 milhões e meio e ele tem um valor <strong>de</strong> 12milhões e 700 mil, 800 mil líquidos pagos ao consórcio. Então, sãoserviços efetivamente executados, medidos até 31 <strong>de</strong> julho, que montama 13 milhões e meio, em or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za. Bom, eu acredito que, notempo que me foi concedido, eu <strong>de</strong>i uma pequena visão da questão darecuperação e d<strong>as</strong> tratativ<strong>as</strong> e do <strong>de</strong>senvolvimento da atual obra <strong>de</strong>ampliação dos molhes <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>. “DEPOIMENTO DO SR. ALESSANDRO CÉSAR DIAS GOMES - Representante legal doConsórcio CBPO/PEDRASUL/Carioca/Ivaí.Prestou <strong>as</strong> seguintes informações sobre os Molhe <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>“O porto, por tratar-se do maior porto marítimo daRegião Sul e apresentar durante dois anos a segunda maiormovimentação <strong>de</strong> carga em cais público e a terceira maiormovimentação <strong>de</strong> contêineres do País, encontra-se nos planos<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento estratégico do Ministério dos Transportes.Além <strong>de</strong> ocupar essa posição privilegiada entre os principaisportos nacionais, o porto é o segundo porto em movimentação<strong>de</strong> contêineres do MERCOSUL. Ess<strong>as</strong> característic<strong>as</strong>peculiares, somad<strong>as</strong> aos 2 mil hectares <strong>de</strong> área <strong>de</strong> retroportodisponível para instalação <strong>de</strong> novos terminais, levou oMinistério a iniciar o processo <strong>de</strong> licitação para oprolongamento dos molhes do Porto do Rio Gran<strong>de</strong>, com olançamento do edital em junho <strong>de</strong> 2000. O projeto <strong>de</strong>prolongamento dos molhes prevê a ampliação dos molhes lestee oeste da barra do porto, com a construção <strong>de</strong> 500 metros nomolhe leste e 900 metros no molhe oeste em um prazo <strong>de</strong> 36meses. A obra consumirá 1 milhão, 9 mil e 953 metros cúbicos93


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS<strong>de</strong> pedra; 335 mil e 946 metros cúbicos para o molhe leste e 674mil e 7 metros cúbicos para o molhe oeste; e utilizará 8.688tetrápo<strong>de</strong>s no molhe leste, sendo 5.851 tetrápo<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 8tonelad<strong>as</strong> e 2.837 tetrápo<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 12,5 tonelad<strong>as</strong>; e 4.511tetrápo<strong>de</strong>s no molhe oeste, sendo 1.831 <strong>de</strong> 8 e 2.680 <strong>de</strong> 12,5tonelad<strong>as</strong>”. A licitação... Já foi amplamente falado sobre oprocesso, m<strong>as</strong> foi publicado o aviso <strong>de</strong> licitação em 14 <strong>de</strong>junho. A licitação ocorreu com f<strong>as</strong>es distint<strong>as</strong> <strong>de</strong> préqualificaçãoe <strong>de</strong> preço. O processo culminou com a <strong>as</strong>sinaturado Contrato nº 18, <strong>de</strong> 2001, em 16 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong>sse ano. E, em 18<strong>de</strong> maio, foi <strong>as</strong>sinada a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> serviço. Com relação ao meioambiente, a gente faz uma exposição e até transcreve aqui aresolução do CONAMA que trata <strong>de</strong>sse <strong>as</strong>sunto, porque eu achoque está havendo uma pequena dúvida porque não há... essaquestão <strong>de</strong> licença provisória que foi mencionada não é o queocorre. Essa obra tem um estudo <strong>de</strong> impacto ambiental erelatório <strong>de</strong> impacto ambiental, que é esse mencionado,realizado em 1998. Esse estudo <strong>de</strong> impacto ambiental, oIBAMA <strong>de</strong>terminou que houvesse audiência pública. Foi feitaaudiência pública <strong>de</strong>sse processo e, ao receber a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>serviço, a obra já contava com licença prévia. Licença prévianão significa estudo prévio, o estudo é o mesmo. Ele tinha umalicença prévia, e a licença prévia significava o seguinte:atendid<strong>as</strong> <strong>as</strong> <strong>de</strong>zessetes condicionantes, será emitida a licença<strong>de</strong> instalação. Eu não tenho aqui... Tem aqui no processo,<strong>de</strong>pois se vocês quiserem ver, <strong>as</strong> <strong>de</strong>zessetes condicionantes, m<strong>as</strong>significa o seguinte: se comprometer, b<strong>as</strong>icamente secomprometer a cumprir aquilo que está escrito no papel, norelatório <strong>de</strong> impacto ambiental, como monitorar a água,monitorar a qualida<strong>de</strong> da água etc. É óbvio que, com o interesseem começar a obra e pela responsabilida<strong>de</strong> ambiental que nóstemos, <strong>as</strong> empres<strong>as</strong> têm, é óbvio que <strong>as</strong> empres<strong>as</strong> secomprometeriam em realizar. Então, não havia risco, eu achoaté que não havia risco entre a licença prévia e a licença94


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASambiental <strong>de</strong> instalação. Serviços executados. “Enquanto nãoera liberada a licença <strong>de</strong> instalação por parte do IBAMA, oconsórcio realizou a reforma do canteiro principal e do prédio<strong>de</strong>stinado à fiscalização, localizado na segunda seção da barrado Rio Gran<strong>de</strong>, bem como a recuperação <strong>de</strong> 954 metros <strong>de</strong>acesso ao atracadouro, à balsa, à balança e ao prédio dafiscalização. Na pedreira <strong>de</strong> Capão do Leão, cuja licença <strong>de</strong>operação fornecida pela FEPAM está em dia,” — e já estava lá— “o consórcio começou a realizar a extração e seleção <strong>de</strong>pedr<strong>as</strong> do maciço principal. Em paralelo com o trabalho napedreira foram visualizad<strong>as</strong> outr<strong>as</strong> pedreir<strong>as</strong> da região do Capãodo Leão para suprir a exigência <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> pedr<strong>as</strong> e, <strong>de</strong>staforma, aten<strong>de</strong>r ao cronograma executivo da obra.” A primeirapedreira aprovada já está fornecendo pedr<strong>as</strong> para a obra. Sópara vocês terem uma idéia, um dos senhores levantou por que aobra teria começado com extração. O navio que mobilizamospara lançamento <strong>de</strong> pedra é um navio <strong>de</strong> setecent<strong>as</strong> tonelad<strong>as</strong>.Então, há <strong>de</strong> se enten<strong>de</strong>r que nós temos que fazer um pulmão,um estoque intermediário <strong>de</strong> pedr<strong>as</strong> porque para encher umnavio são 55 caminhões. Se nós <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rmos só do fluxo d<strong>as</strong>pedr<strong>as</strong> para encher um navio, a obra toma um ritmo lento, e nósnão aten<strong>de</strong>mos ao cronograma. Então, é necessário, esseestoque <strong>de</strong> pedr<strong>as</strong> realizado está no planejamento. Não significaque nós começamos a obra pela extração <strong>de</strong> pedr<strong>as</strong>simplesmente porque não tinha licença ambiental. Não, nóscomeçamos a obra pela extração <strong>de</strong> pedr<strong>as</strong> porque faz parte donosso planejamento ter um estoque regulador <strong>de</strong> pedr<strong>as</strong> junto aocais para po<strong>de</strong>r prover a carga do navio, <strong>de</strong> setecent<strong>as</strong> tonelad<strong>as</strong>.“Também nesse período, no aguardo da licença, teve início aconstrução do pátio <strong>de</strong> estocagem <strong>de</strong> pedr<strong>as</strong>, totalizando 24 mile 650 metros quadrados, e do atracadouro que será utilizadopelo navio que lançará <strong>as</strong> pedr<strong>as</strong> pelo mar. Todos os serviçosconcluídos.” O navio <strong>de</strong> pedr<strong>as</strong>... foi falado que era um navioimportado. Realmente, nós prevíamos colocar um navio95


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASimportado e conseguimos uma solução nacional. Fizemos umareforma completa num navio <strong>de</strong> fabricação nacional que estáaqui, um projeto br<strong>as</strong>ileiro, e está chegando na obra ess<strong>as</strong>emana. Essa semana, eu acho que essa visita, se os Deputadosmarcarem oportunamente, com certeza, o navio já vai estarlançando <strong>as</strong> pedr<strong>as</strong> ao mar. Mão-<strong>de</strong>-obra e equipamentos. Euouvi falar na questão <strong>de</strong> mobilização. É importante ficar claroque uma obra foi... ao ser encerrada, o consórcio <strong>de</strong>smobilizoutotalmente, não ficou uma pessoa em Rio Gran<strong>de</strong>. O consórcio<strong>de</strong>smobilizou totalmente. E pela condição <strong>de</strong> vulto da nova obranós tivemos que mobilizar. E até o presente momento oconsórcio já mobilizou um total <strong>de</strong> 255 pesso<strong>as</strong> e 148equipamentos. Está aqui a lista, eu estou <strong>de</strong>ixando aqui nodocumento o nome e função <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> 255 pesso<strong>as</strong>, em que frente<strong>de</strong> serviço el<strong>as</strong> trabalham, e também dos 148 equipamentos queestão lá no canteiro, já trabalhando, tem o nome e... Eu p<strong>as</strong>soaqui, então, Deputado, às su<strong>as</strong> mãos. Também tem algunspontos que foram falados aqui que eu acho que merecem umesclarecimento. Nós viemos preparados... eu vim preparado efui convocado para falar da obra <strong>de</strong> prolongamento dos molhes.Sobre essa obra eu trouxe documentos, o trabalho... Foi aconvocação que nós recebemos e a solicitação: a obra <strong>de</strong>prolongamento dos molhes. Po<strong>de</strong>rei, eventualmente, tentar melembrar <strong>de</strong> alguma coisa da obra <strong>de</strong> recuperação, até porqueestava lá também, m<strong>as</strong> não tenho nenhum documento, não estou<strong>de</strong> posse <strong>de</strong> nenhum documento. Primeiro, a questão da visita,Deputado, ao local da obra, eu queria dizer o seguinte: essavisita, nós ficamos sabendo <strong>de</strong>la pela imprensa. O canteiro <strong>de</strong>obr<strong>as</strong> já estava... eu tenho certeza <strong>de</strong> que não foi procurado ocanteiro <strong>de</strong> obr<strong>as</strong>, porque eu, pessoalmente, indaguei às pesso<strong>as</strong>.Ninguém foi procurado lá no canteiro <strong>de</strong> obr<strong>as</strong>, e continuo àdisposição dos Deputados para fazer a visita. Nós temos cincofrentes <strong>de</strong> trabalho: nós temos uma frente em Capão do Leão;nós temos uma frente no canteiro administrativo principal e96


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASfuturo canteiro <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong> tetrápo<strong>de</strong>s; nós temos umafrente junto à balança, canteiro da fiscalização, e atracadouro, e<strong>de</strong>pósito intermediário <strong>de</strong> pedr<strong>as</strong>; nós temos uma frente nomolhe leste, canteiro <strong>de</strong> apoio e estoque regulador; e uma frenteno molhe oeste, canteiro <strong>de</strong> apoio. Então, <strong>as</strong> cinco frentes estãomobilizad<strong>as</strong>. Realmente, a frente do molhe leste, que é on<strong>de</strong> osDeputados visitaram, pelo que eu soube na imprensa, não estavamobilizada, até porque o molhe leste é um molhe que começa,pelo nosso planejamento, um pouco <strong>de</strong>pois. O molhe oeste é ummolhe que começa, pelo planejamento, um pouco <strong>de</strong>pois domolhe leste. Com relação ao ISS, eu quero <strong>de</strong>ixar claro aquipara os Deputados — e está à disposição —, o ISS está inclusono preço, está sendo pago e recolhido na Prefeitura <strong>de</strong> RioGran<strong>de</strong> e Capão do Leão. Em São José do Norte começou a serrecolhido nesse mês porque os serviços em São José do Nortecomeçaram esse mês. M<strong>as</strong> está incluso no preço, realmente, eestá sendo pago. Temos tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> gui<strong>as</strong>. E o Ministério dosTransportes, talvez o Secretário quando p<strong>as</strong>sou aqui... oMinistério dos Transportes exige... a cada recebimento nosso,faz uma consulta ao SICAF. Então, se nós... ou seja, nós temosque estar com a questão <strong>de</strong> ISS regular não só em Capão doLeão. Não po<strong>de</strong>mos ter uma dívida com nenhum Município doBr<strong>as</strong>il. Uma dívida da empresa por obra realizada há <strong>de</strong>z anosatrás po<strong>de</strong> ser cad<strong>as</strong>trada no SICAF, e a empresa não recebe.Então, nós não só estamos em dia com <strong>as</strong> obrigações tributári<strong>as</strong>nos Municípios envolvidos como <strong>as</strong> quatro empres<strong>as</strong> doconsórcio estão em dia com <strong>as</strong> obrigações tributári<strong>as</strong> em todosos Municípios do Br<strong>as</strong>il, em todos os Estados que atuam e coma União. Com relação ao EIA-RIMA, então, eu já expliquei.Com relação às du<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>, eu acho que é importante <strong>de</strong>ixarclaro aqui o seguinte, principalmente para o Deputado queperguntou muito: essa confusão que causa a questão dovigésimo termo aditivo no contrato anterior. Uma obra <strong>de</strong>recuperação dos molhes, ela vai do enraizamento do molhe97


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASleste, que é lá na areia, até o PK ou a distância <strong>de</strong> 4.220 metros.Essa é a obra que foi realizada sobre todo o molhe leste, omolhe construído no início do século. E no molhe oeste vaitambém da areia da praia até o PK 3.160, 3.160 metros. Então,toda obra anterior, toda obra anterior foi realizada e sobre essesdois molhes. Quando nós falamos <strong>de</strong> prolongamento dosmolhes — e é verda<strong>de</strong>, sim, e está clara aqui a questão do TCU,que se tentou fazer <strong>de</strong> uma maneira mais econômica peloaditivo que foi anulado, então, se fez uma nova licitação —,m<strong>as</strong> toda obra <strong>de</strong> prolongamento, Deputados, ela vai do PK3.160, no c<strong>as</strong>o do molhe oeste, avante, mar a <strong>de</strong>ntro: 900metros. Não tem nenhuma obra a ser realizada sobre a obraconcluída. E, no c<strong>as</strong>o do molhe leste, ela vai avante do PK4.220, quinhentos metros mar a <strong>de</strong>ntro. Não há nenhuma obra <strong>as</strong>er realizada sobre a obra, essa que já foi concluída, entregue,paga e está lá em pleno funcionamento. Com relação à obra,essa anterior, a exigência <strong>de</strong>la é completamente diferente <strong>de</strong>ssaobra nova, a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>la. Precisava-se recuperar os molhese, para isso, foi feito o projeto <strong>de</strong> recuperação dos molhes. Eulembro que em 1990... no final <strong>de</strong> 1994 foi baixado um <strong>de</strong>cretodo Governo Estadual inclusive baixando o calado do porto <strong>de</strong>40 para 36 pés. Os navios tinham que sair a meia carga doporto, porque a obra — e essa, sim, po<strong>de</strong>ria ser chamada umaobra paralisada naquela época, retomou realmente em 1994 —era uma obra que estava com 12 pontos rompidos da suaplataforma, p<strong>as</strong>sando areia direto, p<strong>as</strong>sando ond<strong>as</strong> direto para<strong>de</strong>ntro do canal. Essa obra foi plenamente entregue, está láfuncionando. O Porto <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>, <strong>de</strong> lá para cá, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> oinício da obra, só tem ganho prêmios <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>. Então, aobra cumpriu a sua função. Agora, essa nova obra que vai daponta dos dois molhes mar a <strong>de</strong>ntro ela tem outra finalida<strong>de</strong>, elatem finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> regular a barra para po<strong>de</strong>r permitir oaprofundamento do calado, aí sim, com porto novo, um porto <strong>de</strong>60 pés <strong>de</strong> calado e 18 metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>. Com relação aos98


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAScustos, eu queria dizer o seguinte: que in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> ter ounão qualquer documento da obra antiga — e eu não tenhonenhum documento —, m<strong>as</strong> já me coloco à disposição dosDeputados para colocar isso, para mandar qualquer documentoque me tenha sido solicitado. Com relação ao ISS também, seos Deputados quiserem os documentos. E com relação à obranova, eu quero dizer que é do pleno interesse <strong>de</strong> quem estáenvolvido na obra em Rio Gran<strong>de</strong> — e é o nosso c<strong>as</strong>o — que aobra tenha ampla divulgação. Então, seria ótimo se osDeputados pu<strong>de</strong>ssem ir lá realmente. Inclusive nós estamospensando, <strong>de</strong> uma maneira inovadora, em abrir um site, criarum site para obra na Internet, que vai estar acessível a todoscom fotos e com o andamento, é um projeto que eu tenho; que<strong>de</strong>ve, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uns 45 a 60 di<strong>as</strong>, <strong>de</strong>ve ter um site na Internetsobre a obra <strong>de</strong> prolongamento dos molhes <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>.”DEPOIMENTO DO SR. HAROLDO AUGUSTO NOVIS MATA - Chefe do 10º DistritoRodoviário Fe<strong>de</strong>ral, Departamento Nacional <strong>de</strong> Estrad<strong>as</strong> <strong>de</strong> Rodagem, Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.Prestou <strong>as</strong> seguintes informações sobre a BR-386:“Sr. Presi<strong>de</strong>nte, Srs. Deputados, sendo o <strong>as</strong>sunto da presenteconvocação a BR-386, obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> restauração e ampliação <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>entre os Km 385 e 418, do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, lote 1, apresentoinicialmente aos senhores um resumo da obra. Os três lotes queabrangem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Km 385, Tabaí, até o Km 445, em Cano<strong>as</strong>, RodoviaBR-386, trecho Lajeado—Cano<strong>as</strong>, subtrecho Tabaí, Km 385, Cano<strong>as</strong>,Km 445, extensão 60 quilômetros. Essa obra foi conduzida com aexistência <strong>de</strong> cinco contratos: Contrato PD10 017/96, lote 1, objeto: arestauração e ampliação da capacida<strong>de</strong> da BR-386, segmento 385 ao418 — empresa Bolognesi Engenharia; Contrato PD 10 024/98, lote 1-A, objeto: obr<strong>as</strong> complementares, vi<strong>as</strong> laterais, rótul<strong>as</strong> e retornos daBR-386, segmento Km 385/Km 445 — empresa Bolognesi Engenharia;Contrato PD 10 018/96, lote 2, objeto: restauração e ampliação <strong>de</strong>capacida<strong>de</strong> da BR-386, segmento Km 419 ao Km 445 — empresaconstrutora SULTEPA; Contrato PD 10 026/98, lote 2-A, objeto: obr<strong>as</strong>99


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAScomplementares, vi<strong>as</strong> laterais, rótul<strong>as</strong> e retornos na BR-386, segmentoKm 419/Km 445 — construtora SULTEPA; Contrato PG 157/96,objeto: construção <strong>de</strong> pontes nov<strong>as</strong> e recuperação d<strong>as</strong> pontes existentesna BR 386, segmento Km 385 ao 445 — empresa M. Martins; eContrato PG 151/96, objeto: construção do trevo ao pólo petroquímico eobr<strong>as</strong> complementares — empresa Br<strong>as</strong>ília Guaíba Obr<strong>as</strong> Públic<strong>as</strong>. Voufalar rapidamente sobre o andamento d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>. As obr<strong>as</strong> tiveram seuinício em outubro <strong>de</strong> 1996 e prosseguiram, sem solução <strong>de</strong>continuida<strong>de</strong>, até a presente data, tendo, porém, seu ritmo condicionadoà disponibilida<strong>de</strong> dos recursos consignados anualmente no Orçamentoda União, conforme quadro abaixo. No ano <strong>de</strong> 1996, foramdisponibilizados 1 milhão e 678; no ano <strong>de</strong> 1997, para todos oscontratos, 23 milhões e 747; no ano <strong>de</strong> 1998, 18 milhões 608; no ano <strong>de</strong>1999, 9 milhões 623; no ano <strong>de</strong> 2000, 9 milhões 997; no ano <strong>de</strong> 2001, 4milhões e 610, o que vai permitir a conclusão d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>. Os ContratosPG 156/96, viaduto <strong>de</strong> acesso ao pólo petroquímico, e Contrato 157/96,construção d<strong>as</strong> nov<strong>as</strong> pontes e recuperação d<strong>as</strong> pontes existentes, jáestão concluídos. Os <strong>de</strong>mais contratos têm sua conclusão prevista paraaté o final do corrente ano, havendo, inclusive, disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>recursos orçamentários.”Confirmou ter conhecimento sobre <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> not<strong>as</strong> fiscais fals<strong>as</strong> apresentad<strong>as</strong> porempres<strong>as</strong> que fornecem materiais à Bolognesi Engenharia, responsável pela obra. Tal fato teri<strong>as</strong>ido inclusive comunicado pelo chefe <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> engenharia do DNER. Todavia, nenhumainvestigação foi realizada no âmbito do DNER, já que, <strong>de</strong> acordo com o <strong>de</strong>poente, os preçosconstantes <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> not<strong>as</strong> eram os oficialmente praticados. Além disso, alegou que aguardava orelatório do TCU a esse respeito, conforme se lê no trecho a seguir transcrito:“Aí, qual foi a nossa providência? Vamos aguardar o relatóriopara ver quais são, quant<strong>as</strong> são etc. Agora, o que eu já tinha,vamos dizer <strong>as</strong>sim, o que me tranqüilizou, em função <strong>de</strong>ssanotícia e que nos <strong>de</strong>ixou intrigado também? Foi o seguinte: quea nossa prática é <strong>de</strong> cada nota <strong>de</strong>ssa que é entregue ela écomparada mensalmente com os preços correntes da100


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASPETROBRAS. E nós pagamos pelos... Ess<strong>as</strong> not<strong>as</strong> el<strong>as</strong> são umreferencial <strong>de</strong> preço para que se paguem <strong>as</strong> quantida<strong>de</strong>sefetivamente medid<strong>as</strong>.”101


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS1.7. AUDIÊNCIA REALIZADA NO PLENÁRIO DACOMISSÃO, NO DIA 12 DE SETEMBRO DE 2001,PARA A OITIVA DOS SEGUINTES DEPOENTES:PAULO CÉZAR RAMOS DE OLIVEIRA - Secretário <strong>de</strong> Estado da Justiça e Cidadania <strong>de</strong>Santa Catarina.PAULO NEY ALMEIDA - Diretor-Presi<strong>de</strong>nte da Construtora Espaço Aberto Ltda.ÂNGELO RONCALLI DE RAMOS BARROS - Diretor do Departamento PenitenciárioNacional do Ministério da JustiçaDEPOIMENTO DO SR. PAULO CÉZAR RAMOS DE OLIVEIRA – Secretário <strong>de</strong> Estadoda Justiça e Cidadania <strong>de</strong> Santa Catarina.Não trouxe qualquer contribuição que pu<strong>de</strong>sse interessar a esta <strong>comissão</strong>.DEPOIMENTO DO SR. PAULO NEY ALMEIDA – Diretor-Presi<strong>de</strong>nte da ConstrutoraEspaço Aberto Ltda.Questionado sobre a construção da penitenciária da Gran<strong>de</strong> Florianópolis, SantaCatarina, negou qualquer irregularida<strong>de</strong> na obra, como superfaturamento.A respeito <strong>de</strong> paralisações verificad<strong>as</strong> nessa obra, prestou os seguintes esclarecimentos:“Deputado, o senhor até po<strong>de</strong> discordar <strong>de</strong> mim, m<strong>as</strong>, o senhor vê, nóscomeçamos uma obra em 94. Começamos e paralisamos essa obra oito, <strong>de</strong>zvezes. E quando nós paralisamos essa obra, algum<strong>as</strong> vezes com algum<strong>as</strong> <strong>de</strong>ss<strong>as</strong>máquin<strong>as</strong> pesad<strong>as</strong>, gran<strong>de</strong>s, que nem o Estado <strong>de</strong> Santa Catarina tem. São ess<strong>as</strong>retronivelador<strong>as</strong> que, por ac<strong>as</strong>o, vinham do Paraná e São Paulo. Santa Catarinanão tem esse tipo <strong>de</strong> máquina. Então, cada vez que paralisava essa obra,ficávamos preocupados. Aí pediam para nós retomarmos <strong>as</strong> obr<strong>as</strong>, Deputado. Enós estávamos retomando a obra com certo cuidado para ter certeza <strong>de</strong> que erapara retomar. Agora, disseram que é. Veio um documento que é para retomar.Se o senhor for lá ainda — não sei se o senhor vai — ou se o senhor quiser, eulhe mando, por exemplo, fotos datad<strong>as</strong> <strong>de</strong> segunda-feira. O senhor vai ver agran<strong>de</strong> diferença que já está hoje, o senhor vai ver que mudou b<strong>as</strong>tante.”102


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASDEPOIMENTO DO SR. ÂNGELO RONCALLI DE RAMOS BARROS – Diretor doDepartamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça.Prestou, inicialmente, <strong>as</strong> seguintes informações:“Só para po<strong>de</strong>r esclarecer, o Ministério da Justiça, por <strong>de</strong>terminação doMinistro José Gregori, a partir <strong>de</strong> agora, não vai aceitar mais construção <strong>de</strong>unida<strong>de</strong>s prisionais com mais <strong>de</strong> quinhentos presos. Ess<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> gran<strong>de</strong>s<strong>de</strong>moram muito. Nós precisamos construir obr<strong>as</strong> em quatro, cinco, seis mesesno máximo, porque o déficit no sistema prisional, hoje, é <strong>de</strong> 65 mil vag<strong>as</strong>. Nósprecisamos <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> pront<strong>as</strong>, e não obr<strong>as</strong> que vão se arr<strong>as</strong>tando ao longo dotempo. Também, por <strong>de</strong>terminação do Ministro, nós estamos solicitando aosEstados que elaborem seu plano diretor <strong>de</strong> construção e localização <strong>de</strong>estabelecimentos prisionais, para evitar justamente o que está acontecendo nessetipo <strong>de</strong> obra, quer dizer, a localização em um local errado, às vezes, por pressãoda própria comunida<strong>de</strong>, que não aceita a penitenciária naquele local. Nósprecisamos que esse plano diretor faça com que os Estados discutam com o seuMunicípio a localização da sua penitenciária. Porque, senão, nós queremosescon<strong>de</strong>r a penitenciária. E esse escon<strong>de</strong>r po<strong>de</strong> tornar mais cara essa obra.Então, a gente tá pedindo que o Estado elabore o plano diretor, discutindo comos Municípios a localização; unida<strong>de</strong>s pequen<strong>as</strong>, <strong>de</strong> até quinhentos presos. Nósainda estamos ainda abrindo uma exceção com São Paulo, porque tem umproblema grave <strong>de</strong> superlotação e há uma <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> que tem que se<strong>de</strong>sativar o Carandiru até abril do ano que vem. Por essa razão, nós aindaestamos construindo em São Paulo unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> até 702 presos, mais ou menos.M<strong>as</strong>, a partir <strong>de</strong> agora, nenhuma unida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rá ter uma população superior aquinhentos presos. O planejamento também vai facilitar que o Estado faça esseplanejamento para dois anos e pensando em todos os regimes da con<strong>de</strong>nação,quer dizer, o regime fechado, o regime semi-aberto e o regime aberto. Hoje nósestamos com a preocupação <strong>de</strong> construir penitenciária. E estamos esquecendoque temos que construir unida<strong>de</strong>s para o regime semi-aberto. Então, esseplanejamento vai possibilitar isso, essa discussão. Unida<strong>de</strong> compacta: nãoadianta mais construir complexo penitenciário, porque senão vira Carandiru.Nós queremos que essa unida<strong>de</strong>, ao ser construída, não permita nenhum tipo <strong>de</strong>ampliação. Ela tem que ser compacta. Se é para quinhentos presos, quinhentos103


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASpresos, não vai caber quinhentos e um, só quinhentos. Porque, se <strong>as</strong>sim permitir,a gente vai fragilizar o processo <strong>de</strong> segurança e, mais do que isso, não vamosefetivamente cumprir o papel da prisão, que é <strong>de</strong> recuperar o indivíduo preso.”Indagado sobre convênios realizados com os Estados, fez este pronunciamento:“Para o senhor ter idéia, nós temos hoje 152 convênios entreconstrução, ampliação, reforma e aparelhamento d<strong>as</strong> unida<strong>de</strong>sprisionais. Se em todos esses convênios fossem cumpridos os prazosacordados nos convênios, nós teríamos uma geração <strong>de</strong> vag<strong>as</strong> <strong>de</strong> 40 mile 409 vag<strong>as</strong> até o ano 2002. E só este ano nós teríamos 31 mil, 348vag<strong>as</strong>. M<strong>as</strong>, infelizmente, a maioria d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> estão atr<strong>as</strong>ad<strong>as</strong> — nãoparalisad<strong>as</strong>, atr<strong>as</strong>ad<strong>as</strong>. Por quê? Alguns motivos: processo licitatório,algum recurso para o processo licitatório atr<strong>as</strong>a; o Estado pe<strong>de</strong> aconstrução em <strong>de</strong>terminado Município, nós conveniamos e aí a Câmara<strong>de</strong> Vereadores vota uma lei do Município proibindo a construçãonaquele local. Por isso, estamos pedindo o plano diretor, para a gentepo<strong>de</strong>r discutir com a comunida<strong>de</strong> e não ter essa possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pararpor conta <strong>de</strong>ssa rejeição. Parada, às vezes, por falta <strong>de</strong> recurso e, a partir<strong>de</strong> 2000, o Ministério da Justiça adotou o critério <strong>de</strong> liberar o recursointegral para o Estado. Fez o convênio, libera o recurso. Agora, maisrecentemente, nós recebemos, então, orientação do Tribunal para quenão fizesse essa liberação integral. O que para a gente é ruim, porquenós precisamos liberar integral para o Estado cobrar da empreiteira aexecução rápida. Porque o dinheiro vai estar disponível para o Estado.A gente precisa fazer essa fiscalização com mais eficácia, para não teress<strong>as</strong> paralisações. M<strong>as</strong>, infelizmente, el<strong>as</strong> ocorreram, e no momento anossa maior preocupação, hoje, <strong>de</strong>ntro do Departamento PenitenciárioNacional, é o acompanhamento <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>. Então, por exemplo,temos negado pedidos <strong>de</strong> prorrogação <strong>de</strong> prazo. Por exemplo, o senhorfalou em Piraquara. Piraquara é uma obra que tem, no laudo do nossoacompanhamento, 75% da obra concluída; ela <strong>de</strong>ve estar um pouquinhomais. E o prazo final daquela obra é 28 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2001. Não vaiter mais nem um dia <strong>de</strong> prorrogação. Isso já está acertado com o Estadodo Paraná. Maringá, o senhor falou... Maringá, pelo nosso controle,104


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS<strong>de</strong>ve... o termo aditivo <strong>de</strong>ve terminar essa obra em fevereiro <strong>de</strong> 2002. EC<strong>as</strong>cavel <strong>de</strong>ve terminar, pelo nosso controle, no mês <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong>2001. Ess<strong>as</strong> são <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> lá do Paraná.”1.8. AUDIÊNCIA REALIZADA EM SALVADOR, EM 13DE SETEMBRO DE 2001, PARA OITIVA DOSSEGUINTES DEPOENTES:PEDRO BARBOSA DE DEUS - Secretário da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária doEstado da Bahia.ROBERTO MOUSALLEM DE ANDRADE - Secretário <strong>de</strong> Infra-Estrutura e Recursos Hídricosdo Estado da Bahia.JOSÉ LÚCIO LIMA MACHADO - Diretor-Presi<strong>de</strong>nte da Empresa Baiana <strong>de</strong> Águ<strong>as</strong> eSaneamento S/A.ANDERSON FREITAS DE CERQUEIRA - Representante da Gerente <strong>de</strong> Patrimônio daUnião no Estado da Bahia.JOÃO SÍLVIO CERQUEIRA MONTEIRO - Chefe do 5º Distrito Rodoviário Fe<strong>de</strong>ral —DNER/BA.GENÁRIO LEMOS COUTO - Diretor-Geral do Departamento <strong>de</strong> Estrad<strong>as</strong> <strong>de</strong> Rodagem daBahia.DEPOIMENTO DO SR. PEDRO BARBOSA DE DEUS – Secretário da Agricultura,Irrigação e Reforma Agrária do Estado da Bahia.Informou que trata especificamente dos tem<strong>as</strong> d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> irrigação, obr<strong>as</strong> <strong>de</strong>piscicultura, <strong>de</strong> carcinicultura e da utilização <strong>de</strong> imóveis construídos pela União naárea agrícola no Estado da Bahia.Acerca <strong>de</strong>sses <strong>as</strong>pectos p<strong>as</strong>sou a se pronunciar nos seguintes termos:“Especificamente sobre os projetos <strong>de</strong> irrigação <strong>de</strong>vo dizer quevou me referir a dois importantes projetos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> interesse não sópara <strong>as</strong> comunida<strong>de</strong>s ribeirinh<strong>as</strong> ao longo d<strong>as</strong> margens do Rio SãoFrancisco, m<strong>as</strong> também projetos importantes para o <strong>de</strong>senvolvimentodo Estado da Bahia. Quero me referir inicialmente ao Projeto Salitre, na105


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASmargem direita do São Francisco, cujo órgão responsável pelaimplementação <strong>de</strong>ssa importante obra é a CODEFASF. Um projeto cujaárea total é estimada em 30 mil hectares e que tem sua primeira etapaprevista a ocupação <strong>de</strong> 5.500 hectares. Quarenta e cinco por cento<strong>de</strong>ss<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> já foram executad<strong>as</strong>. O que eu queria <strong>de</strong>ixar claro aquipara a Comissão é especificamente o ritmo <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>. Estamosnesse projeto, um projeto importantíssimo, cuja primeira meta é apen<strong>as</strong><strong>de</strong> 5.500 hectares, esse projeto tem sido <strong>de</strong>mandado por toda acomunida<strong>de</strong> regional, por toda a comunida<strong>de</strong>, eu diria, do Estado daBahia, a implementação <strong>de</strong>sse projeto, e nós só conseguimos aimplementação dos 5.000 hectares. E <strong>de</strong>sses 5.500 hectares temos45% apen<strong>as</strong> d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> executad<strong>as</strong> com dois anos <strong>de</strong> atr<strong>as</strong>o. Estandoprevista a ocupação <strong>de</strong>sses lotes <strong>de</strong>sse projeto apen<strong>as</strong> no final <strong>de</strong> 2002para os lotes empresariais, e para os lotes <strong>de</strong> colôni<strong>as</strong> ao fim <strong>de</strong> 2003.O que tem acontecido é que não é culpa, na nossa ótica, daCODEVASF. O que tem acontecido é que a própria CODEVASF temfeito os pleitos, para a inclusão no Orçamento da União, <strong>de</strong> valores quecompatibilizam com o cronograma d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>, m<strong>as</strong> nem sempre aCODEVASF tem sido atendida. Então isso, para mim, resi<strong>de</strong> na maiordificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>. No c<strong>as</strong>o do Projeto Bacia<strong>de</strong> Irecê, na região <strong>de</strong> Itaguaçu da Bahia e região <strong>de</strong> Xique-Xique, nóstemos um projeto que a CODEVASF está implementando também, uma<strong>de</strong>manda muito importante para uma região que p<strong>as</strong>sa por dificulda<strong>de</strong>smuito séri<strong>as</strong>, uma agricultura <strong>de</strong> sequeiro muito sensível às incertez<strong>as</strong>climátic<strong>as</strong> <strong>de</strong> uma região própria do semi-árido. Estamos também nessaárea com um projeto <strong>de</strong> 57.000 hectares, cuja primeira etapa apen<strong>as</strong>viabilizará 3.800 hectares. E nós estamos apen<strong>as</strong> com 26% d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>executad<strong>as</strong> previst<strong>as</strong> para etapa, para essa primeira etapa. Se nósfizermos uma análise com relação ao cronograma global do projeto,estamos com um ano <strong>de</strong> atr<strong>as</strong>o.Neste c<strong>as</strong>o, se trata efetivamente <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> projeto, um projeto <strong>de</strong>importância vital para o <strong>de</strong>senvolvimento daquela região, um projeto <strong>de</strong> vitalimportância para o <strong>de</strong>senvolvimento da Bahia. Nós não conseguimos enten<strong>de</strong>rque, se não existem recursos para viabilizar projetos situados à margem do Rio106


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASSão Francisco, projetos que têm uma atrativida<strong>de</strong> econômica fantástica, todoseles, uma ativida<strong>de</strong> já <strong>de</strong>monstrada na prática, uma ativida<strong>de</strong> da irrigação <strong>de</strong>sucesso em toda a margem do Rio São Francisco, particularmente no póloJuazeiro-Petrolina, m<strong>as</strong> também com experiênci<strong>as</strong> muito bem-sucedid<strong>as</strong> emMin<strong>as</strong> Gerais e também em Bom Jesus da Lapa, nós não conseguimos enten<strong>de</strong>ra carência <strong>de</strong> recursos para viabilizar projetos prontos, com projetos executivosprontos, cuj<strong>as</strong> primeir<strong>as</strong> etap<strong>as</strong> estão sendo viabilizad<strong>as</strong> apen<strong>as</strong> com emend<strong>as</strong> <strong>de</strong>bancada. Nós temos, portanto... Não temos a compreensão que, numa situação<strong>de</strong>ssa, o Governo aloque recursos, cifr<strong>as</strong> importantes para a transposição d<strong>as</strong>águ<strong>as</strong> do Rio São Francisco para viabilizar pretensos projetos <strong>de</strong> irrigação. Ora,nós não po<strong>de</strong>mos enten<strong>de</strong>r, não po<strong>de</strong>mos aceitar, temos que lamentar que, senão existem recursos, os recursos são esc<strong>as</strong>sos para viabilizar projetosexecutivos prontos à margem do Rio São Francisco, que esses recursos existampara viabilizar projetos <strong>de</strong> irrigação distantes, com custos possivelmenteinviáveis no plano econômico. De forma que nós queríamos <strong>de</strong>ixar patenteado aessa Comissão o nosso <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> que esses projetos da Bahia pu<strong>de</strong>ssem serviabilizados. E que a União possa, inclusive, realocar esses recursosoriginalmente previstos para o início <strong>de</strong> obra <strong>de</strong> transposição, para que essesrecursos da União pu<strong>de</strong>ssem ser alocados para a viabilização <strong>de</strong>sses projetos. Eume refiro especificamente ao Projeto Salitre e ao Projeto Bacia do Irecê. M<strong>as</strong>que parte <strong>de</strong>sses recursos pu<strong>de</strong>ssem também iniciar o Projeto Iuiu, na região dovale do mesmo nome, uma região carente <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s, cuj<strong>as</strong> dificulda<strong>de</strong>ssão conhecid<strong>as</strong> <strong>de</strong> todos, em face da crise por que p<strong>as</strong>sa a cultura algodoeiranaquela região. Quero também citar e informar à Comissão que nós temos naregião, especificamente no Município <strong>de</strong> Xique-Xique, uma obra daCODEVASF, on<strong>de</strong> já foram investidos cerca <strong>de</strong> 700 mil reais numa estação <strong>de</strong>piscicultura e que está faltando 71 mil reais para a conclusão <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>. Estáno Orçamento da União <strong>de</strong>ste ano, m<strong>as</strong> está faltando a liberação à CODEVASFpara que ela possa concluir e cumprir com os objetivos almejados. Querotambém informar à Comissão que aqui na Bahia existe uma estação <strong>de</strong>carcinicultura no Município <strong>de</strong> Maraú, na localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campinhos, <strong>de</strong>proprieda<strong>de</strong> da CEPLAC, completamente ociosa, sem nenhuma operação, on<strong>de</strong>foram g<strong>as</strong>tos — eu não tenho a exata cifra, m<strong>as</strong> se nós formos... Eu pedi umaavaliação técnica para me informar o que é que seria necessário para viabilizar107


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASum empreendimento daquele. Fui informado <strong>de</strong> que seriam necessários pelomenos um milhão <strong>de</strong> reais para viabilizar uma unida<strong>de</strong> como aquela. Querotambém comunicar à Comissão <strong>de</strong> que, quando da construção da barragem <strong>de</strong>Sobradinho, estava prevista a implantação, até para superar possíveis impactosambientais, <strong>de</strong> uma estação <strong>de</strong> piscicultura e que até hoje não foi construída,causando muitos prejuízos à produção <strong>de</strong> pescado lá naquela região.Especificamente sobre imóveis existentes aqui na Bahia, ociosos ou com suafinalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>svirtuada, nós temos a Fazenda Experimental <strong>de</strong> Café do antigoIBC, no Município <strong>de</strong> Vitória da Conquista, invadida há anos. Nós temos umaoutra Fazenda Experimental <strong>de</strong> Bonito, também do antigo IBC, no Município <strong>de</strong>Bonito, <strong>as</strong>sumido pela Prefeitura como se<strong>de</strong> administrativa. Existe também umprédio do Ministério da Agricultura, localizado na Avenida Fre<strong>de</strong>rico Pontes,em Salvador, on<strong>de</strong> funcionou até 1975 a se<strong>de</strong> central da ANCARBA,Associação Nor<strong>de</strong>stina <strong>de</strong> Crédito e Assistência Rural, invadida há anos porterceiros. Existe um galpão da COBAL no Município <strong>de</strong> Teixeira <strong>de</strong> Freit<strong>as</strong>utilizado parcialmente pela Prefeitura como escola. Existe uma área doMinistério da Agricultura <strong>de</strong> aproximadamente vinte hectares, localizada juntoao parque <strong>de</strong> exposição do Município <strong>de</strong> Vitória da Conquista, praticamente noperímetro urbano, hoje subutilizada. Existe também uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>beneficiamento <strong>de</strong> cimento do Ministério da Agricultura, no Município <strong>de</strong>Ribeira do Pombal, atualmente <strong>de</strong>sativada. Também foi localizado um prédio daCONAB, no Município <strong>de</strong> Cícero Dant<strong>as</strong>, atualmente também <strong>de</strong>sativado. E umprédio do DNOCS, no Município <strong>de</strong> Adustina, subutilizado. Eram ess<strong>as</strong> <strong>as</strong>contribuições que eu traria à Comissão. E queria <strong>de</strong>ixar registrado e entregar aoPresi<strong>de</strong>nte da Comissão <strong>as</strong> noss<strong>as</strong> contribuições, que faço por escrito nestemomento. “DEPOIMENTO DO SR. ROBERTO MOUSALLEM DE ANDRADE – Secretário <strong>de</strong>Infra-Estrutura e Recursos Hídricos do Estado da Bahia.Inicialmente, o <strong>de</strong>poente prestou os seguintes esclarecimentos:“Sr. Presi<strong>de</strong>nte, eu anotei os c<strong>as</strong>os que acho <strong>de</strong> extremarelevância em relação ao tema <strong>de</strong>sta Comissão. M<strong>as</strong>, sem dúvidanenhuma, eu acho que a situação mais grave, o principal problema quenós temos <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> fe<strong>de</strong>rais paralisad<strong>as</strong> — não tenho dúvida nenhuma108


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASem relação principalmente à conseqüência que isso traz à economiaregional, não só do Estado —, em relação às rodovi<strong>as</strong> fe<strong>de</strong>rais que estãoem estado extremamente precário, e que têm su<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> manutenção,senão paralisad<strong>as</strong>, m<strong>as</strong> num ritmo tão lento, que, efetivamente, amelhoria que se consegue dar a ess<strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong> é numa velocida<strong>de</strong>menor do que a <strong>de</strong>terioração que vem ocorrendo a cada ano. De formaque a situação a cada dia que p<strong>as</strong>sa, ela é mais grave trazendo enormesprejuízos não só econômicos, m<strong>as</strong> também para a segurança e para oconforto <strong>de</strong> todos os seus usuários, encarecendo o nosso produto,principalmente no interior do Estado. Alguns <strong>de</strong>sses produtos que sãoexportados têm também sido prejudicados na sua competitivida<strong>de</strong> emrelação ao aumento <strong>de</strong> custo <strong>de</strong> transporte. E essa não é uma questãonova; é uma questão antiga, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a época... Eu tenho, inclusive ofíciosaqui <strong>de</strong> 94 ainda, que o então Governador Antonio Carlos Magalhãesfez ofício ao Ministro Rubens Denny, colocando essa situação; <strong>de</strong>pois,o Governador Paulo Souto, também, como um dos primeiros atos <strong>de</strong> seuGoverno, ainda em janeiro <strong>de</strong> 95, encaminhou ofício ao Presi<strong>de</strong>nte daRepública também colocando a situação e a gravida<strong>de</strong> d<strong>as</strong> estrad<strong>as</strong>fe<strong>de</strong>rais; <strong>de</strong>pois, vários ofícios foram encaminhados. O GovernadorCésar Borges, inclusive em um <strong>de</strong> seus ofícios, ele relatou que essaquestão não é apen<strong>as</strong> uma questão <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> recursos orçamentáriospara investimento. É uma questão também <strong>de</strong> distribuição ina<strong>de</strong>quadaentre os diversos Estados da União, porque a Bahia, que é um Estadoque tem 8% da malha rodoviária fe<strong>de</strong>ral tem recebido valores emorçamentos muitos inferiores à sua importância, em relação a essa re<strong>de</strong>.Inclusive, essa situação fica mais grave, porque esses recursosorçamentários, a maior parte <strong>de</strong>les não são rep<strong>as</strong>sados, o que tornaainda mais grave essa situação. Divers<strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong> têm sidoi<strong>de</strong>ntificad<strong>as</strong>. Nós temos inclusive algum<strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong> que há décad<strong>as</strong> nãotêm sido implementad<strong>as</strong>. Eu dou o exemplo, por exemplo, da Rodovia030, que é uma rodovia, inclusive, que tem como objetivo uma ligaçãodo norte <strong>de</strong> Min<strong>as</strong> e do próprio planalto ao porto <strong>de</strong> Campin<strong>as</strong>, que éum porto que foi construído há mais <strong>de</strong> vinte anos — ele foi qu<strong>as</strong>econcluído, m<strong>as</strong> não foi concluído — e hoje não tem nenhuma serventia,109


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASnão tem uso, porque falta, efetivamente, a conclusão <strong>de</strong>ssa viarodoviária, a instalação do porto, para po<strong>de</strong>r... Esse seria o caminhomais curto, inclusive do cerrado, do próprio planalto central, <strong>de</strong> Br<strong>as</strong>íliapara o litoral br<strong>as</strong>ileiro. Então, esse é um ponto importante que estámuito bem documentado aqui. Eu vou p<strong>as</strong>sar esse documento a V.Exa.contendo todos esses pontos que eu estarei relatando aqui nestemomento. Uma avaliação preliminar que foi feita... Isso <strong>de</strong>pois vai seraqui <strong>de</strong>purado, certamente, por representantes do DNER, m<strong>as</strong> umaavaliação nossa indica que a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos para recuperar <strong>as</strong>rodovi<strong>as</strong> fe<strong>de</strong>rais ultrap<strong>as</strong>sa os 400 milhões <strong>de</strong> reais para colocar ess<strong>as</strong>estrad<strong>as</strong> em condições <strong>de</strong> uso. Uma gravida<strong>de</strong> também em relação aessa questão é que o Governo do Estado da Bahia tem feito um esforçomuito gran<strong>de</strong> na recuperação d<strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong> estaduais. Nós temos cerca<strong>de</strong> trezentos e cinqüenta a quatrocentos quilômetros <strong>de</strong> rodovi<strong>as</strong>estaduais que foram recuperados e que estão sendo danificad<strong>as</strong> pelo<strong>de</strong>svio <strong>de</strong> transportes <strong>de</strong> carga em função da precarieda<strong>de</strong> dos trechosda rodovia fe<strong>de</strong>ral. Esses transportes, eles <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> percorrer ocaminho mais curto, através da rodovi<strong>as</strong> fe<strong>de</strong>rais, procurando <strong>as</strong>rodovi<strong>as</strong> estaduais, que estão em situações melhores, m<strong>as</strong> que nãoforam construíd<strong>as</strong> para o tráfego <strong>de</strong>sses transportes <strong>de</strong> carga pesada.Portanto, nós temos uma estimativa já <strong>de</strong> prejuízo n<strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong>estaduais em torno <strong>de</strong> 15 milhões <strong>de</strong> reais, e que inclusive foi objeto <strong>de</strong>uma solicitação do Governador César Borges para que o GovernoFe<strong>de</strong>ral p<strong>as</strong>se esse recurso ao Estado para recuperar esse prejuízo. Emrelação também a transportes, nós temos uma outra obra muitoimportante. Essa obra, na verda<strong>de</strong>, é uma obra fundamental, é daHidrovia do São Francisco. A Hidrovia do São Francisco é uma obraque já esteve, inclusive nos orçamentos do Governo Fe<strong>de</strong>ral com aprevisão <strong>de</strong> sua conclusão da primeira etapa em 98. Esses recursos nãoforam aplicados <strong>de</strong> forma suficiente, porque essa rodovia éextremamente importante para a Região Nor<strong>de</strong>ste, m<strong>as</strong> para a Bahiaprincipalmente, porque nós temos um... Essa hidrovia ela é importantepara transportar, principalmente, produtos do oeste da Bahia através <strong>de</strong>um sistema <strong>de</strong> transportes multimodal: usando a rodovia; <strong>de</strong>pois o110


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAStrecho da hidrovia, a ferrovia até o porto <strong>de</strong> Aratu para transportar oproduto do oeste da Bahia, e sem essa hidrovia isso será impossível. Ahidrovia prevê um transporte <strong>de</strong> barc<strong>as</strong>, <strong>de</strong> comboios com b<strong>as</strong>eeconômica <strong>de</strong> 7.200 tonelad<strong>as</strong>, que exige um calado <strong>de</strong> 2,5 metros norio São Francisco, principalmente no trecho <strong>de</strong> Muquém do SãoFrancisco até Juazeiro. Então, é muito importante que esses recursossejam alocados. E, aí, uma sugestão: como o projeto <strong>de</strong> transposição doSão Francisco foi postergado — havia um recurso <strong>de</strong> 190 milhões, senão me engano, no Orçamento da União para este ano —, que parte<strong>de</strong>sses recursos sejam alocados, além <strong>de</strong> para a recuperação do rio eviabilização <strong>de</strong>sses projetos <strong>de</strong> irrigação citados pelo colega Pedro <strong>de</strong>Deus, que sejam também alocados recursos para a viabilização dahidrovia do São Francisco, que não são recursos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, m<strong>as</strong>que são <strong>de</strong> extrema importância para o Estado da Bahia. Uma outra obraimportante que eu cito é a conclusão d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> do Pier II do Porto <strong>de</strong>Aratu. O Pier II é um pier que foi construído, m<strong>as</strong> faltam ainda <strong>as</strong>instalações a<strong>de</strong>quad<strong>as</strong> para que ele opere com eficiência. Ele hoje temuma operação precária m<strong>as</strong>, para que ele tenha uma produtivida<strong>de</strong>a<strong>de</strong>quada, é preciso que <strong>as</strong> instalações sejam suficientes para que elepossa operar com granéis sólidos, aliviando o terminal <strong>de</strong> granéissólidos existentes hoje no Porto do Aratu, e que, em <strong>de</strong>terminadosperíodos do ano, faz com que alguns navios esperem por vários di<strong>as</strong>,encarecendo esse custo <strong>de</strong> transporte. Então, é obra <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>importância. Esse terminal, estava prevista uma licitação pelaCODEBA. Essa licitação foi anulada, foi postergada e não foi <strong>de</strong> novorealizada. É <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância que isso seja também provi<strong>de</strong>nciado.Em relação à re<strong>de</strong> ferroviária, eu diria que a obra mais importante doNor<strong>de</strong>ste hoje é resolver o gargalo ferroviário que existe n<strong>as</strong> cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>São Félix e Cachoeira, fazendo um novo caminho para a transposiçãodo rio Paraguaçu. Só para se ter uma idéia, hoje tem um movimentomédio <strong>de</strong> seis trens por dia, que p<strong>as</strong>sam pelo centro d<strong>as</strong> cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>Cachoeira e São Félix através da ponte Dom Pedro II. Cada trem levauma hora e quinze minutos, em média, para p<strong>as</strong>sar. Então, hoje, acida<strong>de</strong> já tem, numa média, sete hor<strong>as</strong> e meia <strong>de</strong> transtorno, <strong>de</strong>111


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASinterrupção, porque, quando o trem está p<strong>as</strong>sando lá, efetivamente vocênão po<strong>de</strong> nem ultrap<strong>as</strong>sar. A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Félix, por exemplo, ficadividida ao meio, prejudicando, inclusive, serviços <strong>de</strong> limpeza. APrefeitura tem se queixado muito em relação a essa questão. Para 2004,com o aumento <strong>de</strong> carga que está ocorrendo já hoje na re<strong>de</strong> ferroviária,a expectativa é que, <strong>de</strong> seis, p<strong>as</strong>se a quinze trens diários. Então, issoinviabilizaria a vida d<strong>as</strong> cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Cachoeira e <strong>de</strong> São Félix. Então, hánecessida<strong>de</strong>. Já há uma projeto e há uma previsão pelo Ministério dosTransportes <strong>de</strong> fazer investimentos que não são gran<strong>de</strong>s também — são18 milhões <strong>de</strong> reais a nossa estimativa —, com uma obra que érelativamente simples, fazendo um novo ponto para a transposição dorio Paraguaçu, resolvendo esse problema d<strong>as</strong> cida<strong>de</strong>s e aumentando aeficiência do transporte ferroviário, minimizando b<strong>as</strong>tante o tempo <strong>de</strong>percurso. Sobre a BR 030 eu já falei. Temos também, nessa BR 030, umprojeto da ponte <strong>de</strong> Malhada/Carinhanha, que é um projeto antigo, emque foi feita uma parte <strong>de</strong>ssa obra no ano 2000 e, <strong>de</strong>pois, no OGU 2001,havia uma previsão <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> 3,7 milhões, m<strong>as</strong> eu não tenhoinformação <strong>de</strong> que esses recursos seriam rep<strong>as</strong>sados. E a obra é muitoimportante também <strong>de</strong>ntro da idéia <strong>de</strong> complementar a BR 030. Umaoutra obra importante, m<strong>as</strong> que parece que foi resolvida, é a geração <strong>de</strong>energia elétrica na Barragem <strong>de</strong> Pedra do Cavalo. Essa geração tem umahistória.Quando o Governo do Estado, através da DESENVALE,construiu e começou o projeto da Barragem <strong>de</strong> Pedra do Cavalo, aCHESF solicitou que fosse feita uma previsão no projeto para que,posteriormente, fosse instalada uma usina <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energiaelétrica. Foi feito um convênio em 81 com o Estado em que a CHESFse comprometia a pagar 109 milhões <strong>de</strong> dólares para a realização <strong>de</strong>ssaobra. O Governo cumpriu a sua parte, modificou o projeto, fez <strong>as</strong>instalações, a obra civil prevendo a implantação da geração e essageração nunca aconteceu. Este ano tivemos uma boa notícia: a ANEELintroduziu a geração <strong>de</strong> Pedra do Cavalo no seu programa <strong>de</strong> geração, eestá programada a licitação <strong>de</strong>ssa obra este ano, o que resolveria esseproblema. M<strong>as</strong> eu queria <strong>de</strong>smistificar aqui uma informação <strong>de</strong> que a112


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASUsina <strong>de</strong> Pedra do Cavalo é uma usina gran<strong>de</strong>, <strong>de</strong> 600 megawatts, queresolveria o problema <strong>de</strong> racionamento se ela tivesse sido concluída.Isso não é verda<strong>de</strong>. A concepção inicial da Usina <strong>de</strong> Pedra do Cavaloera <strong>de</strong> uma usina supermotorizada <strong>de</strong> 600 megawatts para operarexclusivamente na ponta, com o objetivo <strong>de</strong> aliviar <strong>as</strong> linh<strong>as</strong> <strong>de</strong>transmissão <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> Paulo Afonso até Salvador da CHESF. Nãoera uma usina com o objetivo <strong>de</strong> gerar quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia elétrica. Acapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> geração média <strong>de</strong>la não ultrap<strong>as</strong>sa 100 megawatts — éestimada em 80 megawatts. Hoje o projeto foi realizado. É um projeto<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> instalada <strong>de</strong> 160 megawatts, m<strong>as</strong> que só vai gerar, namédia, 80 megawatts, que é o que a usina tem capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer. M<strong>as</strong>é uma obra importante, porque está próxima ao centro <strong>de</strong> carga daBahia, próximo ao centro industrial, e é extremamente importante queseja realizada. Bom, ess<strong>as</strong> eram <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> que eu tinha relacionado. Sãoobr<strong>as</strong> do Governo Fe<strong>de</strong>ral, m<strong>as</strong> <strong>de</strong>ntro da área <strong>de</strong> infra-estrutura, que é aárea da Secretaria, ela conta. Eu já entreguei a V.Exa. o relatóriocontendo um conjunto <strong>de</strong> documentos que <strong>de</strong>talham o que aqui foirelacionado por mim. “Informou que sua Secretaria não tem qualquer participação na construção do Aeroporto<strong>de</strong> Salvador, ocupando-se apen<strong>as</strong> <strong>de</strong> aeroportos pequenos, os chamados aeródromos. Dissehaver alguns convênios com o Governo Fe<strong>de</strong>ral para a construção do aeroporto <strong>de</strong> Valença, jápronto, e do aeroporto <strong>de</strong> Barreir<strong>as</strong>, que está sendo construído, além <strong>de</strong> outros menores. Deacordo com sua informação, o Aeroporto <strong>de</strong> Salvador é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> da INFRAERO.Fez os seguintes comentários a respeito <strong>de</strong>ssa obra:“Essa é uma obra da INFRAERO que o convênio que o Governo doEstado tem pra ajudar a incluir financeiramente. É uma obra, um convênio,sendo coor<strong>de</strong>nado pelo CEPROTEC. Agora, efetivamente, essa é um obra que éum pena que o Governo Fe<strong>de</strong>ral tenha paralisado, porque é uma obra <strong>de</strong>extrema importância para a Bahia. Ela tem uma importância fundamental. A suaparalisação está trazendo prejuízos enormes, principalmente para a ativida<strong>de</strong>turística, que é hoje uma d<strong>as</strong> ativida<strong>de</strong>s que mais cria oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> empregono mundo, e a Bahia tem investido muito. O Governo da Bahia tem investidomuito nessa ativida<strong>de</strong>, e que, infelizmente, por razões até que a gente nãoconsegue compreen<strong>de</strong>r direito, essa obra está paralisada apesar <strong>de</strong> ter uma parte113


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASjá operando, m<strong>as</strong> a sua conclusão ainda não foi possível ser feita. É fundamentalque isso seja resolvido o mais rápido possível, para que na próxima alta estação,aqui, <strong>de</strong> movimento do Aeroporto Luis Eduardo Magalhães, nós tenhamos jáessa obra retomada e concluída. Então, essa é uma d<strong>as</strong> — eu diria — d<strong>as</strong>principais obr<strong>as</strong> que <strong>de</strong>veriam ser imediatamente retomad<strong>as</strong>, porque estátrazendo prejuízo econômico ao Estado e ao Governo Fe<strong>de</strong>ral também, porquequem está coor<strong>de</strong>nando esta obra, como eu falei, é a INFRAERO. Inclusive, oPresi<strong>de</strong>nte da INFRAERO há alguns di<strong>as</strong> <strong>de</strong>u um <strong>de</strong>poimento muito equilibradoem relação a essa questão e que foi publicado nos principais jornais do País.”DEPOIMENTO DO SR. JOSÉ LÚCIO LIMA MACHADO – Diretor-Presi<strong>de</strong>nte daEmpresa Baiana <strong>de</strong> Águ<strong>as</strong> e Saneamento S/A.Iniciou o seu <strong>de</strong>poimento, prestando os seguintes esclarecimentos“Sr. Presi<strong>de</strong>nte, Srs. Deputados Fe<strong>de</strong>rais e Estaduais, a EMBASA<strong>de</strong>tém a concessão <strong>de</strong> 345 Municípios do Estado da Bahia, aproximadamente82% dos Municípios, e em alguns <strong>de</strong>les se fez intervenções com recursosoriundos do Governo Fe<strong>de</strong>ral, OGU, e Prosaneamento, que eu não consi<strong>de</strong>rariarecurso fe<strong>de</strong>ral, porque são recursos do Fundo <strong>de</strong> Garantia do trabalhador erecursos onerosos, m<strong>as</strong> também fizemos investimentos com esses recursos.Desses recursos, 95% d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> estão concluíd<strong>as</strong>. Há du<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> ainda doPROSANEAR, que <strong>de</strong>vemos estar concluindo este ano, que é Salin<strong>as</strong> daMargarida, em uma extensão na região do feijão, que é Canarana, que também<strong>de</strong>veremos estar concluindo este ano, e com recursos do OGU nós temos trêsobr<strong>as</strong>, uma eu até aproveito o oferecimento do Deputado, para que os recursoscheguem aqui, que são os recursos para a obra <strong>de</strong> Morro <strong>de</strong> São Paulo,esgotamento sanitário. Essa obra não está paralisada, porque estamos pagando<strong>as</strong> fatur<strong>as</strong> com recursos próprios da empresa, m<strong>as</strong> o Governo Fe<strong>de</strong>ral não temliberado através da SEDU esses recursos. Então, já que o Exmo. Deputado fezesse oferecimento, eu aproveito a oportunida<strong>de</strong> para pedir, se ele pu<strong>de</strong>r intervirna SEDU para que esses recursos cheguem, seria <strong>de</strong> bom tamanho. Temos umaobra iniciando, du<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> iniciando, que são sistem<strong>as</strong> <strong>de</strong> água <strong>de</strong> Potiragua esistema <strong>de</strong> esgotamento <strong>de</strong> Lençóis. Não temos, no âmbito da empresa,114


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASnenhuma obra com recursos, aliás, <strong>de</strong> qualquer natureza, que estejamparalisad<strong>as</strong> ou inacabad<strong>as</strong>. “Indagado se os recursos do PROSANEAMENTO contam com algum empréstimo doBIRD para saneamento, respon<strong>de</strong>u que sim e fez os seguintes comentários:“Temos. Temos empréstimo do BIRD para um programa que jáconcluiu, que é o Programa <strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>rnização do Setor <strong>de</strong> Saneamento1. Temos aqui program<strong>as</strong> do BID e do GIBIC(?), que é o quechamamos Programa Bahia Azul, que são investimentos em Salvador eem <strong>de</strong>z cida<strong>de</strong>s do entorno da Baia <strong>de</strong> Todos os Santos, investimentosna área <strong>de</strong> esgotamento sanitário e <strong>de</strong> ab<strong>as</strong>tecimento <strong>de</strong> água, doiscomponentes; só tem mais três, m<strong>as</strong> a cargo da EMBASA tem essesdois componentes, e temos outros program<strong>as</strong> com obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> saneamento,que é o PRODETUR, que, salvo engano, é um financiamento do BID, etemos do PROÁGUA, também PGRH, que são financiamentos doBanco Mundial. Nós temos du<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> nesses program<strong>as</strong>. “DEPOIMENTO DO SR. ANDERSON FREITAS DE CERQUEIRA – Representante daGerente <strong>de</strong> Patrimônio da União no Estado da Bahia.Teceu os seguintes comentários acerca da Gerência Regional <strong>de</strong>Patrimônio da Bahia:“A Gerência Regional <strong>de</strong> Patrimônio da Bahia gerencia,como <strong>de</strong> resto toda a Secretaria do Patrimônio da União, osbens imóveis da União, cabendo-lhe zelar, para que seja dadauma <strong>de</strong>stinação a esses bens. E nós b<strong>as</strong>icamente, temos doistipos <strong>de</strong> bens imóveis com que nós trabalhamos. Um, são osbens dominiais, que são conhecidos, <strong>as</strong> espécies maisconhecid<strong>as</strong> pelo público em geral são os terrenos <strong>de</strong> Marinha e<strong>as</strong> ilh<strong>as</strong> oceânic<strong>as</strong>. Esses são os bens que, via <strong>de</strong> regra, estãosendo ocupados por particulares, pesso<strong>as</strong> comuns — físic<strong>as</strong>,jurídic<strong>as</strong> e outr<strong>as</strong> — que ocupam esse bem, mediante umacontraprestação financeira à União, anual, uma taxa <strong>de</strong>115


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASocupação ou um foro. E nós também trabalhamos com os bens<strong>de</strong> uso do serviço público fe<strong>de</strong>ral, que são aqueles bens<strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> próprios, que nós chamamos, <strong>de</strong>ntro da SPU,<strong>de</strong> próprios nacionais. Esses bens estão aplicados ao serviçopúblico da União pela administração direta ou por su<strong>as</strong>autarqui<strong>as</strong>. Inclusive, esse é o meu objeto <strong>de</strong> trabalho. M<strong>as</strong>,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo do ano p<strong>as</strong>sado, <strong>de</strong> 2000, venho trabalhandocom esses bens <strong>de</strong>nominados próprios nacionais. A Secretaria<strong>de</strong> Patrimônio da União vem tocando, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano p<strong>as</strong>sado, umprojeto <strong>de</strong> recad<strong>as</strong>tramento <strong>de</strong>sses bens imóveis — <strong>de</strong>sses bensque estão sob a posse <strong>de</strong> órgãos públicos fe<strong>de</strong>rais — a fim <strong>de</strong>levantar qual é a situação <strong>de</strong>sses bens e po<strong>de</strong>r partir para aregularização <strong>de</strong> cada um. O nosso cad<strong>as</strong>tro atual data <strong>de</strong> 1990ou 91. Eu tenho apen<strong>as</strong> três anos na Secretaria do Patrimônioda União, no serviço fe<strong>de</strong>ral, m<strong>as</strong> eu sei que esse cad<strong>as</strong>tro data<strong>de</strong> mais ou menos <strong>de</strong> 90 ou 91, e é um cad<strong>as</strong>tro já b<strong>as</strong>tante<strong>de</strong>f<strong>as</strong>ado e que não nos permite, hoje, ter uma visão muito clarado acervo utilizado pelo serviço público fe<strong>de</strong>ral. De modo que, noano p<strong>as</strong>sado, a SPU, a partir <strong>de</strong> Br<strong>as</strong>ília, começou no Paísinteiro um projeto <strong>de</strong> recad<strong>as</strong>tramento <strong>de</strong>sses bens usados noserviço público fe<strong>de</strong>ral e nós, aqui na Bahia, vimos tocando esseprojeto, que <strong>de</strong>ve ser finalizado ao final <strong>de</strong>ste ano.”DEPOIMENTO DO SR. JOÃO SÍLVIO CERQUEIRA MONTEIRO – Chefe do 5º DistritoRodoviário Fe<strong>de</strong>ral do DNER da Bahia.Proce<strong>de</strong>u inicialmente aos seguintes esclarecimentos a respeito dos bens públicos noEstado:“Nós temos 4.500 quilômetros <strong>de</strong> rodovi<strong>as</strong> fe<strong>de</strong>raispavimentados. Temos 8.300 quilômetros <strong>de</strong> rodovi<strong>as</strong> fe<strong>de</strong>rais ao todo,dos quais 1.300 não são pavimentados e alguma coisa são rodovi<strong>as</strong>planejad<strong>as</strong>. Algum<strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong> importantes foram citad<strong>as</strong> aqui. Eucomeçarei pelo técnico. Como eu sou técnico, a gente ten<strong>de</strong> a seguiruma seqüência. Eu começaria pela BR-135, que é uma rodoviaimportantíssima no Estado da Bahia, uma rodovia pioneira, estratégica,e que, quando concluída, <strong>de</strong>verá ligar o Planalto Central do Br<strong>as</strong>il ao116


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASNor<strong>de</strong>ste, incrementando uma produção muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> soja, trazendopara os portos <strong>de</strong> escoamento uma nova produção, uma nova fronteiraagrícola <strong>de</strong> grãos daquela região. Em seguida, eu viria pela BR- 242,logo a seguir, que é uma rodovia também <strong>de</strong> importância muito gran<strong>de</strong>,que liga a Capital Fe<strong>de</strong>ral da República ao Estado da Bahia, a Salvador.Essa rodovia tem também, além da conotação <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> eixorodoviário, a conotação do componente turístico, porque ela atravessa anossa Chapada Diamantina. Viria pela BR-116, que é a famosíssimaRio/Bahia, a antiga Rio/Bahia, que foi inaugurada, provavelmente, eunão era n<strong>as</strong>cido ainda, Sr. Presi<strong>de</strong>nte. A 116, ela <strong>de</strong>tém, na Bahia, 955quilômetros <strong>de</strong> extensão, só na Bahia. Uma rodovia que não estáincluída em nenhum plano <strong>de</strong> recuperação por parte do GovernoFe<strong>de</strong>ral. Eu, mais tar<strong>de</strong>, vou esclarecer esse <strong>as</strong>sunto. Sr. Presi<strong>de</strong>nte, daíem diante nós teríamos a BR-101, uma rodovia litorânea muito bemconstruída, que eu costumo dizer o seguinte: foi construída na época dobigo<strong>de</strong>, na época em que o sujeito sabia fazer estrada. A BR-101, a<strong>de</strong>speito <strong>de</strong> atravessar uma região dificílima <strong>de</strong> transposição por umarodovia, mantém-se, apesar <strong>de</strong> oito mil caminhões/dia em algunssegmentos, servindo ao Br<strong>as</strong>il <strong>de</strong> Norte a Sul pelo litoral, com umcomponente também importantíssimo na área turística. Viria, Sr.Presi<strong>de</strong>nte, chegando a Salvador, à Salvador/Feira <strong>de</strong> Santana. ASalvador/Feira <strong>de</strong> Santana, neste ano e pouco <strong>de</strong> gestão, como gestord<strong>as</strong> cois<strong>as</strong> do DNER na Bahia, tive oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concluir um PER,um programa <strong>de</strong> trabalho em convênio com o Governo do Estado daBahia, com o DER e com a Secretaria <strong>de</strong> Transportes, num trabalhoafinado, em que nós <strong>de</strong>finimos um plano <strong>de</strong> trabalho para a concessãoda rodovia. Para que os senhores tenham idéia, a Salvador/Feira tempicos <strong>de</strong> tráfego diário <strong>de</strong> cinqüenta e cinco mil veículos. Uma rodoviaque tem esse volume <strong>de</strong> tráfego merece um tratamento diferenciado. Éum importante portão <strong>de</strong> entrada do interior para a Capital. Sr.Presi<strong>de</strong>nte, eu teria outr<strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong> a enumerar, e me coloco àdisposição, para ser mais breve. Como sei que há um segundo item napauta a respeito dos imóveis patrimoniais do Governo Fe<strong>de</strong>ral, o DNERé um órgão que <strong>de</strong>tém uma série <strong>de</strong> imóveis na Bahia. O DNER opera117


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAScom o que se chama <strong>de</strong> parque operacional. São unida<strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciaisno interior. E na Bahia nós temos oito, Sr. Presi<strong>de</strong>nte, emfuncionamento precário. Por quê? De um órgão que tinha 300funcionários por unida<strong>de</strong>, em cada unida<strong>de</strong>, hoje é um órgão que temtrês funcionários — aí, Sr. Presi<strong>de</strong>nte, incluindo um engenheiro-chefeda residência —, para um órgão que tinha antigamente cinqüenta ecinco engenheiros na se<strong>de</strong> aqui em Salvador, hoje tem, Sr. Presi<strong>de</strong>nte,seis engenheiros. Isso para administrarmos sessenta e quatro contratosda mais variada gama, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> projeto até implantação e pavimentação.”Sr. Presi<strong>de</strong>nte, estou à disposição da Comissão.Indagado sobre convênios celebrados com o Governo Fe<strong>de</strong>ral, prestou <strong>as</strong> informaçõesque p<strong>as</strong>samos a transcrever:“Nós temos dois convênios com o Governo do Estado. Oconvênio para a construção e implantação da BR-116, que é o chamadoConvênio Eucli<strong>de</strong>s da Cunha/Ibó, e posso, se a Comissão me permite, játecer, adiantar alguns comentários <strong>de</strong> como se encontram os convênios.Esse convênio iniciou-se em Tucano e hoje avança sertão a<strong>de</strong>ntro numaregião, atravessando Canudos, que é uma região, um sítio arqueológico,histórico da maior valia para o Estado da Bahia. Nós estamos hoje coma obra a quarenta quilômetros da divisa com Pernambuco. Resta-nosconcluir, em termos <strong>de</strong> terraplenagem, quarenta quilômetros <strong>de</strong> obra.Isso é o que ficará para que façamos, no ano que vem, a conclusão daBR-116 na Bahia. Aí estará incluída uma ponte no Rio São Francisco,com 315 metros <strong>de</strong> extensão; uma ponte no Riacho da Várzea, com 150metros <strong>de</strong> extensão; e mais <strong>de</strong>z ou doze pontilhões entre vinte, trinta,quarenta, cinqüenta metros. Os recursos necessários para que a gentechegue a quarenta quilômetros, ou seja, para que a gente entre emChorrochó, que é uma comunida<strong>de</strong> lá no sertão da Bahia, eles estão hoje<strong>de</strong>stinados e a obra está a todo vapor.”Informou ainda sobre a construção da ponte sobre o Rio São Francisco entre Carinhanhae Malhada, 1.182 metros <strong>de</strong> extensão, projeto que custará 26 milhões.118


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASA respeito da BR-101, informou que ela tem 972 quilômetros <strong>de</strong> extensão e foirestaurada no ano <strong>de</strong> 2000 em 200 quilômetros, entre a divisa <strong>de</strong> Sergipe e próximo à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Gandu. Esses recursos são oriundos do empréstimo internacional com os bancos BID e BIRD.Quanto à BR-135, prestou os seguintes esclarecimentos:“A BR-135 n<strong>as</strong>ce na Bahia, na divisa como Piauí, quilômetrozero, na divisa com o Piauí. Até Formosa do Rio Preto nós temos umcontrato, o DNER tem um contrato que data <strong>de</strong> 1997, 98, maisprecisamente, e que saiu recurso no Orçamento do ano p<strong>as</strong>sado, m<strong>as</strong> osrecursos não foram liberados. De Formosa do Rio Preto até Barreir<strong>as</strong>,nós temos uma <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> convênio que não é com a empresa, m<strong>as</strong>com o 4º BEC, aí é um convênio <strong>de</strong> cooperação. De modo que a 135 atéBarreir<strong>as</strong> ela tem uma parte que é conveniada, ou seja, um convênio <strong>de</strong>cooperação com o 4º BEC, que é um convênio um pouco diferentedaquele que nós temos com outros órgãos e entre o quilômetro zero e oquilômetro 44.7, na cida<strong>de</strong> mais precisamente <strong>de</strong> Formosa do Rio Preto,temos um contrato <strong>de</strong> 97, que não foi acionado por falta <strong>de</strong> recurso.Entre a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Desidério e Correntina, nós temos 135quilômetros <strong>de</strong> projetos executados na prateleira, praticamenteprontinho, aguardando recurso, se Deus quiser, no Orçamento da Uniãodo ano que vem, para iniciarmos a obra.”Indagado sobre a BR 235, informou o seguinte:“A 235, na Bahia, ela inicia na divisa <strong>de</strong> Sergipe, numa cida<strong>de</strong>chamada Carira, esten<strong>de</strong>-se até a divisa com o Piauí. M<strong>as</strong> o trecho maisimportante <strong>de</strong>la, seguramente acaba em Juazeiro. São 361 quilômetros,nós temos projeto entre uma cida<strong>de</strong>, a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Canudos, um povoadochamado Canché até Juazeiro. Estou com três lotes <strong>de</strong> projeto prontos,no final do ano, aguardando recurso para iniciarmos <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> no ano quevem.”Sobre a BR-110, o <strong>de</strong>poente informou que há sete lotes <strong>de</strong> projetos aprovados emBr<strong>as</strong>ília. Esses projetos <strong>de</strong>verão ser licitados ainda este ano para execução d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> entre a119


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASSalvador-Feira e Paulo Afonso. São 408 quilômetros <strong>de</strong> projetos prontos e com licitação <strong>de</strong>obr<strong>as</strong> em andamento.DEPOIMENTO DO SR. GENÁRIO LEMOS COUTO – Diretor-Geral do DER da Bahia.Fez o seguinte relato sobre bens e obr<strong>as</strong> públic<strong>as</strong> no Estado da Bahia:“Nós aqui temos apen<strong>as</strong> cinco convênios realizados com órgãosfe<strong>de</strong>rais no Estado da Bahia. Dois com o DNER, como já foi dito aquipelo Sílvio, dois com a CHESF e um com o COMAR para a execuçãodo aeroporto <strong>de</strong> Barreir<strong>as</strong>. Dentro <strong>de</strong>sses convênios, apen<strong>as</strong> em um nóstemos dificulda<strong>de</strong>s, como já foi dito aqui por Sílvio e pelo SecretárioMoussallem, é o convênio sobre a ponte do Rio São Francisco, ligandoMalhada a Carinhanha. É obra importante para o Estado da Bahia, parao <strong>de</strong>senvolvimento daquela região, obra inclusive <strong>de</strong> caráter nãoregional, m<strong>as</strong> sim <strong>de</strong> caráter fe<strong>de</strong>ral, pois liga a Capital Fe<strong>de</strong>ral ao Porto<strong>de</strong> Campinho, porto esse que está paralisado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 70, quefoi construído e abandonado pelo Governo Fe<strong>de</strong>ral. Naturalmente,apesar <strong>de</strong> vári<strong>as</strong> solicitações do Governo do Estado para a implantação<strong>de</strong> um porto natural com calabre <strong>de</strong> 17 metros, natural com calabre <strong>de</strong>17 metros, está lá abandonado quando po<strong>de</strong>ria estar sendo muito bematendido para o Estado da Bahia. Dentro <strong>de</strong>sse <strong>as</strong>pecto, também temos aBR-030, que liga o trecho do Porto à BR-101, totalmente intransitávelhoje, obra que eu diria <strong>de</strong> caráter transitório. São ess<strong>as</strong> <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> que nóstemos com o Governo Fe<strong>de</strong>ral. A Rodovia Tucano e Borja já foi aquifalado b<strong>as</strong>tante pelo Secretário Moussallem e por Sílvio também.”Indagado sobre a existência <strong>de</strong> convênios, respon<strong>de</strong>u o seguinte:“A nível <strong>de</strong> convênio, o que nós temos preciso mesmo com oDNER são <strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong> da estadualização. Existe o interesse do DNER<strong>de</strong> rep<strong>as</strong>sar 620 quilômetros <strong>de</strong> rodovi<strong>as</strong>, não <strong>de</strong> interesse fe<strong>de</strong>ral ouapen<strong>as</strong> <strong>de</strong> interesse regional, <strong>de</strong> p<strong>as</strong>sar para os Estados. Então, o DNER<strong>de</strong>seja p<strong>as</strong>sar ess<strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong> para o Estado da Bahia. Inclusive a BR-324que estou informando aqui agora ao Sílvio que nós <strong>de</strong>monstramos nãoter interesse no momento em recebermos a estrada <strong>de</strong> ligação da BR-120


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS324. É uma estrada que é preciso ser reestudados os seus parâmetros. Éuma estrada já <strong>de</strong>satualizada. Está, como você disse, 55 mil veículos pordia, não comporta mais a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tráfego. Ela já tem que seraumentada. Então, no momento, o Estado da Bahia, nós temos encontrocom o pessoal <strong>de</strong> estadualização d<strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong>. Informamos a eles quenão temos interesse, no momento, <strong>de</strong> fazer. Estive há quinze di<strong>as</strong> atráscom o Secretário Mousallem lá <strong>de</strong>ntro. É o único da chefia <strong>de</strong> fe<strong>de</strong>ração<strong>de</strong> rodovi<strong>as</strong> que vão ser rep<strong>as</strong>sad<strong>as</strong> para o Estado e que, então, serãoconveniados para que o Estado execute ess<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>. É única perspectivaque tem <strong>de</strong> convênio com o DNER é essa. É a BR-110 que <strong>de</strong>verá serrecuperada integralmente ou, provavelmente, será licitada ainda esteano.A BR-418, a BR-030, a BR-330, a BR-420 – e compõem issoum conjunto <strong>de</strong> 620 quilômetros <strong>de</strong> rodovi<strong>as</strong>. Quanto <strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong> BR-242 e BR-20 serão integrad<strong>as</strong> do CREMA, que serão licitad<strong>as</strong>provavelmente no início do próximo exercício, já com o dinheiro,recurso, <strong>as</strong>segurado pois é recurso do Banco Mundial e do BancoInteramericano junto com recurso fe<strong>de</strong>ral. Ess<strong>as</strong> serão, então,programad<strong>as</strong> para o CREMA, juntamente com <strong>as</strong> BRs-324 e 407. Isso éo que nós esperamos para a Bahia, m<strong>as</strong> ainda é muito pouco para o quenós necessitamos, porque há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperar o resto da BR-101, e temos apen<strong>as</strong> 200 quilômetros dos 900 necessários. A BR-116 etant<strong>as</strong> outr<strong>as</strong> mais. Então, o quadro da Bahia realmente, eu diria <strong>as</strong>sim,com toda boa vonta<strong>de</strong> do meu amigo Sílvio, é caótico. É caótico,porque são rodovi<strong>as</strong> <strong>de</strong> um modo <strong>de</strong> interesse nacional, <strong>de</strong> integraçãonacional, pois vemos <strong>de</strong> norte a sul estão literalmente abandonad<strong>as</strong>, nãopor culpa da residência m<strong>as</strong> também por falta <strong>de</strong> recursos já rep<strong>as</strong>sadosao Governo Fe<strong>de</strong>ral.”121


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS1.9. AUDIÊNCIA PÚBLICA REALIZADA NO DIA 18 DESETEMBRO, NO PLENÁRIO DA COMISSÃO PARA OITIVADOS SEGUINTES DEPOENTES:RONALDO MACIEL BOLOGNESI – Diretor-Presi<strong>de</strong>nte da Empresa Bolognesi EngenhariaLtda.EDENILSO ROSSI ARNALDI – Representante legal da construtora Sial Construções CivisLtda.SADI ASSIS RIBEIRO FILHO – Representante da construtora Guimarães C<strong>as</strong>tro Ltda.CARLOS EDUARDO TAVARES DE ANDRADE – Ex -Diretor Administrativo doBanco Central do Br<strong>as</strong>il.EDISON BERNARDES DOS SANTOS – Diretor Administrativo do Banco Central doBr<strong>as</strong>il.DEPOIMENTO DO SR. RONALDO MACIEL BOLOGNESI – Diretor-Presi<strong>de</strong>nte daEmpresa Bolognesi Engenharia Ltda.Confirmou que a sua empresa tem um contrato com o DNER no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul,para a construção da BR-386.Afirmou que, relativamente a essa obra, ainda faltam alguns trechos para concluir.Foi confirmada a celebração <strong>de</strong> aditivos nos contratos realizados entre aempresa e o DNER, e, em relação à construção da BR 386, mesmo com aditivo, aobra ainda não ficará completa.Quanto à emissão <strong>de</strong> not<strong>as</strong> fals<strong>as</strong>, explicou que se trata da Betunel, uma d<strong>as</strong> vári<strong>as</strong>fornecedor<strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>as</strong>falto no Br<strong>as</strong>il.Negou a existência <strong>de</strong> pagamento antecipado, dizendo que o DNER paga, por volume<strong>de</strong> serviço executado na pista.DEPOIMENTO DO SR. EDENILSO ROSSI ARNALDI – Representante legal daconstrutora Sial Construções Civis Ltda.122


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASExplicou que o seu contrato se refere à conclusão da obra <strong>de</strong>terminada PenitenciáriaEstadual <strong>de</strong> Piraquara e que difere do contrato da primeira execução da obra que foi paralisada.Disse que a sua empresa participou do processo <strong>de</strong> licitação e foi contratada com datado dia 28/12/2000 e que a paralisação ocorreu no contrato anterior com outra empresa.DEPOIMENTO DO SR. SADI ASSIS RIBEIRO FILHO - representante da construtoraGuimarães C<strong>as</strong>tro Ltda.Disse ter tido um escritório <strong>de</strong> consultoria chamado SARF, Serviço <strong>de</strong> AssessoriaEconômica, atualmente <strong>de</strong>sativado.Não trouxe qualquer informação que pu<strong>de</strong>sse auxiliar n<strong>as</strong> investigações da Comissão sobreobr<strong>as</strong> inacabad<strong>as</strong>.DEPOIMENTO DO SR. CARLOS EDUARDO TAVARES DE ANDRADE – – Ex -Diretor Administrativo do Banco Central do Br<strong>as</strong>il...Foi indagado acerca <strong>de</strong> contrato realizado com a Construtora Guimarães C<strong>as</strong>tro Ltda.,anulado em virtu<strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s na quitação <strong>de</strong> tributos junto ao INSS, tendo respondido que:“Bom, evi<strong>de</strong>ntemente, o Banco Central entendia que a obra tinha queser continuada. Era uma obra essencial para o serviço do Banco Central. Então,o que o Banco Central fez foi imediatamente começar a elaborar um novoprocesso, uma nova licitação pública para contratar outra empresa paracontinuar essa obra. Como, evi<strong>de</strong>ntemente, uma contratação <strong>de</strong>sse vulto, comuma obra <strong>de</strong>sse porte, é alguma coisa b<strong>as</strong>tante <strong>de</strong>morada, então, contratou-se,<strong>de</strong> acordo com o que permite a Lei nº 8.666, contratou-se, em caráter <strong>de</strong>emergência, uma empresa para se concluir a estrutura e proteger a parte da obraque tinha sido <strong>de</strong>ixada inacabada pela Construtora Guimarães C<strong>as</strong>tro, vez quese entendia que, <strong>de</strong>ixada sem proteção essa obra, ela iria se <strong>de</strong>teriorar, aestrutura estava aparente, tinha ferro aparente, etc., ela iria se <strong>de</strong>teriorar, e nósestaríamos jogando fora dinheiro público, porque a obra iria se <strong>de</strong>teriorar.Então, foi feita essa contratação. Acho que cabe bem o registro <strong>de</strong> que, apesar<strong>de</strong> a lei permitir que o Banco Central escolhesse uma empresa e contrat<strong>as</strong>se comela essa obra <strong>de</strong> emergência, o Banco Central convidou seis empres<strong>as</strong> paraapresentarem cotação, d<strong>as</strong> quais três apresentaram cotação, e o Banco Centralescolheu aquela que ofereceu o menor preço. Essa empresa foi contratada emcaráter <strong>de</strong> emergência, por 180 di<strong>as</strong>, e ela fez o que tinha sido contratado:123


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASterminar a estrutura do prédio e protegê-la, até que uma nova licitação nospermitisse contratar uma empresa que iria concluir <strong>de</strong>finitivamente o prédio.”O SR. EDISON BERNARDES DOS SANTOS – Diretor Administrativo do Banco Centraldo Br<strong>as</strong>il.Foi indagado sobre a obra do Banco Central em Curitiba, tendo feito o seguintepronunciamento:“Sr. Deputado, eu entendo que o meu antecessor, Dr. Carlos Eduardo,que esteve aqui há pouco, tenha esboçado a parte <strong>de</strong> explicação a respeito doinício da obra até a sua paralisação. O que eu gostaria <strong>de</strong> acrescentar a V.Exa. éque, a partir <strong>de</strong> 1999, quando nós <strong>as</strong>sumimos, a obra tinha sido interrompida, e,dad<strong>as</strong> <strong>as</strong> restrições financeir<strong>as</strong>, naquele momento o País p<strong>as</strong>sava por um ajustefiscal absolutamente necessário, e <strong>as</strong> restrições financeir<strong>as</strong>, com o limitefinanceiro que nos foi concedido naquele momento, nós não pu<strong>de</strong>mos reiniciar aparte inicial da obra. Então, a partir <strong>de</strong> 1999, período pelo qual eu respondo, nósnão tivemos oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciar ainda em 1999. Em 2000, a LeiOrçamentária não nos permitiu também. Com a primeira lei, que saiu em maio<strong>de</strong> 2000, também não tivemos orçamento para o reinício da obra. Pedimos umcrédito especial, que só saiu no final do ano <strong>de</strong> 2000. Nesse exercício <strong>de</strong> 2001,há previsão orçamentária, e a Diretoria do Banco <strong>de</strong>cidiu por continuar a obra.É isso que estamos fazendo neste momento. Nós estamos reiniciando o processolicitatório para darmos continuida<strong>de</strong> à obra.”1.10. AUDIÊNCIA REALIZADA PELA COMISSÃO NOESTADO DE SÃO PAULO, 19 DE SETEMBRO PARA OITIVADOS SEGUINTES DEPOENTES:Nag<strong>as</strong>hi Furukawa, Secretário da Administração Penitenciária;João Carlos <strong>de</strong> Souza Meirelles, Secretário da Agricultura e Ab<strong>as</strong>tecimento;Teresa Roserley da Silva, Secretária <strong>de</strong> Educação;Mauro Guilherme Jardim Arce, Secretário <strong>de</strong> Energia;José Ricardo Trípoli, Secretário do Meio Ambiente;Antônio Carlos <strong>de</strong> Men<strong>de</strong>s Thame, Secretário da Administração Penitenciária;Ariovaldo Carmignani, Presi<strong>de</strong>nte da Companhia <strong>de</strong> Saneamento;124


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASJosé Da Silva Gue<strong>de</strong>s, Secretário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>;Michael Paul Zeitlin, Secretário <strong>de</strong> Transportes;Jurandir Fernando Ribeiro Fernan<strong>de</strong>s, Secretário <strong>de</strong> Transportes Metropolitanos; PedroRicardo Bl<strong>as</strong>sioli, Superinten<strong>de</strong>nte do DER, São Paulo ;Deuzedir Martins, chefe do 8º Distrito Rodoviário Fe<strong>de</strong>ral, DNER/São Paulo.DEPOIMENTO DO SR. NAGASHI FURUKAWA – Secretário da AdministraçãoPenitenciária;Prestou os seguinte esclarecimentos:“Sr. Presi<strong>de</strong>nte, Srs. Deputados, no âmbito da Secretaria daAdministração Penitenciária <strong>de</strong> São Paulo, em termos <strong>de</strong> obr<strong>as</strong>executad<strong>as</strong> mediante convênio com a União Fe<strong>de</strong>ral, eu informo aV.Ex<strong>as</strong>. que não temos uma única obra não-acabada ou fora docronograma. O primeiro convênio, o mais antigo, se <strong>de</strong>stinou àconstrução <strong>de</strong> 9 penitenciári<strong>as</strong> em nosso Estado; o início, a data doconvênio foi em 1997. Vou <strong>de</strong>ixar n<strong>as</strong> mãos <strong>de</strong> V.Ex<strong>as</strong>. este ca<strong>de</strong>rno,on<strong>de</strong> tem início com um ofício do diretor do DepartamentoPenitenciário Nacional, dando conta <strong>de</strong> que tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> foramexecutad<strong>as</strong>, regularmente recebid<strong>as</strong>, e, mais ainda, com o produto dorendimento da importância rep<strong>as</strong>sada pelo Governo Fe<strong>de</strong>ral, o Estado<strong>de</strong> São Paulo conseguiu construir 4 c<strong>as</strong><strong>as</strong> para diretores <strong>de</strong>penitenciári<strong>as</strong>, e mais uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> regime semi-aberto para 216vag<strong>as</strong>, além daquilo que estava para diretores <strong>de</strong> penitenciári<strong>as</strong>, e maisuma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> regime semi-aberto para 216 vag<strong>as</strong>, além daquilo queestava previsto. E <strong>de</strong>ixo também, n<strong>as</strong> mãos <strong>de</strong> V.Ex<strong>as</strong>., o comprovanteda <strong>de</strong>volução <strong>de</strong> 781 mil, 56 reais e 26 centavos. A prestação <strong>de</strong> cont<strong>as</strong>foi apresentada no prazo, e ainda está sendo objeto <strong>de</strong> exame pelo órgãocompetente do Ministério da Justiça. Os convênios mais recentes dizemrespeito às 24 obr<strong>as</strong> que estão em andamento, também <strong>de</strong>ixo n<strong>as</strong> mãos<strong>de</strong> V.Ex<strong>as</strong>. <strong>as</strong> anotações individuais <strong>de</strong> tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> obr<strong>as</strong>, com <strong>as</strong>respectiv<strong>as</strong> informações, data, o número do convênio, data do início,data do término, e também com <strong>as</strong> fotografi<strong>as</strong> d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>, tendo por b<strong>as</strong>eo mês <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong>ste ano. São 24 obr<strong>as</strong>, algum<strong>as</strong> penitenciári<strong>as</strong>,centros <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção provisóri<strong>as</strong>, centros <strong>de</strong> ressocialização. Dess<strong>as</strong> 24, 5125


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASjá foram inaugurad<strong>as</strong> e estão em operação; <strong>as</strong> <strong>de</strong>mais, com o términoprevisto ainda para este ano. O primeiro convênio a que me referi, esseque já está encerrado, tem um total <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> no valor <strong>de</strong> 109 milhões,233 mil, 847 reais e 10 centavos. A contrapartida do Estado foi <strong>de</strong> 25milhões, 256 mil, 263 reais e 10 centavos, e o rep<strong>as</strong>se da União, <strong>de</strong> 83milhões, 977 mil e 584 reais.Não trouxe qualquer informação acerca <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> irregularida<strong>de</strong>s no Estado.DEPOIMENTO DO SR. ANTÔNIO CARLOS DE MENDES THAME – Secretário daAdministração Penitenciária.Indagado sobre convênios para a construção <strong>de</strong> obra pública, prestou <strong>as</strong> seguintesinformações:“O Convênio 59, <strong>de</strong> 97, no seu valor total, chegou a 819 mil reais, com obr<strong>as</strong> <strong>de</strong>re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgotos no Município <strong>de</strong> Bragança...no bairro <strong>de</strong> Bragança, Município<strong>de</strong> Paraibuna, no valor <strong>de</strong> aproximadamente R$ 49.699,00. A segunda é uma re<strong>de</strong>coletora da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> esgotos no bairro <strong>de</strong> Espírito Santo, Município também <strong>de</strong>Paraibuna(...). A segunda, é uma re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgotos no bairro do Espírito Santo,Município também <strong>de</strong> Paraibuna, no valor <strong>de</strong> R$72.120,00. Terceiro, re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong>esgoto no bairro dos Marques, Município <strong>de</strong> Potim, no Estado <strong>de</strong> São Paulo,R$83.973,00. O quarto, uma re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgotos no bairro Formoso,Município <strong>de</strong> São José do Barreiro, R$82.803,00. Emissário <strong>de</strong> esgotos no bairroBan<strong>de</strong>ira Branca, Município <strong>de</strong> Jacareí, R$194.876,00. Complementação <strong>de</strong> umaestação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgoto em Potim, também Município <strong>de</strong> Potim, R$335.800,00.Como se po<strong>de</strong> perceber, são todos Municípios na bacia do Rio Paraíba do Sul, <strong>de</strong>ntro doprograma <strong>de</strong> saneamento ambiental naquela bacia. O segundo convênio, mais recente, eesse é que tem um valor ainda a ser liberado pelo Governo Fe<strong>de</strong>ral. Tem como objeto ainstalação <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> aquisição automática <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> estações remot<strong>as</strong> comtransmissão <strong>de</strong> satélite em 24 pontos <strong>de</strong> monitoramento e pesquisa hidrogeológica,através <strong>de</strong> perfuração <strong>de</strong> poços profundos. É um convênio recente, nº 178/2000, doMinistério do Meio Ambiente com o Governo do Estado <strong>de</strong> São Paulo. É o segundoconvênio. Também sendo agilizado no âmbito da nossa Secretaria. Com b<strong>as</strong>e nesseconvênio, foram perfurados ou estão em início <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> já autorizados pelo Governo, jácom recursos rep<strong>as</strong>sados, 3 poços, no Município <strong>de</strong> Pereir<strong>as</strong>, no Município <strong>de</strong> SãoPedro e no Município <strong>de</strong> Borebi. O <strong>de</strong> Pereir<strong>as</strong>, no valor <strong>de</strong> 80 mil; São Pedro, 58 mil;Borebi no valor <strong>de</strong> 29 mil, perfazendo um total <strong>de</strong> R$167.600,00. Restam ser liberados,126


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASjá que o convênio era <strong>de</strong> aproximadamente, acredito que 1 milhão e 300 mil, restam serliberados 1 milhão, 192 mil, 779 por parte do Governo Fe<strong>de</strong>ral para aten<strong>de</strong>r a ess<strong>as</strong>obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> perfuração dos poços, os Municípios já previstos no convênio que ainda nãoreceberam esses recursos. Com a liberação iniciar-se-ão <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> nos Municípios <strong>de</strong>Cacon<strong>de</strong>, Campina do Monte Alegre, Cedral, Ipauçu, Itajobi, Itapura, Lavínia,Martinópolis, Mendonça, Nova Europa, Pereira Barreto, Pitangueir<strong>as</strong>, Pompéia,Potirendaba, Rancharia, Sales, Santa Délia, Tabatinga e Novais. Os poços variam. Essespoços pelo que imaginamos variam em torno, na média, em torno <strong>de</strong> 50 a 60 mil reais.No máximo, chegando a 80 mil reais. E os mais baratos, como esse aqui <strong>de</strong> Borebi, quetem uma situação privilegiada – lá o aqüífero qu<strong>as</strong>e aflora nesse Município em qu<strong>as</strong>e 30mil reais.”Informou ainda sobre a existência <strong>de</strong> colaboração do Governo Fe<strong>de</strong>ral com obr<strong>as</strong> daCaixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>ntro do Programa chamado Pró-Saneamento Caixa EconômicaFe<strong>de</strong>ral. O <strong>de</strong>poente trouxe a seguinte informação:“São, no total, 139 contratos no valor <strong>de</strong> 634 mil reais. Milhões, 634milhões, 420 mil reais. É um valor consi<strong>de</strong>rável. Essa contrapartida, em gran<strong>de</strong>parte, foi para o c<strong>as</strong>o do Projeto Tietê I, que no seu total, hoje, já <strong>de</strong>mandourecursos, aproximadamente em dólar – é um pouco difícil para nós às vezesfazer esse cálculo em função da variação do câmbio -, m<strong>as</strong> o cálculo quetínhamos feito aproximadamente, os 90 di<strong>as</strong> antes <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> nov<strong>as</strong> variações,davam em torno <strong>de</strong> 1 bilhão e 100 milhões <strong>de</strong> dólares, somando os valoresliberados pelo BID mais a contrapartida que foi financiada pela CaixaEconômica Fe<strong>de</strong>ral, que aqui em reais temos 634 milhões, e mais recursospróprios da SABESP.”Em seguida fez o seguinte comentário em complementação a esse tema:“Não são program<strong>as</strong> só do Pró-Saneamento. Estou vendo aqui que temtambém do Programa Pró-Sanear, Pró-Saneamento, constam todos osfinanciamentos. Tod<strong>as</strong> ess<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> estão concluíd<strong>as</strong>. Tod<strong>as</strong> foram concluíd<strong>as</strong>. Eafortunadamente para nós, acho que para o nosso Estado e para o País, esteprograma foi consi<strong>de</strong>rado pelo BID um programa <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> êxito, o quepermitiu que houvesse um financiamento da segunda etapa no valor <strong>de</strong> 400milhões <strong>de</strong> dólares; 200 milhões <strong>de</strong> dólares financiados na segunda etapa pelo127


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASpróprio BID e 200 milhões com recursos da própria SABESP. Atualmente, nãoestá fácil mais conseguir recursos da Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral como estes. Hárestrições seriíssim<strong>as</strong> para financiamento, embora da SABESP seja uma d<strong>as</strong>pouc<strong>as</strong> empres<strong>as</strong>, pelo que dizem só 6 empres<strong>as</strong> estaduais no País inteiro têmcondições <strong>de</strong> <strong>as</strong>sumir empréstimos juntos aos órgãos fe<strong>de</strong>rais. Mesmo <strong>as</strong>sim, atéagora, não foi ainda consolidado nenhum empréstimo para essa segunda etapa.Como sabemos, o BID e o BIRD estão sob um fogo cruzado. O mundo inteirohoje, os países que fazem parte da própria Nações Unid<strong>as</strong> estão questionandomuito os critérios para a alocação <strong>de</strong> recursos, exigindo que haja umacomponente social mais forte nesses financiamentos. E esse empréstimo foiutilizado, pelo sucesso que teve, no seu gerenciamento, como exemplo paraoutros países da América Latina, tendo sido promovido um seminário aqui emSão Paulo, com representantes <strong>de</strong> cada um dos <strong>de</strong>mais países para avaliar o bomêxito <strong>de</strong>sse empréstimo.DEPOIMENTO DO SR. JOSÉ DA SILVA GUEDES – Secretário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Registrou um questionamento feito pelo Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> da União sobre o Itaim,em. Itapecerica da Serra, m<strong>as</strong>, segundo o <strong>de</strong>poente houve uma avaliação final positiva por partedo Tribunal e ess<strong>as</strong> obra se encontram acabad<strong>as</strong>.Indagado sobre o Hospital Regional da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ourinhos, respon<strong>de</strong>u que tomouconhecimento <strong>de</strong>sse fato por meio do Deputado Estadual, ex-Prefeito Claury, m<strong>as</strong> que tal obranão foi obra intermediada pelo Estado, nunca teve nada a ver com a Secretaria Estadual <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> e ao que lhe consta o dinheiro foi rep<strong>as</strong>sado diretamente ao Município.”Quanto ao Hospital Regional da Mulher <strong>de</strong> Mococa, respon<strong>de</strong>u o seguinte:“Tá, esse é um hospital que nesse momento nós temos um acerto com aPrefeitura <strong>de</strong> Mococa para que ele não seja terminado como hospital, m<strong>as</strong> queele seja terminado pela municipalida<strong>de</strong>, que vai dar a ele uma <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong>ensino já que o hospital era <strong>de</strong>snecessário na cida<strong>de</strong>, excessivo, já que a própriaSanta C<strong>as</strong>a que lá existe hoje tem capacida<strong>de</strong> ociosa. Então, ao longo <strong>de</strong>ssetempo esse hospital não recebeu no nosso Governo priorida<strong>de</strong> para serterminado e como há no acordo com a Prefeitura, a Prefeitura ce<strong>de</strong>u o terrenopara que a obra fosse concluída, fosse feita. Como esta obra não foi terminada,consta d<strong>as</strong> cláusul<strong>as</strong> da cessão que isso <strong>de</strong>verá integrar aos bens da Prefeitura. Ea Prefeitura preten<strong>de</strong> dar a <strong>de</strong>stinação para uma d<strong>as</strong> faculda<strong>de</strong>s da cida<strong>de</strong>.128


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASIndagado sobre obr<strong>as</strong> que contam com rep<strong>as</strong>ses do Governo Fe<strong>de</strong>ral, disse o seguinte:“Veja, a relação que eu p<strong>as</strong>sei ao Sr. Presi<strong>de</strong>nte é dos esqueletosiniciados com dinheiro fe<strong>de</strong>ral (...) são <strong>de</strong>z hospitais e o anexo <strong>de</strong> umoutro hospital que foram iniciados por volta <strong>de</strong> 89/91, com recursos dochamado Convênio SUDES, <strong>as</strong>sinado lá em 88. Posteriormente, algumdinheiro fe<strong>de</strong>ral veio já do período <strong>de</strong> 95 pra frente, pouco recursocomparado com o volume d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>, m<strong>as</strong>, no momento, não há que agente saiba, a menos que talvez o Deputado tenha mostrar que Mococatenha, no início, algum convênio fe<strong>de</strong>ral, não há nenhuma obra paradacom recursos que foram transferidos do Governo Fe<strong>de</strong>ral. Há obra emandamento neste momento, quer dizer, é o Hospital <strong>de</strong> Santo André, é oHospital <strong>de</strong> Vila Alpina, que estão... O <strong>de</strong> Vila Alpina está pra serentregue no próximo mês ou até <strong>de</strong>zembro, no máximo; Santo Andrépo<strong>de</strong> ter uma parte <strong>de</strong>le inaugurada <strong>de</strong>le em outubro e termina o hospitalno ano que vem, m<strong>as</strong> são obr<strong>as</strong> em andamento, não são obr<strong>as</strong> parad<strong>as</strong>.Há ainda alguns... um esqueleto que a gente... que o GovernadorAlckmin está tratando <strong>de</strong> ver se arruma recurso pra terminar. É umesqueleto que fica no alto qu<strong>as</strong>e da Avenida Paulista, um antigochamado Hospital da Mulher, que terá um outro <strong>de</strong>stino e que é umesqueleto <strong>de</strong> 82 mil metros quadrados <strong>de</strong> área construída e que não foiainda retomado, porque a priorida<strong>de</strong> que o Governo <strong>de</strong>u foi exatamentever on<strong>de</strong> eram necessários os leitos pra aten<strong>de</strong>r a população. E doshospitais que eu mencionei o senhor vai ver que eles sãofundamentalmente na área da Gran<strong>de</strong> São Paulo, que é a área maiscarente <strong>de</strong> serviços no conjunto do Estado, e alguns <strong>de</strong>les no próprioMunicípio <strong>de</strong> São Paulo.”O SR. JOSÉ CARLOS RIBEIRO LEITE – representando o Sr Ariovaldo, Presi<strong>de</strong>nteda SABESP.Prestou os seguintes esclarecimentos“ O que eu trouxe aqui, nos últimos anos nós tivemos, <strong>de</strong> 1995,1996 para cá, du<strong>as</strong> linh<strong>as</strong> <strong>de</strong> financiamento do Governo Fe<strong>de</strong>ral,financiamentos parciais, no Programa Pró-Saneamento e no ProgramaPró-Sanear. Esses empreendimentos totalizaram 139, <strong>de</strong>ntre os quais129


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS113 já estão concluídos e 26 estão em execução. Nós não temos nenhumempreendimento que teve origem com recursos financiados peloGoverno Fe<strong>de</strong>ral inacabado, paralisado, vamos dizer <strong>as</strong>sim,abandonado. O que nós temos, na verda<strong>de</strong>, são 113 empreendimentosconcluídos, 26 em f<strong>as</strong>e <strong>de</strong> conclusão, em andamento, e não temosnenhum inacabado. Inacabado, enten<strong>de</strong>ndo por inacabado, abandonado,enfim. O que nós temos, isso sim, é carência <strong>de</strong> recursos do GovernoFe<strong>de</strong>ral para obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> saneamento.”DEPOIMENTO DO SR. DEUZEDIR MARTINS – Chefe do 8º Distrito Rodoviário Fe<strong>de</strong>ral,do DNER, no Estado <strong>de</strong> São Paulo.Prestou <strong>as</strong> seguintes informações sobre obr<strong>as</strong> inacabad<strong>as</strong>:“Bom, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> inacabad<strong>as</strong> que temos conhecimento e jáprestamos alguns esclarecimentos, inclusive ao Ministério Público, está, porexemplo, a construção <strong>de</strong> um acesso às cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Lavrinh<strong>as</strong> e Cruzeiro, naRodovia Presi<strong>de</strong>nte Dutra, é a Rodovia BR-116. Essa foi uma obra iniciada emagosto <strong>de</strong> 94 com uma previsão <strong>de</strong> conclusão em 1995. Essa obra foi contratadacom a empresa Construcap e CCPS Engenharia e Comércio Socieda<strong>de</strong> Anônimae, <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> recursos orçamentários, essa obra foi paralisada e,posteriormente, o contrato foi rescindido. Como a Rodovia Presi<strong>de</strong>nte Dutraentrou no programa do Governo Fe<strong>de</strong>ral para concessão <strong>de</strong> rodovi<strong>as</strong> essaRodovia Presi<strong>de</strong>nte Dutra já entrou nesse programa e já está contratada com aempresa Nova Dutra e esse trevo foi executado pela concessionária Nova Dutr<strong>as</strong>em nenhum ônus para o Governo Fe<strong>de</strong>ral. Durante o período em que ela foicontratada pelo DNER para sua execução, num valor <strong>de</strong> contrato <strong>de</strong> 852 milreais da época, apen<strong>as</strong> 66 mil reais foram consumidos pela empresa pelosserviços executados. Então, essa obra hoje já se encontra totalmente concluída ejá em operação. Também entre <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> listad<strong>as</strong> como inacabad<strong>as</strong> está aimplantação e a pavimentação <strong>de</strong> vi<strong>as</strong> laterais na Rodovia Presi<strong>de</strong>nte Dutra nosegmento aqui n<strong>as</strong> proximida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> São Paulo, entre São Paulo e Guarulhos.Essa obra foi contratada em setembro <strong>de</strong> 93, foi iniciada nessa época, com umprazo previsto até setembro <strong>de</strong> 96, uma obra para três anos, com a empresaQueiroz Galvão e foi paralisada em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 93, exatamente também porfalta <strong>de</strong> recursos orçamentários. E, posteriormente, esse contrato foi rescindido.E essa obra já foi parcialmente executada, uma d<strong>as</strong> pist<strong>as</strong> já foi executada, pela130


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASconcessionária Nova Dutra, também sem ônus para o Tesouro Nacional (...)J áfoi executada no sentido São Paulo/Rio <strong>de</strong> Janeiro, e foi retomada a obra em 97,e concluída em 99. Está prevista na programação <strong>de</strong> 2002 o sentido Rio <strong>de</strong>Janeiro/São Paulo a construção <strong>de</strong>ssa pista lateral, também sem nenhum ônuspara a União. Temos também listado a rodovia Régis Bittencourt BR-116,relativo à duplicação <strong>de</strong> diversos segmentos n<strong>as</strong> travessi<strong>as</strong> urban<strong>as</strong> <strong>de</strong> divers<strong>as</strong>cida<strong>de</strong>s ao longo da rodovia. Em 1992, o DNER <strong>as</strong>sinou um convênio <strong>de</strong><strong>de</strong>legação com o Estado <strong>de</strong> São Paulo, a DNER <strong>de</strong> São Paulo, que <strong>as</strong>sumiu aexecução <strong>de</strong>ssa duplicação nesses segmentos, relativos aos Municípios <strong>de</strong>Maracatu, Juquiá, Registro, Pariqueraçu, e o Município Cajati. Eles foraminiciados, m<strong>as</strong> não concluídos. Nessa época, o DNER <strong>as</strong>sumiu inclusive comônus do Estado. O convênio em 96 foi <strong>de</strong>nunciado, e o DNER contratou aconclusão <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>; em 1997, fez a licitação, obr<strong>as</strong> ess<strong>as</strong> financiad<strong>as</strong> peloBanco Interamericano <strong>de</strong> Desenvolvimento. E <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> hoje se encontram,qu<strong>as</strong>e tod<strong>as</strong> el<strong>as</strong>, já concluíd<strong>as</strong>. Temos el<strong>as</strong> listad<strong>as</strong> nos diversos pontos,inclusive com seus valores, termos etc. Hoje, b<strong>as</strong>icamente todos essessegmentos já se encontram em operação com duplicação. Nós temos na rodoviaTransbr<strong>as</strong>iliana a BR-153 uma implantação e pavimentação do contorno <strong>de</strong>Ourinhos, uma cida<strong>de</strong> próxima da divisa com o Estado do Paraná. Em 1980,essa obra foi iniciada e foi qu<strong>as</strong>e que na sua totalida<strong>de</strong>, numa extensão <strong>de</strong> 17.9quilômetros, ela foi qu<strong>as</strong>e totalmente concluída, restando apen<strong>as</strong> um trevo <strong>de</strong>um entroncamento <strong>de</strong> uma rodovia estadual a SP-270, que não foi possível, naépoca, ser executado <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> recursos orçamentários. Posteriormente,esse contrato com a empresa da época foi encerrado, e, posteriormente, foilicitado essa obra em 97. Infelizmente, após <strong>as</strong>sinar o contrato, nós tínhamosrecursos orçamentários, m<strong>as</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma diretriz do Governo. Foram revist<strong>as</strong>tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> disponibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> recursos orçamentários; e esse contrato não foipossível ser iniciada a obra até o momento. E posteriormente, não tivemos maisdisponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recurso orçamentário para po<strong>de</strong>r iniciar essa obra <strong>de</strong>entroncamento. Nada foi consumido em termos <strong>de</strong> recurso. Nada foi iniciado.Então nós inclusive <strong>de</strong>vemos, pelo p<strong>as</strong>sar do tempo, rescindir esse contrato. Eessa rodovia hoje faz parte <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> concessão do Ministério dosTransportes, já iniciad<strong>as</strong> <strong>as</strong> licitações com respeito a essa concessão. E nossaintenção é, na impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contratar em separado, inclui-la no programa131


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS<strong>de</strong> concessão on<strong>de</strong> essa concessionária <strong>de</strong>verá executar essa obra. Nós temostambém listado na rodovia BR-101 Rio/Santos implantação e pavimentação darodovia o trecho entre Ubatuba e Cubatão. São diversos segmentos. Temos aquitodos eles listados (...) Essa foi obra iniciada em 1975. Posteriormente, algunssegmentos foram executados, foram colocados em operação; outros foraminiciados, m<strong>as</strong> não concluídos. E temos, por exemplo, entre Ubatuba eCaraguatatuba, é uma extensão <strong>de</strong> 24.8 quilômetros, foram executados 50%daquilo que estava previsto e já está em funcionamento. Em parte se resolveu,com a paralisação, utilizar a rodovia estadual que existe entre <strong>as</strong> du<strong>as</strong> cida<strong>de</strong>s.”Após indagação sobre qual seria esse trecho, prosseguiu:“Ubatuba-Caraguatatuba. É um trecho, uma extensão <strong>de</strong> 24.8quilômetros. Nós temos <strong>de</strong> Caraguatatuba a São Seb<strong>as</strong>tião, numa extensão <strong>de</strong>8,7 quilômetros, também foi contratado na época. É um trecho maiscomplicado, que inclusive envolve qu<strong>as</strong>e que totalmente na Serra do Mar. Essesegmento foi executado apen<strong>as</strong> 42.7% da totalida<strong>de</strong> d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>. As obr<strong>as</strong> foramtambém iniciad<strong>as</strong> em 75 e foi paralisada em 77. Nada mais foi feito posterior aesse execução, também por falta <strong>de</strong> recurso orçamentário e, posteriormente,<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> figurar <strong>de</strong>ntro d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> prioritári<strong>as</strong> do Governo. Nós temos entre oMunicípio <strong>de</strong> São Seb<strong>as</strong>tião, no Município <strong>de</strong> São Seb<strong>as</strong>tião, que é acontinuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse segmento anterior que eu disse, nessa extensão é um outrocontrato, <strong>de</strong> 10,8 quilômetros; e foi executado também apen<strong>as</strong> 24,9% d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>.Inclusive recentemente a própria imprensa andou divulgando algum<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> emconstrução, principalmente viadutos que foram feitos e algum<strong>as</strong> terraplanagens.Não houve continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>. Estão paralisad<strong>as</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1977. Etemos a implantação <strong>de</strong> São Seb<strong>as</strong>tião a Bertioga, um trecho <strong>de</strong> 57,1quilômetros. Foi executado pelo Governo Fe<strong>de</strong>ral, pelo DNER, 47% <strong>de</strong>ssa obra.Ela se localiza b<strong>as</strong>icamente num plano. E o Estado <strong>de</strong> São Paulo, através doDNER <strong>de</strong> São Paulo, achou por bem, posterior à paralisação feita pelo DNER,em 1977, <strong>as</strong>sumir a obra, porque já existia uma rodovia, a SP-055, na região.Então, ele utilizou esse segmento que o serviço do DNER já tinha executado,ele <strong>as</strong>sumiu a conclusão <strong>de</strong>sse serviço e hoje é operada esse segmento <strong>de</strong> SãoSeb<strong>as</strong>tião e Bertioga.Essa obra ficou paralisada, <strong>de</strong> acordo com o <strong>de</strong>poente, em 1978.Prosseguiu o <strong>de</strong>poente, falando a respeito <strong>de</strong>ssa obra, nos seguinte termos:132


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS“Posteriormente o DNER, através <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>legação, <strong>de</strong>um convênio, <strong>as</strong>sumiu a obra, concluiu. E hoje ela é operadopelo DNER <strong>de</strong> São Paulo através <strong>de</strong> convênio. Ess<strong>as</strong> são <strong>as</strong>obr<strong>as</strong> que temos conhecimento; inclusive já nos foi solicitadoinformações a respeito. B<strong>as</strong>icamente era o que eu teria acomentar <strong>de</strong>ntro daquilo do nosso conhecimento. “A respeito da existência <strong>de</strong> bens públicos sem <strong>de</strong>stinação específica, citou o exemplo <strong>de</strong>uma área em São José dos Campos, à margem da rodovia Presi<strong>de</strong>nte Dutra, uma área <strong>de</strong>aproximadamente <strong>de</strong> 80 mil metros quadrados.Questionado quanto à rodovia Régis Bittencourt, pronunciou-se da seguinte forma:“Nós tivemos um contrato específico na construção dos 2 viadutos.Tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> arte, nesse programa <strong>de</strong> duplicação da rodovia RégisBittencourt, <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> arte, viadutos e pontes, foram contratos específicos paraisso. E <strong>as</strong> alç<strong>as</strong> eram incluíd<strong>as</strong> na obra <strong>de</strong> terraplenagem e pavimentação. Noc<strong>as</strong>o específico <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> du<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>, houve uma falha por parte do DNER,quando na licitação à planilha <strong>de</strong> quantitativos <strong>de</strong> terraplenagem epavimentação, houve uma falha <strong>de</strong> esquecimento <strong>de</strong> incluir os quantitativos d<strong>as</strong>alç<strong>as</strong> na planilha da duplicação <strong>de</strong> terraplenagem e pavimentação. O viaduto emsi foi, da forma que foi contratado, ele foi executado e concluído. E já oscontratos encontram-se encerrados. As alç<strong>as</strong> não foram, apesar <strong>de</strong>sses contratosterem sofrido aditamento contratual, próximo <strong>de</strong> 25%, m<strong>as</strong> nós procuramos,aqui do distrito, privilegiar, priorizar a parte da pista em si <strong>de</strong> duplicação, queteria a utilização com muito maior intensida<strong>de</strong> e muito mais importante e muitomais prioritário do que propriamente o funcionamento d<strong>as</strong> alç<strong>as</strong> dos viadutos.Hoje, <strong>as</strong> alç<strong>as</strong> dos viadutos já fazem parte <strong>de</strong> um novo programa que nós<strong>de</strong>vemos colocar em licitação, agora, em breve, para contratação d<strong>as</strong> alç<strong>as</strong>, umanova licitação, um novo contrato para ser executado ess<strong>as</strong> alç<strong>as</strong>. Ela nãoconstitui propriamente uma obra, vamos supor, inacabada, porque ela está ainda<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um período <strong>de</strong> todo o programa que está em execução. É uma obrafinanciada pelo Banco Interamericano <strong>de</strong> Desenvolvimento e ela já, inclusive,nós, para o Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong>, já prestamos todos os esclarecimentos, porqueinfelizmente houve, realmente, uma falha <strong>de</strong> inclusão, m<strong>as</strong> <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> serincluído aqueles quantitativos. Isso o que aconteceu e que <strong>de</strong>vemos agora fazernova licitação para esse fim. “133


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS1.11. AUDIÊNCIA REALIZADA NO DIA 20 DE SETEMBRO,NO ESTADO DE SÃO PAULO, PARA OITIVA DOSSEGUINTES DEPOENTES:Nilton Ferreira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, Gerente <strong>de</strong> Patrimônio da União do Estado <strong>de</strong> São Paulo;José Serapião Júnior, Superinten<strong>de</strong>nte do INSS;Fernando Lima Barbosa Vianna, Presi<strong>de</strong>nte da Cia. DOCAS S.A;Sérgio Luiz Gonçalves Pereira, Diretor- Presi<strong>de</strong>nte da DER, Desenvolvimento Rodoviário;Tércio Ivan <strong>de</strong> Barros, Superinten<strong>de</strong>nte da INFRAERO;Jorge Wilheim — , Secretário <strong>de</strong> Planejamento Urbano da Prefeitura <strong>de</strong> São Paulo.DEPOIMENTO DO SR. NILTON FERREIRA DE ANDRADE – Gerente <strong>de</strong> Patrimônio daUnião do Estado <strong>de</strong> São Paulo;Prestou <strong>as</strong> seguintes informações sobre os terrenos públicos em Alphaville:“Quanto aos terrenos que eu falei pro senhor, ou daquela região<strong>de</strong> Alphaville, e do litoral, não é feito nenhuma escritura se não tiveruma certidão nossa do patrimônio da União aqui do Estado <strong>de</strong> SãoPaulo. Eles têm que ter uma certidão nossa, da pessoa... Ela só obtém acertidão se pagar o laudêmio, se tiver em dia com <strong>as</strong> obrigações <strong>de</strong>la,senão o cartório não faz a escritura e, conseqüentemente, não fará oregistro. Isso tanto em c<strong>as</strong>o <strong>de</strong> ocupação como em c<strong>as</strong>o <strong>de</strong> aforamento.Em c<strong>as</strong>os <strong>de</strong>... que o senhor perguntou, <strong>de</strong> alguns imóveis que a gente<strong>de</strong>stina, por exemplo, ou à Prefeitura, ou a alguma instituição que jáentraria em uma categoria <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s mais abaixo... Porque <strong>as</strong>priorida<strong>de</strong>s, a primeira, a gente... os imóveis que nós temos vagos, dápra um órgão público da direta. A segunda priorida<strong>de</strong> seria pra dá praórgãos públicos da indireta, c<strong>as</strong>o da ANATEL, ou alguma coisaparecida, ou Agência <strong>de</strong> Vigilância Sanitária, que a gente tem atendidotambém. Em terceiro ou em quarto, o que viria o c<strong>as</strong>o da ANATEL, oualguma coisa parecida, ou Agência <strong>de</strong> Vigilância Sanitária, que a gente134


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAStem atendido também. Em terceiro ou em quarto, o que viria... Aí, emterceiro viria a alienação, a gente alienar os imóveis. Em quarto, viria acessão, ou onerosa ou gratuita para os Municípios. Eu confesso aosenhor que <strong>as</strong> cessões onerosos, a gente tem avaliado alguns imóveis,inclusive armazéns do IBC, eles ficam em localida<strong>de</strong>s muito distantes, eo preço hoje, a cida<strong>de</strong> não comporta comprar. Nós tivemos um imóvel,avaliado a questão <strong>de</strong> uns 6 meses atrás, uma Prefeitura que... umacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 12 mil habitantes, o imóvel ia dar mais ou menos uns 30 reaispor habitante na cida<strong>de</strong>. Quer dizer, um negócio inviável, m<strong>as</strong> é..., foiuma avaliação que... inclusive por técnicos nossos e a própria CaixaEconômica nos ajudou a fazer isso aí. Então, fica inviável <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r.Então, quando o Prefeito vem com um projeto altamente significante anível social, como esse c<strong>as</strong>o que eu vou até citar <strong>de</strong> novo, <strong>de</strong>(ininteligível) Sul, que me pareceu um trabalho muito bom que ele vai<strong>de</strong>senvolver nesse galpão, a gente está tentando... Evi<strong>de</strong>ntemente,monta-se um processo todo, é tudo justificado, vai pra Br<strong>as</strong>ília, não soueu que dou a cessão gratuita. M<strong>as</strong> quando sai essa cessão, a escrituraquem faz é a gente mesmo. Nós funcionamos como se fôssemos umcartório. Então, a gente faz essa cessão gratuita, tem um prazo pra elecumprir o que foi pedido. Dois anos. Eu po<strong>de</strong>ria dar alguma carênciamaior pra ele, e se não for cumprido, ele reverte pra União.”DEPOIMENTO DO SR. FRANCISCO VILARDO NETO – representando o Sr. Sérgio LuizGonçalves Pereira, Diretor- Presi<strong>de</strong>nte da DER, Desenvolvimento Rodoviário.Falou a respeito <strong>de</strong> du<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> que, a seu ver, enquadram-se no objeto <strong>de</strong>sta Comissão,nos termos que p<strong>as</strong>samos a transcrever:“Uma <strong>de</strong>l<strong>as</strong>, preliminarmente, <strong>as</strong> du<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> que nós vamos citar, uma<strong>de</strong>l<strong>as</strong> a do Terminal <strong>de</strong> Containers foi <strong>as</strong>sinada em 1988 e a recuperação doCais do Valongo-Paquetá, <strong>as</strong>sinado em 1986, são du<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> que foram<strong>as</strong>sinad<strong>as</strong> com a PORTOBRAS. Portanto, até 1990, mais precisamente até 15 <strong>de</strong>março, el<strong>as</strong> foram gerenciad<strong>as</strong> pela PORTOBRAS.A partir daí, dois anos<strong>de</strong>pois, em 1994, é que a CODESP p<strong>as</strong>sa, mediante um acordo da Secretaria-Geral <strong>de</strong> Administração, a celebrar contrato com <strong>as</strong> firm<strong>as</strong> que executavam <strong>as</strong>obr<strong>as</strong>. O Terminal <strong>de</strong> Containers com a Andra<strong>de</strong>-Gutierrez e a recuperação doCais do Valongo-Paquetá, <strong>as</strong>sinado com o Consórcio Constran, CBPO, Men<strong>de</strong>s135


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASJúnior e Cristiane En<strong>de</strong>usa(?). Ess<strong>as</strong> du<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>, a recuperação do Valongo-Paquetá, paralisada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1994, ela já está <strong>de</strong>finida, apesar <strong>de</strong> paralisada, ela jáestá arrendada hoje já com um arrendatário que está trabalhando numa áreacontígua, cujo objeto do arrendamento é essa área on<strong>de</strong> foi iniciada e foiexecutada boa parte <strong>de</strong>ssa obra, o que veio <strong>de</strong> recursos, ess<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> foramexecutad<strong>as</strong> com recursos da União e os recursos que vieram foram aplicados emamb<strong>as</strong> <strong>as</strong> obr<strong>as</strong>. Na obra da recuperação do Cais do Valongo-Paquetá, po<strong>de</strong>mosdizer por volta <strong>de</strong> 38% do valor total da obra foi aplicado, foi executado otrecho que compreendia essa obra. Na verda<strong>de</strong>, era a obra do Valongo–Paquetá,recuperação do seu cais. Ela era dividida em três etap<strong>as</strong> e essa concorrênciarealizada pela PORTOBRAS, <strong>de</strong>pois p<strong>as</strong>sando à CODESP. Em 94, ela tinhacomo objeto uma <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> três etap<strong>as</strong>, a primeira <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> três etap<strong>as</strong>, 38% <strong>de</strong>l<strong>as</strong>executados, tendo a se <strong>de</strong>stacar aí um cais (inaudível) um trecho do cais nessaregião concluído e outro trecho ainda a ser executado, m<strong>as</strong> que agora p<strong>as</strong>sa a seruma obrigação do arrendatário <strong>de</strong>ssa área. A obra do Terminal <strong>de</strong> Containers,na verda<strong>de</strong>, ela é uma ampliação do terminal <strong>de</strong> contêineres hoje existente, foiobjeto <strong>de</strong> um leilão em 1997 e tem uma arrendatária que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1997 mesmo,opera aquela instalação. A movimentação <strong>de</strong> contêineres é gran<strong>de</strong>, Sr.Presi<strong>de</strong>nte, e isso nos levou a ter necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que essa obra do Terminal <strong>de</strong>Contêineres 2, objeto <strong>de</strong>sse contrato que estamos falando agora, ele tinha queser executado. Em 1998, com a p<strong>as</strong>sagem do Tecon 1 já para a iniciativaprivada, se mostrava cada vez mais necessária essa obra (falha na gravação) elateve concluída, constava cais, área <strong>de</strong> retroárea, a pavimentação e a colocação<strong>de</strong> trilhos para aparelhos <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong> contêineres, os transtêineres. Essaobra está com seus cais pronto, concluído e já estamos colocando agora umautilização pública para ele, uma vez que ele tem condições <strong>de</strong> operar sem aretroárea mediante uma ligação como Terminal <strong>de</strong> Contêineres 1, já com ainiciativa privada ele tem condições <strong>de</strong> fazer sua operação. O porto agora estáfazendo um estudo econômico para verificar a melhor condição para que sepossa colocar essa obra também <strong>de</strong>ntro do programa <strong>de</strong> arrendamento visandosua p<strong>as</strong>sagem à iniciativa privada. “DEPOIMENTO DO SR. JOSÉ SERAPIÃO JÚNIOR – Superinten<strong>de</strong>nte do INSS em SãoPaulo.136


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASExplicou que, que até o final do ano p<strong>as</strong>sado, 20% da sua re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento seencontrava em reforma. Vári<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> já foram concluíd<strong>as</strong> e outr<strong>as</strong> foram iniciad<strong>as</strong> este ano.Quanto a obr<strong>as</strong> paralisad<strong>as</strong> mencionou algum<strong>as</strong> em Santa Bárbara D’Oeste e em Tatuí,que a seu ver não chegam a seis em todo o Estado <strong>de</strong> São Paulo.137


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASIX -INFORMAÇÕES SOBRE OBRAS PASSÍVEIS DE INVESTIGAÇÃO1. As informações coligid<strong>as</strong> ao longo dos trabalhos da CPI<strong>de</strong>stacaram algum<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> para <strong>as</strong> quais se recomendava um exame maisatento, estivessem ou não na lista d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> consi<strong>de</strong>rad<strong>as</strong> irregulares peloTribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> da União.Algum<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> receberam a visita <strong>de</strong> membrosrepresentativos da Comissão. Foram el<strong>as</strong>:DATA LOCAL OBRAS07.06.01 Candiota RS Usina Candiota III06.08.01 Florianópolis Complexo Penitenciário <strong>de</strong> Florianópolis07.08.01 Porto Alegre BR 386 – Trecho Lajeado/Cano<strong>as</strong> e Molhes do porto <strong>de</strong> RioGran<strong>de</strong>09 e10.08.0123 e24.08.01CuritibaGoiâniaSalvadorBR 116, Contorno Leste e Prédio do Banco CentralComplexo Penitenciário e Anel Viário em Aparecida <strong>de</strong> Goiânia,Escola Técnica Agrícola <strong>de</strong> HidrolândiaAeroporto Luiz Eduardo Magalhães, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral daBahia e Transporte Metropolitano, em SalvadorRegistre-se, também que quando da 17ª audiência públicarealizada em Salvador, no dia 13/9/01, o Presi<strong>de</strong>nte da Comissão recebeu osseguintes documentos:- Dossiê referente ao Aeroporto Luiz Eduardo Magalhães, entreguepelo Sr. Luiz Carlos Anunciação Araújo;- Diversos documentos com informações, do Sr. Roberto MousallemAndra<strong>de</strong>;- Dossiê com <strong>de</strong>núnci<strong>as</strong> <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s na OAS Ltda., responsávelpel<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> no aeroporto <strong>de</strong> Salvador.138


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS2. A seguir são registrad<strong>as</strong> algum<strong>as</strong> observações sobre obr<strong>as</strong> emque se verificaram irregularida<strong>de</strong>s.2.1 CONTORNO LESTE DE CURITIBAÓRGÃO RESPONSÁVEL: Departamento Nacional <strong>de</strong> Estrad<strong>as</strong> <strong>de</strong> Rodagem –DNERA obra do contorno leste <strong>de</strong> Curitiba, em conjunto com <strong>as</strong> doContorno Sul, compõem o anel viário <strong>de</strong> Curitiba. Este faz parte do CorredorSão Paulo – Curitiba – Florianópolis da Rodovia BR -116 e BR-277.O início d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> ocorreu em 1/12/1996, com sua conclusãoprevista para 31/3/2002. Atualmente, porém, <strong>de</strong>vido à suspensão e posteriorextinção do contrato <strong>de</strong> supervisão Nº PG-166/94-00, celebrado com aempresa Esteio Engenharia e Aerolevantamentos S.A., os serviços estãoparalisados, aguardando a homologação <strong>de</strong> concorrência <strong>de</strong>stinada a contratarempresa para esses serviços <strong>de</strong> supervisão d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>.Em auditoria realizada em maio <strong>de</strong> 2001, o TCU verificouirregularida<strong>de</strong>s na execução do Convênio 98/349.587, firmado entre o DNER ea Prefeitura <strong>de</strong> Curitiba, por meio da Companhia <strong>de</strong> Habitação Popular <strong>de</strong>Curitiba (COHAB), e a Prefeitura <strong>de</strong> São José dos Pinhais, representada pelaSecretaria Municipal <strong>de</strong> Habitação. Foi constatada a inclusão irregular <strong>de</strong>cláusula (Cláusula 6 ª ) que prevê remuneração do convenente executor nopercentual <strong>de</strong> 10% do valor total do empreendimento, fazendo com que aCOHAB recebesse in<strong>de</strong>vidamente R$ 447.292,27 <strong>de</strong> um total <strong>de</strong> R$454.545,45 previstos no termo <strong>de</strong> convênio. Deve-se lembrar que cláusul<strong>as</strong>como esta são vedad<strong>as</strong> pelo inciso I do art. 8 º da Instrução Normativa STN 1 nº01, <strong>de</strong> 15/1/1997, que disciplina a celebração <strong>de</strong> convênios no âmbito daAdministração Pública Fe<strong>de</strong>ral.Outra irregularida<strong>de</strong> foi a previsão <strong>de</strong> cobrança <strong>de</strong> percentual<strong>de</strong> 10% a ser cobrado sobre o valor arrecadado n<strong>as</strong> prestações pag<strong>as</strong> pel<strong>as</strong>139


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASfamíli<strong>as</strong> re<strong>as</strong>sentad<strong>as</strong> nos novos lotes.Essa regra ofen<strong>de</strong> ao dispositivoprevisto no inciso I do art. 8 º da mencionada Instrução Normativa STN nº 01/97.Por fim, verificou-se a ausência <strong>de</strong> previsão acerca dacontrapartida obrigatória nos limites entre 20% e 40%. Essa omissão vai <strong>de</strong>encontro às regr<strong>as</strong> da Lei <strong>de</strong> Diretrizes Orçamentári<strong>as</strong> para o exercício <strong>de</strong> 1998(Lei 9.473/97), aplicável ao convênio ora examinado.Em função d<strong>as</strong> irregularida<strong>de</strong>s mencionad<strong>as</strong>, o TCU <strong>de</strong>cidiupromover a audiência do Sr. Rogério Gonsalez Alves, atual Diretor-Executivodo DNER, respon<strong>de</strong>ndo pela Diretoria-Geral daquela entida<strong>de</strong>.Verificou-se ainda ser <strong>de</strong>ficiente o controle patrimonial d<strong>as</strong><strong>de</strong>sapropriações realizad<strong>as</strong> pelo DNER.Imóveis já <strong>de</strong>sapropriados, e comin<strong>de</strong>nizações já pag<strong>as</strong> pelo órgão, ainda não estavam registrad<strong>as</strong> em seunome.2.2 RECUPERAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA PORTUÁRIA - PORTO DESANTOS (SP)ÓRGÃO RESPONSÁVEL: Companhia Doc<strong>as</strong> do Estado <strong>de</strong> São Paulo -CODESPO investimento, que abrange investimentos em infraestruturabásica, faz parte <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> ações que ten<strong>de</strong>m a aumentar acapacida<strong>de</strong> do Porto <strong>de</strong> Santos. Os projetos envolvidos são os seguintes:a) Remoção dos <strong>de</strong>stroços do navio afundado “Ais Giorgis”.b) Implantação <strong>de</strong> <strong>de</strong>fens<strong>as</strong> fix<strong>as</strong> nos cais IPUPG (Instalação Portuária <strong>de</strong>Uso Público Geral).c) Aprofundamento do canal <strong>de</strong> navegação e baci<strong>as</strong> <strong>de</strong> evolução.d) Implantação do sistema telemático <strong>de</strong> tráfego <strong>de</strong> embarcações noestuário.e) Implantação da Avenida Perimetral Portuária.1 STN: Secretaria do Tesouro Nacional, vinculada ao Ministério da Fazenda.140


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASf) Realocação da Malha Ferroviária <strong>de</strong> Margem Direita.g) Implantação <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> saneamento básico: Outeirinhos – Saboó.h) Derrocagem <strong>de</strong> pedr<strong>as</strong>.O principal motivo pelo qual essa obra foi incluída na lista <strong>de</strong>obr<strong>as</strong> com irregularida<strong>de</strong>s graves foi o <strong>de</strong>scumprimento <strong>de</strong> Decisão do TCU(Relação no. 38/99, Ata 31/99). Esta <strong>de</strong>terminou que fossem elaborados osprojetos básicos <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> a serem custead<strong>as</strong> com recursos do Programa <strong>de</strong>Trabalho referente às obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> Ampliação e Melhoramento no Porto <strong>de</strong>Santos/SP e que não fossem remanejados recursos do programa <strong>de</strong> trabalhosupracitado para o <strong>de</strong> Ampliação do Terminal <strong>de</strong> Contêineres MargemEsquerda do Porto <strong>de</strong> Santos.No TCU, foram examinad<strong>as</strong> <strong>as</strong> razões <strong>de</strong> justificativa(audiência) e a resposta à diligência promovida com vist<strong>as</strong> ao saneamento<strong>de</strong>finitivo dos autos. Encaminhado ao Gabinete do Ministro-Relator comproposta <strong>de</strong> mérito.2.3 DUPLICAÇÃO DE TRECHOS RODOVIÁRIOS NO CORREDORTRANSMETROPOLITANO BR-116/SP - SÃO PAULO - DIVISA SP/PR(Duplicação da Rodovia Régis Bittencourt)ÓRGÃO RESPONSÁVEL: Departamento Nacional <strong>de</strong> Estrad<strong>as</strong> <strong>de</strong> Rodagem -DNERO TCU realizou auditoria, no período <strong>de</strong> 26/6/2000 a 14/7/2000,n<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> duplicação da Rodovia Régis Bittencourt, que liga São Paulo aCuritiba. Na oportunida<strong>de</strong>, constatou que dois viadutos encontravam-seconcluídos, porém sem <strong>as</strong> respectiv<strong>as</strong> alç<strong>as</strong> <strong>de</strong> acesso. Tais viadutos são oRetorno II, situado no km 439, e o Assentado, no km 527,5, os quaispermanecem inoperantes <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> planejamento, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong>terem sido aplicados mais <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> reais n<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>.141


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASQuestionado sobre <strong>as</strong> irregularida<strong>de</strong>s apontad<strong>as</strong>, o entãoDiretor-Geral do DNER, Genésio Bernardino <strong>de</strong> Souza, afirmou ter sido umlapso a não-inclusão d<strong>as</strong> alç<strong>as</strong> no Viaduto do Assentado. Quanto ao ViadutoRetorno II, alegou ter havido dificulda<strong>de</strong>s na <strong>de</strong>sapropriação do terreno a serocupado. Concluiu em sua <strong>de</strong>fesa, que <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> serão incluíd<strong>as</strong> naprogramação d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> da concessionária a sercontratada para explorar a rodovia.A <strong>de</strong>cisão do TCU con<strong>de</strong>nou o procedimento do gestor.Consi<strong>de</strong>rou os fatos uma <strong>de</strong>monstração da precarieda<strong>de</strong> do planejamento d<strong>as</strong>obr<strong>as</strong> do DNER, pois apesar dos g<strong>as</strong>tos, <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> não geraram qualquerbenefício social. Mesmo a posterior construção d<strong>as</strong> alç<strong>as</strong> pela concessionáriacontratada para explorar a rodovia não seria uma solução aceitável, pois ou ovalor da concessão será afetado ou o preço do pedágio o será.Outra irregularida<strong>de</strong> <strong>de</strong>scoberta foi um grave erro <strong>de</strong>engenharia no lote 2, situado entre os km 319,3 a 336,7. Naquela região nãofoi prevista a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um colchão drenante <strong>de</strong> areia, omissão que fezsurgirem pontos <strong>de</strong> erosão e que oc<strong>as</strong>ionou a inviabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pavimentação dotrecho, fazendo com que ocorresse perda <strong>de</strong> serviços já realizados. Emconseqüência, <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> foram onerad<strong>as</strong> em R$ 5.503.707,30. Como osserviços remanescentes serão incluídos em nova licitação, acarretarão custosmais elevados, comprometendo a economicida<strong>de</strong> da obra.Os ministros do TCU <strong>de</strong>stacaram que a inclusão <strong>de</strong>sse serviçonão previsto inicialmente foi extremamente significante em relação ao preçototal da obra. Com efeito, a inclusão do colchão drenante <strong>de</strong> areia parafundação <strong>de</strong> aterro, no segundo termo aditivo, representa mais <strong>de</strong> um terço dovalor total do contrato (R$ 15.251.142,67).A falta do colchão drenante no projeto básico constitui infraçãoao art. 7º, § 2º, II, da Lei 8.666/93. Esse dispositivo estabelece, entre outr<strong>as</strong>exigênci<strong>as</strong>, que <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> somente po<strong>de</strong>rão ser licitad<strong>as</strong> quando existirorçamento <strong>de</strong>talhado em planilh<strong>as</strong> que expressem a composição <strong>de</strong> todos os142


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASseus custos unitários. O projeto básico, que <strong>de</strong>veria fornecer todos osparâmetros para a <strong>de</strong>finição do custo do empreendimento, foi <strong>de</strong>ficiente.O TCU verificou também problem<strong>as</strong> na execução do contratoPG-177/98-00 com a empresa Impsat Comunicações Ltda. A empresa <strong>de</strong>tém apermissão especial <strong>de</strong> uso d<strong>as</strong> faix<strong>as</strong> <strong>de</strong> domínio, n<strong>as</strong> quais está implantandoum sistema <strong>de</strong> cabos ópticos. Em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong>ssa instalação, quando daabertura d<strong>as</strong> val<strong>as</strong> no canteiro central, ocorreram <strong>de</strong>struição da gramagem eerosões <strong>de</strong>vido à falha <strong>de</strong> compactação. Além dos prejuízos ao paisagismo, hápossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprometimento da própria estrutura estradal.Em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong>sses fatos, o Tribunal aplicou multa <strong>de</strong> R$10.000,00 ao Sr. Genésio Bernardino <strong>de</strong> Souza, ex-Diretor-Geral do DNER.Foram <strong>de</strong>tectados também acréscimos contratuais em valoressuperiores ao permitido pela Lei 8.666/93. Tal fato se <strong>de</strong>u nos contratos PG-070/96-00, acordado com a empresa Pro<strong>de</strong>c Consultoria para Decisão S/CLtda., cujo valor inicial p<strong>as</strong>sou <strong>de</strong> R$ 2.395.917,00, em 20/5/96, para R$4.920.229,53, em 26/7/99, quando do quinto termo aditivo; e no contrato PG-139/97-00, realizado com a SD Consultoria e Engenharia Ltda., que p<strong>as</strong>sou <strong>de</strong>R$ 3.710.863,39, em 31/7/97, para R$ 7.514.059,09, em 21/12/2000. Deve-selembrar que o limite <strong>de</strong> acréscimo previsto no art. 65, § 1º, do Estatuto d<strong>as</strong>Licitações, é <strong>de</strong> 25%, percentual sobejamente ultrap<strong>as</strong>sado nos dois contratossupracitados.2.4 DUPLICAÇÃO DE TRECHOS RODOVIÁRIOS NO CORREDORTRANSMETROPOLITANO BR-381/SP - DIVISA MG/SP -ENTRONCAMENTO BR-116(Duplicação da Rodovia Fernão Di<strong>as</strong>)ÓRGÃO RESPONSÁVEL:Departamento Nacional <strong>de</strong> Estrad<strong>as</strong> <strong>de</strong> Rodagem – DNERDepartamento <strong>de</strong> Estrad<strong>as</strong> <strong>de</strong> Rodagem <strong>de</strong> São Paulo – DER/SP143


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASAs obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> duplicação realizad<strong>as</strong> na Rodovia Fernão Di<strong>as</strong> sãocustead<strong>as</strong> por recursos fe<strong>de</strong>rais, estaduais e do Banco Interamericano <strong>de</strong>Desenvolvimento – BID. Os recursos fe<strong>de</strong>rais estão sendo rep<strong>as</strong>sados peloDNER ao DER/SP por intermédio do Convênio PG-037/93.Quando do acompanhamento d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> pelo Tribunal <strong>de</strong>Cont<strong>as</strong> da União, foram <strong>de</strong>tectad<strong>as</strong> irregularida<strong>de</strong>s no lote 6 da rodovia, o qualabrange os km 53,6 ao 71,0. Referido trecho era objeto do contrato 9.644-1,celebrado com a empresa CBPO – Companhia Br<strong>as</strong>ileira <strong>de</strong> Projetos e Obr<strong>as</strong>.Em função <strong>de</strong> condições não previst<strong>as</strong> no projeto básico, tais como exigênci<strong>as</strong>do Conselho Estadual do Meio Ambiente – CONSEMA e aumento do tráfego<strong>de</strong> veículos inicialmente previsto, o DER/SP efetuou um estudo que verificouser necessário um reajuste <strong>de</strong> 52,82% sobre o valor inicial da obra, que era <strong>de</strong>R$ 26.405.705,75.Contribuiu para o acréscimo a falta <strong>de</strong> licença ambiental para aAdministração efetuar sondagens e verificar qual o tipo <strong>de</strong> solo existente.Assim, o procedimento não foi realizado no local on<strong>de</strong> seria construída a pista,m<strong>as</strong> n<strong>as</strong> su<strong>as</strong> proximida<strong>de</strong>s. Dessa forma, não se verificou que <strong>as</strong> obr<strong>as</strong>envolviam materiais <strong>de</strong> difícil retirada como matacões e roch<strong>as</strong>. O efeito <strong>de</strong>sseerro se refletiu em obr<strong>as</strong> mais robust<strong>as</strong> <strong>de</strong> terraplanagem, contenções eestrutur<strong>as</strong>.Apesar <strong>de</strong> verificar a necessida<strong>de</strong> do reajuste, o DER/SP<strong>de</strong>cidiu manter o contrato e aditá-lo até próximo ao maior limite possívelprevisto pela Lei 8.666/93, ou seja, 24,98%. Em seguida, o contrato foirescindido sem o atingimento do objeto, proce<strong>de</strong>ndo-se, em seguida, a novalicitação, na qual foi vencedor o Consórcio EIT Toniolo-Busnello (contrato10.770-0).O tempo <strong>de</strong>corrido entre a paralisação d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> e o seureinício pelo novo contratado acarretou maior ônus ao erário, já que alguns144


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASitens <strong>de</strong> serviços que se encontravam concluídos sofreram <strong>de</strong>gradação. Porisso, o novo contrato teve o valor <strong>de</strong> R$ 49.665.381,11, refletindo umacréscimo <strong>de</strong> 88,08% sobre seus valores iniciais e não <strong>de</strong> 52,82% inicialmenteprevistos.O TCU julgou ter ocorrido erro do DER/SP ao proce<strong>de</strong>r ao novoaditamento, uma vez que já sabia que o acréscimo <strong>de</strong> 24,98% ocorrido seriainsuficiente para terminar o projeto. O órgão estadual, preferiu, porém, agir<strong>de</strong>ssa forma e paralisar <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> em seguida, fazendo com que o <strong>de</strong>sg<strong>as</strong>teocorrido n<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> tivesse como efeito o maior acréscimo no novo contrato.Devido a esses fatos, o Tribunal <strong>de</strong>cidiu (Decisão 425/2001-Plenário) ouvir emaudiência o atual Superinten<strong>de</strong>nte do DER/SP, Pedro Ricardo FrissinaBl<strong>as</strong>sioli, e o seu antecessor, Sergio Augusto <strong>de</strong> Arruda Camargo.2.5 CONSTRUÇÃO DO RODOANEL NO ESTADO DE SÃO PAULOÓRGÃOS RESPONSÁVEIS:MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES (até 2001)DNIT/MT (a partir <strong>de</strong> 2002)DERSA – DESENVOLVIMENTO RODOVIÁRIO S/A(Executor)SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DOS TRANSPORTES(Interveniente)A obra, quando pronta, ligará <strong>as</strong> principais rodovi<strong>as</strong> quechegam a São Paulo. Seu objetivo é <strong>de</strong>safogar o trânsito <strong>de</strong> veículos quetransitam pela cida<strong>de</strong> apen<strong>as</strong> <strong>de</strong> p<strong>as</strong>sagem. Os recursos envolvidos sãoestaduais e fe<strong>de</strong>rais, estando a União participando por meio do Convênio 04/99MT/DERSA. O agente executor é a DERSA – Desenvolvimento RodoviárioS/A, socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> economia mista pertencente ao Governo do Estado <strong>de</strong> SãoPaulo.145


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASAtualmente, o Trecho Oeste (ligação Ban<strong>de</strong>irantes- RaposoTavares) é o único em construção. Com 32 km <strong>de</strong> extensão, <strong>de</strong>ve estarconcluído no primeiro semestre <strong>de</strong> 2002. Os <strong>de</strong>mais trechos estão em f<strong>as</strong>e <strong>de</strong>estudos, <strong>de</strong>vendo ser iniciad<strong>as</strong> <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> do trecho Sul ainda no primeirosemestre <strong>de</strong> 2002, sendo concluíd<strong>as</strong> até o final <strong>de</strong> 2004. Os trechos Norte eLeste <strong>de</strong>verão estar concluídos até o final <strong>de</strong> 2006.A equipe <strong>de</strong> auditoria do TCU, em meados <strong>de</strong> 2000, mostrouque existe divergência entre os resultados dos laudos da DERSA e os dosperitos judiciais no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sapropriação d<strong>as</strong> áre<strong>as</strong> necessári<strong>as</strong> àconstrução do Rodoanel Rodoviário <strong>de</strong> São Paulo. Os recursos envolvidosnesses fatos, porém, eram somente estaduais. Em conseqüência, foram osautos enviados para o Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> do Estado <strong>de</strong> São Paulo para <strong>as</strong>providênci<strong>as</strong> cabíveis. No relatório do TCU para o ano 2.001 a obra encontr<strong>as</strong>eem situação regular.2.6. CONSTRUÇÃO DE TRECHOS RODOVIÁRIOS NO CORREDOR SÃOFRANCISCO DA BR 135/MG-ITACARAMBI-MANGA-MONTALVÂNIA –DIVISA MG/BAHIAO TCU, no Acórdão 453/2001, <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2001,reconheceu existirem irregularida<strong>de</strong>s no trecho Itaracambi-Manga-Montalvâniada BR-135. Referida obra esteve constante na lista <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> comirregularida<strong>de</strong>s graves na Lei do Orçamento <strong>de</strong> 2001. Já tendo a obra sidoanalisada pelo Tribunal, este retirou-a do rol <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> irregulares referente àLei Orçamentária <strong>de</strong> 2002. Atualmente, a obra encontra-se paralisada.Ao ser realizada a auditoria pelos servidores do tribunal, foiverificado terem sido contratad<strong>as</strong> du<strong>as</strong> empres<strong>as</strong> para realizar serviçossemelhantes em período coinci<strong>de</strong>nte. Uma <strong>de</strong>l<strong>as</strong> foi a COWAN/ARG,contratada pelo DER/MG, por meio <strong>de</strong> um convênio com o DNER, para realizartrabalhos <strong>de</strong> terraplenagem. A outra foi a Construtora Rocha Sousa Ltda. –CROS, contratada pelo DRF/DNER/MG para realizar serviços <strong>de</strong> recomposição146


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASdo corpo da estrada e revestimento primário da mesma rodovia. A CROScomeçou seus trabalhos em julho/98, enquanto a COWAN começou emagosto/98.O Tribunal af<strong>as</strong>tou a suspeita <strong>de</strong> que uma d<strong>as</strong> empres<strong>as</strong> teriarecebido por serviço não realizado; porém, o serviço realizado pela CROS foiinoportuno e inútil, pois seu trabalho consistiu em retirar o excesso <strong>de</strong> areia eem aplicar c<strong>as</strong>calho na pista <strong>de</strong> rolamento. Quando a COWAN iniciou seusserviços, todo esse trabalho foi perdido, pois o solo foi revolvido e novamentecompactado. O prejuízo oc<strong>as</strong>ionado aos cofres públicos foi <strong>de</strong> R$1.357.440,24 e a responsabilida<strong>de</strong> pelo ato foi atribuída pelo TCU ao entãoDiretor-Geral do DNER, Maurício H<strong>as</strong>enclever Borges, pois ele tinha ciência doconvênio firmado com o DER/MG e, ainda <strong>as</strong>sim, permitiu que fosse firmadocontrato com a empresa COWAN.Foi também verificada a inclusão <strong>de</strong> informação inverídica n<strong>as</strong>medições realizad<strong>as</strong> no trabalho da COWAN. Com efeito, foram inexat<strong>as</strong> <strong>as</strong>dat<strong>as</strong> <strong>de</strong> realização dos serviços, que efetivamente tiveram início na segundaquinzena <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1998, m<strong>as</strong> que, n<strong>as</strong> medições, foram indicados osperíodos <strong>de</strong> 15 a 31/8 e 30/9/98 como tendo ocorrido avanços n<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>.Houve também inexatidões quanto aos quantitativos dos serviços executados.Apesar <strong>de</strong> não ter ocorrido prejuízo ao erário, o TCU consi<strong>de</strong>rou falta grave ainclusão <strong>de</strong> dados inverídicos. Por isso, aplicou multa aos Srs. Nico<strong>de</strong>mosBorges P<strong>as</strong>sos (Coor<strong>de</strong>nador da 37ª CRG/DER/MG) e Mauro Roberto <strong>de</strong>V<strong>as</strong>concelos (ex-Diretor-Geral do DER/MG).O TCU percebeu também a montagem <strong>de</strong> um documento parapermitir alteração in<strong>de</strong>vida no objeto do contrato. Essa falsificação foipercebida porque o documento encaminhado pelo Sr. Flávio Menicucci, atualDiretor-Geral do DER/MG, era diferente do obtido pela equipe <strong>de</strong> auditoria. Ovoto do Ministro Relator no TCU inferiu que a alteração irregular teve o intuito<strong>de</strong> fornecer amparo legal e suporte financeiro para concorrência já realizadapelo DER/MG, para construção e pavimentação do trecho Manga-Montalvânia.Devido a ess<strong>as</strong> irregularida<strong>de</strong>s, o então Diretor-Geral do DER/MG foi multadopelo Tribunal.147


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS2.7. CONSTRUÇÃO DE CONTORNOS RODOVIÁRIOS NO CORREDORARAGUAIA-TOCANTINS BR-060/GO - EM GOIÂNIA (NOROESTE)ÓRGÃO RESPONSÁVEL: Departamento Nacional <strong>de</strong> Estrad<strong>as</strong> <strong>de</strong> Rodagem - DNERO intuito da obra é melhorar o fluxo <strong>de</strong> carg<strong>as</strong> e p<strong>as</strong>sageiros no trânsito <strong>de</strong> Goiânia,com a redução <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 3.800 caminhões, os quais serão <strong>de</strong>sviados diariamente para o anel viário. Oscontornos Noroeste e Sudoeste (cerca <strong>de</strong> 80 Km) circundarão a capital por pist<strong>as</strong> dupl<strong>as</strong>, interligandoonze rodovi<strong>as</strong> fe<strong>de</strong>rais e estaduais que chegam à capital.Quando da vistoria realizada pelos servidores do TCU, em 1999, <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> ainda nãohaviam sido iniciad<strong>as</strong>. Apesar <strong>de</strong>sse fato, a auditoria constatou indícios <strong>de</strong> sobrepreço no contrato <strong>de</strong>execução do Contorno Noroeste. Assim, paralelamente à aludida fiscalização, autuou-se umarepresentação (TC -008.044/1999-6) visando impedir o início d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> e a realização <strong>de</strong> qualquerpagamento até que se fizesse uma nova avaliação do projeto.O Plenário do Tribunal, ante os sérios indícios <strong>de</strong> superfaturamento, <strong>de</strong>terminou aoDNER, entre outr<strong>as</strong> medid<strong>as</strong>, correção d<strong>as</strong> distorções <strong>de</strong>tectad<strong>as</strong> quando fosse realizado o projetoexecutivo, com acompanhamento <strong>de</strong> técnicos do TCU (Decisão n. 517/99). Elaborado o projetoexecutivo, o custo da obra elevou-se <strong>de</strong> R$ 85.373.424,35 para R$ 98.215.208,48 (fev. 98),correspon<strong>de</strong>ndo a um acréscimo <strong>de</strong> 15,04%.Nova equipe <strong>de</strong> auditoria, composta por analist<strong>as</strong> do TCU comformação em engenharia, concluiu pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rea<strong>de</strong>quação <strong>de</strong>custos no projeto executivo. Aten<strong>de</strong>ndo a essa <strong>de</strong>terminação, o DNERapresentou rea<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> custos que não foi totalmente aceita pelo Tribunal,o qual <strong>de</strong>terminou novos ajustes na planilha <strong>de</strong> custos. As justificativ<strong>as</strong> doDNER encontram-se sob análise técnica, não havendo, ainda, apreciação<strong>de</strong>finitiva pelo TCU.2.8. OBRA: BANCO CENTRAL, DELEGACIA REGIONAL DE CURITIBAÓRGÃO RESPONSÁVEL: Banco Central do Br<strong>as</strong>il – BACEN.PROGRAMA DE TRABALHO: 04.123.0776.1655.0041148


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASO Banco Central do Br<strong>as</strong>il tornou público o edital <strong>de</strong> concorrência DEBRA nº 08/94, tendo comoobjetivo a “execução d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> e serviços relativos à construção da primeira etapa do prédio <strong>de</strong>stinado àsinstalações <strong>de</strong> segurança dos serviços do Meio Circulante da Delegacia Regional do BACEN, em Curitiba(PR), em terreno localizado na Rua Cândido Abreu, 344 (...)”O prazo <strong>de</strong> término da obra era <strong>de</strong> no máximo 500 di<strong>as</strong> úteis, com prorrogaçãoprevista apen<strong>as</strong> <strong>de</strong> acordo com o art. 57, §1º, da Lei nº 8.666/93.A apresentação d<strong>as</strong> propost<strong>as</strong> foi marcada, inicialmente, para o dia26/109/1994.A empresa vencedora, por meio do critério <strong>de</strong> menor preço, foi a ConstrutoraGuimarães C<strong>as</strong>tro Ltda., com escritórios em Uberaba, MG. O valor da proposta foi <strong>de</strong> R$ 6.893.266,58.Em 17/8/1995, foi <strong>as</strong>sinado o Contrato DEBRA 122/95, com o prazo <strong>de</strong> 500di<strong>as</strong> úteis. Nessa oportunida<strong>de</strong>, o valor acertado foi o <strong>de</strong> R$ 8.664.800,57.Pelo BACEN, <strong>as</strong>sinou o contrato o senhor Carlos Eduardo Tavares <strong>de</strong>Andra<strong>de</strong>; pela Construtora, o senhor Sadi Assis Ribeiro Filho.Como garantia, o contrato estabelecia que a empresa <strong>de</strong>veria apresentar carta <strong>de</strong>fiança no valor <strong>de</strong> 5% do contrato, ou seja, <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> R$ 430 mil. No contrato (item VIII, cláusula 16ª),consta que esse valor seria necessário “como forma <strong>de</strong> garantir a perfeita execução da obra”.Já a Cláusula 41ª previa multa <strong>de</strong> 5%, apen<strong>as</strong>, para a contratada, porinexecução contratual. C<strong>as</strong>o a empresa não cumprisse o que fora contratado, ela teria <strong>de</strong> ressarcir o Bancocom cerca <strong>de</strong> R$ 400 mil. Deve-se ressaltar (1) o valor total da obra, <strong>de</strong> qu<strong>as</strong>e R$ 9 milhões e a (2)importância da obra.Em 3/1/1996, foi firmado o 1º termo aditivo, p<strong>as</strong>sando o valor total para R$8.519.218,55.Em 16/2/1996, foi firmado o segundo termo aditivo, p<strong>as</strong>sando o valor total paraR$ 8.529.437,44.Em 30/4/1996, foi firmado o terceiro termo aditivo, p<strong>as</strong>sando o valor total para R$8.6390.230,90.O Banco Central procurou realizar a 2ª etapa do projeto com a mesmaempreiteira. Buscou fazer o complemento que consi<strong>de</strong>rava ser necessário fazendo aditamento <strong>de</strong> até 25%do contrato original. Ocorre que a Construtora não estava com o CND (certificado <strong>de</strong> débitos fe<strong>de</strong>rais) emmãos. Apesar <strong>de</strong> não ter, aparentemente, problem<strong>as</strong> com o INSS na obra <strong>de</strong> Curitiba, a empresa nãodispunha do CND, ou seja, não estava quites com o INSS.Desse modo, o aditivo não foi <strong>as</strong>sinado e o imp<strong>as</strong>se criado.149


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASVersão da Construtora Guimarães C<strong>as</strong>troA empreiteira se viu prejudicada pois, com a idéia <strong>de</strong> se fazer, já, a segunda etapa doBACEN/Curitiba, vários pontos do projeto sofreram alterações. De acordo com a empreiteira, ess<strong>as</strong>modificações fizeram com que o lucro previsto da empresa fic<strong>as</strong>se reduzido. Um dos itens que, segundo aempresa, representou diferença significativa foi a aquisição <strong>de</strong> equipamentos.A compra dos elevadores e do sistema <strong>de</strong> ar condicionado traria à empresa lucrobruto <strong>de</strong> em torno <strong>de</strong> R$ 600 mil, <strong>de</strong> acordo com a Guimarães C<strong>as</strong>tro.Cabe recordar que essa empresa, ao que consta, veio a falir, tendo sua razão socialsido alterada para CGC - Consórcio Geral <strong>de</strong> Construção, com se<strong>de</strong> em São Paulo.De acordo com a construtora, a partir <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1996, o BACEN manifestou ointeresse em prosseguir com o contrato, tendo inclusive solicitado à empresa que apresent<strong>as</strong>se propostaque viabiliz<strong>as</strong>se a utilização máxima dos 25% do valor do contrato, “acarretando a exclusão <strong>de</strong> uns eacréscimo <strong>de</strong> outros serviços”.A Guimarães C<strong>as</strong>tro afirmou, em resposta à Intimação DECUR/GT-97/104, em23/4/97, que com <strong>as</strong> alterações previst<strong>as</strong> e pedid<strong>as</strong> pelo BACEN, “interrompeu-se abruptamente aquelefluxo financeiro <strong>de</strong> que se falava, no aguardo do <strong>de</strong>sfecho da contratação da 2a. etapa. Na oc<strong>as</strong>ião,verificou-se que muitos dos equipamentos e materiais originalmente especificados no projeto originalhaviam se tornado superado, para não dizer obsoletos e já se modificaria o escopo da contratação,também tais <strong>as</strong>pectos <strong>de</strong>veriam ser contemplados”.Nessa oc<strong>as</strong>ião, prossegue relato do engenheiro responsável pela obra, daconstrutora, “quando se cogitava do adiamento contratual, levantou-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> CND do INSS <strong>as</strong>er fornecida pela empresa, do que ela não dispunha, pois apesar <strong>de</strong> nada <strong>de</strong>ver a respeito, nemtampouco <strong>de</strong> impostos relativos à obra específica, não <strong>de</strong>sfrutava da mesma situação em outr<strong>as</strong>localida<strong>de</strong>s em que opera”.Foram feit<strong>as</strong> negociações no sentido <strong>de</strong> se resolver esse problema criado, porém nãose chegou a algum acordo. A obra teve <strong>de</strong> ser paralisada em diversos pontos, aguardando <strong>de</strong>finiçõesquanto a realização (ou não) da 2a. etapa, como queria o BACEN.O engenheiro responsável resume a questão: “A não contratação, no prazo docronograma, <strong>de</strong> todos aqueles que po<strong>de</strong>riam ter sido contratados, principalmente com terceiros(elevadores, ar condicionado, porta da caixa forte, etc.), oc<strong>as</strong>ionou um abalo no fluxo <strong>de</strong> caixa daempresa, criando dificulda<strong>de</strong>s para pagamento <strong>de</strong> subcontratados, fornecedores, fazendo com quecomeç<strong>as</strong>sem a ocorrer atr<strong>as</strong>os na obra, acarretando, também, a aplicação <strong>de</strong> sucessiv<strong>as</strong> e constantesmult<strong>as</strong>, <strong>de</strong> modo a agravar ainda mais o já <strong>de</strong>ficitário fluxo”.Conclui ele: “Resulta daí que, apesar do interesse d<strong>as</strong> partes em encontrar um<strong>as</strong>olução e da cabal <strong>de</strong>monstração por parte do Banco Central <strong>de</strong> que preten<strong>de</strong>ria continuá-la e até150


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASampliá-la para a segunda etapa, com a manutenção da Construtora Guimarães C<strong>as</strong>tro, o que por si sóserve para aboná-la, os fatos imprevistos e <strong>as</strong> exigênci<strong>as</strong> jurídic<strong>as</strong> discutíveis, culminaram porinviabilizar a continuida<strong>de</strong> da obra, inviabilizando, atém a conclusão da estrutura.” (g.n.)Realmente, <strong>de</strong> acordo com documentação encaminhada a esta CPI, pelo BancoCentral, houve aplicação <strong>de</strong> sucessiv<strong>as</strong> mult<strong>as</strong> por atr<strong>as</strong>os na obra, o que, <strong>de</strong> certa forma, vem <strong>de</strong>monstraro zelo do BACEN no acompanhamento e controle da obra.Por outro lado, o BACEN, ao ratificar o interesse em manter no canteiro <strong>de</strong>obr<strong>as</strong> a Construtora Guimarães C<strong>as</strong>tro, com a utilização do adicional <strong>de</strong> 25% previsto em lei, admitiu queos serviços da empresa estariam <strong>de</strong> acordo com os padrões aceitos e que os pequenos atr<strong>as</strong>os ocorrido eapenados não iriam comprometer a qualida<strong>de</strong> do trabalho da construtora.A Guimarães C<strong>as</strong>tro, por sua vez, também concordou com o aditivo, que viria aalterar muitos pontos do projeto inicial, incluindo, aí, a aquisição dos elevadores e do ar condicionado.Aparentemente, apen<strong>as</strong> a ausência do certificado <strong>de</strong> quitação <strong>de</strong> débito junto ao INSS, por parte daempresa, é que atr<strong>as</strong>ou a <strong>as</strong>sinatura do aditivo e impediu, formalmente, o prosseguimento da obra, jácontando com a sua segunda etapa.Versão do Banco CentralEm <strong>de</strong>spacho <strong>de</strong> 14/10/96, o Coor<strong>de</strong>nador do GT, do DECUR (Curitiba),Marcelo <strong>de</strong> Mendonça, e o Assistente Administrativo, Luiz Fernando Bail, afirmaram que “apósaprovação, pela diretoria, da construção da 2a. etapa do ed. se<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta DECUR, julgou-se pru<strong>de</strong>nte, porquestão <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> técnica, que o restante da estrutura da obra do prédio fosse construído pelamesma construtora contratada para execução da 1a. etapa.”E afirmaram “ser possível a execução da estrutura completa <strong>de</strong>ntro docontrato atual, obe<strong>de</strong>cido o limite <strong>de</strong> 25% <strong>de</strong> acréscimo permitido pela Lei 8.666, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que fossemeliminados alguns serviços e instalações previstos na 1a. etapa, a serem licitados à parte.”151


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASDe acordo com o Banco Central, por meio do <strong>de</strong>spacho do Coor<strong>de</strong>nadorMarcelo <strong>de</strong> Mendonça, “em maio/96, iniciamos entendimentos informais com a Construtora GuimarãesC<strong>as</strong>tro Ltda., para verifica a viabilida<strong>de</strong> da execução do objeto n<strong>as</strong> condições acima [conforme relatadoacima, também]. Em 16.07.96, recebemos um estudo preliminar confirmando a viabilida<strong>de</strong> da soluçãopretendida.”A Guimarães C<strong>as</strong>tro, <strong>as</strong>sim, aten<strong>de</strong>u ao pedido do Banco Central e concordoutocar a 2a. etapa apen<strong>as</strong> com os 25% adicionais ao contrato original.Ainda <strong>de</strong> acordo com o BACEN, “tais entendimentos, entretanto, foraminterrompidos tendo em vista que a Construtora não apresentou nova Certidão <strong>de</strong> Quitação <strong>de</strong> TributosFe<strong>de</strong>rais, vencida em 29.06.96 e, posteriormente, a CND, emitida pelo INSS, vencida em 05.09.96,<strong>de</strong>scumprindo o item 18.1.3 do edital da concorrência DEBRA n. 08/94, consubstanciandoinadimplemento contratual, fato que po<strong>de</strong>ria ensejar a rescisão do contrato”.Como os documento necessários se encontravam na <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisãojudicial e o estágio da obra, à época, exigia urgente <strong>de</strong>finição quanto à solução a ser adotada para aexecução da 2a. etapa, “sob pena <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong>”, afirmou o Coor<strong>de</strong>nador Marcelo,“propomos o encaminhamento ao DEMAP para:a) manifestação quanto à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção do contrato com a ConstrutoraGuimarães C<strong>as</strong>tro Ltda., mesmo na falta <strong>de</strong> apresentação dos documentossupracitados;b) autorização para prosseguimento d<strong>as</strong> negociações com aquela Construtora, c<strong>as</strong>o semantenha o contrato, objetivando a <strong>as</strong>sinatura do aditivo contratual, na forma acima.”O contrato foi, <strong>de</strong>pois, rescindido, unilateralmente, pelo Banco Central.Já em 30/10/97, o mesmo Coor<strong>de</strong>nador Marcelo <strong>de</strong> Mendonça, com o <strong>de</strong>acordo do Delegado Regional do Paraná, Jackson Pitombo Cavalcante Filho, informou (posteriormente aoDEMAP) que os principais fatos que motivaram a rescisão unilateral do contrato, pelo Banco, foram:“1) a total impossibilida<strong>de</strong> no cumprimento do cronograma físico-financeiro, por parteda Construtora Guimarães C<strong>as</strong>tro Ltda., com atr<strong>as</strong>os na execução <strong>de</strong> etap<strong>as</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong>julho/96;2) o reiterado <strong>de</strong>scumprimento <strong>de</strong> obrigações contratuais, notadamente aquel<strong>as</strong>constantes n<strong>as</strong> alíne<strong>as</strong> “a”, “f”, “g”, “n” e “x” da cláusula vigésima do contratoDEBRA n. 08/94 uma vez que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 29.06.96, a Construtora não manteve <strong>as</strong> condições<strong>de</strong> habilitação apresentad<strong>as</strong> na licitação, quanto à comprovação da regularida<strong>de</strong>fiscal”Segundo o mesmo documento, “não houve alteração do objeto contratado por partedo Banco. A intenção <strong>de</strong> se esten<strong>de</strong>r (sic) o objeto licitado, <strong>de</strong> modo a contemplar a estrutura previstapara a 2a. etapa (...) não pô<strong>de</strong> ser viabilizada por culpa da Construtora que não manteve em dia a su<strong>as</strong>ituação <strong>de</strong> regularida<strong>de</strong> fiscal.”152


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASInvestigações da CPIO Diretor Administrativo do Banco Central à época da contratação da obra e o atualcompareceram à Comissão para prestar <strong>de</strong>poimento.Atualmente, essa obra não está no rol <strong>de</strong> empreendimentos com irregularida<strong>de</strong>sgraves emitido anualmente pelo TCU.‘2.9 RECUPERAÇÃO DAS INSTALAÇÕES DO PORTO DE LAGUNA / NOESTADO DE SANTA CATARINA – SCÓRGÃO RESPONSÁVEL: Ministério dos Transportes – MTPROGRAMA DE TRABALHO: 26.784.0233.7463.0001Em 18/11/99 foi dado início ao processo licitatório MT/SAAD Nº 104/99, cujo objeto foi a contrataçãod<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> recuperação e prolongamento do molhe sul da barra do Porto <strong>de</strong> Laguna/SC.O Presi<strong>de</strong>nte da Comissão Especial <strong>de</strong>sta Licitação foi o Sr. José Ricardo Ruscheldos Santos, acompanhado dos senhores Alexandre Augusto Fernan<strong>de</strong>s Ferreira Vilaça e Ricardo <strong>de</strong>Almeida Maia na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> membros efetivos, conforme Portaria <strong>de</strong> nomeação do Sr. Subsecretário <strong>de</strong>Assuntos Administrativos da Secretaria Executiva do Ministério dos Transportes nº 125 <strong>de</strong> 29/09/99,publicada no DOU <strong>de</strong> 30/09/99.Durante o período <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> da licitação, algum<strong>as</strong> empres<strong>as</strong> apresentaramimpugnações ao Edital, no que se refere a exigênci<strong>as</strong> <strong>de</strong> atestado técnico-operacional, tendo a Comissão<strong>de</strong> Licitação expedido relatórios conhecendo <strong>as</strong> impugnações, porém no mérito <strong>de</strong>cidindo pelo nãoacolhimento, por carecerem <strong>de</strong> respaldo legalInicialmente participaram da licitação apresentando documentos para habilitação epropost<strong>as</strong> os seguintes consórcios: Consórcio Ivaí/ENMAR, Consórcio Queiroz Galvão/Estacon,Consórcio Men<strong>de</strong>s/OAS, Consórcio Molhe Sul, Consórcio Constran/Cobrazil/Via e a empresaBan<strong>de</strong>irantes Dragagem e Construção Ltda.Em 30/11/99 foi publicado no DOU o resultado do julgamento da f<strong>as</strong>e <strong>de</strong>habilitação, sendo apen<strong>as</strong> habilitados os consórcios: Consórcio Molhe Sul(CNO/SULCATARINENSE/CARIOCA) e Consórcio Ivaí/ENMAR.Em 29/08/2000 foi realizada audiência pública para abertura d<strong>as</strong> propost<strong>as</strong> dosconsórcios habilitados.153


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASEm 01/09/2000 a licitação foi homologada e o objeto adjudicado ao ConsórcioMolhe Sul (vencedor da licitação) pelo valor <strong>de</strong> R$ 19.316.724,24, com prazo <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> da proposta até14/10/2000 e prazo <strong>de</strong> execução d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> e dos serviços <strong>de</strong> 18 meses, a contar da expedição da Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>Serviço.Em 10/11/2000 foi <strong>as</strong>sinado o contrato nº 024/2000-MT entre a União porintermédio do Ministério dos Transportes e o Consórcio Molhe Sul para a execução da obra: Recuperaçãoe Prolongamento do Molhe Sul da Barra do Porto <strong>de</strong> Laguna-SC no prazo <strong>de</strong> 18 meses no valor <strong>de</strong> R$19.316.724,24. Assinaram o contrato os senhores Evandro Ferreira V<strong>as</strong>concelos (Subsecretário <strong>de</strong>Assuntos Administrativos do M.T) e José Carlos Portella Nunes (procurador do Consórcio Molhe Sul).Nesta mesma data o Exmo. Ministro <strong>de</strong> Estado dos Transportes Sr. Eliseu Padilha <strong>as</strong>sinou a Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>Serviço nº 01/2000 para início da execução d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>.Conforme a cláusula Quarta do contrato, <strong>as</strong> <strong>de</strong>spes<strong>as</strong> <strong>de</strong>correntes da execução docontrato serão custead<strong>as</strong> à conta <strong>de</strong> verba consignada no OGU, PT: 26.784.0811.5862.0002.Em 05/04/2001 foi <strong>as</strong>sinado o 1º termo aditivo ao contrato nº 024/2000-MT com afinalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apen<strong>as</strong> incluir na qualificação da contratada o número do CNPJ/MF 04.172.982/0001-50 eainda alterar seu en<strong>de</strong>reço para Estrada Geral <strong>de</strong> Tijuc<strong>as</strong>, Km 3, Biguaçu-SC. Assinaram este termoaditivo os mesmos que <strong>as</strong>sinaram o contrato.Em 05/06/2001 foi <strong>as</strong>sinado o segundo termo aditivo ao contrato nº 024/2000-MTtendo por objeto a vinculação <strong>de</strong> empenho ao contrato, estimar o valor da <strong>de</strong>spesa no corrente exercícioem R$ 5.400.000,00 e alterar os quantitativos da planilha <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>s, sem modificação do preçoglobal do contrato. Este termo aditivo foi <strong>as</strong>sinado pelos senhores Julio Domingues (Subsecretário <strong>de</strong>Assuntos Administrativos-Substituto do MT) e Roberto Lins Portella Nunes (procurador do ConsórcioMolhe Sul).Desembolso <strong>de</strong> recursos:ANO VALOR ORÇADOVALOR LIQUIDADOR$R$1999 2.500.000,00 0,002000 3.000.000,00 2.998.224,541.226.352,832001 5.400.000,00(até jun/2001)O TCU, em auditori<strong>as</strong> realizad<strong>as</strong> na obra, no <strong>de</strong>correr do ano <strong>de</strong> 2000, constatou aexistência <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s graves. Entre el<strong>as</strong>, <strong>de</strong>staca-se a existência <strong>de</strong> eventual superfaturamento emaditivo contratual. O sobrepreço significativo <strong>de</strong>u-se em relação à fabricação dos tetrápo<strong>de</strong>s(aproximadamente R$ 1.500.000,00).O contrato previa a fabricação <strong>de</strong> 1.530 tetrápo<strong>de</strong>s. A proposta vencedora apresentoupreço <strong>de</strong> R$ 1.939,35 por unida<strong>de</strong>. A equipe <strong>de</strong> auditoria do TCU calculou o preço <strong>de</strong> fabricação, <strong>de</strong>acordo com a proposta vencedora, apresentada pelo Consórcio Molhe Sul, já incluídos todos os encargos154


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASsociais, e todos os custos indiretos, mais o bônus <strong>de</strong> 12 % (lucro), e chegou ao valor <strong>de</strong> R$ 1.188,38 porunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tetrápo<strong>de</strong>, não incluído o custo <strong>de</strong> fabricação d<strong>as</strong> form<strong>as</strong> utilizad<strong>as</strong> na confecção d<strong>as</strong> peç<strong>as</strong>.Para que não tivesse havido sobrepreço, o custo <strong>de</strong> cada forma teria que ser <strong>de</strong> R$28.724,60, o que já é b<strong>as</strong>tante caro para uma forma <strong>de</strong> ferro. Entretanto, a equipe <strong>de</strong> auditoria admitiu aabsorção <strong>de</strong> tal custo no preço total d<strong>as</strong> 1.530 peç<strong>as</strong> inicialmente contratad<strong>as</strong>.O tribunal, porém, não admitiu que esse custo (d<strong>as</strong> form<strong>as</strong>) continu<strong>as</strong>se a serrep<strong>as</strong>sado para <strong>as</strong> 2.192 unida<strong>de</strong>s extr<strong>as</strong> contratad<strong>as</strong> conforme o 2º aditivo. Admitiu-se, apen<strong>as</strong>, o rep<strong>as</strong>sedo custo <strong>de</strong> aluguel, o qual reduziria sobremaneira o preço d<strong>as</strong> unida<strong>de</strong>s adicionais <strong>de</strong> tetrápo<strong>de</strong>.O sobrepreço <strong>de</strong> cada uma d<strong>as</strong> 2.192 unida<strong>de</strong>s acrescid<strong>as</strong> conforme o 2º aditivo, é<strong>de</strong>, aproximadamente R$ 700,00.Desta forma, o TCU estimou o superfaturamento no 2º aditivo em aproximadamenteR$ 1.500.000,00 (2.192 unida<strong>de</strong>s multiplicado por R$ 700,00).2.10 RODOVIA BR-386 (*)ÓRGÃO RESPONSÁVEL: Departamento Nacional <strong>de</strong> Estrad<strong>as</strong> <strong>de</strong> Rodagem – DNER.PROGRAMA DE TRABALHO: 26.782.0233.5727.0013Essa obra vem sendo acompanhada pelo TCU há vários anos. Levantamento <strong>de</strong>auditoria realizado n<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> restauração e a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> da Rodovia BR-386/RS, TrechoLajeado - Cano<strong>as</strong>, para atendimento ao art. 79 da Lei nº 9.692/98 (Lei <strong>de</strong> Diretrizes Orçamentári<strong>as</strong> para oexercício <strong>de</strong> 1999).Dentre <strong>as</strong> <strong>de</strong>terminações do Tribunal para o DNER estava a indicação dos índices <strong>de</strong>reajustes aplicáveis ao c<strong>as</strong>o. Isso se <strong>de</strong>veu pois o contrato do DNER com a(s) empresa(s) não indicava(m)o índice <strong>de</strong> maneira explícita. A <strong>de</strong>cisão do índice <strong>de</strong> reajuste po<strong>de</strong>ria, <strong>as</strong>sim, ficar a cargo <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>cisãoadministrativa interna do DNER.Outro grupo <strong>de</strong> problem<strong>as</strong> verificados na obra da BR-386 se referem a omissõescontratuais observad<strong>as</strong> pelo TCU, que fez uma série <strong>de</strong>terminações, como se verá a seguir.Além disso, membros <strong>de</strong>sta CPI foram informados sobre a existência, em tese ainda,<strong>de</strong> faturamento <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> uma d<strong>as</strong> empres<strong>as</strong> (possivelmente a BOLOGNESI ENGENHARIA) comnot<strong>as</strong> fiscais inidône<strong>as</strong>. Est<strong>as</strong> not<strong>as</strong> teriam sido emitid<strong>as</strong> por empresa(s) que estaria(m) prestado serviços àBOLOGNESI. Isso po<strong>de</strong> levar a conseqüênci<strong>as</strong> graves para a empresa, bem como para o DNER, c<strong>as</strong>o sevenha comprovar o envolvimento do Órgão nesse suposto conluio.155


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASENGENHEIRO CHEFE DO DNERC<strong>as</strong>o A - índice <strong>de</strong> reajuste:O TCU, em <strong>de</strong>cisão 69-1998-Plenário, <strong>de</strong>terminou ao DNER que indic<strong>as</strong>se expressamente, no texto doscontratos, os índices a serem utilizados para reajustamento contratual. No entanto, no terceiro termoaditivo, para esclarecimento da cláusula – Do Reajustamento - , o DNER não cumpriu a <strong>de</strong>terminação doTCU e manteve a indicação genérica do índice <strong>de</strong> reajuste.O voto do Ministro-Relator do TCU dispõe:“Não obstante o 10. Distrito Rodoviário Fe<strong>de</strong>ral ter informado que os índices <strong>de</strong>reajuste praticados pelo DNER são sempre os calculados e divulgados mensalmente pela FundaçãoGetúlio Varg<strong>as</strong>, e a equipe <strong>de</strong> auditoria ter atestado a utilização dos índices da FGV nos pagamentosexaminados, parece-me apropriado o entendimento da SECEX-RS no sentido <strong>de</strong> que a menção a taisíndices <strong>de</strong>ve ficar expressa nos editais <strong>de</strong> licitação e contratos que venham a ser publicados ou celebradospela Autarquia, ante a existência <strong>de</strong> outr<strong>as</strong> instituições que também divulgam índices relativos ao setor.Com relação aos contratos indicados pela SECEX-RS, consi<strong>de</strong>ro pertinente a <strong>de</strong>terminação sugerida nosentido <strong>de</strong> que sejam os mesmos aditados <strong>de</strong> forma a consignar expressamente qual o índice <strong>de</strong> reajuste <strong>as</strong>er aplicado, c<strong>as</strong>o ainda estejam em vigor”.Com isso, fica aberta a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o DNER e a empresa contratada ajustarem índices que não sejamos mais proveitosos para a administração pública.CASO B – OMISSÕES CONTRATUAISO DNER contratou fiscalização externa para acompanhamento d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> da BR-386. O TCU, em sua<strong>de</strong>cisão 90/2001, <strong>de</strong>monstrou a existência <strong>de</strong> omissões contratuais e exigiu a adoção <strong>de</strong> providênci<strong>as</strong>, porparte do DNER, para que a execução da obra pu<strong>de</strong>sse retomar seu curso normal:“DecisãoA Primeira Câmara, diante d<strong>as</strong> razões expost<strong>as</strong> pelo Relator, DECIDE:8.1 - ...;156


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS8.2 - <strong>de</strong>terminar ao DNER que:8.2.1 - ao contratar serviços <strong>de</strong> supervisão, fiscalização egerenciamento <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> rodoviári<strong>as</strong> incluíd<strong>as</strong> n<strong>as</strong> met<strong>as</strong> do PlanoPlurianual, segundo o artigo 57, inciso I, da Lei nº 8.666/93,ajuste a duração <strong>de</strong>sses contratos ao tempo previsto para aconstrução d<strong>as</strong> respectiv<strong>as</strong> rodovi<strong>as</strong>, a não ser que outra opção, nosentido da <strong>de</strong>sincompatibilização <strong>de</strong> prazos, mostre-se comprovadamentemais vantajosa para a entida<strong>de</strong>;8.2.2 - abstenha-se <strong>de</strong> prorrogar os contratos <strong>de</strong> supervisão,fiscalização e gerenciamento <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> rodoviári<strong>as</strong>, salvo,eventualmente, se <strong>as</strong> condições do artigo 57, inciso I e § 2º, daLei nº 8.666/93, forem rigorosamente cumprid<strong>as</strong>, e se justificada avantagem da prorrogação em contr<strong>as</strong>te com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> umanova contratação, conforme parecer referendado pela autorida<strong>de</strong>máxima da entida<strong>de</strong>;8.2.3 - faça inserir nos próximos contratos <strong>de</strong> supervisão,fiscalização e gerenciamento <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> rodoviári<strong>as</strong> cláusul<strong>as</strong> queprevejam a diminuição ou supressão da remuneração da contratada,nos c<strong>as</strong>os, ainda que imprevistos, <strong>de</strong> enfraquecimento do ritmo d<strong>as</strong>obr<strong>as</strong> ou <strong>de</strong> paralisação total, respectivamente;8.2.4 - adote providênci<strong>as</strong> para a manutenção do equilíbrioeconômico-financeiro dos contratos <strong>de</strong> supervisão, fiscalização egerenciamento <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> rodoviári<strong>as</strong> em vigência, durante todo oprazo <strong>de</strong> execução, principalmente n<strong>as</strong> situações em que sobrevierparalisação ou diminuição <strong>de</strong> ritmo d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> correspon<strong>de</strong>ntes queonere em <strong>de</strong>m<strong>as</strong>ia os encargos da entida<strong>de</strong>, tendo em consi<strong>de</strong>ração oque dispõe o artigo 65, inciso II, alínea "d", da Lei nº 8.666/93;8.2.5 - fiscalize atentamente <strong>as</strong> medições <strong>de</strong> serviços relativ<strong>as</strong> aoscontratos <strong>de</strong> supervisão, fiscalização e gerenciamento <strong>de</strong> obr<strong>as</strong>rodoviári<strong>as</strong>, nos termos do artigo 67 da Lei nº 8.666/93,observando, se preciso, os artigos 78, inciso II, e 79, inciso I,da mesma lei;8.3 - <strong>de</strong>terminar à SEGECEX que inclua, na proposta do Plano <strong>de</strong>Auditoria para o segundo semestre <strong>de</strong>ste ano, fiscalização no DNERpara verificação do cumprimento d<strong>as</strong> <strong>de</strong>terminações supracitad<strong>as</strong>; e8.4 - enviar ao atual Diretor-Geral do DNER cópia <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>cisão,bem como do relatório e voto que a fundamentam.” (g.n.)157


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASPelo que po<strong>de</strong> extrair da <strong>de</strong>cisão, o DNER vinha sendo relapso quanto à contratação<strong>de</strong> serviços, tais como o <strong>de</strong> fiscalização <strong>de</strong> obr<strong>as</strong>. E <strong>as</strong> cláusul<strong>as</strong> contratuais firmad<strong>as</strong> po<strong>de</strong>m favorecer aempres<strong>as</strong> contratada. Exemplo disso é a não previsão <strong>de</strong> suspensão ou interrupção do contrato c<strong>as</strong>o hajaparalisação da obra. Com isso, a empresa <strong>de</strong> fiscalização é remunerada mesmo que a obra seja paralisada,mesmo que nada exista para ser fiscalizado.Além disso, o DNER também vem enfrentando dificulda<strong>de</strong>s junto ao TCU, tambémenvolvendo a BOLOGNESI ENGENHARIA, com relação à BR-101. É o que se po<strong>de</strong> extrair da ATA15/2001, <strong>de</strong> 25/4/2001. A qual transcreve trechos <strong>de</strong> relatório do TCU, <strong>de</strong> 1998, quando os problem<strong>as</strong>envolvendo contrato entre o DNER e a BOLGNESI já haviam sido observados pelo TCU:“RELATÓRIOTrata o presente processo do Relatório da Auditoria realizada n<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> da BR 101/RS – trechoOsório – São José do Norte, em cumprimento à Decisão n. 512/1998 – TCU – Plenário, <strong>de</strong>05/08/1998,que <strong>de</strong>terminou a realização <strong>de</strong> levantamentos <strong>de</strong> auditoria em divers<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>, para fins <strong>de</strong>atendimento ao art. 79, incisos I e II da Lei n. 9.692, <strong>de</strong> 27/07/1998 (Lei <strong>de</strong> Diretrizes Orçamentári<strong>as</strong> parao exercício <strong>de</strong> 1999).2. Na sessão <strong>de</strong> 17/03/1998, este Plenário – ao apreciar o TC-625.263/1997-9, referente àRepresentação formulada pela Secex/RS, que i<strong>de</strong>ntificou indícios <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s nos levantamentos <strong>de</strong>auditoria realizados em atendimento ao disposto no art. 69 da Lei n. 9.473/97 (Lei <strong>de</strong> DiretrizesOrçamentári<strong>as</strong> para o exercício <strong>de</strong> 1998) – <strong>de</strong>cidiu adotar <strong>as</strong> seguintes providênci<strong>as</strong> (cf. Decisão n.069/1998):“1 – fixar, com fundamento no art. 71, IX, da Constituição Fe<strong>de</strong>ral, bem como no art. 45 da Lei n.8.443/92 c/c o art. 195 do Regimento Interno <strong>de</strong>ste Tribunal, o prazo <strong>de</strong> 15 (quinze) di<strong>as</strong> para que oDiretor-Geral do Departamento Nacional <strong>de</strong> Estrad<strong>as</strong> <strong>de</strong> Rodagem – DNER adote providênci<strong>as</strong> comvist<strong>as</strong> ao exato cumprimento da lei (arts. 40, XI, e 55, III, da Lei n. 8.666/93), com relação aos contratos:PG 157/96-00, firmado com a empresa M. Martins Engenharia e Comércio Ltda., Pro/Dis-10-017/96,com a empresa Bolognesi Engenharia Ltda., e Pro/Dis-10-018/96, com a Construtora Sultepa Ltda.,referentes a obr<strong>as</strong> e serviços <strong>de</strong> engenharia na BR-386/RS – trecho Tabaí/Cano<strong>as</strong>, <strong>de</strong>vendo indicarexpressamente, no texto <strong>de</strong>sses contratos, c<strong>as</strong>o esses instrumentos ainda estejam em vigor, os índices <strong>as</strong>erem utilizados para reajustamento contratual;2 – <strong>de</strong>terminar ao Diretor-Geral do Departamento Nacional <strong>de</strong> Estrad<strong>as</strong> <strong>de</strong> Rodagem – DNER a adoção<strong>de</strong> medid<strong>as</strong> no sentido <strong>de</strong> que os índices a serem utilizados para reajuste contratual sejam expressamentei<strong>de</strong>ntificados em todos os editais <strong>de</strong> licitação e contratos que venham a ser publicados ou celebrados pelaAutarquia;3 – autorizar o envio <strong>de</strong> cópia <strong>de</strong>sta Decisão, acompanhada do Relatório e Voto que a158


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASfundamentaram, à Direção-Geral do DNER para conhecimento e adoção <strong>de</strong> providênci<strong>as</strong> com vist<strong>as</strong> aocumprimento d<strong>as</strong> <strong>de</strong>terminações ora formulad<strong>as</strong>, cujos resultados <strong>de</strong>verão ser comunicados ao Tribunalno prazo <strong>de</strong> 30 (trinta) di<strong>as</strong>.”3. Já na sessão <strong>de</strong> 10/12/1998, este Colegiado, ao apreciar os presentes autos, e consi<strong>de</strong>rando que <strong>as</strong><strong>de</strong>terminações contid<strong>as</strong> nos itens 2 e 3 supratranscritos não foram cumprid<strong>as</strong> pelo Departamento Nacional<strong>de</strong> Estrad<strong>as</strong> <strong>de</strong> Rodagem – DNER, aplicou multa ao Sr. Maurício H<strong>as</strong>enclever Borges, Diretor-Geral daentida<strong>de</strong>, no valor <strong>de</strong> R$ 15.000,00 (cf. Acórdão n. 188/1998, fl. 40), fixando, com fundamento tambémno art. 71, IX, da Constituição Fe<strong>de</strong>ral, e no art. 45 da Lei n. 8.443/92 c/c o art. 195 do Regimento Interno<strong>de</strong>ste Tribunal, o prazo <strong>de</strong> 15 di<strong>as</strong> para que o responsável adot<strong>as</strong>se providênci<strong>as</strong> com vist<strong>as</strong> ao exatocumprimento da lei (arts. 40, XI, e 55, III, da Lei n. 8.666/93), com relação aos contratos:PG 062/98-00, firmado com a empresa Ivaí Engenharia <strong>de</strong> Obr<strong>as</strong> S.A. e PG 072/98-00, firmado com aempresa Construtora Sutelpa S.A., referentes a obr<strong>as</strong> e serviços <strong>de</strong> engenharia na BR 101/RS – trechosDivisa SC/RS, subtrechos Estreito – São José do Norte e Tavares – Bojuru, respectivamente, <strong>de</strong>vendoindicar expressamente, no texto <strong>de</strong>sses contratos, os índices a serem utilizados para reajustamentocontratual (cf. Decisão n. 892/1998, fl. 41).4. Tempestivamente, o responsável interpôs Embargos <strong>de</strong> Declaração (vol. 1) contra o Acórdão n.188/1998 supramencionado, os quais foram conhecidos, porém não-providos, nos termos do Acórdão n015/1999 – TCU – Plenário, <strong>de</strong> 03/03/1999 (fl. 09 – vol. 1).5. Inconformado, o Sr. Maurício H<strong>as</strong>enclever Borges formulou o presente Pedido <strong>de</strong> Reexame (fls. 01/15– vol. 2), o qual foi examinado pela então 10ª Secex (atual Secretaria <strong>de</strong> Recursos – Serur), cuja instruçãotécnica (fls. 25/32 – vol. 2) opina, quanto à admissibilida<strong>de</strong>, por que se conheça do presente Pedido <strong>de</strong>Reexame.6. Quanto ao mérito, transcrevo, a seguir, parte da referida instrução, contendo os argumentosapresentados pelo recorrente e a respectiva análise procedida:“11. Argumento: o Recorrente foi multado em virtu<strong>de</strong> do <strong>de</strong>scumprimento da <strong>de</strong>cisão n. 069/1998.Entretanto ele não tardou em dar-lhe cumprimento, fazendo expedir a Instrução <strong>de</strong> Serviço DG/DNERn.005/98. Oportunamente, foram elaborados Aditivos inerentes aos Contratos n. PD-10-017/98 e PD-10-018/98, que provam o atendimento da Decisão em referência, fato esse, inclusive, constatado e <strong>de</strong>finidopor oc<strong>as</strong>ião do julgamento do Processo TC n. 925.722/1998-7. A<strong>de</strong>mais, em 07/05/1998, foi expedidopelo DNER o Ofício n. 386, <strong>de</strong>stinado à Secex/RS, on<strong>de</strong> se dava conta d<strong>as</strong> medid<strong>as</strong> adotad<strong>as</strong>, inerentes aocumprimento da Decisão n. 069/88 – TCU.11.1. Portanto o Recorrente tomou tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> medid<strong>as</strong> que estavam ao seu alcance, no que diz respeito aopronto atendimento d<strong>as</strong> <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong>ste Tribunal, não só no c<strong>as</strong>o <strong>de</strong>terminado na Decisão nº 069/1998, m<strong>as</strong>também <strong>de</strong>terminou a todos os órgãos subordinados, diligênci<strong>as</strong> e rigorosa observância às Norm<strong>as</strong> <strong>de</strong>staCorte e aos dispositivos legais inerentes às contratações. Já tendo inclusive a<strong>de</strong>quado os contratos PG062/98 e PG 078/98 aos precisos termos da Lei n. 8.666/93, na forma indicada pela Secex/RS.12. Análise: o Recorrente cita contratos relativos a diferentes processos e expedientes que, alega,evi<strong>de</strong>nciaram providênci<strong>as</strong> do órgão. (...)159


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS12.1. Assiste razão ao Recorrente quando ele afirma ter atendido à <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>sta Corte com relaçãoaos contratos citados na Decisão n. 069/1998. Isto está explicitado no TC 925.720/1998-7, através d<strong>as</strong>Decisões ns. 893/1998 e 35/1999.12.2. Entretanto, a multa foi gerada pelo <strong>de</strong>scumprimento da <strong>de</strong>terminação da Decisão n. 069/88 comrelação aos contratos PG 062/98-00 e PG 078/98-00. A Instrução <strong>de</strong> Serviço DG/DNER n. 005/98<strong>de</strong>monstra o conhecimento <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 02/04/1998. A <strong>as</strong>sinatura <strong>de</strong>sses contratos foirealizada em 08/06/1998 e 24/06/1998, portanto após a ciência da citada <strong>de</strong>cisão.12.3. Assim, constatamos que esta Corte <strong>de</strong>terminou a utilização <strong>de</strong> índices específicos para reajustecontratual, houve a <strong>de</strong>vida cientificação, e mesmo <strong>as</strong>sim, foram <strong>as</strong>sinados dois contratos ignorando essa<strong>de</strong>terminação. Apen<strong>as</strong> após nova <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>sta Corte, específica para os citados contratos, foramelaborados os termos aditivos.12.4. O Recorrente afirma que houve correção dos problem<strong>as</strong>, o que realmente aconteceu, m<strong>as</strong> nãoapresenta justificativ<strong>as</strong> para o <strong>de</strong>scumprimento d<strong>as</strong> <strong>de</strong>terminações <strong>de</strong>sta Corte. Portanto concluímos que amulta foi aplicada <strong>de</strong>vidamente.13. Argumento: ao invés <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminada a diligência sugerida pela Secex/RS, surgiu, <strong>de</strong> logo, aaplicação <strong>de</strong> multa, contrariando <strong>as</strong>sim, não somente a propositura da Unida<strong>de</strong> Regional, m<strong>as</strong>,notadamente, prece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>ssa respeitável Corte e preceitos legais.13.1. A aplicação <strong>de</strong> multa, no presente c<strong>as</strong>o, contrariou o dispositivo constitucional insculpido no incisoLV do art. 5º da Constituição Fe<strong>de</strong>ral, tendo em vista que a con<strong>de</strong>nação veio antecipada ao direito <strong>de</strong><strong>de</strong>fesa, o qual somente foi facultado mediante a notificação contida no Ofício n. 692/98 – Secex/RS, <strong>de</strong>22/12/1998, cujo recebimento ocorreu em 05/01/1999, após a apenação aplicada.14. Análise: a multa <strong>de</strong>ve ser vista como penalida<strong>de</strong> processual, ela não é <strong>de</strong>vida relativamente aos atosirregulares, e sim, <strong>de</strong>vido ao <strong>de</strong>scumprimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão do Tribunal.14.1. Po<strong>de</strong>mos traçar um paralelo quando constatamos que se não houver o cumprimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisãojudicial, <strong>as</strong>siste ao magistrado a faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar a prisão <strong>de</strong> quem a <strong>de</strong>scumpriu, semobrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> prévio contraditório.14.2. A instrução da unida<strong>de</strong> técnica objetiva auxiliar o Ministro-Relator e o colegiado a <strong>de</strong>cidir,entretanto não há qualquer obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa proposta ser aceita.14.3. Adicionalmente, ressaltamos que um eventual erro na aplicação <strong>de</strong>ssa multa, po<strong>de</strong> ser objeto <strong>de</strong>recurso a esta Corte, on<strong>de</strong> todo o processo é revisto, aten<strong>de</strong>ndo ao efeito <strong>de</strong>volutivo dos mesmos.15. Argumento: não houve qualquer dano ao Erário, mostrando-se altamente exagerado o valor da multaaplicada, consi<strong>de</strong>rando-se que o interesse público visa precipuamente o cumprimento da lei, jamais buscao lucro financeiro, em <strong>de</strong>trimento do patrimônio particular.16. Análise: a multa possui amparo legal no § 1º, art. 58, da Lei n. 8.443/92:‘Art. 58. O Tribunal po<strong>de</strong>rá aplicar multa <strong>de</strong> até Cr$ 42.000.000,00 (quarenta e dois milhões <strong>de</strong>cruzeiros), ou valor equivalente em outra moeda que venha a ser adotada como moeda nacional, aosresponsáveis por:(...)160


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS§ 1º Ficará sujeito à multa prevista no caput <strong>de</strong>ste artigo aquele que <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> dar cumprimento à <strong>de</strong>cisãodo Tribunal, salvo motivo justificado’.16.1. Deve-se ressaltar que se houvesse dano ao erário, haveria débito e não multa. A multa visa coibirentre outr<strong>as</strong> condut<strong>as</strong>, o <strong>de</strong>scumprimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong>sta Corte, o que, <strong>de</strong> fato, aconteceu;16.2. Entretanto, consi<strong>de</strong>rando que tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> improprieda<strong>de</strong>s foram rapidamente sanad<strong>as</strong>, pois houveconhecimento da Decisão n. 892/1998 em 05/01/1999 (fls. 44/45, Vol. Principal), sendo os contratosaditivados em 11/01/1999 e seus termos aditivos publicados no DOU em 19/01/1999, opinamos pelaredução <strong>de</strong>ssa multa. Pois o objetivo <strong>de</strong>sta Corte foi atingido, <strong>de</strong>monstrando o Responsável o acatamento,embora tardio, d<strong>as</strong> <strong>de</strong>cisões do TCU.17. Solicitação: ‘Por todo o exposto, implora se digne Vossa Excelência acatar o presente pedido <strong>de</strong>Reexame, tomando <strong>as</strong> medid<strong>as</strong> que se fizerem necessári<strong>as</strong>, no sentido <strong>de</strong> que outra <strong>de</strong>cisão seja adotada,para que ao final o suplicante seja inocentado do pagamento da multa a que alu<strong>de</strong> o Acórdão n. 188/1998– TCU – Plenário, publicado no DOU <strong>de</strong> 30/12/1998, por não haver dado causa a tal sanção, e em <strong>as</strong>sim<strong>de</strong>cidindo restará prestigiada a Unida<strong>de</strong> Regional – Secex/RS, cumprida a lei, mantidos os costumes e,acima <strong>de</strong> tudo, restabelecida a verda<strong>de</strong>ira Justiça, o que requer.’18. Portanto, concluímos que houve <strong>de</strong>scumprimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>sta Corte, fato ensejador <strong>de</strong> multa,entretanto <strong>de</strong>vido às providênci<strong>as</strong> que sanaram <strong>as</strong> irregularida<strong>de</strong>s, propomos a redução da mesma.CONCLUSÃO19. Em vista do exposto, elevamos o <strong>as</strong>sunto à consi<strong>de</strong>ração superior, propondo:a) conhecer do presente Pedido <strong>de</strong> Reexame, para, no mérito, conce<strong>de</strong>r-lhe provimento parcial, reduzindoa multa aplicada por meio do Acórdão n. 188/1998, Ata n. 50/1998 – Plenário, Sessão <strong>de</strong> 10/12/1998,conforme pru<strong>de</strong>nte arbítrio do colegiado julgador;b) seja o Recorrente comunicado da <strong>de</strong>cisão que vier a ser adotada.”Pelo que se pô<strong>de</strong> perceber, o DNER já tem conhecimento <strong>de</strong>sses tipos <strong>de</strong> problem<strong>as</strong>contratuais já b<strong>as</strong>tante tempo, já tendo seus gestores apenados com mult<strong>as</strong> em obr<strong>as</strong> com a mesmaempresa (Bolognesi) e, no entanto, não vem tomando providênci<strong>as</strong> apropriad<strong>as</strong>. O que po<strong>de</strong> sugerir apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> haver <strong>de</strong>scontrole administrativo naquele Órgão, pois não há comunicação <strong>as</strong> unida<strong>de</strong>s,até mesmo numa região ou Estado.CASO C – NOTAS FISCAIS FALSAS161


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASSegundo informações, a empresa BOLOGNESI teria subcontratado empres<strong>as</strong> para arealização <strong>de</strong> serviços. Alguma(s) <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> empres<strong>as</strong> teria(m) rep<strong>as</strong>sado à BOLOGNESI <strong>de</strong>zen<strong>as</strong> <strong>de</strong> not<strong>as</strong>fiscais fals<strong>as</strong> ou fri<strong>as</strong>.A equipe <strong>de</strong> auditoria do TCU verificou, no exame da documentação constante d<strong>as</strong>medições do contrato n.º PD - 017/96, examinado por amostragem, a existência <strong>de</strong> 27 not<strong>as</strong> fiscaisinidône<strong>as</strong>, com fortes indícios <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>, totalizando R$ 101.725,34.Com a bonificação contratual, <strong>de</strong> 15 %, o débito final correspon<strong>de</strong> a R$ 116.984,14.A equipe <strong>de</strong> auditoria constatou que a documentação fiscal era inidônea, pois sua numeração está fora dointervalo da "autorização para impressão <strong>de</strong> documentos fiscais", além <strong>de</strong> apresentar diferenç<strong>as</strong>tipográfic<strong>as</strong> em relação a not<strong>as</strong> fiscais <strong>de</strong> numeração anterior ou superior, sem os mesmos indícios <strong>de</strong>frau<strong>de</strong> . Ess<strong>as</strong> not<strong>as</strong> referem-se a compra <strong>de</strong> material betuminoso pela construtora, no período <strong>de</strong> abril <strong>de</strong>1997 a julho <strong>de</strong> 1998.O TCU incluiu a presente obra no rol <strong>de</strong> empreendimentos com irregularida<strong>de</strong>sgraves enviado à Comissão Mista <strong>de</strong> Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização. Entre os motivos queensejaram a inclusão da obra naquela lista, encontraram-se irregularida<strong>de</strong>s tais como pagamento a firm<strong>as</strong><strong>de</strong> consultoria, <strong>de</strong> percentual fixo <strong>de</strong> 7,65%, a título <strong>de</strong> <strong>de</strong>spes<strong>as</strong> fiscais com PIS, COFINS e ISS, quandoess<strong>as</strong> firm<strong>as</strong> gozam <strong>de</strong> isenção ou pagam alíquota <strong>de</strong> ISS inferior à prevista em su<strong>as</strong> propost<strong>as</strong>; nãoelaboração e entrega, ao DNER, dos relatórios mensais <strong>de</strong> supervisão da consultora (contrato 16/99);encerramento da vigência do contrato PG-157/96, em 17/02/2001, sem que tenha sido firmado novoaditivo <strong>de</strong> prorrogação, sendo que a obra não encontra-se totalmente concluída; não manutenção pel<strong>as</strong>upervisora contratada, no escritório responsável pelos serviços <strong>de</strong> campo, do Livro <strong>de</strong> Ocorrênci<strong>as</strong>(contrato 16/99).Quanto às not<strong>as</strong> fiscais fraudad<strong>as</strong>, o TCU acusou existirem indícios <strong>de</strong>superfaturamento, propondo que fosse citado o responsável, o representante legal da construtora e o daconsultora responsáveis pela obra2.11 VIA EXPRESSA SUL / SCÓRGÃO RESPONSÁVEL: Departamento <strong>de</strong> Estrad<strong>as</strong> <strong>de</strong> Rodagem <strong>de</strong> SantaCatarina – DER/SCPROGRAMA DE TRABALHO:162


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASTrata-se <strong>de</strong> obra <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> vulto, complexida<strong>de</strong> executiva – envolvendo túneis,aterro hidráulico, drenagem – e <strong>de</strong> importância e necessida<strong>de</strong> para o <strong>de</strong>senvolvimento da Capital e doEstado. A estimativa atualizada para o custo final da obra é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> R$ 59,3 milhões, consi<strong>de</strong>rando os15 termos aditivos firmados até o presente momento.O projeto <strong>de</strong> engenharia da Via Expressa Sul foi <strong>de</strong>senvolvido em 1978. Seu traçadobásico foi dividido em seis lotes – até agora foram licitados apen<strong>as</strong> três lotes. À época, a preocupaçãocom impactos ao meio ambiente não merecia a mesma atenção dispensada pela legislação ambiental em1993, data <strong>de</strong> início do procedimento licitatório. Além disso, o Plano Diretor do município não guardavacompatibilida<strong>de</strong> com a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 15 anos antes.A proposta vencedora do certame licitatório, do Consórcio Companhia Br<strong>as</strong>ileira <strong>de</strong>Projetos e Obr<strong>as</strong>/Construtora Norberto O<strong>de</strong>brecht S.A., alcançou R$ 28,35 milhões. Entretanto, como aproposta data <strong>de</strong> Julho/93, o valor inicial do contrato, <strong>as</strong>sinado em 1994, foi reajustado, por meio do 1ºtermo aditivo, para R$ 30,95 milhões, para fazer face às <strong>de</strong>terminações trazid<strong>as</strong> pela Lei nº8.880/94 – leique instituiu o Plano Real. Desse modo, o reajuste não po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como aditamentoquantitativo ou qualitativo <strong>de</strong> serviços ao contrato original.Iniciou-se a obra, portanto, com o preço inicialmente contratado entre o DER/SC e oConsórcio CBPO/CNO, com b<strong>as</strong>e no quantitativo <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong>finido no projeto <strong>de</strong> engenhariaelaborado pela empresa PROENGE.O segundo termo aditivo foi motivado por aumento <strong>de</strong> encargos à empresacontratada. De acordo com o DER/SC, o Estado <strong>de</strong>veria fornecer à contratada os equipamentosnecessários à realização do aterro hidráulico, m<strong>as</strong> isso ocorreu apen<strong>as</strong> para alguns dos serviços previstos.Já que a Companhia Doc<strong>as</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro reclamou o direito <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> sobre os equipamentosprometidos à contratada pelo Estado <strong>de</strong> Santa Catarina.Desse modo houve, na celebração do segundo termo aditivo, um acréscimo <strong>de</strong>serviços ao contrato original. Entretanto, o Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> do Estado resolveu consi<strong>de</strong>rar que taladitivo não po<strong>de</strong>ria ser interpretado como acréscimo <strong>de</strong> serviços, m<strong>as</strong> sim como aumento <strong>de</strong> encargos àcontratada.De acordo com a versão apresentada pela administração do DER/SC, a obraapresentou, no transcurso <strong>de</strong> sua execução, situações imprevist<strong>as</strong> ou imprevisíveis quando da elaboraçãodo projeto. Desse modo, os serviços inicialmente previstos não estariam <strong>de</strong> acordo com a realida<strong>de</strong>,fazendo-se necessária a inclusão <strong>de</strong> serviços adicionais para que se <strong>de</strong>sse continuida<strong>de</strong> aoempreendimento. A inclusão <strong>de</strong>sses serviços adicionais, <strong>as</strong>sim, seria feita por meio da celebração <strong>de</strong>termos aditivos ao contrato original. No entanto, a Lei 8.666/93, em seu art. 65, §1º, <strong>de</strong>termina um limite<strong>de</strong> 25% para acréscimos ao valor do contrato originalmente firmado.A inclusão dos serviços adicionais acarretaria um acréscimo <strong>de</strong> 91,75% ao valorinicialmente contratado, e teria sido motivada pelos seguintes fatores:• Nov<strong>as</strong> exigênci<strong>as</strong> dos órgãos ambientais;• Aspectos técnicos <strong>de</strong> engenharia, construtivos e <strong>de</strong> segurança;163


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS• Para amoldar-se às adaptações impost<strong>as</strong> pelo novo Plano Diretor do Município <strong>de</strong>Florianópolis.Diante d<strong>as</strong> circunstânci<strong>as</strong>, a administração da mencionada obra percebeu que,fazendo uso do instrumento contratual original, estava legalmente impedida <strong>de</strong> concluir objeto previsto noprojeto básico. Assim, foi formulada uma consulta ao Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> do Estado, em que aadministração esclareceu a situação em que o empreendimento se encontrava, e solicitou, a <strong>de</strong>speito daimposição legal da Lei 8.666/93, parecer conclusivo sobre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dar continuida<strong>de</strong> à obra, pormeio da celebração <strong>de</strong> termos aditivos ao contrato original.Após analisar a matéria, o Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> do Estado <strong>de</strong> Santa Catarina -TCE/SC - emitiu parecer favorável ao aditamento dos contratos originais, enten<strong>de</strong>ndo que tais acréscimostratariam <strong>de</strong> serviços inicialmente não previstos ou imprevisíveis quando da elaboração do projeto <strong>de</strong>engenharia. Para tanto, a Corte <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> Estadual fundamentou seu entendimento na Decisão nº215/1999 – Plenário, do Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> da União, que tratava <strong>de</strong> consulta formulada pelo Ministériodo Meio Ambiente em um c<strong>as</strong>o similar.A mencionada Decisão do TCU – Dec. 215/1999 – relaciona uma série <strong>de</strong>circunstânci<strong>as</strong> que, c<strong>as</strong>o ocorram simultaneamente, po<strong>de</strong>riam autorizar o administrador a efetuaraditamentos contratuais em valor superior ao limite <strong>de</strong> 25% previsto na Lei <strong>de</strong> Licitações e Contratos.De posse da Decisão do TCE/SC, o Secretário <strong>de</strong> Estado dos Transportes e Obr<strong>as</strong> <strong>de</strong>Santa Catarina autorizou a celebração dos mencionados termos aditivos - ao todo foram 15, com os quaisfoi dado andamento ao empreendimento em análise.Os valores envolvidos na construção dos trechos contratados para a Via ExpressaSul são os que seguem:(em R$)Valor inicial Valor dos termos aditivos Valor atual do contrato Acréscimo ao contratooriginal30.953.437,93 28.402.696,88 59.356.134,81 91,75%parte do Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> da União.Essa obra ainda não sofreu, até a presente data, qualquer espécie <strong>de</strong> fiscalização por2.12 PENITENCIÁRIA ESTADUAL DE PIRAQUARA/PRPENITENCIÁRIA DA GRANDE FLORIANÓPOLIS/SC164


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASÓRGÃO RESPONSÁVEL: Departamento Penitenciário Nacional /Ministério da Justiça – DEPEN/MJPROGRAMA DE TRABALHO: 14.421.0661.1844.0042O Departamento Penitenciário Nacional – DEPEN é o órgão executivo do Ministérioda Justiça encarregado <strong>de</strong> gerir os recursos do Fundo Penitenciário Nacional – FUNPEN, em consonânciacom <strong>as</strong> <strong>de</strong>liberações emanad<strong>as</strong> do Conselho Nacional <strong>de</strong> Política Criminal e Penitenciária e <strong>as</strong> diretrizesestabelecid<strong>as</strong> na Lei nº 7.210, <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1984, que instituiu a Lei <strong>de</strong> Execução Penal. Reza, <strong>as</strong>sim,a parte da Lei que <strong>de</strong>fine os Departamentos Penitenciários:“Capítulo VI – Dos Departamentos PenitenciáriosSeção I – Do Departamento Penitenciário NacionalArt. 71 – O Departamento Penitenciário Nacional, subordinado ao Ministério daJustiça, é órgão executivo da Política Penitenciária Nacional e <strong>de</strong> apoioadministrativo e financeiro do Conselho Nacional <strong>de</strong> Política Criminal ePenitenciária.Art. 72 – São atribuições do Departamento Penitenciário Nacional:I – acompanhar a fiel aplicação d<strong>as</strong> norm<strong>as</strong> <strong>de</strong> execução penal em todo o territórionacional;II inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e serviços pen<strong>as</strong>;III – <strong>as</strong>sistir tecnicamente <strong>as</strong> unida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rativ<strong>as</strong>, mediante convênios, naimplantação <strong>de</strong> estabelecimentos e serviços penais;IV – colaborar com <strong>as</strong> Unida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rativ<strong>as</strong> para a realização <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> formação<strong>de</strong> pessoal penitenciário e <strong>de</strong> ensino profissionalizante do con<strong>de</strong>nado e do internado.Parágrafo único – Incumbem também ao Departamento a coor<strong>de</strong>nação e supervisãodos estabelecimentos penais e <strong>de</strong> internamento fe<strong>de</strong>rais.”Os recursos fe<strong>de</strong>rais <strong>de</strong>stinados à Política PenitenciáriaNacional, a partir da edição da Lei Complementar nº 79, <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong>1994, regulamentada pelo Decreto nº 1.093, <strong>de</strong> 03 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1994,p<strong>as</strong>saram a se concentrar em um novo órgão, o Fundo Penitenciário Nacional– FUNPEN, criado com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proporcionar recursos e meios para165


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASfinanciar e apoiar <strong>as</strong> ativida<strong>de</strong>s e program<strong>as</strong> <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização eaprimoramento do Sistema Penitenciário Nacional.Dados sobre a execução orçamentária do Fundo indicam que 98% dos recursos doFUNPEN, no período <strong>de</strong> 1995 a 1999, foram aplicados pelos Estados e Distrito Fe<strong>de</strong>ral. Segundo o art. 6ºdo Decreto nº 1.093/94, o FUNPEN po<strong>de</strong>rá rep<strong>as</strong>sar recursos aos Estados e ao Distrito Fe<strong>de</strong>ral para aconsecução <strong>de</strong> seus objetivos. Esses rep<strong>as</strong>ses da União aos entes fe<strong>de</strong>rados são feitos por meio <strong>de</strong>convênio, acordos ou ajustes.PENITENCIÁRIA DE PIRAQUARA/PRConsoante informações prestad<strong>as</strong> pela Secretaria Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Controle Interno doMinistério da Fazenda – SFC/MF, por meio do Ofício nº 6744/DSSEG/SFC/MF, <strong>de</strong> 05.09.2001, emanexo, a obra “Construção da Penitenciária <strong>de</strong> Piraquara/PR encontra-se com 75% <strong>de</strong> seu total físicoestimado já executado. Os valores já rep<strong>as</strong>sados à obra pelo Ministério da Justiça, por conta do convênionº 050/96, conforme informa a SFC/MF, alcançam o montante <strong>de</strong> R$ 6.479.000,00.Informa, também, a SFC/MF que, no período <strong>de</strong> 08 a 14.11.2000, exerceufiscalização junto a obra e constatou que a mesma estava paralisada em razão <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia do contrato, <strong>de</strong>comum acordo entre <strong>as</strong> partes, sendo realizada em seguida nova licitação e a empresa vencedora teriadado continuida<strong>de</strong> a obra, com prazo para término previsto para <strong>de</strong>zembro/2001. Consta, também, dodocumento encaminhado pela SFC/MF que “segundo a fiscalização mencionada, inexistiam indícios <strong>de</strong>improprieda<strong>de</strong>/irregularida<strong>de</strong> na aplicação dos recursos alocados à construção da citada unida<strong>de</strong>prisional”.Além da obra em questão, o mesmo documento encaminhado pela SFC/MF, prestatambém, informações, conforme pedido formalizado pela Comissão, amparado por requeridoanteriormente aprovado, sobre <strong>as</strong> seguintes obr<strong>as</strong>: “Penitenciária da Gran<strong>de</strong> Florianópolis/SC,“Penitenciária <strong>de</strong> Segurança Máxima do Pará/PA”, “Setor C – Centro <strong>de</strong> Internamento e Reeducação daPapuda – CIR”, “Penitenciária <strong>de</strong> Segurança Máxima <strong>de</strong> Guajará-Mirim/RO”, “Penitenciária da Gran<strong>de</strong>Aracaju/SE”, “Penitenciária M<strong>as</strong>culina <strong>de</strong> Alago<strong>as</strong>”, “Presídio Regional <strong>de</strong> Goiânia/GO”, “Ca<strong>de</strong>iaPública <strong>de</strong> Caracaraí/RR” e “Penitenciária <strong>de</strong> Wan<strong>de</strong>rlândia/TO”. Algum<strong>as</strong> <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> encontram-separalisad<strong>as</strong>, outr<strong>as</strong> foram <strong>de</strong>tectad<strong>as</strong> irregularida<strong>de</strong>s, <strong>as</strong>sim como existem, também, obr<strong>as</strong>, <strong>de</strong>ntre <strong>as</strong>indicad<strong>as</strong>, já concluíd<strong>as</strong>, segundo informa a SFC/MF, que por sua vez, obteve tais dados junto ao gestorresponsável pela construção d<strong>as</strong> mesm<strong>as</strong>.Não satisfeita, esta CPI, solicitou maiores informações à SCF/MF, da mesma formaao Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> da União, e que fosse fornecido cópia do relatório <strong>de</strong> auditoria, bem como cópia doprocesso licitatório, do contrato e dos termos aditivos eventualmente firmados com a empresa responsávelpela construção da obra.166


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASNesse ínterim, o DEPEN, encaminhou a documentação da obra, m<strong>as</strong> apen<strong>as</strong> arelacionada com a nova licitação, <strong>de</strong> qual participa a empresa SIAL – Construções Civil Ltda,representada por seu proprietário Sr. Ednilson Rossi Arnaldi.Também foram encaminhad<strong>as</strong> à Secretaria da Comissão, por meio dacorrespondência nº 116/Dir da empresa SIAL – Construções Civis Ltda., cópia do Edital <strong>de</strong> Licitação nº002/2000, do Contrato Administrativo nº 00.0094.O.B e Termo Aditivo 00.0094.1.B, referentes ao novoprocesso licitatório e relacionado à continuida<strong>de</strong> da obra, agora intitulada como “Conclusão daConstrução da Penitenciária Estadual <strong>de</strong> Piraquara/PR.As nov<strong>as</strong> informações prestad<strong>as</strong>, e que acompanharam o Ofício nº6890/DSSEG/SFC/MF, <strong>de</strong> 10.09.01, informam, conforme o Ofício anteriormente encaminhado a estaCPI, que a obra foi paralisada, em fevereiro/2000, em função <strong>de</strong> a empresa responsável pela construção,COTELI - Construtora Técnica Ltda., em comum acordo com o Departamento Estadual <strong>de</strong> Construção,<strong>de</strong> Obr<strong>as</strong> e Manutenção – DECOM (autarquia vinculada à Secretaria Estadual <strong>de</strong> Obr<strong>as</strong> Públic<strong>as</strong> –SEOP), terem <strong>de</strong>nunciado o contrato 2 . Segundo informa o Relatório <strong>de</strong> auditoria que “o distrato ocorreuem razão <strong>de</strong> aquela empreiteira estar p<strong>as</strong>sando por dificulda<strong>de</strong>s financeir<strong>as</strong>”.CONSTRUÇÃO DA PENITENCIÁRIA DA GRANDE FLORIANÓPOLIS/SC (*)Segundo <strong>as</strong> informações prestad<strong>as</strong> pela SFC/MF, a obra esteve paralisada por umlongo período. Foi retomada, em ritmo lento, posteriormente a renegociação <strong>de</strong> seus custos, por<strong>de</strong>terminação do TCU, por meio da Decisão nº 401/2000-Plenário, conforme informa a SFC/MF.A SFC/MF <strong>de</strong>tectou, após ter realizada, no período <strong>de</strong> 19 a 23.02.2001, fiscalizaçãoin loco, modificações divers<strong>as</strong> na obra, às quais não constavam da documentação técnica fornecida e nemcontavam com a autorização do órgão rep<strong>as</strong>sador <strong>de</strong> recursos. Outra grave constatação resi<strong>de</strong> no fato <strong>de</strong> aPlanilha <strong>de</strong> Custos utilizada para a elaboração d<strong>as</strong> medições e efetivação dos pagamentos ter, à época,seus preços unitários e índices <strong>de</strong> reajustes reportados a julho/94, diferentemente da <strong>de</strong>terminação doTCU, contida na Decisão nº 401/2000.Adicionalmente a ess<strong>as</strong> constatações, a SFC/MF, em Ofício encaminhadoposteriormente a esta CPI, <strong>de</strong> nº 6890/DSSEG/MF, relacionou e enviou cópi<strong>as</strong> dos relatórios <strong>de</strong> auditori<strong>as</strong>obre divers<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> penitenciári<strong>as</strong>.O Ministério da Justiça enviou a esta <strong>comissão</strong> cópi<strong>as</strong> dos convênios <strong>as</strong>sinados nosanos <strong>de</strong> 1998 e 2000 relativamente a essa obra. O convênio 102/98, <strong>as</strong>sinado em 29/12/1998 teve porvalor R$ 2.400.000,00, sendo que R$ 2.000.000,00 foram <strong>de</strong> recursos fe<strong>de</strong>rais. Inicialmente previsto para2 Segundo o Relatório <strong>de</strong> Auditoria “o que havia sido pago até então foi efetivamente medido (mediçãofinal) e <strong>de</strong>vidamente executado”.167


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASterminar em 23/3/99, foi sucessivamente prorrogado por meio <strong>de</strong> cinco termos aditivos até 28/4/2000.Nessa data, foi concluído, recebendo parecer <strong>de</strong> aprovação pelo DEPEN.O segundo convênio enviado pelo Ministério da Justiça relativamente a essa obra foio 021/2000, <strong>as</strong>sinado em 7/8/2000. Inicialmente teve o valor <strong>de</strong> R$ 720.000,00, sendo que R$ 600.000,00eram <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> da União. O primeiro termo aditivo, porém, ampliou os valores para R$4.485.000,00, aumentando a responsabilida<strong>de</strong> da União para R$ 3.612.000,00. Adicionalmente,prorrogou-se o prazo <strong>de</strong> vigência do convênio <strong>de</strong> 28/2/2001 para 30/6/2001.Foram também enviados outros documentos que versavam sobre a obra. Assim,encaminhou-se o contrato inicial acordado com a empresa Espaço Aberto Ltda. datado <strong>de</strong> 8/5/1995, aproposta para reinício d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> (8/11/1999), <strong>as</strong>sinada entre o Governo <strong>de</strong> Santa Catarina e a empresa, e otermo aditivo entre ess<strong>as</strong> du<strong>as</strong> partes, visando o reajuste dos preços, com a a<strong>de</strong>quação à Decisão/TCU401/2000 – P. Segundo <strong>as</strong> informações constantes <strong>de</strong>sses documentos, a paralisação da obra <strong>de</strong>u-se paraevitar danos ambientais, após o Ministério Público ter movido uma ação civil pública para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r omeio ambiente.2.13 RECUPERAÇÃO E AMPLIAÇÃO DOS MOLHES DO PORTO DE RIOGRANDE – RS (*)ÓRGÃO RESPONSÁVEL: Ministério dos Transportes – MT.PROGRAMA DE TRABALHO: 26.784.0233.1080.0002HISTÓRICO DA OBRA:A obra <strong>de</strong> recomposição e regularização dos Molhes do Porto <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong> tevesua licitação iniciada com o Edital <strong>de</strong> Concorrência nº 04/89, da PORTOBRÁS, após o que foi <strong>as</strong>sinado ocontrato nº 89/078/00, com o consórcio vencedor da licitação.Em 19/11/91 foi firmado o contrato <strong>de</strong> re-ratificação nº 038/91, entre a UniãoFe<strong>de</strong>ral e o Consórcio, em substituição ao contrato original, em <strong>de</strong>corrência da liquidação daPORTOBRÁS. Dentre os termos aditivos firmados ao contrato nº 038/91, <strong>de</strong>stacam-se o 7º, o 11º e o 13º,que acarretaram acréscimos aos valores contratuais superiores aos permitidos pela Lei nº 8.666, <strong>de</strong>21/06/93.Em diligência do TCU enviada ao Senhor Secretário <strong>de</strong>Transportes Aquaviários, Dr. Jorge Francisco Medauar, para remessa, aoTribunal, do processo administrativo nº 1.528/88, pertinente à licitação para <strong>as</strong>obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> recuperação dos molhes da barra do Porto <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>, "inclusive168


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASo relatório da <strong>comissão</strong> <strong>de</strong> recebimento e julgamento e o ato <strong>de</strong> homologaçãoda referida licitação, mencionados na cláusula primeira do contrato nº89/078/00, firmado entre a Portobrás e oConsórcioCBPO/SULTEPA/CHRISTIANI NIELSEN/IVAI, ou que inform<strong>as</strong>se arespeito d<strong>as</strong> medid<strong>as</strong> administrativ<strong>as</strong> adotad<strong>as</strong>, na hipótese <strong>de</strong> extravio dadocumentação, nos termos do art. 143 da Lei nº 8.112/90".Na resposta ao presente quesito, o titular da Secretaria <strong>de</strong> TransportesAquaviários, Sr. Jorge Francisco Medauar, valeu-se d<strong>as</strong> informaçõesconstantes da Nota Técnica nº 70/97-DP/DIVOS. Informa-se, na referida Nota,a impossibilida<strong>de</strong> do envio do Processo nº 1.528/88, em razão do extravio domesmo, ocorrido à época da liquidação da Portobrás, em 1990. Destarte, temsepor impossibilitada a análise dos procedimentos administrativos pertinentesà licitação da obra em comento, principalmente no que diz respeito aojulgamento e à homologação. (...) O informante complementa que foiimpossível apurar-se <strong>as</strong> caus<strong>as</strong> do extravio, não havendo mais prov<strong>as</strong> daocorrência dos fatos, não tendo, por conseguinte, logrado êxito narecomposição dos autos.Concluída a obra <strong>de</strong> recuperação dos molhes, <strong>de</strong>u-se a inauguração oficial em19/02/99, como relatado em notícia veiculada em primeira página pelo jornal "Correio do Povo" <strong>de</strong>20/02/99 (f. 05), oportunida<strong>de</strong> em que o Exmo. Sr. Ministro <strong>de</strong> Estado dos Transportes, Eliseu Padilha,anunciou a ampliação dos molhes, pela qual se aumentará em 500 m a extensão do molhe Leste e em 900m a do molhe Oeste, bem como o aprofundamento do calado do canal <strong>de</strong> acesso ao Porto <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>para 18 m, como fora anteriormente informado à equipe <strong>de</strong> auditoria. O Titular da P<strong>as</strong>ta dos Transportesadiantou ainda, segundo a notícia, que o valor orçado para <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> seria <strong>de</strong> R$ 160 milhões.Em contato telefônico realizado pelo TCU com a Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Fiscalização daobra concluída, em 03/03/99, obteve-se a informação <strong>de</strong> que já estariam <strong>as</strong>segurados recursosorçamentários <strong>de</strong> R$ 36 milhões para início dos trabalhos, tendo sido firmado em 16/11/98 o 20º TermoAditivo ao Contrato nº 038/91 (f. 06-07), no valor <strong>de</strong> R$ 138.962.448,72, elevando o valor total doempreendimento <strong>de</strong> R$ 111.294.587,50 para R$ 250.257.036,22 (englobando a obra <strong>de</strong> recuperação e a<strong>de</strong> ampliação). Tal procedimento reveste-se <strong>de</strong> nulida<strong>de</strong> absoluta, S.M.J, vez que tem-se, in c<strong>as</strong>u, um<strong>as</strong>egunda obra, nova sob todos os <strong>as</strong>pectos, <strong>de</strong>sta feita <strong>de</strong> ampliação dos molhes, estes já anteriormenteconstruídos e agora recuperados, inclusive reinaugurados, tratando-se, portanto, <strong>de</strong> obra absolutamentein<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e completamente distinta da primeira, quanto ao procedimento legal. A própria Lei nº8.666/93, ao <strong>de</strong>finir o termo "obra", aponta para a irregularida<strong>de</strong> do aludido aditivo:169


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS'Art. 6º. Para os fins <strong>de</strong>sta Lei, consi<strong>de</strong>ra-se: I – Obra – toda construção,reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execuçãodireta ou indireta;’O correto, no enten<strong>de</strong>r da equipe <strong>de</strong> Auditoria do TCU, seria realizar-se a licitaçãopara <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> ampliação, em obediência ao previsto no art. 2º e parágrafo único, da Lei nº 8.666/93,como forma <strong>de</strong> buscar-se menor preço e maiores vantagens para a Administração Pública, em atenção aoque preconiza o art. 3º da mesma Lei, firmando-se novo contrato com a empresa que logr<strong>as</strong>se vencer ocertame licitatório. O valor previsto para <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> ampliação, superior a R$ 138 milhões, está a exigir arealização <strong>de</strong> concorrência, a teor do que preconiza o art. 23, inciso I, alínea "c", da Lei <strong>de</strong> Licitações.Mesmo que possível fosse o aditamento motivador da presente representação, c<strong>as</strong>onão se trat<strong>as</strong>se <strong>de</strong> obra nova distinta, traduziria um reajuste <strong>de</strong> 124,86, totalizando um reajuste acumulado<strong>de</strong> 692,85%, consi<strong>de</strong>rando o valor do contrato, segundo o Termo Aditivo nº 06, <strong>de</strong> 18.08.94 (R$31.564.152,33), que converteu o valor do contrato nº 038/91 para Reais, e os aditamentos irregularesconstantes dos Termos Aditivos 07, 11 e 13, cuja ilegalida<strong>de</strong> o TCU já <strong>de</strong>liberou, caracterizando<strong>de</strong>sobediência aos ditames legais (art. 65, § 1º, da mesma Lei), c<strong>as</strong>o fosse admissível o pretensoaditamento, intentado por meio do Termo Aditivo nº 020.Obteve-se, ainda, a informação <strong>de</strong> que o Consórcio Construtor já contratou com aUniversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong> - FURG, a realização do EIA - RIMA, Estudo e Relatório <strong>de</strong> ImpactoAmbiental, para <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> cogitad<strong>as</strong>. A <strong>de</strong>speito da necessida<strong>de</strong> e da importância do estudo <strong>de</strong> caráterambiental, inclusive já mencionada na primeira representação proposta por esta Unida<strong>de</strong> Técnica, ainiciativa constitui, na opinião da equipe, <strong>de</strong>monstração inequívoca da <strong>de</strong>flagração da execução docontrato ilegalmente aditado, agravado o fato pela inexistência <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Serviço regularmenteemitida pelo Ministério dos Transportes.Diante do exposto o TCU, <strong>de</strong>cidiu em 02/02/99 (Acórdão 18/99 – Primeira Câmara):8.1. aplicar aos Senhores Aldo B<strong>as</strong>tos Alfano e Ricardo Teixeira Degaut Pontes, individualmente, a multaprevista no art. 58, II, da Lei nº 8.443/92, c/c o art. 220, inciso II, do RI/TCU;Em 07/04/99 o TCU por meio da Decisão 136/99 <strong>de</strong>liberou:“8.1. com fundamento no art. 71, inciso IX, da Constituição Fe<strong>de</strong>ral e no art. 45 da Lei nº 8.443/92, c/c oart. 195 do Regimento Interno/TCU, <strong>as</strong>sinar o prazo <strong>de</strong> 15 (quinze) di<strong>as</strong> para que o Subsecretário <strong>de</strong>Assuntos Administrativos do Ministério dos Transportes adote <strong>as</strong> providênci<strong>as</strong> necessári<strong>as</strong> ao exatocumprimento do art. 37, inciso XXI, da Constituição Fe<strong>de</strong>ral e do art. 2º c/c art. 3º da Lei nº 8.666/93, <strong>de</strong>forma a realizar o <strong>de</strong>vido procedimento licitatório para contratação dos serviços relativos à ampliação dosmolhes do Porto <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>/RS, anulando, conseqüentemente, por manifesta ilegalida<strong>de</strong>, o termoaditivo ao Contrato nº 038/91 celebrado com o Consórcio CBPO/SULTEPA/CARIOCA/CHRISTIANINIELSEN/IVAÍ em 16.11.1998;170


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS8.2. <strong>de</strong>terminar à autorida<strong>de</strong> mencionada no item anterior que informe a este Tribunal, tão logo vencido oprazo estabelecido, <strong>as</strong> medid<strong>as</strong> implementad<strong>as</strong> com vist<strong>as</strong> ao atendimento da <strong>de</strong>terminação contida noreferido item;8.3. levar ao conhecimento do Senhor Ministro <strong>de</strong> Estado dos Transportes os termos da presente <strong>de</strong>cisão,remetendo-lhe, também, cópia do Relatório e Voto que a fundamentam, para que adote <strong>as</strong> medid<strong>as</strong> que sefizerem necessári<strong>as</strong> ao integral cumprimento da <strong>de</strong>liberação disposta no item 8.1. acima;8.4. promover a audiência do Senhor Aguinaldo José Teixeira, Subsecretário <strong>de</strong> Assuntos Administrativosdo Ministério dos Transportes, para efeito <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> multa por ato praticado com grave infração anorma legal, <strong>de</strong> forma que apresente, no prazo <strong>de</strong> 15 (quinze) di<strong>as</strong>, justificativ<strong>as</strong> para a <strong>as</strong>sinatura, em16.11.1998, <strong>de</strong> termo aditivo ao Contrato nº 038/91, firmado entre a União, por intermédio do Ministériodos Transportes, e o Consórcio CBPO/SULTEPA/CARIOCA/CRHISTIANI NIELSEN/IVAÍ,objetivando a execução d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> ampliação dos molhes e aumento do calado do canal <strong>de</strong> acesso aoPorto do Rio Gran<strong>de</strong>, com inobservância ao art. 37, inciso XXI, da Constituição Fe<strong>de</strong>ral e aos arts. 2º, 3º e65, § 1º, da Lei nº 8.666/93; eApós esta Decisão 136/99 – Plenário/TCU, os responsáveis acima referidosimpetraram embargos <strong>de</strong> <strong>de</strong>claração, recursos e pedidos <strong>de</strong> revisão, sendo todos negados pelo TCU queem última Decisão nº 151/2001 – Plenário, <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2001:“8.1. conhecer do presente pedido <strong>de</strong> reexame, para, no mérito, negar-lhe provimento;8.2. manter os termos da Decisão nº 136/99 – Plenário;8.3. encaminhar os autos ao Relator a quo, para a adoção d<strong>as</strong> providênci<strong>as</strong> que enten<strong>de</strong>r convenientes; e8.4. notificar o interessado do teor <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>cisão.”A obra encontra-se no rol <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> com irregularida<strong>de</strong>s graves, encaminhado peloTCU no corrente ano para a Comissão Mista <strong>de</strong> Planos Orçamentos Públicos e Fiscalização. De acordocom <strong>as</strong> informações apresentad<strong>as</strong> por aquele tribunal, O valor estimado para conclusão da obra é <strong>de</strong> R$222.334.755,22, advindos <strong>de</strong> recursos da União.Foram <strong>de</strong>tectad<strong>as</strong> irregularida<strong>de</strong>s graves execução do contrato <strong>de</strong> execução da obra.A razão é que o edital <strong>de</strong> licitação <strong>de</strong>terminou que os serviços <strong>de</strong> extração, transporte e colocação <strong>de</strong>pedr<strong>as</strong> na obra fossem medidos em peso, por meio <strong>de</strong> balança rodoviária, e, posteriormente, convertidos epagos em volume, por cálculo <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> a ser obtida em ensaios <strong>de</strong> laboratório. Esse método <strong>de</strong>medição é inexato e a margem <strong>de</strong> erro, incompatível com os valores envolvidos em um contrato <strong>de</strong>ssamagnitu<strong>de</strong>. Mesmo que a imprecisão do método resulte em uma pequena fração <strong>de</strong> percentual, issorepresentará valores da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> alguns milhões <strong>de</strong> reais. O TCU <strong>as</strong>segurou que, aparentemente, não hájustificativa técnica, econômica ou operacional para não ter sido adotado o mesmo procedimento.171


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASNesse mesmo contrato, a equipe <strong>de</strong> auditoria do TCU verificou a ocorrência <strong>de</strong>pagamento antecipado à empreiteira, sem que os serviços tivessem sido prestados e os bens, entregues.Esse item <strong>de</strong> serviço, conforme preconiza o ANEXO IV - NORMAS DE MEDIÇÃO E PAGAMENTOdo Edital <strong>de</strong> Licitação, só po<strong>de</strong>ria ser pago para <strong>as</strong> "pedr<strong>as</strong> efetivamente extraíd<strong>as</strong> e transportad<strong>as</strong>", sendoo volume "calculado através da pesagem em balança rodoviária e transformado para m3 pela <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>real obtid<strong>as</strong> dos ensaios <strong>de</strong> laboratório". Em <strong>de</strong>sacordo com <strong>as</strong> norm<strong>as</strong> do contrato, porém, esse serviçofoi medido por levantamento topográfico na pedreira, sem haver seleção do material, transporte ou sequera pesagem, haja vista que a balança rodoviária está instalada em Rio Gran<strong>de</strong>.O mesmo ocorreu com o item 2.2.1.3 - EXTRAÇÃO E TRANSPORTETERRESTRE DE PEDRAS DE 400 A 1.000KG, para o qual pagou-se antecipadamente o valor <strong>de</strong> R$42.556,51 a preços iniciais, mais R$ 5.292,70 como reajustamento, e com o item 2.2.1.4 - EXTRAÇÃO ETRANSPORTE TERRESTRE DE PEDRAS DE 0,5 A 1,5 TONELADAS, tendo sido pagosR$351.927,68 a preços iniciais e R$ 43.768,84 como reajustamento.De acordo com o Edital <strong>de</strong> licitação, anexo IV - NORMAS DE MEDIÇÃO EPAGAMENTO, o item 1.1.8. - CONSTRUÇÃO DE ACESSOS E EMBARCADOUROSPROVISÓRIOS, INCLUSIVE RETIRADA <strong>de</strong>veria ser pago da seguinte maneira: "50% na conclusãodos acessos e 50 % na conclusão dos embarcadouros provisórios". O TCU verificou, no local, que nem osacessos nem os embarcadouros provisórios estavam concluídos, entretanto, foi pago, na medição <strong>de</strong> junho<strong>de</strong> 2001, 50% do valor total da verba para esses serviços. O montante pago foi <strong>de</strong> R$ 1.375.000,00 apreços iniciais, mais R$ 166.644,09 como reajustamento.2.14 CONSTRUÇÃO DE DIQUE EM CACHOEIRINHA – RS (*)ÓRGÃO RESPONSÁVEL: Ministério da Integração NacionalPROGRAMA DE TRABALHO: 13.077.0458.1244.1366Os recursos para a obra examinada constaram da Lei Orçamentária Anual <strong>de</strong> 1996.A responsabilida<strong>de</strong> pela execução era do então Ministério do Meio Ambiente, Recursos Hídricos eAmazônia Legal, cuj<strong>as</strong> atribuições, na área <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> contenção <strong>de</strong> enchentes, p<strong>as</strong>saram ao Ministérioda Integração Nacional, com a reforma ministerial <strong>de</strong> 1999.A dotação atingiu o valor <strong>de</strong> R$ 170.000,00, tendo sido <strong>de</strong>spendidos R$ 120.000,00naquele exercício e R$ 50.000,00 inscritos em restos a pagar, <strong>de</strong>sembolsados em 1997.Esse tipo <strong>de</strong> intervenção estatal é concretizada por intermédio <strong>de</strong> convênio com amunicipalida<strong>de</strong>, mesmo porque o então Ministério não era entida<strong>de</strong> executora. Normalmente, essesrecursos rep<strong>as</strong>sados são suficientes para terminar a obra, uma vez que se tratavam <strong>de</strong> dotação inserida naLei do Orçamento por meio <strong>de</strong> emenda <strong>parlamentar</strong>.172


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS173


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASX -REQUERIMENTOS NÃO APRECIADOS PELA COMISSÃO, DENUNCIAS,SOLICITAÇÕES DE INVESTIGAÇÃO E DE VISITAS, E SUGESTÕES, NÃOANALISADAS1. Requerimentos apresentados e não apreciados pela ComissãoAlgum<strong>as</strong> questões estão a merecer maioresinvestigações, <strong>as</strong> quais não chegaram a ser examinad<strong>as</strong> no âmbito <strong>de</strong>staComissão, uma vez que, se adotássemos esta linha <strong>de</strong> trabalho, o seu objetose ampliaria <strong>de</strong> tal forma que impossibilitaria chegar-se a algum resultadosatisfatório.Todavia, alguns requerimentos aqui foram apresentados,contemplando fatos que mereceram ser mencionados e até mesmoencaminhados a outr<strong>as</strong> esfer<strong>as</strong> <strong>investigar</strong>i<strong>as</strong> <strong>de</strong> caráter permanente, quer paraconhecimento da socieda<strong>de</strong>, quer visando à adoção <strong>de</strong> procedimentoscabíveis.Assim, p<strong>as</strong>samos a relacionar os principais requerimentosque, em face da conclusão dos trabalhos <strong>de</strong>sta CPI, não chegaram a seranalisados:Requerimento do Deputado Anivaldo Vale ao Ministério do DesenvolvimentoAgrário visando ao encaminhamento dos seguintes documentos relacionadossobre o projeto (usina e plantio) da Usina Abraham Lincoln: cópia do edital <strong>de</strong>licitação, do contrato <strong>de</strong> execução da obra, dos termos aditivos, d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> <strong>de</strong>empenho, d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> fiscais, d<strong>as</strong> or<strong>de</strong>ns bancári<strong>as</strong>, relatórios <strong>de</strong> auditoria doMinistério, da Secretaria <strong>de</strong> Controle Interno do Ministério da Fazenda,relatórios do TCU e outros documentos a ela relacionados e, ainda, informar sea obra está paralisada, qual o percentual executado, qual o montante <strong>de</strong>recursos financeiros <strong>de</strong>spendido (do início até esta data), quanto ainda falta <strong>de</strong>recursos para o seu término e a data prevista para sua conclusão.Requerimento do Deputado Anivaldo Vale ao Instituto Nacional <strong>de</strong>Colonização e Reforma Agrária – Incra solicitando o encaminhamento dosdocumentos adiante relacionados sobre o projeto (usina e plantio) da UsinaAbraham Lincoln: cópia do edital <strong>de</strong> licitação, do contrato <strong>de</strong> execução da obra,dos termos aditivos, d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> <strong>de</strong> empenho, d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> fiscais, d<strong>as</strong> or<strong>de</strong>ns174


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASbancári<strong>as</strong>, relatórios <strong>de</strong> auditoria do INCRA, da Secretaria <strong>de</strong> Controle Internodo Ministério da Fazenda, relatórios do TCU e outros documentos a elarelacionados e, ainda, informar se a obra está paralisada, qual o percentualexecutado, qual o montante <strong>de</strong> recursos financeiros <strong>de</strong>spendido (do início atéesta data), quanto ainda falta <strong>de</strong> recursos para o seu término e a data previstapara sua conclusão.Requerimento do Deputado Anivaldo Vale ao Ministério da Justiç<strong>as</strong>olicitando o encaminhamento dos documentos adiante relacionados sobre aobra da Penitenciária <strong>de</strong> Segurança Máxima do Pará: cópia do edital <strong>de</strong>licitação, do contrato <strong>de</strong> execução da obra, dos termos aditivos, d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> <strong>de</strong>empenho, d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> fiscais, d<strong>as</strong> or<strong>de</strong>ns bancári<strong>as</strong>, relatórios <strong>de</strong> auditoria doMinistério, da Secretaria <strong>de</strong> Controle Interno do Ministério da Fazenda,relatórios do TCU e outros documentos a ela relacionados e, ainda, informar sea obra está paralisada, qual o percentual executado, qual o montante <strong>de</strong>recursos financeiros <strong>de</strong>spendido (do início até esta data), quanto ainda falta <strong>de</strong>recursos para o seu término e a data prevista para sua conclusão.Requerimento do Deputado Anivaldo Vale ao Ministério dos Transportespara o envio dos documentos adiante relacionados sobre a BR 163 –Santarém-PA/Cuiabá-MT: cópia do edital <strong>de</strong> licitação, do contrato <strong>de</strong> execuçãoda obra, dos termos aditivos, d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> <strong>de</strong> empenho, d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> fiscais, d<strong>as</strong>or<strong>de</strong>ns bancári<strong>as</strong>, relatórios <strong>de</strong> auditoria do Ministério, da Secretaria <strong>de</strong>Controle Interno do Ministério da Fazenda, relatórios do TCU e outrosdocumentos a ela relacionad<strong>as</strong> e, ainda, informar se a obra está paralisada,qual o percentual executado, qual o montante <strong>de</strong> recursos financeiros<strong>de</strong>spendido (do início até esta data), quanto ainda falta <strong>de</strong> recursos para o seutérmino e a data prevista para sua conclusão.Requerimento do Deputado Anivaldo Vale ao Ministério dos Transportespara o encaminhamento dos documentos adiante relacionados sobre a BR 230– Transamazônica: cópia do edital <strong>de</strong> licitação, do contrato <strong>de</strong> execução daobra, dos termos aditivos, d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> <strong>de</strong> empenho, d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> fiscais, d<strong>as</strong> or<strong>de</strong>nsbancári<strong>as</strong>, relatórios <strong>de</strong> auditoria do Ministério, da Secretaria <strong>de</strong> ControleInterno do Ministério da Fazenda, relatórios do TCU e outros documentos a elarelacionad<strong>as</strong> e, ainda, informar se a obra está paralisada, qual o percentualexecutado, qual o montante <strong>de</strong> recursos financeiros <strong>de</strong>spendido (do início até175


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASesta data), quanto ainda falta <strong>de</strong> recursos para o seu término e a data previstapara sua conclusão.Requerimento do Deputado Anivaldo Vale ao Ministério dos Transportevisando ao encaminhamento dos documentos adiante relacionados sobre aEclusa <strong>de</strong> Tucurui-PA: cópia do edital <strong>de</strong> licitação, do contrato <strong>de</strong> execução daobra, dos termos aditivos, d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> <strong>de</strong> empenho, d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> fiscais, d<strong>as</strong> or<strong>de</strong>nsbancári<strong>as</strong>, relatórios <strong>de</strong> auditoria do Ministério, da Secretaria <strong>de</strong> ControleInterno do Ministério da Fazenda, relatórios do TCU e outros documentos a elarelacionad<strong>as</strong> e, ainda, informar se a obra está paralisada, qual o percentualexecutado, qual o montante <strong>de</strong> recursos financeiros <strong>de</strong>spendido (do início atéesta data), quanto ainda falta <strong>de</strong> recursos para o seu término e a data previstapara sua conclusão.Requerimento do Deputado Anivaldo Vale solicitando ao Ministério <strong>de</strong> Min<strong>as</strong>e Energia, o encaminhamento dos documentos adiante relacionados sobre aobra da Segunda Etapa <strong>de</strong> Tucurui-PA: cópia do edital <strong>de</strong> licitação, do contrato<strong>de</strong> execução da obra, dos termos aditivos, d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> <strong>de</strong> empenho, d<strong>as</strong> not<strong>as</strong>fiscais, d<strong>as</strong> or<strong>de</strong>ns bancári<strong>as</strong>, relatórios <strong>de</strong> auditoria do Ministério, daSecretaria <strong>de</strong> Controle Interno do Ministério da Fazenda, relatórios do TCU eoutros documentos a ela relacionad<strong>as</strong> e, ainda, informar se a obra estáparalisada, qual o percentual executado, qual o montante <strong>de</strong> recursosfinanceiros <strong>de</strong>spendido (do início até esta data), quanto ainda falta <strong>de</strong> recursospara o seu término e a data prevista para sua conclusão.Requerimento do Deputado Anivaldo Vale solicitando ao Ministério dosTransportes, o encaminhamento dos documentos adiante relacionados sobre aHidrovia Araguaia/Tocantins: cópia do edital <strong>de</strong> licitação, do contrato <strong>de</strong>execução da obra, dos termos aditivos, d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> <strong>de</strong> empenho, d<strong>as</strong> not<strong>as</strong>fiscais, d<strong>as</strong> or<strong>de</strong>ns bancári<strong>as</strong>, relatórios <strong>de</strong> auditoria do Ministério, daSecretaria <strong>de</strong> Controle Interno do Ministério da Fazenda, relatórios do TCU eoutros documentos a ela relacionad<strong>as</strong> e, ainda, informar se a obra estáparalisada, qual o percentual executado, qual o montante <strong>de</strong> recursosfinanceiros <strong>de</strong>spendido (do início até esta data), quanto ainda falta <strong>de</strong> recursospara o seu término e a data prevista para sua conclusão.Requerimento do Deputado Anivaldo Vale solicitando ao Ministério dosTransportes, o encaminhamento dos documentos adiante relacionados sobre a176


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASHidrovia Marajó: cópia do edital <strong>de</strong> licitação, do contrato <strong>de</strong> execução da obra,dos termos aditivos, d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> <strong>de</strong> empenho, d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> fiscais, d<strong>as</strong> or<strong>de</strong>nsbancári<strong>as</strong>, relatórios da auditoria do Ministério, da Secretaria <strong>de</strong> ControleInterno do Ministério da Fazenda, relatórios do TCU e outros documentos a elarelacionad<strong>as</strong> e, ainda, informar se a obra está paralisada, qual o percentualexecutado, qual o montante <strong>de</strong> recursos financeiros <strong>de</strong>spendido (do início atéesta data), quanto ainda falta <strong>de</strong> recursos para o seu término e a data previstapara sua conclusão.Requerimento do Deputado Anivaldo Vale solicitando ao Ministério dosTransportes, o encaminhamento dos documentos adiante relacionados sobre aduplicação da BR 316-Benevi<strong>de</strong>s/Santa Maria-PA: cópia do edital <strong>de</strong> licitação,do contrato <strong>de</strong> execução da obra, dos termos aditivos, d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> <strong>de</strong> empenho,d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> fiscais, d<strong>as</strong> or<strong>de</strong>ns bancári<strong>as</strong>, relatórios <strong>de</strong> auditoria do Ministério, daSecretaria <strong>de</strong> Controle Interno do Ministério da Fazenda, relatórios do TCU eoutros documentos a ela relacionad<strong>as</strong> e, ainda, informar se a obra estáparalisada, qual o percentual executado, qual o montante <strong>de</strong> recursosfinanceiros <strong>de</strong>spendido (do início até esta data), quanto ainda falta <strong>de</strong> recursospara o seu término e a data prevista para sua conclusão.Requerimento do Deputado Anivaldo Vale solicitando ao Ministério daIntegração Nacional, o encaminhamento dos documentos adiante relacionadossobre a obra do Muro <strong>de</strong> Arrimo <strong>de</strong> Salinópolis-PA: cópia do edital <strong>de</strong> licitação,do contrato <strong>de</strong> execução da obra, dos termos aditivos, d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> <strong>de</strong> empenho,d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> fiscais, d<strong>as</strong> or<strong>de</strong>ns bancári<strong>as</strong>, relatórios <strong>de</strong> auditoria do Ministério, daSecretaria <strong>de</strong> Controle Interno do Ministério da Fazenda, relatórios do TCU eoutros documentos a ela relacionad<strong>as</strong> e, ainda, informar se a obra estáparalisada, qual o percentual executado, qual o montante <strong>de</strong> recursosfinanceiros <strong>de</strong>spendido (do início até esta data), quanto ainda falta <strong>de</strong> recursospara o seu término e a data prevista para sua conclusão.Requerimento do Deputado Regis Cavalcante solicitando ao Ministério doMeio Ambiente, o encaminhamento <strong>de</strong> tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> informações sobre aconstrução do dique <strong>de</strong> contenção do Rio Mundaú, em União dos Palmares,cuj<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> iniciad<strong>as</strong> em 1996 e encontram-se paralisad<strong>as</strong>.Em sua justificativa, o nobre Deputado afirmava:177


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS“O dique em questão, construído para conter <strong>as</strong>enchentes do rio Mundaú, em União dos Palmares, emAlago<strong>as</strong>, foi iniciado em 1996, na administração doPrefeito José Praxe<strong>de</strong>s, com recursos do GovernoFe<strong>de</strong>ral, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$ 312,5 mil, liberados apen<strong>as</strong> R$100 mil, porque a prestação <strong>de</strong> cont<strong>as</strong> da primeira f<strong>as</strong>enão foi apresentada <strong>de</strong>ntro do prazo.Planejado para Ter 350 metros <strong>de</strong> extensão, aconstrução parou com 154 metros. A obra não foiconcluída, por tanto não é capaz <strong>de</strong> conter <strong>as</strong> enchentesdo rio e, tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> vezes que o rio enche, inva<strong>de</strong> <strong>as</strong>residênci<strong>as</strong> ribeirinh<strong>as</strong> acarretando prejuízos material e <strong>as</strong>aú<strong>de</strong> da população daquela Região.O problema já foi confirmado pelo Engenheiro FlávioMafra Ribeiro, do Ministério do Meio Ambiente, queesteve no local para inspecionar a construção, após<strong>de</strong>núnci<strong>as</strong> dos próprios moradores.”Requerimento do Deputado Regis Cavalcante solicitando ao Ministério daJustiça o encaminhamento <strong>de</strong> tod<strong>as</strong> informações <strong>as</strong> informações sobre aparalisação d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> do Instituto Médico Legal <strong>de</strong> Maceió – Alago<strong>as</strong>, peloseguinte motivo:“O Instituto Médico Legal <strong>de</strong> Maceió – Alago<strong>as</strong>funciona precariamente em prédio alugado pelaSecretaria <strong>de</strong> Defesa Social do Governo do Estado.O prédio próprio começou a ser construído comrecursos fe<strong>de</strong>rais no início <strong>de</strong> 1998, no bairro doTabuleiro – Maceió, vizinho ao presídio Estadual eparalisou em 93. As pare<strong>de</strong>s ainda estão <strong>de</strong> pé e, o queresta, está servindo <strong>de</strong> abrigo para mendigos e outrosinv<strong>as</strong>ores.”Requerimento do Deputado Regis Cavalcante solicitando ao Ministério dosTransportes, o encaminhamento <strong>de</strong> tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> informações sobre a construção edrenagem da BR 316/104 Usina Cachoeira/ ent. da AL 101-Saú<strong>de</strong>, municípiodo Estado <strong>de</strong> Alago<strong>as</strong>, pelos seguintes fundamentos:“As obr<strong>as</strong> foram orçad<strong>as</strong> em R$ 4.314.452,00, comm recursos fe<strong>de</strong>rais. A construção foi iniciada em janeiro<strong>de</strong> 1994 e paralisada em <strong>de</strong>zembro do mesmo ano.Com apen<strong>as</strong> 50% construída e abandonada, tod<strong>as</strong> aárea foi reduzida a um matagal. Por tanto, se faznecessário apurar <strong>as</strong> irregularida<strong>de</strong>s e saber o motivo doabandono.”178


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASRequerimento do Deputado Augusto Nar<strong>de</strong>s, solicitando à ConstrutoraNorberto O<strong>de</strong>brecht S.A., o envio <strong>de</strong> cópia do contrato <strong>de</strong> licitação, possíveistermos aditivos e quaisquer outros documentos relacionados à obra <strong>de</strong>Construção <strong>de</strong> Obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> Infra-Estrutura <strong>de</strong> Irrigação <strong>de</strong> Uso Comum ProjetoJacarecica no Estado <strong>de</strong> Sergipe.Requerimento do Deputado Avenzoar Arruda, no sentido <strong>de</strong> encaminhar aoSr. Ministro da Fazenda, solicitação para que prest<strong>as</strong>se <strong>as</strong> seguintesinformações:a) Relação d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> públic<strong>as</strong> cujos recursos foramliberados através da Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral no período <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1990 ajaneiro <strong>de</strong> 2001, consi<strong>de</strong>rando apen<strong>as</strong> aquel<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> cuja liberação <strong>de</strong>recursos ultrap<strong>as</strong>se o valor <strong>de</strong> 01 (hum) milhão <strong>de</strong> Reais;]b) Para <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> relacionad<strong>as</strong> no item anterior, informar:se localiza;b.1) a unida<strong>de</strong> da fe<strong>de</strong>ração e o município on<strong>de</strong> a mesmab.2) a data <strong>de</strong> início da obra;b.3) o valor previsto para a obra;b.4) os recursos efetivamente liberados, indicando o valornominal e o valor atualizado;b.5) valor nominal e data da última liberação <strong>de</strong> recursos;b.6) órgão responsável pela execução da obra;b.7) empresa responsável pela execução da obra;não da mesma.b.8) situação atual da obra, em termos <strong>de</strong> conclusão ouA justificação cingia-se ao seguinte <strong>as</strong>pecto:“A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mantermos atualizado umcad<strong>as</strong>tro <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> públic<strong>as</strong> concluíd<strong>as</strong> ou em andamento,é algo que dispensa justificativa. Porém, diante <strong>de</strong> graves<strong>de</strong>núnci<strong>as</strong> <strong>de</strong> corrupção envolvendo vári<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>, esendo a Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral o principal órgão179


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASresponsável pelo rep<strong>as</strong>se dos recursos, é fundamentalavaliarmos o grau <strong>de</strong> acompanhamento que este órgãofaz no que diz respeito a ess<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>.”Em resumo, são estes os requerimentos não apreciadosque julgamos por bem divulgar neste relatório, fazendo justiça ao empenho dosmembros da Comissão e encaminhando <strong>as</strong> questões para maioresinvestigações no âmbito do Ministério Público e do Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> daUnião.2. Denunci<strong>as</strong>, solicitações <strong>de</strong> investigação e <strong>de</strong> visit<strong>as</strong>, e sugestões, não analisad<strong>as</strong>.Foram também apresentad<strong>as</strong> à Comissão <strong>de</strong>núnci<strong>as</strong>,solicitações <strong>de</strong> investigação e <strong>de</strong> visit<strong>as</strong> e sugestões a respeito d<strong>as</strong> quais nãohouve tempo hábil para análise e <strong>de</strong>cisão pela Comissão. Para registro eeventuais exames em outra oportunida<strong>de</strong> pelos órgãos permanentes daCâmara, ess<strong>as</strong> proposições são indicad<strong>as</strong> a seguir.2.1. Denúnci<strong>as</strong>a) Nome: Fernando Amorim. Cida<strong>de</strong>: Ribeira do Pombal – BA. Denuncia o abandono da obra <strong>de</strong> umprédio escolar, aparentando sete sal<strong>as</strong> <strong>de</strong> aula. A obra abandonada foi financiada com recursos doMEC/FNDE por volta <strong>de</strong> l982b) Nome: Ivo Carlos Arnt. Cida<strong>de</strong>: Tibagi – PR. Denuncia o abandono da obra da BR-153 no trechoVentania-Tibagi-PR e solicita incluir recursos no orçamento para seu reinício e conclusão.c) Nome: Mário Zimarian. Cida<strong>de</strong>: Mococa – SP. Denuncia a paralisação da obra do HospitalRegional da Mulher em Mococa - SPd) Nome: Hilário M. Coimbra. Cida<strong>de</strong>: Santarém – PA. Denuncia que a BR-163-Santarém/Cuiabá,iniciada há mais <strong>de</strong> 20 anos encontra-se Inacabada.e) Nome: Bartolomeu Paulo Lomanto. Cida<strong>de</strong>: Itaji-BA. Denuncia a obra inacabada da ferrovia que ligaos municípios <strong>de</strong> Cachoeira <strong>de</strong> São Félix , Salvador, Vila <strong>de</strong> Coqueiros e Santo Amaro daPurificação, no Estado da Bahia. Informa que há seis anos a obra a obra foi suspensa sem motivosaparentes.f) Nome: Renato Tavares Marques. Cida<strong>de</strong>: Ubatã – BA. Denuncia <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> recursos fe<strong>de</strong>rais dosConvênios 3502/96 e 4926/93 do FNDE com a Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Ubatã -BA, <strong>de</strong>stinados àconstrução <strong>de</strong> prédio escolarg) Nome: Francisco Machado Santana.Cida<strong>de</strong> - Esperantina – PI. Denunciou à Comissão <strong>de</strong>Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados a má gestão <strong>de</strong> recursos públicosfe<strong>de</strong>rais, referentes ao Convênio 150/94 , celebrado entre o município <strong>de</strong> Esperantina -PI e aFundação Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, visando construção do Hospital Maternida<strong>de</strong>.180


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASh) Nome: Marcelo Di<strong>as</strong>. O jornalista <strong>de</strong>nuncia que a obra do Hospital Geral <strong>de</strong> Queimados na BaixadaFluminense foi iniciada há 11 anos e ainda não foi concluída.2.2. Solicitações <strong>de</strong> Visit<strong>as</strong> e Investigaçõesa) Nome: Deputada Estadual Zarinha Leite – PB. Cida<strong>de</strong>: João Pessoa-PB Solicita visita da CPI àcida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cajazeir<strong>as</strong>-PB, para <strong>investigar</strong> a construção do Hospital Municipal <strong>de</strong> Cajazeir<strong>as</strong>-PB,financiada com recursos do Ministério da Saú<strong>de</strong>b) Nome: Francisco Alves Cardoso. Cida<strong>de</strong>: São João do Rio Peixe-PB Solicita examinar a obrainacabada do Matadouro Público daquela cida<strong>de</strong>.c) Nome: Deputado Carlos Alberto Rosado Requereu investigações e visit<strong>as</strong> in loco para <strong>as</strong>seguintes obr<strong>as</strong>:Adutora do Oeste, no Estado <strong>de</strong> Pernambuco Barragem <strong>de</strong> Oiticica, no município <strong>de</strong>Jucurutu-RN Construção e Equipamento do Hospital Terciário em Natal-RN Usina Hidrelétrica <strong>de</strong>Serra da Mesa em Goiás.d) Nome: Deputado Augusto Franco. Requereu realização <strong>de</strong> visit<strong>as</strong> e diligênci<strong>as</strong> às seguintes obr<strong>as</strong>inacabad<strong>as</strong> no Estado <strong>de</strong> Sergipe: Adutora do Rio São Francisco Projeto <strong>de</strong> Irrigação <strong>de</strong> Jacarecica.Complexo Penitenciário. Projeto <strong>de</strong> Irrigação Jacaré-Curitiba.e) Deputados João Coser e Jacques Wagner Requereram visita oficial da CPI às obr<strong>as</strong> da Usina <strong>de</strong>Pedro Cavalo no Estado da Bahia, para colher informações <strong>de</strong>talhad<strong>as</strong> sobre a execução doProjeto, paralisado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1990.f) Deputado João Coser Requereu visita oficial da CPI à Usina Nuclear <strong>de</strong> Angra 3, no Estado do Rio<strong>de</strong> Janeiro, para verificar a situação real da obra, paralisada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1986.g) Nome; Deputado Regis Cavalcanti. Requereu a investigação d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> da Adutora <strong>de</strong> Pão <strong>de</strong>Açúcar/Olho D'água d<strong>as</strong> Flores em Alago<strong>as</strong>.h) Nome: Deputado Luiz Bittencourt. Solicitou <strong>investigar</strong> <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> paralisad<strong>as</strong> do Centro Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>Educação Tecnológica CEFET no município <strong>de</strong> Inhum<strong>as</strong>-GO.i) Nome: Deputado Roberto Pessoa Solicita <strong>investigar</strong> a construção do Hospital Regional <strong>de</strong> Ipu-CE,iniciado há vários anos.j) Nome: Governador <strong>de</strong> Sergipe Albano Franco Solicitou priorizar a vistoria d<strong>as</strong> seguintes obr<strong>as</strong>:Projeto <strong>de</strong> Irrigação Jacare-Curituba , que se encontra parada por <strong>de</strong>cisão do TCU, sendo que em21.06.2001 o TCU aprovou Relatório autorizando o reinicio da obra. Projeto Jacarecica - obraconcluída e em implantação Construção da Penitenciária da Gran<strong>de</strong> Aracaju - em julho <strong>de</strong> 2001 osprimeiros módulos serão entregues. Adutora do São Francisco - primeira f<strong>as</strong>e foi concluída em abril<strong>de</strong> 20002.3. Sugestõesa) Nome: Deputado Augusto Nar<strong>de</strong>s. Solicita incluir no relatório a PEC n.º 460, <strong>de</strong> 1997, <strong>de</strong> sua autoria,que institui o Sistema <strong>de</strong> Controle Interno, buscando fortalecer o Sistema <strong>de</strong> Controle Interno daAdministração Pública, com sua transformação em Controladoria Geral, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do Governo, e181


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASque a função <strong>de</strong> Corregedoria no Serviço Público seja exercida pela Advocacia Geral da União,através do quadro técnico <strong>de</strong> <strong>as</strong>sistentes jurídicos.b) Nome: Deputado Dr. Hélio. Sugere a criação <strong>de</strong> Grupo <strong>de</strong> Trabalho <strong>de</strong>stinado a aperfeiçoar osmecanismos <strong>de</strong> ressarcimento dos recursos públicos <strong>de</strong>sviados do Erário.182


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASXI - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕESAs variáveis do problema d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> inacabad<strong>as</strong> no Br<strong>as</strong>il são extremamentecomplex<strong>as</strong>, <strong>de</strong>frontando-se os investigadores, muit<strong>as</strong> vezes, com a carência <strong>de</strong> dados para uma análisemais aprofundada, ao que se acresceu o fato <strong>de</strong> não terem sido estabelecidos previamente parâmetros <strong>de</strong>i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s, além <strong>de</strong> se ter consi<strong>de</strong>rado um universo <strong>de</strong> projetos sem uma avaliaçãodo porte ou significado d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> que o compõem. As dificulda<strong>de</strong>s enfrentad<strong>as</strong>, entretanto, já se revelamcomo um indício da su<strong>as</strong> caus<strong>as</strong>, que redundam na má aplicação e <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> recursos públicos.Inicialmente registre-se a dificulda<strong>de</strong> da CPI em razão dainexistência <strong>de</strong> um registro sistematizado d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>de</strong>senvolvid<strong>as</strong> no âmbitoda Administração Fe<strong>de</strong>ral, uma vez que cada órgão setorial é a responsávelpelo controle d<strong>as</strong> su<strong>as</strong> ações, inferindo-se daí que a supervisão e controle sãomais formais que reais.No tocante aos imóveis da União, registre-se que aSecretaria do Patrimônio da União p<strong>as</strong>sou a dispor, a partir da edição da Lei n.º9.636/98 <strong>de</strong> um emb<strong>as</strong>amento legal para efetuar o reconhecimento e ocad<strong>as</strong>tramento dos imóveis sob seu controle e i<strong>de</strong>ntificação d<strong>as</strong> ocupaçõesexistentes. Todavia essa é uma tarefa longe ser concluída, para o que sãonecessários recursos humanos e financeiros, uma vez que, somente emrelação aos terrenos <strong>de</strong> marinha e seus acrescidos existem mais <strong>de</strong> quatro milquilômetros <strong>de</strong> costa ainda não <strong>de</strong>marcada, sem se contar os terrenosexistentes em áre<strong>as</strong> lacustres e fluviais.A SPU possui um cad<strong>as</strong>tro dos imóveis sob seu controle,o qual, segundo informou a titular da Secretaria, está sendo objeto <strong>de</strong>aperfeiçoamentos.Quanto a imóveis edificados, o seu controle parece<strong>de</strong>ficiente, uma vez que tais imóveis, quando cedidos a órgãos fe<strong>de</strong>rais,p<strong>as</strong>sam a ser administrados pelos cessionários, inexistindo um controle centralatualizado.Problema idêntico, e talvez com maior gravida<strong>de</strong>,observa-se em relação aos imóveis pertencentes ao Instituto Nacional doSeguro Social – INSS, em relação ao qual não foi possível obter umainformação precisa sobre a quantida<strong>de</strong>, localização, condições <strong>de</strong> utilização e183


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASvalor do ressarcimento ao instituto em termos <strong>de</strong> aluguéis, tax<strong>as</strong> <strong>de</strong> ocupaçãoou pagamentos pela cessão <strong>de</strong> uso e muito menos a a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong>ssaremuneração em relação ao valor do patrimônio.Tanto em relação aos imóveis da União em geral, quantoaos pertencentes ao INSS é fundamental a elaboração <strong>de</strong> registros <strong>de</strong> fácilacesso aos órgãos <strong>de</strong> controle e à socieda<strong>de</strong> como um todo, em que seindique individualmente cada imóvel em termos <strong>de</strong> localização, área,característic<strong>as</strong> físic<strong>as</strong>, valor atribuído, utilização que está sendo dada,fundamento legal da utilização, com a i<strong>de</strong>ntificação dos ocupantes e aremuneração que está sendo obtida.A <strong>de</strong>mora na conclusão <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> públic<strong>as</strong>, os atr<strong>as</strong>os n<strong>as</strong>ua execução, o não início <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> autorizad<strong>as</strong>, ou sem abandono no cursoda execução, tem sido uma constante na administração pública, evi<strong>de</strong>nciadapela elevada incidência <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> em situação irregular no conjunto d<strong>as</strong> quesão auditad<strong>as</strong> pelo Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> da União.Exemplos <strong>de</strong> obra abandonada é o projeto <strong>de</strong> construção<strong>de</strong> diques, b<strong>as</strong>icamente n<strong>as</strong> cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Cachoeirinha e Alvorada, <strong>de</strong>stinado aevitar <strong>as</strong> chei<strong>as</strong> que ciclicamente ocorrem naquela região da Gran<strong>de</strong> PortoAlegre. Trata-se <strong>de</strong> obra que foi licitada nos anos 80 e começou a serexecutada em 1986. Sua paralisação tem implicado a repetição <strong>de</strong> catástrofesem que vid<strong>as</strong> são ameaçad<strong>as</strong> e os patrimônios, público e particular, sofremgraves prejuízos por conta da inação do Po<strong>de</strong>r Público. Este é um exemplotípico <strong>de</strong> como se fere o princípio constitucional da economicida<strong>de</strong> sem investirrecursos, pois não se obtem resposta do que já foi investido e a cada estaçãochuvosa avolumam-se <strong>as</strong> perd<strong>as</strong> financeir<strong>as</strong> que seriam evitad<strong>as</strong> com aconclusão <strong>de</strong> uma obra, cujo custo é relativamente baixo, m<strong>as</strong> que se arr<strong>as</strong>tahá qu<strong>as</strong>e du<strong>as</strong> décad<strong>as</strong>,O planejamento ina<strong>de</strong>quado ou insuficiente, traduzido porprojetos básicos imprecisos, que não consi<strong>de</strong>raram exigênci<strong>as</strong> <strong>de</strong> controleambiental ou característic<strong>as</strong> físic<strong>as</strong> dos locais d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>, tem sido constatadopelo Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> da União, em c<strong>as</strong>os <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> como <strong>as</strong> <strong>de</strong>:a) duplicação <strong>de</strong> trechos rodoviários no corredor transmetropolitano BR-116/SP - são paulo - divisa SP/PR;184


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASb) duplicação <strong>de</strong> trechos rodoviários no corredor transmetropolitano BR-381/SP - divisa MG/SP - entroncamento BR-116.N<strong>as</strong> du<strong>as</strong> primeir<strong>as</strong> d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> acima citad<strong>as</strong> tambémforam constatados acréscimos do valor contratual acima do legalmentepermitido.Consta dos registros do TCU ocorrência <strong>de</strong> falsida<strong>de</strong>documental no processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> trechos rodoviários no corredor SãoFrancisco da BR 135/MG-Itacarambi-Manga-Montalvânia-divisa MG/BA, emque foi constatada inclusão <strong>de</strong> informação inverídica n<strong>as</strong> medições realizad<strong>as</strong>no trabalho da empreiteira, com a consignação <strong>de</strong> dat<strong>as</strong> fals<strong>as</strong> <strong>de</strong> realizaçãodos serviços, além da montagem <strong>de</strong> um documento, para permitir alteraçãoin<strong>de</strong>vida no objeto do contrato, do que resultou a aplicação <strong>de</strong> multa aosadministradores responsáveis pela obra.Essa falsificação foi percebida porque o documentoencaminhado pelo Sr. Flávio Menicucci, atual Diretor-Geral do DER/MG, eradiferente do obtido pela equipe <strong>de</strong> auditoria. O voto do Ministro Relator no TCUinferiu que a alteração irregular teve o intuito <strong>de</strong> fornecer amparo legal esuporte financeiro para concorrência, já realizada pelo DER/MG, paraconstrução e pavimentação do trecho Manga-Montalvânia. Devido a ess<strong>as</strong>irregularida<strong>de</strong>s, o então Diretor-Geral do DER/MG foi multado pelo Tribunal.185


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASOutra irregularida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse tipo foi a que a Comissãotomou conhecimento, em relação ao serviços prestados pela BolognesiEngenharia, (BR 386 – Rio Gran<strong>de</strong> do Sul), da existência <strong>de</strong> not<strong>as</strong> fiscaisfals<strong>as</strong> apresentad<strong>as</strong> na prestação <strong>de</strong> cont<strong>as</strong> da construtora, relativ<strong>as</strong> amateriais fornecidos para a obra, <strong>as</strong>sunto que <strong>de</strong>ve ser melhor esclarecido.Destaque-se o que parece evi<strong>de</strong>nciar uma atitu<strong>de</strong> p<strong>as</strong>siva por parte do órgãoexecutor da obra, o DNER, que limitou-se a aguardar providênci<strong>as</strong> do TCUquando seria sua obrigação proce<strong>de</strong>r a diligênci<strong>as</strong> mais aprofundad<strong>as</strong> e, sefosse o c<strong>as</strong>o, recusar os documentos tivessem a comprovação <strong>de</strong> falsida<strong>de</strong>consumada.Com relação às obr<strong>as</strong> na BR 386, pareceu estranho àComissão a existência <strong>de</strong> contratos paralelos para ampliação da rodovia e paraa realização <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> complementares como vi<strong>as</strong> laterais, rótul<strong>as</strong> e retornos, oque leva a supor a ausência <strong>de</strong> um planejamento a<strong>de</strong>quado.A Comissão tomou conhecimento <strong>de</strong> outr<strong>as</strong>irregularida<strong>de</strong>s, como a inclusão, na formação do preço dos serviçoscontratados, <strong>de</strong> impostos municipais não <strong>de</strong>vidos ou posteriormente reduzidoso que obrigaria, por força da Lei n.º 8.666/93, a imediata redução do valorcontratual, com a revisão d<strong>as</strong> parcel<strong>as</strong> pag<strong>as</strong> in<strong>de</strong>vidamente. Há tambéminformações quanto à sonegação <strong>de</strong> impostos aos municípios, por parte d<strong>as</strong>construtor<strong>as</strong>, sendo possível inferir, pel<strong>as</strong> <strong>de</strong>clarações do Chefe do 10º DistritoRodoviário Fe<strong>de</strong>ral, que o DNER não vem cumprindo a <strong>de</strong>terminação legal (Lein.° 8.666/93, art. 54, § 3.º) que obriga os serviço s <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong> daadministração comunicar aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização<strong>de</strong> tributos da União, Estado ou Município, <strong>as</strong> característic<strong>as</strong> e os valorespagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei no 4.320, <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1964.Outro problema grave na condução dos projetos <strong>de</strong>obr<strong>as</strong> públic<strong>as</strong> é o <strong>de</strong>scomp<strong>as</strong>so entre o cronograma físico e <strong>as</strong> liberaçõesfinanceir<strong>as</strong>. Constantes atr<strong>as</strong>os e protelações geram a paralisação da obra eservem <strong>de</strong> pretexto a procedimentos ilegais como a supervalorização. Aobservação dos cronogram<strong>as</strong> financeiros é obrigação da administração e seu<strong>de</strong>scumprimento po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sobrigar o contratado <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>veres, nos termos econdições <strong>de</strong>finidos na lei. O atr<strong>as</strong>o dos pagamentos é sem dúvida causa <strong>de</strong><strong>de</strong>sc<strong>as</strong>o e má prestação <strong>de</strong> serviços, além <strong>de</strong> induzir ao superfaturamento.186


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASO controle da administração não tem evitado a pertinazincidência em irregularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> toda a espécie n<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> públic<strong>as</strong>,irregularida<strong>de</strong>s que atentam contra os princípios da moralida<strong>de</strong>, da legalida<strong>de</strong>,da economicida<strong>de</strong> e outros inscritos na Constituição Fe<strong>de</strong>ral, como o daeficiência.A principal razão é que esse controle, seja o controleinterno, realizado pel<strong>as</strong> CISET, órgãos subordinados à Secretaria Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>Controle Interno, seja o controle externo, exercido pelo TCU, tem,fundamentalmente, característic<strong>as</strong> <strong>de</strong> posteriorida<strong>de</strong>. Nada obstante seja <strong>de</strong>registrar o esforço do Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> da União para um acompanhamentomais oportuno, principalmente em relação a obr<strong>as</strong>, e su<strong>as</strong> ações preventiv<strong>as</strong>quando cientificado <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s no n<strong>as</strong>cedouro, faz-se mister que ocontrole seja mais preventivo, o que impediria a ocorrência <strong>de</strong> inúmer<strong>as</strong>irregularida<strong>de</strong>s e os prejuízos conseqüentes.Atos <strong>de</strong> controle preventivo po<strong>de</strong>riam ser <strong>de</strong>senvolvidosjá a partir d<strong>as</strong> secretari<strong>as</strong> <strong>de</strong> controle interno <strong>de</strong> cada órgão, o que seriaimportante ferramenta <strong>de</strong> prevenção <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s.Outro instrumento que po<strong>de</strong>ria ser utilizado com sucessoseria a atuação dos conselhos fiscais d<strong>as</strong> estatais, a quem se enfatizaria aobrigação e necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma atuação mais efetiva na avaliação <strong>de</strong>irregularida<strong>de</strong>s e sua comunicação ao controle interno que, acionado, tomaria<strong>de</strong> imediato providênci<strong>as</strong> preventiv<strong>as</strong>.O relatório da Comissão Temporária do Senado Fe<strong>de</strong>ral<strong>de</strong>stinada a inventariar obr<strong>as</strong> não concluíd<strong>as</strong>, custead<strong>as</strong> pela União, já em1995 recomendava a segregação do controle interno d<strong>as</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>arrecadação da receita, <strong>de</strong> caixa do Tesouro, escrituração da <strong>de</strong>spesa e daprestação <strong>de</strong> cont<strong>as</strong>, tod<strong>as</strong> sob o comando <strong>de</strong> uma mesma autorida<strong>de</strong>. Asituação não mudou e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um controle interno maisin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte parece cada vez maior.Dentro <strong>de</strong>ssa linha, enten<strong>de</strong>-se que o controle internoficaria melhor situado se inexistisse a subordinação atual ao Ministério daFazenda, sendo boa doutrina administrativa que <strong>as</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> controle sesituem diretamente junto ao topo da administração e, no c<strong>as</strong>o da administração187


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASpública, portanto, que se subordinem a um órgão da própria Presidência daRepública.Há também outros problem<strong>as</strong> estruturais a seremresolvidos, como a carência <strong>de</strong> recursos humanos e materiais que vemimpedindo a fiscalização mais oportuna e imediata <strong>de</strong> todos os órgãos daadministração pública, sendo urgente a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para adisponibilização <strong>de</strong>sses recursos.Finalmente, observa-se um <strong>de</strong>sconhecimento, por partedos administradores, d<strong>as</strong> norm<strong>as</strong> legais aplicáveis, em especial a Lei n.º8.666/93, cuj<strong>as</strong> prescrições não são muit<strong>as</strong> vezes observad<strong>as</strong>, em c<strong>as</strong>oscomo, por exemplo, a tolerância a manobr<strong>as</strong> <strong>de</strong> superfaturamento, o péssimoplanejamento inicial, que obriga a revisões ou paralisação da obra por falta <strong>de</strong>amparo legal às mudanç<strong>as</strong> necessári<strong>as</strong> e a incompreensão sobre <strong>as</strong> exat<strong>as</strong>dimensões da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se proce<strong>de</strong>r a acréscimos contratuais,<strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> alterações físic<strong>as</strong> ou do projeto, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados limites,o que é interpretado ora como uma faculda<strong>de</strong> que po<strong>de</strong> ser exercida semmotivação ora confundida com o mero reajuste ou revisão <strong>de</strong> preços.Nada obstante à premissa básica <strong>de</strong> que a ninguém épermitido escusar-se sob o pretexto <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconhecimento da lei, enten<strong>de</strong>mosque o Tribunal <strong>de</strong> Cont<strong>as</strong> da União po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>senvolver um controle preventivoindireto mediante ações <strong>de</strong> orientação como, por exemplo divulgar entre todosos órgãos executantes <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> natureza correlata <strong>de</strong>cisões que digamrespeito à su<strong>as</strong> áre<strong>as</strong> <strong>de</strong> atuação, seja mediante resumos seja pela indicaçãodo número dos processos, <strong>de</strong> modo a permitir <strong>de</strong> modo mais eficaz o acessodos administradores a ess<strong>as</strong> informações.188


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASapresentar <strong>as</strong> seguintesPresentes ess<strong>as</strong> consi<strong>de</strong>rações, a Comissão <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>RECOMENDAÇÕESI – AO PODER EXECUTIVO FEDERAL1 - Desvincular do Ministério da Fazenda a Secretaria Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>Controle Interno, examinando a conveniência <strong>de</strong> situá-la na estruturaorganizacional da Presidência da República.2 - Determinar à Secretaria Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Controle que proceda maiorinteração entre su<strong>as</strong> CISET e os Conselhos Fiscais d<strong>as</strong> entida<strong>de</strong>sestatais, <strong>de</strong> modo sistematizar e acelerar o fluxo <strong>de</strong> informaçõessobre indícios <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s e permitir a rápida adoção <strong>de</strong>medid<strong>as</strong> preventiv<strong>as</strong> ou saneador<strong>as</strong>.3 - Disponibilizar recursos materiais e humanos que permitam àSecretaria Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Controle Interno um exercício mais efetivo eoportuno <strong>de</strong> su<strong>as</strong> atribuições.4 - Aprimorar os procedimentos <strong>de</strong> liberação <strong>de</strong> recursos orçamentários<strong>de</strong> modo a evitar a ocorrência <strong>de</strong> atr<strong>as</strong>os na execução <strong>de</strong> projetos.5 - Adotar critérios visando a otimização da distribuição dos recursos,evitando concentrar liberações, ou liberar integralmente recursos <strong>de</strong>etap<strong>as</strong> <strong>de</strong> execução que possam ser programad<strong>as</strong>, e estabelecendo,para <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> já execução, priorida<strong>de</strong> sobre novos projetos.6 - Elaborar, no âmbito do SICAF – Sistema Unificado <strong>de</strong> Cad<strong>as</strong>tro <strong>de</strong>Fornecedores, cad<strong>as</strong>tros negativos <strong>de</strong> empres<strong>as</strong> responsáveis pelainexecução <strong>de</strong> contratos, e <strong>de</strong> seus dirigentes, com dados acessíveisaos estados e municípios que, por seu turno, po<strong>de</strong>rão fornecerinformações ao sistema.189


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAS7 - Determinar a realização <strong>de</strong> estudos, no âmbito da Secretaria daReceita Fe<strong>de</strong>ral, visando a impedir a prática <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> CNPJ e<strong>de</strong> formação <strong>de</strong> outr<strong>as</strong> empres<strong>as</strong> pelos responsáveis por empres<strong>as</strong>que tenham sido julgad<strong>as</strong> inidône<strong>as</strong> para contratar com aadministração pública.8 - Elaborar um cad<strong>as</strong>tro sistematizado <strong>de</strong> tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> em execuçãocustead<strong>as</strong> com recursos fe<strong>de</strong>rais, i<strong>de</strong>ntificando sua localização,característic<strong>as</strong>, valor global, valor da participação fe<strong>de</strong>ral, condições<strong>de</strong> regularida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> cumprimento dos cronogram<strong>as</strong> estabelecidos.9 - Adotar providênci<strong>as</strong> sistêmic<strong>as</strong> para avaliar <strong>as</strong> caus<strong>as</strong> da existência<strong>de</strong> obr<strong>as</strong> não concluíd<strong>as</strong> ou em situação irregular <strong>de</strong> modoprovi<strong>de</strong>nciar a conclusão ou regularização <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>.10 - Disponibilizar recursos materiais e humanos que permitam àSecretaria <strong>de</strong> Patrimônio da União um exercício mais efetivo eoportuno <strong>de</strong> su<strong>as</strong> atribuições e a conclusão o mais breve possíveldos trabalhos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e <strong>de</strong>marcação dos imóveispertencentes à União.11 - Determinar à Secretaria do Patrimônio da União oaperfeiçoamento <strong>de</strong> seu cad<strong>as</strong>tro geral dos imóveis pertencentes àUnião, <strong>de</strong> modo a se obter indicações sobre sua localização, área,edificações, ocupantes, vínculo ocupacional, valores <strong>de</strong>ressarcimento da ocupação e informações sobre a a<strong>de</strong>quação<strong>de</strong>sses valores ao mercado e à disposições legais.12 - Determinar Instituto Nacional do Seguro Social a elaboração <strong>de</strong>um cad<strong>as</strong>tro geral dos imóveis <strong>de</strong> sua proprieda<strong>de</strong>, indicando sualocalização, área, edificações, ocupantes, vínculo ocupacional,valores <strong>de</strong> ressarcimento da ocupação e informações sobre aa<strong>de</strong>quação <strong>de</strong>sses valores ao mercado e à disposições legais.II – AO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO13 - Proce<strong>de</strong>r estudos ten<strong>de</strong>ntes a i<strong>de</strong>ntificar <strong>as</strong> necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>recursos necessários a dinamização dos trabalhos <strong>de</strong> fiscalização e190


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADAScontrole externo, <strong>de</strong> modo a ampliar o número <strong>de</strong> órgãos e entida<strong>de</strong>sfiscalizados num <strong>de</strong>terminado período.14 - Intensificar a prática <strong>de</strong> controles preventivos.15 - Introduzir meios <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong> resultados <strong>de</strong> inspeções e<strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> interesse comum a grupos <strong>de</strong> órgãos e entida<strong>de</strong>ssujeit<strong>as</strong> à fiscalização do TCU.16 - Prestar à Câmara dos Deputados <strong>as</strong> informações relativ<strong>as</strong> aosaneamento d<strong>as</strong> irregularida<strong>de</strong>s constatad<strong>as</strong> n<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> comirregularida<strong>de</strong>s graves em 2.000 e 2001, em especial <strong>as</strong> referid<strong>as</strong> apgs. 33 e 34 <strong>de</strong>ste Relatório, bem como <strong>as</strong> pertinentes às seguintesobr<strong>as</strong>, mesmo que ali não incluíd<strong>as</strong>:a) Aeroporto Luiz Eduardo Magalhães, em Salvador;b) Anel viário sudoeste, em Aparecida <strong>de</strong> Goiânia;c) Banco Central, Delegacia Regional <strong>de</strong> Curitibad) BR 386, no Rio Gran<strong>de</strong> do sul;e) Complexo penitenciário <strong>de</strong> Goiás, em Aparecida <strong>de</strong> Goiânia;f) Construção <strong>de</strong> contornos rodoviários no corredor Araguaia-Tocantins BR-060/go - em Goiânia (noroeste)g) Construção <strong>de</strong> dique em Cachoeirinha – RSh) Contorno leste da BR 116, em Curitiba;i) Duplicação <strong>de</strong> trechos rodoviários no corredor transmetropolitanoBR-116/SP - São Paulo - divisa SP/PRj) Duplicação <strong>de</strong> trechos rodoviários no corredor transmetropolitanoBR-381/SP - divisa MG/SP - entroncamento BR-116k) Escola técnica agrícola <strong>de</strong> Hidrolândia, Goiás;l) Metropolitano <strong>de</strong> Salvador.m) Penitenciária da Gran<strong>de</strong> Florianópolis/SCn) Penitenciária estadual <strong>de</strong> Piraquara/PRo) Recuperação da infra-estrutura portuária - porto <strong>de</strong> Santos (SP)191


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASp) Recuperação d<strong>as</strong> instalações do porto <strong>de</strong> Laguna / no Estado <strong>de</strong>Santa Catarinaq) Recuperação e ampliação dos molhes do porto <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong> –RSr) Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia, em Salvador;s) Usina termoelétrica Candiota 3t) Via Expressa Sul / SCIII – AO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL:17 - Adotar <strong>as</strong> providênci<strong>as</strong> cabíveis para apurar os fatos relacionadoscom os seguintes indícios <strong>de</strong> graves ilegalida<strong>de</strong>s:a) falsificação documental constatada na obra <strong>de</strong> construção <strong>de</strong>trechos rodoviários no corredor São Francisco da BR 135/MG-Itacarambi-Manga-Montalvânia – Divisa MG/BA e na obra da BR-386, esta última envolvendo a contratada Bolognesi Engenharia;b) irregularida<strong>de</strong>s na execução d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> do Aeroporto <strong>de</strong> Salvador.IV – À COMISSÃO MISTA DE PLANOS, ORÇAMENTO PÚBLICO EFISCALIZAÇÃO DO CONGRESSO NACIONAL18 - Adotar providênci<strong>as</strong> no sentido <strong>de</strong> bloquear a transferência <strong>de</strong>recursos para pagamento <strong>de</strong> quaisquer contratos celebrados comempresa envolvida em irregularida<strong>de</strong>s na execução obr<strong>as</strong> ouserviços.19 - Criar uma sub<strong>comissão</strong> permanente, ou comitê, com atribuiçõespara acompanhar a execução orçamentária <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> com afinalida<strong>de</strong> precípua <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar e coibir os c<strong>as</strong>os em que ocorramirregularida<strong>de</strong>s atentatóri<strong>as</strong> aos princípios da moralida<strong>de</strong>, dalegalida<strong>de</strong> e da economicida<strong>de</strong>.192


COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - OBRAS INACABADASV – À CÂMARA DOS DEPUTADOS20 - Adotar <strong>as</strong> providênci<strong>as</strong> necessári<strong>as</strong> para implementar arecomendações sugerid<strong>as</strong> neste Relatório.Sala da Comissão, em 07 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2001.Deputado ANIVALDO VALERelator193

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!