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Resenha crítica<br />
Uma garrafa no mar de Gaza: uma adaptação talvez<br />
não tão bem adaptada<br />
Vivemos em um mundo onde guerras e conflitos são<br />
constantes, sendo causados pelos mais diversos motivos. Um desses<br />
conflitos é a guerra entre Israel e Palestina, que teve início no fim do<br />
século 19 e se estende até hoje. A rivalidade entre esses povos foi<br />
causada por uma questão territorial, quando ocorreu a ocupação de<br />
partes da Palestina por judeus. Isso não foi bem aceito pelos árabes,<br />
o que causou uma série de confrontos.<br />
Nesse contexto, foi escrito o livro Uma garrafa no mar<br />
de Gaza, por Valérie Zenatti. Alguns anos depois, foi lançado o filme<br />
homônimo, cujo título original é Une bouteille á la mer. Tanto o livro<br />
quanto o filme tratam da história de Tal Levine, uma garota francesa<br />
de família judia, que mora em Jerusalém. Lá, atentados são<br />
frequentes, por conta do conflito entre Israel e Palestina.<br />
Um dia, acontece um ataque que não sai da cabeça de<br />
Tal, fazendo com que ela tenha vontade de se comunicar “com o<br />
outro lado”. A garota, então, escreve uma mensagem e a coloca em<br />
uma garrafa, p<strong>ed</strong>indo a seu irmão (que é do exército) para jogá-la no<br />
mar de Gaza. Tal espera que a garrafa seja encontrada por uma<br />
garota palestina, com idade próxima à sua e que tenha uma visão<br />
sobre a guerra parecida com a que ela apresenta. No entanto, a<br />
pessoa que encontra a mensagem é Naim, um jovem palestino, que<br />
não tem exatamente essa descrição.<br />
Apesar de o livro não conter imagens como o filme, ele<br />
consegue expressar muito bem – até melhor do que o filme – os<br />
sentimentos das personagens sobre a guerra e em relação um ao<br />
outro.<br />
Isso acontece por conta dos ‘e-mails’ trocados entre os<br />
jovens, que, no livro, são mais detalhados e cheios de sentimentos.<br />
Na obra literária, o leitor fica mais próximo das personagens, pois a<br />
vida delas é descrita melhor, enquanto, no filme, a relação do<br />
espectador com as personagens é mais distante, já que os detalhes<br />
são escassos e os sentimentos dos protagonistas não ficam muito<br />
claros para ele.<br />
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