12.07.2015 Views

Prosa 3 - Academia Brasileira de Letras

Prosa 3 - Academia Brasileira de Letras

Prosa 3 - Academia Brasileira de Letras

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

José Thomaz Nabuco, filhoEmbaixada em Washington, com o entendimento <strong>de</strong> que ele não precisariapartir imediatamente e que podia continuar ultimando os trabalhos da Missãopor alguns meses.Surpreso com o convite, que chamou, em carta à Evelina, “um terremoto”,Nabuco telegrafa ao Ministro: “Se você tem plano para cuja realização me supõemais próprio, não leve em conta preferências ordinárias que eu teria por Londres”.Rio Branco consi<strong>de</strong>rou, com essa resposta, aceito o convite. Logo o nome<strong>de</strong> Nabuco era submetido ao Senado, e o Presi<strong>de</strong>nte Rodrigues Alves assinavao <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> nomeação do primeiro embaixador do Brasil (a representação doBrasil em Washington fora recentemente elevada à embaixada), e Nabuco seriao nosso primeiro embaixador. Antes o Brasil só tinha legações. Naqueletempo, havia uma importante diferença entre embaixador e ministro, porquese consi<strong>de</strong>rava o embaixador representante da pessoa do seu soberano e, porisso, com precedência sobre os <strong>de</strong>mais chefes <strong>de</strong> missão. Como representantedo seu soberano, o embaixador tinha a prerrogativa, pelo menos em tese, <strong>de</strong>enten<strong>de</strong>r-se diretamente com o soberano do país on<strong>de</strong> estava acreditado).E no dia 10 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1905 ele parte <strong>de</strong> Southampton para os EstadosUnidos, on<strong>de</strong> passaria os últimos anos <strong>de</strong> sua vida. WashingtonDes<strong>de</strong> o princípio, Nabuco enten<strong>de</strong>u que sua escolha para Washington se<strong>de</strong>via ao fato <strong>de</strong> ser, como dizia, “um velho monroísta” e que o “plano paracuja realização” supunha que o governo o convidara e ao qual se referira no telegramaa Rio Branco era o da mudança do eixo <strong>de</strong> nossa política externa, <strong>de</strong>Londres para WashingtonA razão do “monroísmo” <strong>de</strong> Nabuco e <strong>de</strong> sua percepção da conveniênciapara o Brasil <strong>de</strong>ssa mudança era a clara tendência, no início do século passado –estamos falando <strong>de</strong> antes da Primeira Guerra Mundial –, <strong>de</strong> recru<strong>de</strong>scimento docolonialismo europeu. Nabuco temia que atos <strong>de</strong> violência por parte <strong>de</strong> potên-154

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!