REVISTA 4a. ed. 30.01.2017 - online

Houve um breve silêncio até um grito agudo o romper. Vinha
do andar de cima. Corremos pela escada até lá, quando encontramos
marcas de sangue recentes na parede. Kyle e eu começamos a enlouquecer;
Isabelle não estaria brincando com a gente daquele jeito. Isaac continuou
andando pelo corredor, passando por inúmeras portas de quartos e salas,
até parar, de repente, e dar um grito de susto e terror.
Fui até lá com a câmera na mão, a ponto de ver a garota estirada no chão,
com os olhos arregalados e com metade dos órgãos para fora. Olhando pela
câmera, no entanto, pude ver certo líquido fosforescente ao seu redor. Era
ectoplasma! Saímos correndo em direção à sala por onde havíamos entrado,
mas, descendo as escadas, deparei-me com uma figura quase transparente
que sumiu em fração de segundos. Liguei novamente a câmera para
procurar a saída, pois o ambiente, de algum modo, ficara mais escuro.
— Mika! – ouvi o berro na voz de Kyle, enquanto encontrava o
corpo de Makenna pendurado no teto por uma corda.
Nesse intervalo, Isaac achara a saída e chamara-nos. Olhei para
Kyle, que chorava desesperadamente, e puxei-o, indo em direção a Isaac,
quando a figura monstruosa apareceu logo atrás dele. Foi tudo muito
rápido! Passamos pela porta, vendo o corpo de um grande amigo na altura
de meus pés. Corremos para o morro. Já havíamos nos afastado um pouco,
mas, como se não bastasse, o fantasma apareceu a um metro de mim. Parei
subitamente, quando ele levantou sua mão; no mesmo segundo, Kyle entrou
na minha frente. Seu corpo caíra sobre mim, e seu último suspiro definiu a
partida do poltergeist. Eu, Johnnie, fui o único sobrevivente daquela noite,
mas perdi todos com quem me importava.
Gabriela Adm
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