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Logos 18 - Logos - Uerj

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Comunicação e experimentações com a linguagem na performanceA eliminação da cena convencional, de inspiraçãoaristotélica (com “início-meio-e-fim”), não elide,contudo, sua carga dramática. Ao contrário, forneceà performance uma ferramenta privilegiada, enquantoforma de expressão, para materializar disposiçõesinteriores, aspectos da imaginação que irrompem emcena aparentemente de forma “irracional”, mas quesão coerentes com o estado de vertigem em que muitasvezes estas disposições e as situações imaginativasse produzem. Daí Cohen atribuir à performance acaracterística de um “drama abstrato”:A eliminação de um discurso maisracional e a utilização mais elaborada designos fazem com que o espetáculo de performancetenha uma leitura que é antes detudo uma leitura emocional. Muitas vezes oespectador não “entende” (porque a emissãoé cifrada), mas “sente” o que está acontecendo.Na performance, a intenção vaipassar do What para o How. Ao se rompero discurso narrativo, a história passa a nãointeressar tanto, e sim “aquilo”que estásendo feito. (COHEN,1987, p.49)Com isso, fica evidente a característica da performanceem operar uma comunicação que se faz noinstante. A performance constrói, através de sualinguagem-collage, uma relação muito particular com otempo e com os arranjos que este pode oferecer comos signos que ela materializa. Há intervenções quepodem durar alguns minutos, outras podem durarvárias horas, como as ópera-teatro de Robert Wilsone as mega-performances high-tech de Laurie Anderson.Ano 10, nº <strong>18</strong>, 1º semestre de 200329

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