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Prosa 3 - Academia Brasileira de Letras

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Américo Facó: notas <strong>de</strong> acesso a uma obra perdidaA este respeito, diz-nos Sânzio <strong>de</strong> Azevedo, no artigo “Américo Facó, umSéculo Depois” (Diário do Nor<strong>de</strong>ste, Fortaleza, 03/11/85), que Facó “iniciou apublicação <strong>de</strong> seus poemas, no jornal oposicionista, ao mesmo tempo em que,n’A República, órgão situacionista, Alf. Castro apresentava traduções <strong>de</strong> sonetos<strong>de</strong> Heredia”. Alf. Castro (1873-1926), pseudônimo <strong>de</strong> Alfredo <strong>de</strong> MirandaCastro, era poeta essencialmente parnasiano, sem maior expressivida<strong>de</strong> no cenário<strong>de</strong> nossas letras.Em seu artigo, lembra-nos ainda Sânzio <strong>de</strong> Azevedo, a respeito <strong>de</strong> AméricoFacó, quehavendo tomado parte ativa na vida intelectual cearense nos primeiros anosdo século, eram tão violentos os artigos que redigia no Jornal do Ceará (fundadopor Val<strong>de</strong>miro Cavalcante para fazer oposição ao governo Acioli)que, tendo sofrido uma agressão em consequência <strong>de</strong>sses artigos, foi praticamenteforçado a emigrar, em 1909 ou 1910, como informa Gustavo Barroso(Consulado da China, 1941), que o substituiu no órgão oposicionista eque, por motivos semelhantes, logo <strong>de</strong>ixaria também as terras cearenses.Ressalte-se, como o faz logo a seguir o próprio Sânzio, que tais artigos nãoeram senão os poemas acima referidos. Quanto à agressão, segundo RodolfoTeófilo, em seu Libertação do Ceará (1914), Facó foi <strong>de</strong> fato agredido por policiaisem plena rua.Situemos melhor as duas circunstâncias: acerca da participação <strong>de</strong> Facó naimprensa cearense, nos diz Edigar <strong>de</strong> Alencar (Elogios Acadêmicos, vol. III, 1990)que, “além <strong>de</strong> editoriais, mantinha a coluna humorística diária ‘Olho da Rua’,muito apreciada, não somente pelos gracejos, mas por suas conotações políticas”,lembrando ainda que Facó, “atrevido e exuberante <strong>de</strong> mocida<strong>de</strong>, logo setornaria visado pelo governo do Comendador Nogueira Acioli, um dos maispo<strong>de</strong>rosos oligarcas do Norte”.Já em relação à agressão sofrida por Américo Facó, na referida obra <strong>de</strong> GustavoBarroso po<strong>de</strong>mos ler que, “ao entar<strong>de</strong>cer <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1908,165

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