REVISTA 4a. ed. 30.01.2017 - online

Resenha crítica
Uma garrafa no mar de Gaza: comparação de obras
homônimas
Os conflitos entre judeus e árabes resultam na ocupação da
antiga Palestina, a partir do final do século XIX. Esse confronto se
intensificou na medida em que os imigrantes judeus entravam em
território palestino. Em 1974, a ONU tentou acabar com os conflitos,
dividindo os territórios. No ano seguinte, Israel se tornou independente,
gerando uma sequência de guerras contra o Estado judeu.
Neste contexto, Valérie Zenatti lançou o livro Uma garrafa
no mar de Gaza e Thierry Binisti lançou o filme Une boutille a la mer.
Para entender essas duas obras, é necessário conhecer minimamente o
conflito entre Israel e Palestina.
O filme é baseado no livro, porém não é uma boa
adaptação, apesar de a autora ter acompanhado a sua direção. O livro
conta detalhes e destaca partes da história que não aparecem no filme.
Ambas as obras são sobre uma menina chamada Tal Levine,
que vive em Israel e constantemente vivencia atentados. Ela quer se
comunicar com alguém da Palestina através de ‘e-mails’, para saber se
eles sofrem como ela.
Apesar de o livro não conter imagens ilustrativas, ele
expressa a história com mais emoção e congruência, de uma forma que
o filme não consegue alcançar, pois as cenas estão desconexas, o que
até é compreensível pelo fato de o filme ser mais curto do que o livro.
No entanto, algumas cenas da versão original poderiam ter sido
abordadas na obra adaptada, como o assassinato do primeiro ministro
de Israel, Rabin.
Em poucas palavras, o livro é melhor do que o filme, mas vale a pena
assistir à adaptação cinematográfica também, para ter uma noção de
como são os personagens e de como são os lugares alvos de conflitos.
Referências bibliográficas:
Zenatti, Valérie. Uma garrafa no mar de Gaza. São Paulo: Seguinte, 2012.
Une boutille a la mer. Adaptação cinematográfica de Thierry Binisti, 2012
(Brasil).
Lissa Saboia
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