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Agatha Christie - Uma Dose Mortal

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ou não se lembrava. Ela se lembrava de uma sra. Chapman, mas não<br />

dela ter comentado algo sobre outra mulher chamada Sainsbury Seale.<br />

Por ser um nome estranho, se tivesse ouvido é provável que fosse<br />

lembrar.<br />

Poirot continuou perguntando:<br />

– A sra. Adams conhecera a srta. Sainsbury Seale na Índia, correto?<br />

A sra. Adams disse que sim.<br />

– Por acaso a sra. Adams sabia se a srta. Sainsbury Seale tinha se<br />

encontrado com a sra. ou o sr. Blunt alguma vez por lá?<br />

– Ah, acho que não, sr. Poirot. O senhor se refere ao banqueiro?<br />

Eles estiveram lá alguns anos atrás e ficaram na casa do governador.<br />

Estou certa de que Mabelle teria comentado alguma coisa conosco se<br />

os tivesse encontrado. Infelizmente é o que se faz, não? – disse ela com<br />

um sorrisinho. – Ninguém deixa de mencionar um conhecido importante.<br />

No fundo, somos todos esnobes...<br />

– Ela nunca mencionou os Blunt nem a sra. Blunt em particular?<br />

– Nunca.<br />

– Se ela tivesse sido amiga íntima da mulher de Blunt, muito<br />

provavelmente a senhora saberia?<br />

– Ah, mas claro. Eu não acredito que ela conhecesse ninguém<br />

como eles. Os amigos de Mabelle não tinham nada de especial. Eram<br />

como eu e meu marido.<br />

– Ah, madame, com isso não posso concordar – disse Poirot,<br />

galante.<br />

A sra. Adams seguiu falando da srta. Sainsbury Seale como se fala<br />

de alguém que tenha recentemente falecido. Lembrou-se dos gestos<br />

generosos de Mabelle, da sua bondade, do seu trabalho incansável<br />

junto à missão, da sua dedicação, da sua seriedade.<br />

Hercule Poirot ouvia. Como Japp dissera, Mabelle Sainsbury Seale<br />

era realmente o que dizia ser. Ela tinha vivido em Calcutá, dado aula de<br />

dicção e trabalhado junto à população mais pobre. Apesar de ser um<br />

pouco confusa e talvez até mesmo meio estúpida, era conhecida por<br />

suas boas intenções. Mais do que isso, era o que costumam chamar de<br />

pessoa com um coração de ouro.<br />

E a sra. Adams acrescentou:<br />

– Ela levava tudo com muita seriedade, sr. Poirot. E ela tinha de<br />

lidar com pessoas tão apáticas, tão desinteressadas. Era muito difícil<br />

fazer com que essas pessoas contribuíssem. A cada ano a situação<br />

ficava mais complicada, com impostos subindo, além do custo de vida.

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