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cionou a importância das obras de Congare De Lubac nessa fase de questionamentosque viveu na juventude.Uma busca constanteDando início ao debate que seguiuao relato autobiográfico de Taylor, o coordenadordo curso de Jornalismo daUnisinos, Edelberto Behs, questionoua pertinência de se falar de um quartogrupo de cristãos. Trata-se daquelesque não se ligam a nenhuma instituição,mencionou. Charles Taylor destacouque evidentemente existe uma relaçãoentre o terceiro e a quarto grupos.As pessoas do grupo três entendem asi como envolvidos numa busca. Umadas diferenças é que não estão simplesmentemais uma vez em busca deuma verdade que colocaram em dúvidae voltaram a ela. “Mas se envolveramnuma busca que residia na fé cristã eprecisavam organizar isso”, assinalou. Ecompleta: “Existe, sim, uma quarta biografia,mas seus integrantes estão nomesmo espaço. Há uma conexão entreainda crer e crer novamente. As pessoasestão em busca sempre”.Sociabilidade difusaOutra temática que surgiu nodebate foi a questão da relação mídiae religião. Para Edelberto Behs, a sociedadeda informação está criandouma nova ambiência e transformandoa religião. “Não sabemos o quevai ser isso, mas é inegável que essasrelações com a fé estão em processode mutação”. As igrejas tradicionaistêm perdido espaço nesse cenário,acrescentou.Para Taylor, a continuidade não seconstitui na nova tecnologia, mas intensificaalgo que já estava acontecendo.Num mundo de pessoas em busca háaqueles que habitam. Entre os buscadoresjá surgiram vários tipos de sociabilidadesdiferentes, de modo que podehaver conexão entre elas porque sãopessoas que buscam de forma geral, ouquerem uma disciplina de meditação.Se essas pessoas tem fé e pertencem àigreja, esse tipo de sociabilidade difusafoi incrementada, intensificada pelasnovas mídias. Podemos ver isso emtodos os campos, como na política. “Aconectividade adquiriu uma nova qualidade.Essa busca difusa começou nosEUA. As novas mídias fazem diferençana era secular, mas não são cruciais”,ponderou o filósofo.Convívio problemático com adiversidadeO Frei Luís Carlos Susin, da PontifíciaUniversidade Católica de PortoAlegre – PUCRS questionou sobre ao crescimento do fundamentalismo,que toma conta de modos diferenciadosde várias partes do mundo,bem como do pentecostalismo edas experiências carismáticas. ParaTaylor, o fundamentalismo bíbliconorte-americano introduz uma noçãode sentido literal que não seriacompreendida por Santo Agostinho.Existe uma tecnologia na criação demais solidariedade fundamentalista,como a Al-Qaeda, e existe a tecnologiapara as pessoas que buscamcrer. Há uma sensação de ameaçaque algumas pessoas experenciam.Quanto ao fundamentalismo ateísta,Taylor disse que a postura de RichardDawkins é semelhante àquela dosbispos anglicanos do século XIX emrelação a Charles Darwin.O diálogo entre a primeira e asegunda modernidade, o sincretismoreligioso brasileiro e a nova gramáticado mistério foram outros temasabordados na conversa. Sobreo sincretismo, Taylor mencionouque tal experiência é também encontradano Japão e Índia. Estamosem um mundo de múltiplas possibilidadese conexões sincretistas entreindivíduos. Vive-se na fronteira,mencionou.Outra questão que suscitou discussõesfoi sobre a possibilidade de articularpoliticamente a fraternidade, a igualdadee a liberdade. Para Taylor é precisover a estranha dialética da histórica,com essas ideias apontadas. “Elas foramassumidas em formas que negam inteiramentea fé”. Existem várias formas pelasquais esses ideais foram assumidos edistorcidos. No caso político da RevoluçãoFrancesa a igualdade foi suprimidarapidamente. No Novo Testamento vê--se um conjunto de regras que parecemcorretas e inquestionáveis, mas quequando aplicadas vão contra o espíritode Deus. Em seu ponto de vista, “convivemosmuito mal com a diversidade”.Sacerdócio e gêneroTaylor se diz muito encorajado pelasações do Papa Francisco, que foi escolhidoem 13-03-2013 pelo colégio cardinalício.O Sumo Pontífice aponta paraos novos tempos que vivem a sociedadee a igreja. “O mundo moderno podeser tudo, menos relativista. Há malucosfundamentalistas por todo lado. E quandoa igreja fala a partir do Evangelho, elasempre cativa as pessoas”.Questionado sobre a possibilidadedo Papa Francisco autorizar osacerdócio feminino ele diz que “detestariaser o Papa” nessa hora dadaa complexidade da questão. Contudo,destacou: “È preciso romper o vínculoentre o sacerdócio e o gênero”. Nofuturo as pessoas se perguntarão pelomotivo que impedia as mulheres deserem ordenadas.Confira aqui a programação completados eventos de Charles Taylorno Instituto Humanitas Unisinos –IHU: http://bit.ly/ZSOYZLLeia mais...>> Confira outros materiais sobreCharles Taylor publicados pelo site doInstituto Humanitas Unisinos – IHU.• Sociedade, Religiões e Secularização.Debate com Charles Taylor. Notíciasdo Dia 26-04-2013, disponívelem http://bit.ly/12rNrOw• A contribuição de Charles Taylor àautonomia na Modernidade. Entrevistacom Paulo Roberto Monteirode Araújo, edição 220 da revista IHUOn-Line, de 21-05-2007, disponívelem http://bit.ly/HpAZ5r• O porquê do retorno do sagrado.Um artigo de Charles Taylor. Notíciasdo Dia 23-01-2009, disponívelem http://bit.ly/I9MgrZ• Cidadãos modelos: uma vida melhorajuda a integração. Notícias do Dia15-07-2011, disponível em http://bit.ly/HsbTHNIHU em Revista www.ihu.unisinos.brEDIÇÃO 416 | SÃO LEOPOLDO, 29 DE ABRIL DE 201359

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