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REVISTA 4a. ed. 30.01.2017 - online

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Resenha crítica<br />

Uma garrafa no mar de Gaza: uma adaptação talvez<br />

não tão bem adaptada<br />

Vivemos em um mundo onde guerras e conflitos são<br />

constantes, sendo causados pelos mais diversos motivos. Um desses<br />

conflitos é a guerra entre Israel e Palestina, que teve início no fim do<br />

século 19 e se estende até hoje. A rivalidade entre esses povos foi<br />

causada por uma questão territorial, quando ocorreu a ocupação de<br />

partes da Palestina por judeus. Isso não foi bem aceito pelos árabes,<br />

o que causou uma série de confrontos.<br />

Nesse contexto, foi escrito o livro Uma garrafa no mar<br />

de Gaza, por Valérie Zenatti. Alguns anos depois, foi lançado o filme<br />

homônimo, cujo título original é Une bouteille á la mer. Tanto o livro<br />

quanto o filme tratam da história de Tal Levine, uma garota francesa<br />

de família judia, que mora em Jerusalém. Lá, atentados são<br />

frequentes, por conta do conflito entre Israel e Palestina.<br />

Um dia, acontece um ataque que não sai da cabeça de<br />

Tal, fazendo com que ela tenha vontade de se comunicar “com o<br />

outro lado”. A garota, então, escreve uma mensagem e a coloca em<br />

uma garrafa, p<strong>ed</strong>indo a seu irmão (que é do exército) para jogá-la no<br />

mar de Gaza. Tal espera que a garrafa seja encontrada por uma<br />

garota palestina, com idade próxima à sua e que tenha uma visão<br />

sobre a guerra parecida com a que ela apresenta. No entanto, a<br />

pessoa que encontra a mensagem é Naim, um jovem palestino, que<br />

não tem exatamente essa descrição.<br />

Apesar de o livro não conter imagens como o filme, ele<br />

consegue expressar muito bem – até melhor do que o filme – os<br />

sentimentos das personagens sobre a guerra e em relação um ao<br />

outro.<br />

Isso acontece por conta dos ‘e-mails’ trocados entre os<br />

jovens, que, no livro, são mais detalhados e cheios de sentimentos.<br />

Na obra literária, o leitor fica mais próximo das personagens, pois a<br />

vida delas é descrita melhor, enquanto, no filme, a relação do<br />

espectador com as personagens é mais distante, já que os detalhes<br />

são escassos e os sentimentos dos protagonistas não ficam muito<br />

claros para ele.<br />

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