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Artigo da SemanaPovos indígenas não cabem noprojeto da atual esquerdaPor Cesar Sanson“Os povos indígenas são um estorvoao modelo nacional desenvolvimentistada esquerda latino--americana e brasileira no poder. Esses povosnão cabem no projeto da atual esquerda. Maisainda, são vistos como obstáculo e amarra aolivre desenvolvimento das forças produtivas1Tributária de um marxismo reducionistaque vem as forças produtivas– trabalho e capital – como meiopara controlar e transformar os recursosnaturais com vistas à produção debens materiais, base do crescimentoeconômico, a atual esquerda latino--americana enxerga nos povos indígenasum obstáculo ao pleno desenvolvimentodo modelo em curso.Nesse modelo, as terras, aságuas, as matas, o ar, a biodiversidadee os minérios estão subordinadosà lógica produtivista, âncora do crescimentoeconômico e base da distribuiçãode renda. Na medida em queos povos indígenas ocupam os territóriosonde se encontram os recursosvitais para o modelo, eles devem serremovidos. É nesse contexto que devemser interpretadas as tensões queenvolvem os povos indígenas em todoo território latino-americano e, particularmente,no Brasil.portadoras do crescimento econômico”. Ocomentário é de Cesar Sanson, docente naUniversidade Federal do Rio Grande do Norte– UFRN, em artigo para a IHU On-Line. Trata--se de síntese da Conjuntura da Semana publicadano sítio do IHU em 22-04-2013 1 .Eis o artigo.O arsenal de emendas constitucionais,portarias e regulamentaçõesassociadas aos grandes projetos e aobraço armado do ruralismo e do Estado– vide o caso do povo Munduruku 2– ameaçam não apenas os territórios,mas a própria integridade física dospovos indígenas. O Estado de exceção,na concepção agambeniana, chegouaos povos indígenas.O caso brasileiro é emblemáticonessa perspectiva. O modelo econômicoem curso é altamente dependenteda exploração e exportação dematérias-primas, em especial de commoditiesagrícolas e minerais. Nessaperspectiva e para viabilizar o modelo,o Estado brasileiro investe pesadoem obras de infraestrutura na áreade transporte e geração de energia– rodovias, ferrovias, hidrovias, portos,aeroportos, usinas hidrelétricas,linhas de transmissão, dentre outras.O modelo necessita do total controledo território e na medida em queestá ocupado por indígenas ou outrospovos tradicionais - quilombolas, pescadoresartesanais, ribeirinhos –, elesse tornam um empecilho e precisamser removidos. Como destaca análisede conjuntura do Conselho IndigenistaMissionário - Cimi 3 , “é muito evidenteque os setores político-econômicosanti-indígenas e antidemocráticos, representantesdo agronegócio, das mineradoras,das grandes empreiteiras eo próprio governo brasileiro estão articuladose empenhados para ampliaro acesso, o controle e a exploraçãodos territórios indígenas, quilombolas,dos pescadores artesanais, doscamponeses, de preservação ambiental,dentre outros”.Para conseguir seus objetivos, dizo Cimi, os setores anti-indígenas adotaramuma estratégia que tem trêsobjetivos centrais:• Inviabilizar e impedir o reconhecimentoe a demarcação das terrasindígenas.Destaques da Semana www.ihu.unisinos.br1 1 - http://bit.ly/13qc3XVEDIÇÃO 416 | SÃO LEOPOLDO, 29 DE ABRIL DE 20132 - http://bit.ly/Zgx7AC3 - http://bit.ly/ZDnQ0q47

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