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PSICOLOGIA & INFORMÁTICA - BVS Psicologia ULAPSI Brasil

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nas para a figura do médico, mas também para todos os outros aspectosda situação atual.” ( Freud, 1912,p.197)Para Freud, a neutralidade do analista no processo da análiseé essencial. Para que se estabeleça uma boa relação transferencial, opaciente não deve saber nada, ou praticamente nada, sobre a vida doterapeuta. Para o autor, o analista necessita ter a frieza de um cirurgiãoe “deve ser opaco aos seus pacientes e, como um espelho, nãomostrar-lhes nada, exceto o que lhe é mostrado” (Freud, 1914, p.157).Essa atitude de neutralidade por parte do analista, para Freud, seriatanto para o benefício do paciente, que poderia projetar sua psiquelivremente, quanto uma proteção para a vida emocional do analista.Por isso, Freud insistia na importância do divã como método, paraque o paciente não visse as possíveis reações do analista. Essa posiçãofria, não reativa, também serve à finalidade de não satisfazer osdesejos que o paciente possa ter em relação ao analista. Um desejosatisfeito pelo terapeuta poderia manter o desejo do paciente de permanecerdependente dele.Entretanto, Freud, bem como outros autores, aponta que noprocesso terapêutico existem tanto comunicações conscientes comoinconscientes nessa relação. Por isso, é necessário que o analista estejaconsciente de seus próprios conteúdos. Ou seja, o processo deanálise passaria, invariavelmente, pela personalidade do terapeuta.Jung, em 1946, com a publicação de seu texto “A <strong>Psicologia</strong>da Transferência”, reviu os conceitos propostos por Freud. A transferênciapara Jung poderia ser qualificada como um tipo especial deprojeção que acontece no setting terapêutico, e não apenas a rememoraçãode uma vivência infantil (Jacoby,1984). Para Jung, no analistaseriam projetados diversos tipos de vivências, inclusive as de conteúdosarquetípicos. O exemplo mais comum é quando os pacientesprojetam no analista o arquétipo do curador e esperam dele uma curae uma solução de seus problemas.A transferência, na visão junguiana, seria parte de um processo,onde tanto o consciente como o inconsciente de terapeuta epaciente estariam envolvidos – como em todos os demais relacionamentoentre dois seres humanos. Diferente do método de Freud, como divã protetor, Jung acreditava que o melhor método para lidar coma transferência era sentar-se frente a frente com o paciente e comisso assumir essa condição humana. Assumir a condição humana54 | <strong>PSICOLOGIA</strong> & INFORMÁTICA

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