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Logos 18 - Logos - Uerj

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Comunicação e experimentações com a linguagem na performancenão pertence ao cotidiano, mas que existe como um“virtual”, que pede para ser efetuado (DELEUZE,PARNET,1998, p.174). A utilização da collage na performancepermitiria esse exercício de efetuação deoutros possíveis da realidade.É exatamente esta dimensão da criação, nãointencional e não deliberada, que se faz ausente noteatro racionalista e que foi duramente atacada porArtaud. Para ele, o teatro tradicional não liberaria “aspotências vitais” do homem. Mas a collage comoestrutura de linguagem possibilitaria, além do resgatede impulsos não intencionais na criação, umdistanciamento produzido pela recriação da realidade.Ernst, ao propor um homem com cabeça de águianão separa Arte e Vida, antes sugere uma outra leiturapara os acontecimentos da vida:Se a collage evoca – por exclusão – erecusa, portanto, por definição, o mundocodificado, ela impõe por justaposição – e,portanto, por síntese – uma releitura de talmundo. Isso porque a síntese proposta pelacollage não é um fim em si mesma, mas incitaa desmembramentos infinitos, que são aspossibilidades de reler o mundo (FLUSSERapud COHEN,1987, p. 45).Portanto, o uso da collage na performance reforçaaquilo que Cohen considerou o uso de uma linguagem“mais gerativa que normativa”, tanto ao nível do verbal,quanto ao do imagético. O trabalho com o fragmentofaz-nos entrar num outro discurso que estaria maispróximo da livre-associação, o que implica, por sua vez,a importância do “colador”, no caso, o performer.Ano 10, nº <strong>18</strong>, 1º semestre de 200327

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