30.01.2017 Views

REVISTA 4a. ed. 30.01.2017 - online

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Conto de enigma<br />

Onde está Alícia?<br />

Tudo começou em uma manhã fria de outono quando minha<br />

esposa, Alícia Ferreira Torres, foi ao mercado comprar leite, ovos e suco e<br />

ela nunca mais voltou, mas eu estou determinado a mudar isso. A polícia<br />

investiga o desaparecimento a 3 semanas e descobriu o possível local<br />

onde poderia ter ocorrido o sequestro por conta de vários objetos<br />

suspeitos. Obtive as informações por telefone e disse ao policial que<br />

queria resolver esse caso com as minhas próprias mãos.<br />

Era uma segunda-feira, dia 10 de maio de 2016, eu<br />

caminhava lentamente, porém preocupado, até o beco onde a polícia<br />

acr<strong>ed</strong>itava ter ocorrido o sequestro. Enquanto andava, tirei do meu bolso<br />

direito uma caixinha branca com detalhes em dourado, de onde tirei um<br />

cigarro e, pegando meu isqueiro prateado, o acendi e levei-o a boca.<br />

Finalmente cheguei ao beco, andei calmamente até aquele local escuro,<br />

então comecei a procurar pistas sobre o crime e os objetos considerados<br />

suspeitos pela polícia. Meu olhar detectou um objeto familiar escondido<br />

atrás das latas de lixo, era a bolsa vermelha escarlate com um feixe<br />

dourado que tinha dado para a minha esposa pelo nosso aniversário de<br />

namoro. Ao lado da bolsa, encontrei sua lista de compras daquele dia. Do<br />

outro lado do beco, estava escondido um taco de beisebol, um p<strong>ed</strong>aço de<br />

saco de lixo ensanguentado e um bilhete com um endereço. D<strong>ed</strong>uzi<br />

im<strong>ed</strong>iatamente que Alícia andava em direção ao mercado quando foi<br />

golpeada na cabeça pelo taco de beisebol e, deixando suas coisas para<br />

trás, foi levada para esse endereço.<br />

Após alguns minutos, já estava na porta de uma pequena e<br />

sombria casa, número 2319, na Rua Torres Gêmeas, que li no papel. Entrei<br />

no jardim da frente e toquei a campainha, porém não houve resposta.<br />

Para minha sorte, levantei o tapete em frente a porta onde havia a frase<br />

“Bem-vindo” e encontrei a chave da casa; entrei rapidamente e fechei a<br />

porta, fui diretamente para os quartos, porém todas as portas estavam<br />

trancadas. Caminhando pela sala, vi um bilhete queimado perto da lareira.<br />

Apesar das chamas, ainda era legível.<br />

Com as informações em mãos, entrei no meu carro e segui<br />

para o endereço. Por sorte, conhecia o interior de São Paulo, dispensando<br />

o GPS. Após 3 horas de viajem, cheguei ao local. Sai do carro e acendi um<br />

cigarro. Observei o galpão cinza, malcuidado, sujo e pichado por um<br />

tempo, então corri até sua porta e, chutando-a, ela se abriu. Vi minha<br />

amada no centro daquele lugar escuro, ela estava amarrada em uma<br />

cadeira e com um leve ferimento na cabeça:<br />

79

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!