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Logos 18 - Logos - Uerj

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Fernando do Nascimento Gonçalvesde promover uma releitura sobre algo. Sua funçãoseria, portanto, “semântica” e seu funcionamento,“metafórico” (Id., p.80).Em sua proposta de releitura, a collage reúne imagensque na realidade cotidiana jamais estariam juntas. Comoexemplo, temos as gravuras que retratam mundosimpossíveis, no realismo fantástico de Escher ou deMagritte, em cuja obra – decisivamente influente nasobras de Robert Wilson, no teatro, e de Pina Bausch,na dança - vemos uma tentativa de “liberar os objetosde suas funções ordinárias, alterar as propriedadesoriginais dos objetos, mudar a escala e a posição dosobjetos, organizar encontros fortuitos, desdobrarimagens, criar paradoxos visuais, associar duasexperiências visuais que não podem ocorrer juntas”(TORCZYNER, apud COHEN,1987, p.42).Daí a collage ser considerado por Cohen um “atoentrópico e lúdico”. Ela brinca com antinomias aomesmo tempo em que causa um estranhamento quetem pelo menos duas funções: a de destacar um objetode seu contexto original e forçar uma melhor observação,a exemplo do que fazia Brecht no teatro. Asegunda, mais próxima dos surrealistas e, portanto,das artes plásticas e visuais, é a de criar novas utilizaçõespara o objeto em destaque, além da funçãoque lhe foi inicialmente atribuída.Ao recriar imagens e objetos, o artista o faz porinsatisfação com o “atual”, no sentido deleuziano, ebusca sempre instaurar um outro possível para arealidade (o real). O artista nunca toma a realidadecomo definitiva. Visa, através de um processo deelaboração onírica, chegar a uma outra realidade que26LOGOS <strong>18</strong>: Comunicação e Artes

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