Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
nenhum estranho poderia ter entrado na casa aquela manhã.<br />
Tanto a copeira como a cozinheira trabalhavam para os Morley já<br />
fazia alguns anos, e eram pessoas confiáveis. Assim, embora, em teoria,<br />
fosse possível que uma delas tivesse dado uma escapada ao segundo<br />
andar e atirado no patrão, tal possibilidade não fora seriamente<br />
considerada. As duas tinham mantido a calma durante o interrogatório e<br />
não havia nenhuma razão que pudesse conectá-las com a morte do<br />
patrão.<br />
Não obstante isso, ao alcançar a Poirot o chapéu e a bengala,<br />
Agnes perguntou a ele, com um nervosismo suspeito:<br />
– Por acaso, senhor... alguém descobriu alguma coisa mais a<br />
respeito da morte do patrão?<br />
Poirot virou-se para observá-la melhor. Ele disse:<br />
– Nada de novo foi descoberto.<br />
– Ainda estão certos de que ele se matou por causa do erro que<br />
cometeu com aquela droga?<br />
– Sim. Por que você pergunta isso?<br />
Agnes dobrou a barra do avental, virando o rosto para o lado. Ela<br />
disse de uma forma quase indistinta:<br />
– A patroa pensa que não foi assim.<br />
– E você concorda com ela?<br />
– Eu? Ah, não, senhor. Eu não sei de nada. Só queria... me<br />
certificar.<br />
Hercule Poirot perguntou, numa voz tranquila:<br />
– Você ficaria aliviada tendo certeza de que foi um suicídio?<br />
– Ah, realmente, senhor – concordou Agnes depressa.<br />
– Por alguma razão em especial?<br />
Os olhos arregalados dela encontraram os dele. Ela recuou um<br />
pouco para trás.<br />
– Eu... eu não sei nada sobre isso, senhor. Eu apenas perguntei...<br />
– Mas perguntou por quê? – disse Poirot a si mesmo enquanto<br />
caminhava na direção do portão.<br />
Devia haver um motivo para a pergunta, certamente. Por enquanto<br />
ele não sabia qual.<br />
Mesmo assim, sentiu que estava mais próximo da verdade.<br />
VI