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Miguel Borges - Universia Brasil

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explicar a ele o que estava acontecendo, mas eraimpossível, ele não conseguia entender.Havia uma cena de batalha, e a produção recrutoua fina flor da marginália de Rio Bonito paracompor o bando de Lampião, os despossuídos,desempregados, os vadios que ficavam pelos bares,pelas sarjetas, para fazer a figuração, todosgrandes figuras. Cada um, uma personalidade diferente,uma riqueza humana extraordinária.142Quase todo mundo morria na batalha, o bando doLampião era quase exterminado, E nós não tínhamosaquela infra-estrutura de dublês, ou stuntmenpara cair do cavalo, fazer as cenas de perigo. Entãotínhamos que inventar, criar, improvisar. O caratinha que levar o tiro, que era de pólvora seca, festim,tinha o efeito da bolsa de sangue maquiagemembaixo da camisa, mas a queda precisava ser boa,espetacular. O cara tinha que cair bem, convencero público de que havia sido baleado.Mas eles levavam o tiro e caiam direto, numtombo seco, sem graça, e eu dizia vocês tem quecambalear, se agarrar numa árvore, demorarpara cair, cair, levantar, cair de vez. Gastamosmais e mais negativo e a cena não dava certo.Surgiu então o Cláudio Portioli, um sujeito formidável,que era o chefe-maquinista; e disse: deixa

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