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Logos 18 - Logos - Uerj

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A poética do grafite e a visualidade do ambiente urbano“A Arte não reproduz o visível, mas torna visível.”Paul Klee (2001, p.43)Trânsito caótico, refletores, vendedores ambulantes,outdoors eletrônicos ou não, fachadas carcomidas pelotempo e pela memória esvaziada, cartazes publicitários,convites à revolução das mulheres – um passeio pelocentro do Rio de Janeiro ou de São Paulo. A cidade,qualquer grande cidade, se desenha em formasinesperadas e explosivas e atravessa em zigue-zague nossocampo de percepção. O movimento constante de relevose planos produz um emaranhado perceptivo que delineiaa própria subjetivação das visualidades da cidade.Guattari (1992) afirma que mesmo diante damultiplicidade de processos que a cidade dá a ver, aindaassim poderíamos restaurar um caráter subjetivo nacidade. Os processos produtivos, comerciais, imagéticose humanos atravessam o sujeito estabelecendonovos processos de subjetivação. Talvez, por isso, oespaço urbano seja lugar tão privilegiado para os debatesde toda ordem, para “visualidades” inesgotáveis.Esta imagem também não é nada além do que qualquerreflexão sobre a experiência urbana nos grandescentros pode nos oferecer. Mas neste turbilhão deimagens, ainda podemos ver?As questões que abordaremos aqui se referem,antes de tudo, a chance que uma maneira específicade apropriação das superfícies arquitetônicas da cidadepode revelar para nós, ou seja, tornar visível para nós– uma retomada subjetiva da cidade e de suaplanaridade trajetiva na forma do grafite. Para nós ografite remarca ao mesmo tempo a efervescência dosAno 10, nº <strong>18</strong>, 1º semestre de 2003129

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