Rev. Bras. Enga. <strong>Pesca</strong> 2[Esp.]para o tratamento TA e 233±8,97 mm e 251±39,00 g para o tratamento TB. Em ambos os tratamentos,os machos apresentavam comprimento médio <strong>de</strong> 292±13,91 mm e peso médio <strong>de</strong> 586±93,80 g.Decorridos 15 dias após o acasalamento, teve início a coleta <strong>de</strong> larvas e alevinos, prosseguindopor mais 30 dias quando terminou o experimento.Foram realizadas em média três coletas semanais, com uso <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> malha fina, semprepela manhã, a fim <strong>de</strong> minimizar o risco <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> por estresse com o aumento da temperatura daágua. A contagem das larvas e alevinos foi feita por tanque, utilizando copos <strong>de</strong>scartáveis com padrãoamostral <strong>de</strong> cinqüenta unida<strong>de</strong>s.A última coleta ocorreu quando da separação dos reprodutores, ocasião em que se baixou onível da água dos tanques e efetuou-se a <strong>de</strong>spesca total. Foram coletados todas as larvas e alevinosremanescentes; <strong>de</strong>stes, 2.000 <strong>de</strong> cada tratamento foram estocados em dois tanques <strong>de</strong> alvenaria <strong>de</strong>50m 3 , por um período <strong>de</strong> 100 dias. Findo este período, proce<strong>de</strong>u-se à biometria para avaliar ocrescimento das proles proce<strong>de</strong>ntes das fêmeas A e B, chamados <strong>de</strong> F1A e F1B.Durante o experimento, os peixes foram alimentados três vezes por semana, sempre pela manhã,com ração contendo 17% <strong>de</strong> proteína bruta. A taxa <strong>de</strong> arraçoamento foi <strong>de</strong> 3% da biomassa. Atemperatura foi monitorada todos os dias antes <strong>de</strong> serem iniciadas as coletas, com termômetro <strong>de</strong>mercúrio <strong>de</strong> uso convencional.O <strong>de</strong>lineamento foi inteiramente casualizado. Foi aplicada a Análise <strong>de</strong> Variância (ANOVA), aonível <strong>de</strong> significância <strong>de</strong> α = 0,05, com base na distribuição “F” <strong>de</strong> Sne<strong>de</strong>cor, para as médias dos doistratamentos TA e TB. O teste “t” Stu<strong>de</strong>nt para a média <strong>de</strong> crescimento em comprimento das proles F1Ae F1B, ao nível <strong>de</strong> significância α = 0,05.RESULTADOSAs temperaturas máximas e mínimas da água do cultivo variaram <strong>de</strong> 24 a 26°C, <strong>de</strong>ntro dos limitesa<strong>de</strong>quados ao cultivo (Philippart & Ruwet Apud Kubitza, 2000).Em relação ao crescimento das proles A e B após 100 dias <strong>de</strong> cultivo, a média <strong>de</strong> comprimentodos alevinos foi <strong>de</strong> 99,4 ± 4,86 mm e 87,2 ± 6,66 mm respectivamente.O uso da ANOVA <strong>de</strong>mostrou a existência <strong>de</strong> diferença significativa (α = 0,05) entre ostratamentos TA e TB, com maior prolificida<strong>de</strong> para o TA. Para o crescimento das proles A e B, o Teste“t” <strong>de</strong> Stu<strong>de</strong>nt não apresentou diferença significativa, α = 0,05, entre os dois tratamentos.30
Rev. Bras. Enga. <strong>Pesca</strong> 2[Esp.]Tabela 1: Total <strong>de</strong> alevinos coletadas nos tratamentos TA e TB e suas respectivas biomassas estocadas.Tratamentos TA TBRepetição Biomassa (kg) Produção (und.) Biomassa (kg) Produção (und.)1 8.400 21.710 4.615 12.7102 8.400 20.905 4.665 11.7653 9.915 15.730 5.175 12.9304 7.135 13.625 4.880 11.5205 8.160 21.090 5.610 10.780TOTAL 42.010 93.060 24.945 59.705DISCUSSÃOO experimento foi realizado num período propício à reprodução das tilápias, à média <strong>de</strong>temperatura da água foi <strong>de</strong> 24,8ºC. Segundo Kubitza (2000), <strong>de</strong>ntre os inúmeros fatores que interferemcom a eficiência <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> ovos e pós-larvas (<strong>de</strong>sempenho reprodutivo) das tilápias, a temperaturaé um dos mais importantes. Acima <strong>de</strong> 24ºC, as <strong>de</strong>sovas ficam mais freqüentes e a produção <strong>de</strong> póslarvasaumenta.O intervalo <strong>de</strong> tempo programado entre as coletas foi satisfatório, realizadas três vezes porsemana. Ver<strong>de</strong>gem e McGinty (1987) apud Kubitza (2000), observaram que, quanto menor for ointervalo <strong>de</strong> tempo entre duas coletas consecutivas, maior será o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>sova por fêmea <strong>de</strong> tilápiado-Nilo.Quando as coletas são muito distanciadas, as fêmeas po<strong>de</strong>m dispensar o cuidado parental àssuas crias por períodos mais prolongados. Portanto, coletas mais freqüentes interrompem o cuidadoparental e antecipa o retorno das fêmeas ao processo reprodutivo, além <strong>de</strong> evitar que um maior número<strong>de</strong> larvas se <strong>de</strong>senvolvam em alevinos e canibalizem as pós-larvas das próximas <strong>de</strong>sovas (Kubitza,2000).De acordo com os resultados obtidos neste experimento, o tratamento TA, com fêmeas <strong>de</strong> maiorpadrão <strong>de</strong> crescimento, mostrou-se mais prolíficuo, com uma produção total <strong>de</strong> 93.060 alevinos,correspon<strong>de</strong>ndo a 930,6 alevinos/fêmea/período. No tratamento TB, com produção total <strong>de</strong> 59.705alevinos, ou 597,05 alevinos/fêmea/período, apresentou, ainda assim, valores compatíveis ao <strong>de</strong> outrosautores31