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E MAIS - Renast Online

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cadas, principalmente o relacionadoao Produto Interno Bruto – que levouo Brasil a ocupar a 6ª economia mundialà frente da Inglaterra, mas quedepois recuou. Portanto, deixe parao passado o estereótipo das botas euniformes, porque agora o chão defábrica também é elegante, usa ternoe gravata, usa tênis All Star e camisaxadrez, usa salto alto e vestido.DiferençasAbordar a questão das mudançasno trabalho é como caminhar nofio da navalha, pois não significa que aevolução tecnológica necessariamentetornou o trabalho melhor ou pior,mas que agora opera sobre outra lógica.Na agência de marketing digitalCadastra, em Porto Alegre, cerca de60 pessoas trabalham diariamenteem um local absolutamente aconchegante.A longa e ampla sala se estendesem divisórias, com mesas compridas,onde diversos empregados trabalhamem núcleo – conforme a atividade quedesenvolvem –, mas todos integradosem um mesmo ambiente. Mais oumenos no meio deste espaço, tem acozinha – muito bem equipada e ondeocorre diariamente, por volta das 16h,o café da tarde, ocasião em que todosse reúnem para descontrair e dar umaaliviada na rotina. Junto à cozinhaexiste e uma espécie de sala de estarcom redes, sofás, vídeo-games e algunsbrinquedos. Os aniversariantestêm balões de festa com um sorrisocolados aos monitores de suas estaçõesde trabalho. Assim, basta ver abexiga amarela para saber que é dia edar um abraço especial no colega.De acordo com a analista de recursoshumanos da Cadastra, a psicólogaNicole Lunardi, a proposta doespaço é proporcionar um ambienteprazeroso de trabalho. “Aqui na Cadastranão controlamos o horárioexato em que o empregado chega,temos flexibilidade, pois tambémqueremos que ele faça uma atividadede que gosta, na qual possa estudar.Nós trabalhamos por performance,temos metas para atingir, mas o nossomodelo de trabalho é de autogerenciamento”,explica Nicole. Trocandoem miúdos, o autogerenciamento significauma flexibilidade para o empregadogerir a própria forma de trabalho,ou seja, não existe a figura de um“Abordar aquestão dasmudanças notrabalho é comocaminhar no fioda navalha, poisnão significaque a evoluçãotecnológicanecessariamentetornou o trabalhomelhor ou pior,mas que agoraopera sobreoutra lógica”chefe em cima da pessoa cobrandoo exercício de duas atividades, o queimplica no desenvolvimento da autonomiaprofissional da pessoa, à medidaque cabe a ela o envolvimento e atomada de algumas decisões. “Apesarde nossas metas e nossa flexibilidadeninguém fica aqui trabalhando de madrugada”,complementa Nicole.SeleçãoPara um modelo pouco tradicionalde trabalho, há também um modopouco tradicional de seleção. O únicopré-requisito mais formal para trabalharna Cadastra é que o candidatotenha curso de graduação, seja elecompleto ou, digamos assim, quasecompleto. Portanto, uma carteira detrabalho cheia de assinaturas de antigosempregos e longas experiênciasnão se tornou um instrumento tãoimportante assim. De resto, espera--se que o candidato seja criativo – daía importância de um ambiente maisleve e de uma rotina menos pesada,de modo que as subjetividades possamser estimuladas –, e que ele tenhavontade de aprender. Não é rarover alguém lendo um livro durante oexpediente, inclusive estimula-se aprática, estudando para as provas decertificação do Google, por exemplo,ou rindo de um vídeo do YouTube. “Agente gosta que nossos colegas leiame que se distraiam durante o expediente.Queremos que eles se sintamem um clima agradável”, frisa Nicole.ControleEmbora o trabalho dos empregadosse paute pelo autogerenciamento,há um rigoroso controle das atividadespor meio de relatórios, o que permitemanter em dia as demandas dos clientes.“O controle é subjetivo e feito pelosrelatórios diários sobre o trabalhoque as pessoas salvam na rede. Para ocontrole são levadas em consideraçãodesde as planilhas até o comportamentono trabalho”, esclarece Nicole.O mal-estar na pós-modernidadedo trabalho, fazendo uma analogia aBauman 1 , está relacionado às metas.As equipes, como explicado anteriormente,são divididas em núcleos queatendem a determinados clientes e,por isso, a pressão das metas é bastantediluída nas demandas de cadaum. Eventualmente, quando umameta não é atingida, há um “mal-estar”,como considera Nicole, mas issoraras vezes acontece. “Nossos controlespermitem calcularmos os riscos deuma meta não ser atingida. Aí trabalhamospara evitar que isso ocorra”,ressalta a analista de RH.Quando o trabalho faz bemInteressada pela área de comunicaçãodigital, Erica Rigo, estudante deRelações Públicas da Universidade Federaldo Rio Grande do Sul – UFRGS,entrou na Cadastra há um ano e novemeses para trabalhar na área de linkspatrocinados. “Eu ainda não conheciamuito sobre como era o trabalho nosetor para o qual fui admitida, porém1 Zygmunt Bauman: sociólogo polonês,professor emérito nas Universidades deVarsóvia, na Polônia e de Leeds, na Inglaterra.Publicamos uma resenha do seu livroAmor líquido (São Paulo: Jorge ZaharEditores, 2004), na 113ª edição do IHUOn-Line, de 30-08-2004. Publicamos umaentrevista exclusiva com Bauman na IHUOn-Line n. 181 de 22-05-2006, disponívelpara download em http://bit.ly/agTfsn.(Nota da IHU On-Line)Destaques da Semana www.ihu.unisinos.brEDIÇÃO 416 | SÃO LEOPOLDO, 29 DE ABRIL DE 201345

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