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Agatha Christie - Uma Dose Mortal

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hipótese do suicídio?<br />

– Você quer dizer que ela teria sido afastada de propósito?<br />

Japp ficou em silêncio, depois concluiu:<br />

– Se não foi suicídio, então o mataram. Mas por quê? <strong>Uma</strong> coisa é<br />

tão implausível como a outra. Era um camarada tranquilo, inofensivo ao<br />

que parece. Quem teria interesse na morte dele?<br />

Poirot disse:<br />

– Quem poderia tê-lo matado?<br />

– Para essa pergunta, a resposta é quase todo mundo! A irmã dele<br />

poderia ter descido do apartamento de cima e atirado nele, um dos<br />

empregados poderia ter aparecido e feito o mesmo. O sócio dele, Reilly,<br />

poderia ter atirado nele. O atendente, Alfred, também poderia. Um dos<br />

pacientes poderia ter atirado nele.<br />

Japp fez uma pausa e então disse:<br />

– Amberiotis poderia ter atirado nele. De todos, é o que teria tido a<br />

melhor chance.<br />

Poirot assentiu.<br />

– Mas, nesse caso, temos de descobrir por quê.<br />

– Exatamente. Voltamos ao ponto de partida. Amberiotis está<br />

hospedado no Savoy. Por que motivo um grego rico viria aqui para dar<br />

um tiro num dentista inofensivo?<br />

– Essa vai ser a pedra no nosso sapato: o motivo!<br />

Poirot deu de ombros. Ele disse:<br />

– É como se a morte tivesse escolhido, da forma mais tosca, o<br />

homem errado. O grego misterioso, o banqueiro rico, o detetive famoso...<br />

como seria natural se um deles tivesse sido baleado! Estrangeiros<br />

misteriosos podem estar envolvidos em espionagem, banqueiros ricos<br />

estão ligados a pessoas que se beneficiariam da morte deles, e<br />

detetives famosos são temidos por criminosos.<br />

– Enquanto o velho Morley não ameaçava ninguém – observou<br />

Japp, desanimado.<br />

– É o que imagino.<br />

Japp deu uma olhada ao redor.<br />

– O que é que você procura?<br />

– Nada. Alguma coisa que não tenhamos percebido.<br />

Poirot repetiu a Japp as poucas palavras, aparentemente sem<br />

importância, ditas pelo sr. Morley sobre memória fisionômica. O dentista<br />

também mencionara um paciente.<br />

Japp ficou pensativo.

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