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propmark.com.br<br />
GeNeRAl MOtORs<br />
ficA MAis AGRessivA<br />
Hermann Alex<br />
Mahnke, diretor <strong>de</strong><br />
marketing <strong>de</strong> Mercosul<br />
da GM, afirma que<br />
a empresa está mudando<br />
o jeito <strong>de</strong> fazer<br />
marketing. A i<strong>de</strong>ia é se<br />
manter lí<strong>de</strong>r. pág. 20<br />
cielO vOltA à MídiA<br />
cOM cAMpANhA vivA<br />
Criada pela Y&R e<br />
Wun<strong>de</strong>rman, Cielo está<br />
no ar com Seu negócio<br />
não para. A diretora<br />
<strong>de</strong> marketing, Duda<br />
Bastos, conta que ação<br />
narra histórias <strong>de</strong> lojistas.<br />
pág. 36<br />
ANO 53 - Nº 2654 - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> R$ 15,00<br />
flAMeNGO MudA e<br />
RepOsiciONA MARcA<br />
Time rubro-negro se<br />
mostra como plataforma<br />
<strong>de</strong> marketing para<br />
anunciantes. Daniel<br />
Orlean fala que clube<br />
ampliou estratégia <strong>de</strong><br />
exposição para além<br />
da camisa. pág. 34<br />
Anunciar garante<br />
resultados na crise<br />
Os problemas da economia, associados à crise política,<br />
influenciam no negócio da indústria da comunicação.<br />
E, no atual cenário, agências assimilam os problemas.<br />
Mas o mercado constata que as marcas que investem<br />
em publicida<strong>de</strong> têm bons resultados. pág. 14<br />
maurusone/iStock
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
os tempos <strong>de</strong> lula<br />
Todos temos nossos tempos. A própria natureza nos indica, <strong>de</strong>ntre<br />
tantos outros, o tempo <strong>de</strong> plantar e o tempo <strong>de</strong> colher. Os primeiros<br />
tempos <strong>de</strong> Lula na política foram extremamente benéficos para o país.<br />
Ele enfrentou, juntamente com outros companheiros políticos ou não,<br />
as durezas <strong>de</strong> uma ditadura militar que começou como uma revolução<br />
– e assim foi na época chamada por gran<strong>de</strong> parte da população brasileira<br />
e pela mídia em geral.<br />
Mas, passado o seu tempo <strong>de</strong> ter <strong>de</strong>sviado o país da rota i<strong>de</strong>ológica aguçada<br />
por Cuba na América Latina, o que era um movimento criado para<br />
mudar os <strong>de</strong>stinos da pátria, revolucionando o que parecia inevitável<br />
na época, transformou-se em uma ditadura que não <strong>de</strong>veria ter acontecido.<br />
E, como todo regime <strong>de</strong> força, não tolerava os contrários, em número<br />
cada vez maior no Brasil, <strong>de</strong>vido à improprieda<strong>de</strong> da troca <strong>de</strong> comando<br />
nos <strong>de</strong>stinos da nação, sem legítima consulta popular.<br />
O cenário tornou-se propício para li<strong>de</strong>ranças setoriais, como Luiz Inácio<br />
Lula da Silva, assumirem o papel <strong>de</strong> opositores do regime, pondo<br />
em xeque o período militar que durou 20 anos.<br />
O retorno à <strong>de</strong>mocracia aumentou os horizontes <strong>de</strong> políticos cassados<br />
e exilados, incentivou a juventu<strong>de</strong> a retomar seu interesse pela política<br />
e no vazio do trabalhismo provocado pela ditadura militar, abriram-se<br />
várias frentes <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças, a principal <strong>de</strong>las ocupada por Lula, um dos<br />
primeiros <strong>de</strong>ntre todos a colocar a própria vida em risco, saindo à frente<br />
<strong>de</strong> manifestações contra o regime, sem a proteção das leis que hoje<br />
vigem e permitem todo tipo <strong>de</strong> protesto.<br />
Lula foi preso, Lula foi solto, um dos conselheiros inseparáveis <strong>de</strong> Lula<br />
era um calejado publicitário anarquista, que escrevia semanalmente<br />
no PROPMARK, Carlos Maia <strong>de</strong> Souza, o Carlito Maia.<br />
Sem a sempre necessária instrução escolar, mas um intuitivo <strong>de</strong> mão<br />
cheia e sabendo falar para o povo como poucos, Lula <strong>de</strong>spontava no<br />
horizonte político brasileiro como um autêntico lí<strong>de</strong>r da oposição.<br />
Esse seu tempo, porém, terminou, pois o principal adversário com o<br />
qual pelejava <strong>de</strong>pôs armas. Devolvido o po<strong>de</strong>r aos civis, Lula prosseguiu<br />
lí<strong>de</strong>r, mas na condição <strong>de</strong> mais um <strong>de</strong>ntre muitos que também lutaram<br />
contra a ditadura e outros que surgiram durante a transição <strong>de</strong> regime.<br />
Exatamente aí nascia um novo Lula, não mais um sujeito com extrema<br />
coragem física, enfrentando cães e baionetas, mas um lí<strong>de</strong>r com um<br />
novo perfil, agora disputando com outros civis a conquista do po<strong>de</strong>r.<br />
Espelhou-se em outros lí<strong>de</strong>res trabalhistas mundiais, os tempos eram<br />
<strong>de</strong> mudanças no planeta. Propositalmente, ou até por acaso – mas jamais<br />
por afinida<strong>de</strong> –, foi-se aproximando das esquerdas, que nele enxergaram<br />
a escada necessária para camuflar a subida dos <strong>de</strong>graus rumo<br />
ao po<strong>de</strong>r.<br />
Já havia surgido o PT, substituindo para alguns o antigo Partidão, ainda<br />
com sérias restrições nas camadas mais altas da população.<br />
O PT foi um acerto e um erro. Acerto por aproveitar as forças remanescentes<br />
dos antigos partidos trabalhistas, com <strong>de</strong>staque para o PTB <strong>de</strong><br />
Vargas, que o regime militar a todos encerrou para criar apenas <strong>de</strong>pois:<br />
Arena e MDB, que representariam a situação e a oposição.<br />
FraSeS<br />
“a sentença <strong>de</strong> Moro expôs ao Brasil o verda<strong>de</strong>iro lula da<br />
Silva, não o personagem que ele criou para a própria conveniência<br />
política, envernizando ao longo dos anos por<br />
marqueteiros contratados a peso <strong>de</strong> ouro”.<br />
(Estadão, editorial “A eterna vítima”, 14/7)<br />
“Não sou idoso nem velho. estou seguindo a vida”.<br />
(Abílio Diniz, comemorando 80 anos)<br />
Um erro porque só consi<strong>de</strong>rou simpatizantes o operariado, tornando a<br />
errar mais tar<strong>de</strong> ao se espalhar pelo mundo chapa branca do funcionalismo.<br />
Nessa quadra da História, um novo Lula surgiu, diferente do humil<strong>de</strong><br />
nor<strong>de</strong>stino abraçado pela gran<strong>de</strong> metrópole. Ao per<strong>de</strong>r o inimigo número<br />
1, passou a travar batalhas com lí<strong>de</strong>res da sua estirpe, também<br />
possuidores <strong>de</strong> muitas torcidas.<br />
Mas as esquerdas já haviam i<strong>de</strong>ntificado nele, ainda no período militar,<br />
o novo Messias. E Lula não resistiu aos afagos. Posicionou-se como lí<strong>de</strong>r<br />
esquerdista, mais do que trabalhista. Aqui se inicia um novo tempo<br />
para ele, já entrado nas benesses proporcionadas pelas organizações<br />
internacionais e nacionais do setor, que apostavam suas fichas na fala<br />
fácil do novo lí<strong>de</strong>r e seu total <strong>de</strong>scomprometimento com a verda<strong>de</strong>.<br />
O Lula operário do ABC <strong>de</strong>ixou o emprego, mudou <strong>de</strong> casa, <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> e<br />
<strong>de</strong> profissão. O torneiro mecânico, que per<strong>de</strong>u um dos mindinhos em<br />
um torno, já se vestia melhor, aparava a barba e aprendia a saborear os<br />
mais caros vinhos franceses.<br />
Passou a gostar da nova vida e percebeu como nunca havia antes percebido,<br />
que o dinheiro fazia mágicas.<br />
A partir daí estava pronto para um novo tempo, que veio com a sua eleição<br />
para a Presidência da República, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r outras disputas.<br />
Ao proferir a frase lapidar <strong>de</strong> que o Congresso Nacional era formado por<br />
pelo menos 300 picaretas, <strong>de</strong>u seu recado e ao mesmo tempo comprou<br />
uma briga sem fim.<br />
Se teve bons companheiros <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da sua longa jornada, a chegada<br />
ao po<strong>de</strong>r maior fez com que se juntasse a todo tipo <strong>de</strong> gente, principalmente<br />
os interesseiros. O canto da sereia com certeza rondava<br />
seus ouvidos nas noites <strong>de</strong> insônia.<br />
Veio o tempo da fartura, a ilusão da infinitu<strong>de</strong>. Deixou seus i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong><br />
lado, aqueles mesmos que o fizeram lí<strong>de</strong>r dos pobres e <strong>de</strong>sprotegidos,<br />
para <strong>de</strong>senvolver um projeto <strong>de</strong> permanência na crista da onda, que<br />
embutia atitu<strong>de</strong>s reprováveis, embora tentadoras no início.<br />
O plano não <strong>de</strong>ve ter sido <strong>de</strong>le, ou só <strong>de</strong>le, mas adotou-o <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>liberada:<br />
as empreiteiras e outros gran<strong>de</strong>s empreendimentos seriam<br />
aquinhoados, em troca <strong>de</strong> alguns benefícios. Os primeiros testes foram<br />
feitos, <strong>de</strong>ram certo e estabeleceu-se a rotina.<br />
Foi reeleito, já muito modificado, conseguiu eleger uma <strong>de</strong>sastrada sucessora,<br />
cujo mandato ceifado pôs a nu o que boa parte da população<br />
já sabia.<br />
A <strong>de</strong>cretação do Fora Temer pelas hostes <strong>de</strong> esquerda provocou o que<br />
o Dr. Mariz, <strong>de</strong>fensor <strong>de</strong> Temer, bem lembrou na quinta à tar<strong>de</strong>, na CCJ<br />
da Câmara: “Pau que mata Michel, mata Lula”, parodiando o velho ditado<br />
popular.<br />
***<br />
Este Editorial é uma homenagem ao juiz Sergio Moro, por sua admirável<br />
coragem <strong>de</strong> aplicar a lei, através <strong>de</strong> trabalhosa e irretorquível sentença,<br />
nela incluindo o preceito universal <strong>de</strong> que “por maior que seja<br />
uma pessoa, ela está abaixo das leis”.<br />
“diferença entre lula, aécio e temer<br />
é que o petista tem tropa”.<br />
(Eliane Cantanhê<strong>de</strong>)<br />
“Joseph Goebbels sobre Hitler:<br />
‘este homem é perigoso,<br />
ele acredita no que diz’”.<br />
(Leitor do Estadão, 14/7)<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 3
MeRcado<br />
Índice<br />
14<br />
Jornais querem<br />
negociar conteúdo<br />
News Media Alliance vai ao Congresso<br />
dos EUA pedir para tratar do assunto<br />
coletivamente com Google e Facebook. pág. 8<br />
capa<br />
empresa que<br />
se mantém<br />
na mídia tem<br />
mais retorno<br />
20<strong>17</strong> não está sendo fácil,<br />
mas anunciantes que<br />
investem em publicida<strong>de</strong><br />
têm <strong>de</strong>staque e garantem<br />
fôlego às suas agências.<br />
aGênciaS<br />
Leo Burnett contrata<br />
e investe R$ 5 milhões<br />
Departamento <strong>de</strong> mídia tem agora 70<br />
profissionais, com perfis que se a<strong>de</strong>quam<br />
às necessida<strong>de</strong>s da era digital. pág. 31<br />
MaRcaS<br />
Setor <strong>de</strong> beleza<br />
masculina cresce<br />
Mercado brasileiro <strong>de</strong> cuidados pessoais<br />
do homem <strong>de</strong>ve ampliar em 7,1% ao ano e<br />
ultrapassar Estados Unidos. O Boticário é<br />
uma das empresas que investem no setor,<br />
com campanha (foto) no digital. pág. 38<br />
Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe<br />
Kelly Dores<br />
Editores<br />
Neu sa Spau luc ci<br />
Paulo Macedo<br />
Alê Oliveira (Fotografia)<br />
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Vanessa Franco <strong>de</strong> Bastos<br />
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Adu nias Bis po da Luz<br />
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Mastercard acredita no Sabor do encontro<br />
Desenvolvida pela WMcCann, minissérie (foto) para GNT e Globo News tem planos <strong>de</strong><br />
promover e gerar conexões entre pessoas diferentes por meio da gastronomia. pág. 40<br />
O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia<br />
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CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />
as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa riamen<br />
te a opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser<br />
con trá rias a ela.<br />
4 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark
conexões<br />
Facebook<br />
Post: #maislidasPROPMARK: Veja<br />
Nizan Guanaes contando (e dançando)<br />
como surgiu a i<strong>de</strong>ia da campanha<br />
da Johnson & Johnson com<br />
Anitta.<br />
“Nossa... Estou chocada com tanta<br />
criativida<strong>de</strong>”<br />
Anelize Lara<br />
“Faço minhas suas palavras. Criativida<strong>de</strong><br />
total!”<br />
Rita Fazzio<br />
Post: #maislidasPROPMARK: Com<br />
criação <strong>de</strong> brasileiros, case sobre<br />
refugiados ganha 18 Leões<br />
“Demais!”<br />
Monica Gelbecke<br />
“Que coisa mais linda, time!”<br />
Lucas Sfair<br />
Post: Em parceria com R/GA,<br />
Bra<strong>de</strong>sco apresenta seu banco<br />
digital Next<br />
“Eu curto muito os trampos da R/<br />
GA, mas, sendo sincero, a experiência<br />
<strong>de</strong> navegar está muito confusa.”<br />
Tiago Ramon<br />
Post: Ana Couto, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Ana Couto Branding, respon<strong>de</strong><br />
se o <strong>de</strong>sign é capaz <strong>de</strong><br />
potencializar a conexão entre<br />
marcas e pessoas e revela se o<br />
marketing ce<strong>de</strong>u lugar à gestão<br />
<strong>de</strong> marcas.<br />
“Que show!”<br />
Marcelo Campos<br />
Post: Deu ruim? Pongo apresenta<br />
histórias para Rei do iPhone<br />
“Pongo e Rei do iPhone com o propósito<br />
<strong>de</strong> trazer transparência e responsabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> volta ao mercado!”<br />
Yggor Araújo<br />
Twitter<br />
Tweet: Jornais dos EUA querem<br />
negociar coletivamente com Google<br />
e Facebook<br />
“Embate ‘ jornalístico’: #Google e #Facebook<br />
x jornais dos EUA!”<br />
Lidia Wagner<br />
Disqus (comentários no site <strong>de</strong> 8 a<br />
14 <strong>de</strong> <strong>julho</strong>)<br />
Post: O Fisital e as Experiências<br />
Imersivas. e-agora?<br />
“De todos os ví<strong>de</strong>os, eu só conhecia<br />
o do algoritmo para fabricar cerveja.<br />
Alguns exemplos parecem ter vindo<br />
<strong>de</strong> um episódio <strong>de</strong> ‘Black Mirror’! Ao<br />
mesmo tempo que consi<strong>de</strong>ro fascinante,<br />
sinto um certo receio sobre o<br />
uso da inteligência artificial.”<br />
Meire Torres<br />
Post: [Ví<strong>de</strong>o] O <strong>de</strong>sign é capaz<br />
<strong>de</strong> potencializar a conexão entre<br />
marcas e pessoas?<br />
“Mais do mesmo... Puros neologismos...<br />
Marca é marca: função, posicionamento,<br />
imagem, valores, a<strong>de</strong>quação,<br />
nicho e valor. Prateleiras<br />
com produtos similares aos montes<br />
sempre existiram há tempos. A diferenciação<br />
se faz e sempre se fez<br />
necessária. Nada mudou, só se transformou.”<br />
Ruy Nogueira<br />
última Hora<br />
AUDIÊNCIA<br />
Com base em dados do Google<br />
Analytics, títulos do portfólio<br />
do Grupo Abril na internet<br />
acumularam no último mês<br />
<strong>de</strong> junho uma audiência <strong>de</strong><br />
90,5 milhões <strong>de</strong> visitantes.<br />
Veja contabilizou 195,5<br />
milhões, Exame 19,3 milhões e<br />
M<strong>de</strong>mulher <strong>17</strong>,4 milhões. Veja<br />
Rio registrou um crescimento<br />
<strong>de</strong> 126%, com seus 6,9 milhões<br />
<strong>de</strong> visitantes.<br />
CONCORRÊNCIA<br />
O governo <strong>de</strong> Santa Catarina<br />
está em processo <strong>de</strong> seleção<br />
<strong>de</strong> agência. A verba anual para<br />
todas as secretarias é <strong>de</strong> R$<br />
95 milhões, 18% menor do<br />
que a concorrência anterior.<br />
A entrega das propostas com<br />
planejamento, mídia e criação<br />
está prevista para o dia 29 <strong>de</strong><br />
agosto.<br />
dorinHo<br />
1º SEMESTRE<br />
“Com compras a prazo<br />
retornando, volta a produção<br />
e se gera empregos <strong>de</strong> pessoas<br />
que precisam e querem<br />
consumir. Ou seja, anunciantes<br />
que enxergaram que este<br />
ciclo po<strong>de</strong> e vai voltar já estão<br />
investindo em planejamento,<br />
distribuição, melhoras no<br />
produto e serviço e precificação,<br />
inovação, lançamento futuro<br />
<strong>de</strong> novas linhas. Enfim, quem<br />
está usando este tempo<br />
para correr, vai colher frutos<br />
logo mais”. O <strong>de</strong>poimento é<br />
<strong>de</strong> Marcio Oliveira, CEO da<br />
Lew’Lara\TBWA e um dos vicepresi<strong>de</strong>ntes<br />
da Abap (Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong>). Ele<br />
acrescenta ainda: “Clientes e<br />
agências que estudaram seus<br />
segmentos perceberam que o<br />
Brasil está quase pronto para<br />
voltar a crescer”.<br />
Post: Bra<strong>de</strong>sco mostra materialização<br />
do conceito “Pra Frente”<br />
em campanha<br />
“Mais uma no ar!”<br />
Gabriel Garrastazu<br />
Post: Folha <strong>de</strong> S.Paulo lança 7ª<br />
coluna em projeto para Gol<br />
“O anúncio é para exemplificar como<br />
o passageiro se sente na poltrona:<br />
apertado.”<br />
Bruno Torres<br />
Post: “Crise não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sculpa<br />
para a inércia, diz presi<strong>de</strong>nte<br />
da ABP<br />
“Concordo plenamente.”<br />
Wagner Feriatto<br />
Post: Cinco dicas para otimizar<br />
campanhas no Facebook<br />
“Não tem discussão!”<br />
Israel Lucas<br />
Post: “O mundo mudou. Mudou?”<br />
“Extraordinariamente especial é Roberto<br />
Duailibi na Guatemala. Lembramo-nos<br />
com carinho e admiração.”<br />
Mario Alfredo Gonzalez<br />
Errata<br />
Diferentemente do publicado na coluna<br />
Inspiração, intitulada Viver com<br />
relevância (<strong>edição</strong> 2653), a autora<br />
Fabiana Schaeffer é “mãe <strong>de</strong> dois<br />
filhos e também <strong>de</strong> ‘uma filha’ <strong>de</strong> <strong>17</strong><br />
anos, a Netza”.<br />
6 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark
Pelo 2º ano consecutivo a TOTAL EXPRESS é finalista do<br />
PRÊMIO E-COMMERCE BRASIL 20<strong>17</strong>!<br />
DESSA VEZ TEM DOBRADINHA NA LISTA DE INDICAÇÕES PARA A FINAL:<br />
PROFISSIONAL DE LOGÍSTICA:<br />
BRUNO TORTORELLO,<br />
DIRETOR GERAL DA TOTAL EXPRESS<br />
EMPRESA FORNECEDORA:<br />
TOTAL EXPRESS<br />
MELHOR EMPRESA DE<br />
ENTREGAS PARA E-COMMERCE<br />
ACESSE O SITE:<br />
www.premioecommercebrasil.com.br,<br />
CLIQUE NA CATEGORIA LOGÍSTICA E VOTE!<br />
www.totalexpress.com.br
mercado<br />
Jornais americanos se unem para<br />
negociar com Google e Facebook<br />
News Media Alliance, que representa os veículos, vai ao Congresso pedir<br />
para entrar em acordo sobre conteúdo diretamente com gigantes digitais<br />
Claudia Penteado<br />
NMA (News Media Alliance)<br />
que representa dois mil<br />
A<br />
jornais americanos – entre eles<br />
New York Times, Wall Street<br />
Journal, News Corp, Cox Media<br />
e Gannett – <strong>de</strong>cidiram apelar<br />
ao Congresso americano para<br />
autorizar o setor a negociar coletivamente<br />
com os dois gigantes<br />
digitais, Facebook e Google,<br />
que hoje dominam a distribuição<br />
<strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong> notícias<br />
online com enormes vantagens<br />
comerciais. Segundo a NMA,<br />
a intenção é buscar um mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> negócios <strong>de</strong> longo prazo<br />
que favoreça o jornalismo local<br />
e produzido pelas redações dos<br />
veículos americanos. Cerca <strong>de</strong><br />
60% dos integrantes da entida<strong>de</strong><br />
são jornais com circulação <strong>de</strong><br />
25 mil exemplares ou menos.<br />
O confronto com os gigantes<br />
do mundo digital vem da constatação,<br />
segundo David Chavern,<br />
presi<strong>de</strong>nte e CEO da NMA,<br />
<strong>de</strong> que o domínio do tráfego <strong>de</strong><br />
notícias online e a consequente<br />
receita que advém da distribuição<br />
<strong>de</strong>sse conteúdo geram um<br />
duopólio que obriga os produtores<br />
<strong>de</strong> conteúdo a se submeterem<br />
a suas regras e contribuem<br />
para a comoditização da notícia,<br />
abrindo espaço para as notícias<br />
falsas, muitas vezes difíceis <strong>de</strong><br />
diferenciar do resto. “Uma legislação<br />
que permita negociar<br />
coletivamente vai resolver problemas<br />
que hoje reduzem a saú<strong>de</strong><br />
e a qualida<strong>de</strong> da indústria <strong>de</strong><br />
mídia”, diz Chavern. O pedido<br />
foi feito no último dia 10 e quer a<br />
isenção temporária das normas<br />
antitruste para po<strong>de</strong>r enfrentar<br />
o duopólio que hoje controla<br />
mais <strong>de</strong> 70% dos US$ 72 bilhões<br />
em gastos em publicida<strong>de</strong> por<br />
ano nos Estados Unidos.<br />
Segundo reportagem publicada<br />
no jornal Folha <strong>de</strong> S.Paulo<br />
semana passada, o Facebook<br />
teria apresentado uma proposta<br />
para incluir na ferramenta<br />
Instant Articles os veículos que<br />
cobram assinatura digital, mas<br />
Erik Khalitov/iStock<br />
NMA, que representa jornais americanos, como New York Times, foi ao Congresso pedir autorização para negociar com os gigantes<br />
permitem algum tipo <strong>de</strong> acesso<br />
gratuito. Em parceria com os<br />
veículos <strong>de</strong> mídia, o Facebook<br />
estaria negociando implementar<br />
dois formatos já presentes na<br />
indústria <strong>de</strong> jornais: o paywall<br />
poroso, que libera <strong>de</strong>z ou mais<br />
textos; e freemium, grupos <strong>de</strong><br />
conteúdo aberto e fechado. Os<br />
veículos controlariam o conteúdo<br />
e conseguiriam acessar todos<br />
os dados dos assinantes.<br />
O Google, por sua vez, divulgou<br />
o financiamento <strong>de</strong> 107 projetos<br />
<strong>de</strong> jornalismo em 27 países<br />
europeus, <strong>de</strong> jornais como “Publico”,<br />
da Espanha, e “Deutsche<br />
Welle”, da Alemanha. Em nota,<br />
o Google afirmou querer ajudar<br />
os veículos jornalísticos a terem<br />
sucesso na transição para o digital.<br />
Em 27 <strong>de</strong> junho, a União Europeia<br />
multou o Google em 2,42<br />
bilhões <strong>de</strong> euros por favorecer o<br />
próprio servidor <strong>de</strong> comparador<br />
<strong>de</strong> preços. O Parlamento alemão<br />
também aprovou uma lei<br />
que estabelece multas <strong>de</strong> até 50<br />
milhões <strong>de</strong> euros para as re<strong>de</strong>s<br />
sociais que não apagarem conteúdo<br />
falso, calunioso ou <strong>de</strong> ódio<br />
“Uma legislação<br />
qUe permita<br />
negociar<br />
coletivamente<br />
vai resolver<br />
problemas qUe<br />
hoje redUzem<br />
a saú<strong>de</strong> e a<br />
qUalida<strong>de</strong> da<br />
indústria<br />
<strong>de</strong> mídia”<br />
em menos <strong>de</strong> 24 horas.<br />
Nos últimos <strong>de</strong>z anos, tanto<br />
Google quanto Facebook adquiriram<br />
inúmeras empresas <strong>de</strong><br />
inteligência <strong>de</strong> dados. No caso<br />
do Google, algumas são Red Hot<br />
Labs, Adometry, Spi<strong>de</strong>r.io, Admeid<br />
e Invite Media. No caso do<br />
Facebook, a empresa comprou<br />
Atlas Solutions, LiveRail, CrowdTangle,<br />
Rel8tion, entre outras.<br />
Paul Doyle, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> políticas públicas da NMA,<br />
afirma que o problema é global,<br />
uma vez que Google e Facebook<br />
se tornaram intermediários entre<br />
publishers, anunciantes e<br />
consumidores.<br />
“A eles foi permitido, sem<br />
qualquer interferência das leis<br />
anti-trust, adquirir empresas<br />
para coletar dados em <strong>de</strong>vices,<br />
produtos e serviços e entregar<br />
publicida<strong>de</strong> segmentada para os<br />
consumidores. Como eles têm<br />
acesso a bilhões <strong>de</strong> consumidores,<br />
e ainda oferecendo ferramentas<br />
tão sofisticadas, acabam<br />
levando 71% do investimento<br />
em digital nos EUA”, comenta<br />
Boyle.<br />
8 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark
ESCOLHA<br />
Os melhores fornecedores do Brasil<br />
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MERCADO<br />
Riotur inicia processo <strong>de</strong> licitação<br />
para o Réveillon e o Carnaval 2018<br />
Intenção é ampliar a verba privada nas duas festas populares da cida<strong>de</strong><br />
fluminense; órgão afirma que i<strong>de</strong>ia é dar mais visibilida<strong>de</strong> às marcas<br />
Claudia Penteado<br />
Riotur publicou no Diário<br />
A Oficial do Município do<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro nas últimas duas<br />
semanas convocações para<br />
empresas interessadas em patrocinar<br />
as duas maiores festas<br />
populares do Rio <strong>de</strong> Janeiro: o<br />
Réveillon e o Carnaval <strong>de</strong> 2018.<br />
No caso do Réveillon, a Riotur<br />
abriu a convocação para<br />
empresas interessadas em patrocinar<br />
a festa na Praia <strong>de</strong> Copacabana<br />
e em outros palcos<br />
espalhados pela cida<strong>de</strong>, que<br />
cobrirá 12 dias – <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />
<strong>de</strong> 20<strong>17</strong> a 6 <strong>de</strong> janeiro<br />
<strong>de</strong> 2018. Foram disponibilizadas<br />
sete cotas <strong>de</strong> patrocínio,<br />
sendo uma para um apresentador<br />
máster. A prefeitura espera<br />
arrecadar R$ 30 milhões e<br />
uma empresa será selecionada<br />
para produzir o evento. A festa<br />
também será televisionada<br />
<strong>de</strong> maneira inédita para o resto<br />
do mundo e, após a queima <strong>de</strong><br />
fogos, haverá um gran<strong>de</strong> show<br />
internacional. A entrega das<br />
propostas é no dia 7 <strong>de</strong> agosto.<br />
No caso do Carnaval, as propostas<br />
para aquisição das 13<br />
cotas <strong>de</strong> patrocínio (uma <strong>de</strong><br />
R$ 20 milhões, duas <strong>de</strong> R$ 8<br />
milhões e <strong>de</strong>z <strong>de</strong> R$ 2 milhões<br />
cada) <strong>de</strong>vem ser entregues<br />
em sessão pública na Riotur,<br />
em 15 <strong>de</strong> agosto, às 15h. A intenção<br />
é ampliar o volume <strong>de</strong><br />
patrocínios privados à gran<strong>de</strong><br />
festa, inclusive o <strong>de</strong>sfile das<br />
Escolas <strong>de</strong> Samba na Sapucaí.<br />
De acordo com o documento,<br />
o “chamamento público” contempla<br />
a festa em seus eventos<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>staque, como o <strong>de</strong>sfile <strong>de</strong><br />
Blocos <strong>de</strong> Embalo e Enredo na<br />
Avenida Chile, o <strong>de</strong>sfile da Inten<strong>de</strong>nte<br />
Magalhães, o Baile<br />
da Cinelândia, o Terreirão do<br />
Samba, Palcos e Bailes Populares,<br />
os Blocos <strong>de</strong> Rua e algumas<br />
proprieda<strong>de</strong>s no <strong>de</strong>sfile das escolas<br />
<strong>de</strong> samba na Marquês <strong>de</strong><br />
Sapucaí.<br />
Marcelo Alves, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Riotur, explica que, no<br />
Convocação para patrocinar o Réveillon é para festa em Copacabana e também para outros palcos espalhados pela cida<strong>de</strong><br />
ano que vem, a intenção é dar<br />
maior visibilida<strong>de</strong> às empresas<br />
patrocinadoras, esten<strong>de</strong>ndo a<br />
festa para <strong>de</strong>z dias, com vários<br />
shows musicais, entretenimento<br />
e <strong>de</strong>monstrações artísticas.<br />
Também foi criado um plano<br />
<strong>de</strong> mídia nacional para os três<br />
meses anteriores ao evento.<br />
“Quando se faz uma festa para<br />
mais <strong>de</strong> 6 milhões <strong>de</strong> pessoas<br />
durante uma semana, é claro<br />
que as marcas querem participar.<br />
Mas querem participar tendo<br />
retorno. Têm interesse pela<br />
exposição e pelo consumo. O<br />
que fizemos foi um gran<strong>de</strong> planejamento<br />
estratégico <strong>de</strong> marketing,<br />
cujas marcas terão um<br />
gran<strong>de</strong> retorno”, explica.<br />
Nos últimos seis anos, o<br />
Carnaval trabalhava com o<br />
chamado “Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Encargos”,<br />
em que patrocinadores se<br />
responsabilizavam por custos<br />
operacionais como a limpeza.<br />
A visibilida<strong>de</strong> no Carnaval <strong>de</strong><br />
rua, por exemplo, acabava contemplando<br />
uma única empresa<br />
patrocinadora máster – no caso<br />
“Marcas usaM<br />
e abusaM do<br />
Marketing <strong>de</strong><br />
eMboscada, e<br />
sereMos rigorosos<br />
coM as que não<br />
foreM parceiras<br />
nesse nosso<br />
gran<strong>de</strong> projeto<br />
<strong>de</strong> Marketing”<br />
wenht/iStock<br />
a Antarctica – e a organização<br />
da festa teve durante estes<br />
anos uma única empresa organizadora,<br />
a Dream Factory. O<br />
formato gerava polêmica e reclamações<br />
principalmente dos<br />
blocos <strong>de</strong> rua, que não podiam<br />
buscar outros patrocínios para<br />
melhorar a infraestrutura <strong>de</strong><br />
seus <strong>de</strong>sfiles.<br />
Alves afirma que, no ano que<br />
vem, haverá muito rigor em relação<br />
às marcas com visibilida<strong>de</strong><br />
na festa <strong>de</strong> uma maneira geral.<br />
“Marcas usam e abusam do<br />
marketing <strong>de</strong> emboscada, e seremos<br />
rigorosos com as que não<br />
forem parceiras nesse nosso<br />
gran<strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> marketing”,<br />
avisa. No caso das escolas <strong>de</strong><br />
samba, no lugar <strong>de</strong> receber R$<br />
2 milhões da prefeitura, como<br />
no ano passado, cada escola<br />
receberá R$ 1 milhão do po<strong>de</strong>r<br />
público e R$ 500 mil <strong>de</strong> patrocinadores.<br />
Com menos dinheiro,<br />
terão <strong>de</strong> se adaptar e ter menos<br />
carros alegóricos: cinco no<br />
lugar <strong>de</strong> seis, volume máximo<br />
permitido até o ano passado.<br />
10 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark
MErcaDo<br />
Dalton Pastore será homenageado<br />
no Fórum <strong>de</strong> Marketing Empresarial<br />
Extenso trabalho na publicida<strong>de</strong> coloca o executivo entre os nomes<br />
mais reconhecidos pelo evento promovido por Li<strong>de</strong> e Editora Referência<br />
Currículo e história no mercado publicitário<br />
não são problemas para Dalton<br />
Pastore. O executivo é um dos homenageados<br />
do 8º Fórum <strong>de</strong> Marketing Empresarial,<br />
promovido pelo Grupo Li<strong>de</strong> e a Editora<br />
Referência (que editora o PROPMARK e<br />
as revistas Propaganda e Marketing) justamente<br />
pelos anos <strong>de</strong>dicados ao marketing<br />
e à propaganda.<br />
A li<strong>de</strong>rança, hoje exercida na diretoria<br />
executiva da ESPM, é uma das marcas da<br />
trajetória <strong>de</strong> Pastore, que já foi presi<strong>de</strong>nte<br />
da Abap (Associação Brasileira <strong>de</strong> Agências<br />
<strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong>) e atual presi<strong>de</strong>nte do<br />
ForCom (Fórum Permanente da Indústria<br />
da Comunicação). Participar <strong>de</strong> um evento<br />
como o Fórum <strong>de</strong> Marketing, <strong>de</strong> acordo<br />
com Pastore, é uma honra e proporciona<br />
gran<strong>de</strong> reconhecimento <strong>de</strong> sua carreira.<br />
“Já tive a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer um gran<strong>de</strong><br />
caminho na publicida<strong>de</strong> e é uma consagração<br />
maravilhosa receber esse prêmio.<br />
É o reconhecimento dos seus pares<br />
e é o que todo profissional e empresário<br />
mais almeja”.<br />
A carreira <strong>de</strong> Pastore começou quando<br />
ele era redator em agências como Fator,<br />
Santos&Santos, Propeg e Artplan. No<br />
entanto, foi na Ogilvy que fez história ao<br />
<strong>de</strong>dicar 15 anos <strong>de</strong> trabalho à agência. Por<br />
lá atuou nas posições <strong>de</strong> atendimento e<br />
planejamento, e chegou à presidência da<br />
operação brasileira. Depois disso, migrou<br />
para o Grupo Abril, on<strong>de</strong> foi diretor-geral<br />
da editora Primavera da Argentina e, logo<br />
<strong>de</strong>pois, diretor-geral <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> da<br />
Abril Brasil. Mais tar<strong>de</strong>, fundou a Carillo<br />
Pastore, mais tar<strong>de</strong> Euro RSCG.<br />
De acordo com Pastore, o setor da comunicação<br />
e do marketing estão passando<br />
por uma revolução como há muito tempo<br />
não ocorria. Essa transformação, segundo<br />
ele, envolve mídias consagradas, novas<br />
plataformas que ainda não estão provadas<br />
e a nova forma <strong>de</strong> fazer marketing. “Além<br />
disso, envolve a maneira <strong>de</strong> se relacionar<br />
com o consumidor e essa transformação<br />
trouxe um cenário muito mais complexo<br />
do que qualquer outro que tenhamos visto<br />
no passado. Por isso, o <strong>de</strong>bate proporcionado<br />
pelo Fórum é não só importante,<br />
mas vital e fundamental. Quanto mais<br />
conseguirmos discutir esse cenário, mais<br />
chances temos <strong>de</strong> encontrar soluções viáveis<br />
da necessida<strong>de</strong>, cada vez maior, <strong>de</strong><br />
fazer marketing e comunicação”.<br />
A presidência da ESPM passou para as<br />
mãos <strong>de</strong> Dalton em janeiro <strong>de</strong> 20<strong>17</strong>. O Con-<br />
Dalton Pastore: “É o reconhecimento dos seus pares e é o que todo profissional e empresário mais almeja”<br />
“ElE mErEcE aplausos<br />
pEla sua modErnização<br />
E prEocupação tanto no<br />
aspEcto institucional<br />
quanto formal”<br />
selho Deliberativo da escola, li<strong>de</strong>rado por<br />
Armando Ferrentini, diretor-presi<strong>de</strong>nte<br />
da Editora Referência, e um dos organizadores<br />
do Fórum, optou por algumas<br />
mudanças na escola diante do momento<br />
<strong>de</strong> crise que assola o Brasil. “Dalton tem<br />
a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> juntar pessoas importantes,<br />
que exercem suas ativida<strong>de</strong>s em<br />
diferentes segmentos da socieda<strong>de</strong>, tanto<br />
Alê Oliveira<br />
no âmbito empresarial quanto no profissional.<br />
Ele também tem um olhar político<br />
indispensável para dirigir uma escola que<br />
não possui donos, mas que pertence ao<br />
mercado. Fizemos uma escolha excelente<br />
para a escola”, comenta Ferrentini. “Ele<br />
merece aplausos pela sua mo<strong>de</strong>rnização e<br />
preocupação tanto no aspecto institucional<br />
quanto formal, porque é uma escola <strong>de</strong><br />
comunicação que <strong>de</strong>ve mostrar para todos<br />
o seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> transformação<br />
e inovação”.<br />
Pastore <strong>de</strong>fine o novo momento <strong>de</strong> sua<br />
carreira à frente da ESPM como um retorno<br />
à juventu<strong>de</strong>. “Esse foi um gran<strong>de</strong> presente<br />
que recebi e estou muito feliz, porque<br />
venho a trabalhar com o mesmo nível<br />
<strong>de</strong> satisfação <strong>de</strong> quando tinha 20 anos e<br />
trabalhava no <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> criação<br />
das agências. Estou me sentindo jovem <strong>de</strong><br />
novo”, celebra o homenageado. O 8º Fórum<br />
<strong>de</strong> Marketing Empresarial será realizado<br />
<strong>de</strong> 18 a 20 <strong>de</strong> agosto, no Hotel Sofitel<br />
Jequitimar, no Guarujá (litoral paulista).<br />
12 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark
mercAdo<br />
Agências buscam soluções para<br />
cenário econômico mais frágil<br />
Anunciantes que estão ativos na mídia garantem resultados melhores<br />
às suas fonecedoras <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e, também, contabilizam ROI e lucro<br />
Paulo Macedo<br />
Com a economia em estado<br />
<strong>de</strong> atenção nos últimos três<br />
anos, o mercado publicitário assimilou<br />
o golpe <strong>de</strong> forma sintomática.<br />
Os principais sinais são<br />
diminuição <strong>de</strong> faturamento,<br />
corte <strong>de</strong> pessoal, comprometimento<br />
da rentabilida<strong>de</strong>, investimentos<br />
adiados e baixa retenção<br />
<strong>de</strong> talentos, por exemplo.<br />
Se não bastasse, as agências<br />
ainda convivem com a adaptação<br />
às novas <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> comunicação,<br />
caudatárias da era<br />
digital, novos comportamentos<br />
<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> mídia, pé<br />
no freio <strong>de</strong> alguns anunciantes<br />
e rejeição ao jeito vigente<br />
<strong>de</strong> fazer publicida<strong>de</strong>.<br />
O consenso é que o ano<br />
<strong>de</strong> 20<strong>17</strong> não está sendo nada<br />
fácil e a contaminação da<br />
economia pelo ambiente<br />
político potencializa o clima<br />
<strong>de</strong>sfavorável. Anunciantes<br />
mais ativos, porém, estão<br />
tendo retorno sobre seus investimentos<br />
(ROI) e garantindo<br />
fôlego à operação das<br />
suas agências. Projetos especiais<br />
também estão na pauta,<br />
como tática <strong>de</strong> sobrevivência<br />
e a<strong>de</strong>quação a uma nova realida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> negócios.<br />
Na avaliação do empresário<br />
Bob Vieira da Costa, sócio da<br />
nova/sb, este é o pior ano dos<br />
14 anos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s da agência.<br />
“Houve uma redução drástica<br />
<strong>de</strong> investimentos em publicida<strong>de</strong><br />
e essa verba não foi<br />
redirecionada para outras disciplinas<br />
<strong>de</strong> comunicação. Nunca<br />
vivemos um momento com<br />
essa intensida<strong>de</strong>. É uma ducha<br />
<strong>de</strong> água fria, porque a publicida<strong>de</strong><br />
é uma ativida<strong>de</strong> que<br />
requer investimentos constantes,<br />
principalmente em<br />
tecnologia e recursos humanos.<br />
Reduzimos 12% do<br />
quadro e o projeto<br />
Comunica que<br />
Aurélio Lopes, da FCB, que recomenda<br />
mais constância e consistência<br />
Fotos: Alê Oliveira e Divulgação<br />
Fernando Musa, do Grupo Ogilvy: “Mais seis meses <strong>de</strong> muito trabalho e muita emoção”<br />
“país<br />
ultrapassado em<br />
infraestrutura,<br />
legislação, carga<br />
tributária,<br />
corrupção e o etc.<br />
que quisermos<br />
colocar aqui”<br />
Muda caiu 50%. O faturamento<br />
teve redução <strong>de</strong> 18%. Tivemos<br />
a conquista da Petrobras, uma<br />
verba <strong>de</strong> R$ 220 milhões dividida<br />
com CCP, Calia/Y2 e Fields.<br />
Nossa fortaleza é fazer uma entrega<br />
criativa diferenciada. Não<br />
po<strong>de</strong>mos nos <strong>de</strong>scuidar do produto”,<br />
explicou Bob.<br />
O ambiente inóspito para a<br />
publicida<strong>de</strong>, a indústria que<br />
movimenta as outras indústrias,<br />
tem impacto no branding<br />
das agências. Para exibir diferenciação<br />
em um momento <strong>de</strong><br />
transição, adotam vários discursos<br />
para mostrar que estão<br />
antenadas. Os principais são<br />
tecnologia, inovação e a<strong>de</strong>rência<br />
ao digital. “O Brasil não conheceu<br />
uma crise tão violenta<br />
como essa. O mercado vive o<br />
que chamo <strong>de</strong> tempesta<strong>de</strong> perfeita.<br />
Muita gente recolheu os<br />
flaps para esperar a crise passar.<br />
A vantagem da SalveTribal<br />
é que ela é já nasceu como fruto<br />
<strong>de</strong>ssa transformação que o mercado<br />
vive e ela é maior do que<br />
a cautela que a crise econômica<br />
provoca. Sentimos a crise, mas<br />
estamos dando nosso jeito. Um<br />
<strong>de</strong>les é buscar novos negócios<br />
<strong>de</strong>ntro dos atuais. Acabamos<br />
<strong>de</strong> ganhar a conta da GetNet, a<br />
maquininha <strong>de</strong> crédito e débito<br />
do Santan<strong>de</strong>r”, diz Alcir Gomes<br />
Leite, presi<strong>de</strong>nte da agência.<br />
O primeiro semestre po<strong>de</strong>ria<br />
ter sido uma ponte para um<br />
segundo melhor, mas os imbróglios<br />
institucionais trouxeram<br />
<strong>de</strong> volta a incerteza. Mas, na<br />
14 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark
avaliação <strong>de</strong> Eduardo Simon,<br />
CEO da DPZ&T, as empresas que<br />
investiram em mídia tiveram<br />
retorno. “Há ajustes, mas quem<br />
anunciou colheu bons resultados”,<br />
resume ele, acrescentando:<br />
“Setores que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />
crédito para girar não tiveram<br />
boa performance, mas bancos,<br />
varejo <strong>de</strong> alimentos e beleza,<br />
por exemplo, capturaram share.<br />
Estamos buscando novas formas<br />
<strong>de</strong> remuneração através <strong>de</strong><br />
projetos especiais”.<br />
Eduardo Lorenzi, da Publicis: aposta em integração<br />
interferênciA<br />
Conquistar contas é antídoto<br />
para qualquer crise. Fernanda<br />
Antonelli, CCO da mcgarrybowen,<br />
que acaba <strong>de</strong> ganhar a<br />
área <strong>de</strong> consultoria <strong>de</strong> beleza<br />
da Natura, tem motivos para<br />
comemorar, mas reconhece que<br />
mudar <strong>de</strong> rumo a cada nova<br />
notícia interfere na operação.<br />
“Outro fator importante é que<br />
o nosso negócio é movido por<br />
i<strong>de</strong>ias. Acreditamos no po<strong>de</strong>r<br />
<strong>de</strong>las para ajudar nossos clientes<br />
a atingir seus objetivos <strong>de</strong><br />
negócio. Hoje há uma gran<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scrença por parte <strong>de</strong> profissionais<br />
mais jovens, que querem<br />
sair do país”, observa Fernanda.<br />
“O acontecimento mais marcante<br />
para a Propeg neste primeiro<br />
semestre foi a vitória na<br />
licitação da Petrobras. A chegada<br />
da conta vai ampliar nossa<br />
atuação no Rio <strong>de</strong> Janeiro, on<strong>de</strong><br />
já aten<strong>de</strong>mos a Prefeitura e o<br />
Governo do Estado. Novos profissionais<br />
se juntarão ao time,<br />
o que vai nos permitir também<br />
buscar mais clientes”, disse Vitor<br />
Barros, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />
atendimento e gestão da Propeg,<br />
reforçando que novos negócios<br />
ativam o ambiente positivo<br />
da agência.<br />
Depois <strong>de</strong> um 2016 “morno”,<br />
nas palavras <strong>de</strong> Aurélio<br />
Lopes, presi<strong>de</strong>nte da FCB Brasil<br />
e chairman da re<strong>de</strong> na América<br />
Latina, houve retomada este<br />
ano. A conquista mais recente<br />
é a da incorporadora Brooksfield<br />
e há um novo conceito<br />
estratégico para a agência: We<br />
are makers. “Estamos fechando<br />
o primeiro semestre com<br />
números acima das previsões.<br />
Ganhamos seis clientes novos<br />
e tivemos surpresas positivas<br />
com aumento <strong>de</strong> investimento<br />
em alguns importantes clientes<br />
da agência. Constância e consistência<br />
são duas palavras que<br />
apren<strong>de</strong>mos a transformar em<br />
atitu<strong>de</strong>s. Apren<strong>de</strong>mos também<br />
a acreditar que das ameaças po<strong>de</strong>m<br />
surgir novas oportunida<strong>de</strong>s.<br />
Os indicadores econômicos<br />
hoje estão melhores do que o<br />
cenário político do país. O Brasil<br />
tem um gran<strong>de</strong> mercado consumidor.<br />
Portanto, muitas oportunida<strong>de</strong>s.<br />
Tentamos diminuir<br />
a interferência da política nos<br />
negócios dos nosso clientes”,<br />
enfatiza Lopes.<br />
Rodolfo Medina, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Artplan, recomenda atenção<br />
às <strong>de</strong>mandas internas, gestão<br />
<strong>de</strong> pessoas e foco nos clientes.<br />
“Em um momento <strong>de</strong> transição<br />
<strong>de</strong> mercado, como agência, temos<br />
o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rar estas<br />
conversas e pensar em soluções<br />
que vão além da comunicação,<br />
as quais possam estar cada vez<br />
mais próximas dos clientes, <strong>de</strong><br />
forma que estes nos enxerguem<br />
como um parceiro integrador e<br />
enten<strong>de</strong>dor <strong>de</strong> seus negócios”,<br />
relata Medina. “Em 2013, junto<br />
com nossa equipe, traçamos<br />
metas claras <strong>de</strong> pensamento <strong>de</strong><br />
como a Artplan estaria em 2018.<br />
Isso fez com que estivéssemos<br />
mais preparados e maduros<br />
para lidar com o atual cenário,<br />
que requer muito aprendizado,<br />
trabalho e inovação. Este cenário<br />
macroeconômico bastante<br />
<strong>de</strong>safiador apresenta oportunida<strong>de</strong>s<br />
para empresas mais consolidadas<br />
e, neste sentido, tem<br />
Queirós, da DM9: “Papel da propaganda é mover a economia”<br />
Gal Barradas, da BETC/Havas: “Repensar a remuneração”<br />
“este cenário<br />
macroeconômico<br />
bastante<br />
<strong>de</strong>safiador<br />
apresenta<br />
oportunida<strong>de</strong>s”<br />
permitido que possamos passar<br />
por este período confiantes e<br />
dando continuida<strong>de</strong> aos planos<br />
traçados”, prosseguiu Medina.<br />
A Ogilvy incorporou ao seu<br />
portfólio <strong>de</strong> negócios as marcas<br />
Méliuz, CCAA, Leão (Coca-Cola<br />
Brasil), Telhanorte, Printi e Vale.<br />
Há motivos para comemoração<br />
do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> negócios?<br />
Fernando Musa, presi<strong>de</strong>nte do<br />
Grupo Ogilvy Brasil, respon<strong>de</strong>:<br />
“Estamos trabalhando bem com<br />
os clientes, apesar dos <strong>de</strong>safios<br />
econômicos, políticos e sociais<br />
do país. Ganhamos novos clientes,<br />
tivemos uma performance<br />
excelente em Cannes com trabalhos<br />
gran<strong>de</strong>s e emblemáticos<br />
como Meninas fortes, <strong>de</strong> Nescau,<br />
que trouxe o primeiro Glass<br />
Lion para o Brasil. Lançamos<br />
e implementamos os Content<br />
Studios aqui na agência e também<br />
<strong>de</strong>ntro do cliente. E temos<br />
ainda, pelo visto, mais seis meses<br />
<strong>de</strong> muito trabalho e muita<br />
emoção. Rentabilida<strong>de</strong> não é só<br />
um <strong>de</strong>safio da nossa indústria,<br />
mas <strong>de</strong> praticamente todos que<br />
trabalham e têm uma operação<br />
<strong>de</strong> qualquer coisa num país ultrapassado<br />
em infraestrutura,<br />
legislação, carga tributária, corrupção<br />
e o etc. que quisermos<br />
colocar aqui”.<br />
feliz<br />
Ainda sobre rentabilida<strong>de</strong>,<br />
Fernando Figueiredo, sócio<br />
e CEO da Bullet, é suscinto:<br />
“Quando implantamos a nossa<br />
mesa <strong>de</strong> compras, conseguimos<br />
buscar os objetivos <strong>de</strong> saving do<br />
cliente, sem machucar a nossa<br />
Figueiredo, da Bullet: “Saving do cliente, mas sem afetar margem”<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 15
mercAdo<br />
Fotos: Divulgação<br />
margem. Assim, todo mundo<br />
fica feliz”. Gal Barradas, sócia<br />
e co-CEO da Betc/Havas, complementa:<br />
“Precisamos, nós e<br />
os clientes, repensar a questão<br />
da remuneração do nosso mercado.<br />
Somos <strong>de</strong> uma indústria<br />
criativa e não do mercado <strong>de</strong><br />
commodities. No mercado <strong>de</strong><br />
commodities, os produtos são<br />
bem <strong>de</strong>finidos e comparáveis,<br />
e o valor no mercado po<strong>de</strong> ser<br />
<strong>de</strong>finido por pressão <strong>de</strong> oferta<br />
e <strong>de</strong>manda. Para nós, é o contrário:<br />
o que direciona o valor<br />
no nosso negócio são ativos intangíveis,<br />
que precisam ter alto<br />
índice <strong>de</strong> diferenciação, lidando<br />
com um número muito maior<br />
<strong>de</strong> hipóteses”.<br />
A Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong><br />
equilibrou-se no cenário caótico<br />
brasileiro com conquistas <strong>de</strong><br />
contas como Bra<strong>de</strong>sco, Fiat, Extra<br />
e Bayer Animal, por exemplo.<br />
“A entrada <strong>de</strong> novos players<br />
e as novas <strong>de</strong>mandas dos clientes<br />
requerem transformações.<br />
Isso traz <strong>de</strong>safios e oportunida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> negócios que as agências<br />
precisam estar preparadas para<br />
explorar”, relata o co-CEO Marcio<br />
Toscani.<br />
A Lew’Lara\TBWA, segundo o<br />
CCO Felipe Luchi, se empenhou<br />
na busca por soluções. “Temos<br />
a pressão natural <strong>de</strong> uma época<br />
<strong>de</strong> crise, mas também os <strong>de</strong>safios<br />
que a indústria vem enfrentando<br />
globalmente. Algumas<br />
empresas <strong>de</strong> tecnologia oscilam<br />
em tratar as agências ora como<br />
parceiros, ora como atravessadores,<br />
o que é absurdo, dada a<br />
quantida<strong>de</strong> dos nossos investimentos<br />
em ferramentas <strong>de</strong> pesquisa,<br />
criativida<strong>de</strong> e em talento<br />
humano. As concorrências<br />
focadas em preço não foram<br />
poucas, o que também impacta<br />
Simon, da DPZ&T: “Buscando novas formas <strong>de</strong> remuneração”<br />
Fernanda, da mcgarrybowen: “Negócio é movido por i<strong>de</strong>ias”<br />
no nosso trabalho. Se olharmos<br />
para as re<strong>de</strong>s varejistas, nos últimos<br />
quatro anos foram feitas<br />
seguidas concorrências, muitas<br />
vezes mais <strong>de</strong> uma para a mesma<br />
re<strong>de</strong>. Isso é resultado <strong>de</strong><br />
relações insustentáveis, quando<br />
os preços praticados não cobrem<br />
a entrega exigida para a<br />
marca continuar competitiva”,<br />
pon<strong>de</strong>ra Luchi.<br />
rAnking<br />
O retorno <strong>de</strong> Nizan Guanaes<br />
à DM9 foi elemento <strong>de</strong> ativação<br />
à operação, que saltou do<br />
24º lugar para o 14º lugar no<br />
ranking do Kantar Ibope Media<br />
neste primeiro semestre, além<br />
<strong>de</strong> conquistar Ambev Institucional,<br />
Veja, Hoteis.com, Subaru,<br />
Lipton Chá Quente e Sempre<br />
Livre Global. “Temos visto<br />
dados recentes do aumento da<br />
poupança no Brasil, isso indica<br />
que o consumidor está cauteloso,<br />
preferindo guardar dinheiro<br />
a consumir. E o papel da propaganda<br />
é mover a economia.<br />
Ficamos felizes em ver dados<br />
positivos da indústria, que logo<br />
vão impactar o varejo. É essa<br />
dinâmica econômica, da qual<br />
“apesar da<br />
instabilida<strong>de</strong>,<br />
sentimos que os<br />
clientes enten<strong>de</strong>m<br />
que precisam<br />
continuar”<br />
estamos inseridos, que mais impacta<br />
na operação <strong>de</strong> qualquer<br />
empresa brasileira. Dentro do<br />
nosso negócio, fatores internos<br />
se resumem na animação das<br />
pessoas”, diz Paulo Cesar Queiroz,<br />
presi<strong>de</strong>nte da DM9.<br />
Derrubar muros e investir em<br />
integração é binômio essencial<br />
para Eduardo Lorenzi, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> planejamento da Publicis.<br />
“Além disso, trouxemos<br />
novas competências para <strong>de</strong>ntro<br />
da Publicis, como Conteúdo,<br />
BI, UX, SEO e Desenvolvimento<br />
<strong>de</strong> Tecnologia”, <strong>de</strong>staca Lorenzi.<br />
“Nos últimos dois anos, estivemos<br />
em uma constante <strong>de</strong><br />
crescimento em todos os nossos<br />
KPIs. Chegamos agora em<br />
Toscani, da LBTM: “Desafios e novas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios”<br />
Vieira da Costa: “Houve redução drástica <strong>de</strong> investimentos”<br />
uma nova fase do nosso plano<br />
<strong>de</strong> negócios, que é mexer em<br />
time que está ganhando. Tendo<br />
alcançado um patamar interessante<br />
<strong>de</strong> receita, vamos agora<br />
abordar todas as nossas oportunida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> melhorias internas<br />
em todos os sentidos. Começamos,<br />
na semana passada, um<br />
trabalho com uma consultoria,<br />
que foi planejado durante<br />
cinco meses. Esse trabalho vai<br />
nos ajudar a avaliar e otimizar<br />
os nossos processos internos e<br />
<strong>de</strong> estrutura, visando melhorar<br />
a nossa entrega para os clientes,<br />
por um lado, e aumentar<br />
a produtivida<strong>de</strong> do tempo dos<br />
nossos profissionais, por outro.<br />
Um espírito muito forte, que é<br />
um valor pessoal do presi<strong>de</strong>nte<br />
Hugo Rodrigues e se reflete na<br />
nossa cultura organizacional, é<br />
que nunca estamos satisfeitos<br />
e, muito menos, acomodados”,<br />
disse mais Lorenzi.<br />
Para Guga Valente, chairman<br />
do Grupo ABC, após a estagnação<br />
<strong>de</strong> 2016, o primeiro semestre<br />
<strong>de</strong>ste ano tinha tudo para ser<br />
temerário. “Apesar da instabilida<strong>de</strong>,<br />
sentimos que os clientes<br />
enten<strong>de</strong>m que precisam continuar<br />
e o mercado está se estabilizando<br />
<strong>de</strong>pois da maior recessão<br />
do país. Estamos avançando<br />
e crescendo”, diz.<br />
Sergio Gordilho, co-CEO e<br />
CCO da Africa, do Grupo ABC,<br />
afirma que uma das soluções é<br />
buscar novos negócios. “Com<br />
Natura, por exemplo, só neste<br />
ano, conquistamos oito novos<br />
produtos. Alem disso, ganhamos<br />
a conta <strong>de</strong> Itaucard,<br />
Mac&Cheese, da Kraft Heinz, e<br />
Chama. Apresentamos a nova<br />
área da Africa, o Pulse Data Moment,<br />
que marca uma transformação<br />
cultural na agência e já<br />
está trazendo excelentes resultados<br />
junto a nossos clientes.<br />
Há a situação que o país vive, <strong>de</strong><br />
instabilida<strong>de</strong> e incertezas. Isso<br />
interfere não só na nossa indústria,<br />
mas em todos os setores”,<br />
finaliza Gordilho.<br />
16 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark
mercAdo<br />
ABA faz análise das relações entre<br />
anunciantes e jovens profissionais<br />
Projeto Millennials foi <strong>de</strong>lineado pela instituição e consolidado pelo<br />
Ipsos; um dos insights é que as empresas precisam ser always beta<br />
Paulo Macedo<br />
ABA (Associação Brasileira <strong>de</strong> Anunciantes)<br />
convocou o instituto Ipsos<br />
A<br />
para consolidar uma pesquisa com representantes<br />
das áreas <strong>de</strong> marketing, comunicação,<br />
responsabilida<strong>de</strong> social, recursos<br />
humanos e relações públicas <strong>de</strong> empresas<br />
anunciantes para compreen<strong>de</strong>r sua relação<br />
com jovens profissionais. A instituição fez<br />
o <strong>de</strong>senho, organizou e elaborou o questionário<br />
do Projeto Millennials no ano passado,<br />
uma das principais frentes do ABAca<strong>de</strong>my.<br />
Nas palavras <strong>de</strong> Sandra Martinelli,<br />
presi<strong>de</strong>nte-executiva da entida<strong>de</strong>, o estudo<br />
vai “i<strong>de</strong>ntificar os aspectos comportamentais<br />
e gerar insights e conhecimento sobre<br />
essa geração”.<br />
A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r o perfil <strong>de</strong><br />
quem vai estar à frente das marcas no futuro<br />
é corajosa, afinal muitos tratam esses<br />
profissioais como juvenis. Além disso, são<br />
consumidores. “Estudos como esse ajudam<br />
a compreen<strong>de</strong>r melhor o pensar e agir<br />
<strong>de</strong>sses jovens, suas expectativas e como<br />
promover maior engajamento <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e<br />
práticas no dia a dia das organizações. Os<br />
millennials atuam e enten<strong>de</strong>m o mercado<br />
profissional, por meio da quebra <strong>de</strong> paradigmas<br />
e questionamento das relações<br />
como se dão atualmente. Eles se adaptam<br />
muito bem ao ambiente altamente competitivo<br />
das empresas e o DNA digital permite<br />
que sejam rápidos, dinâmicos, estabeleçam<br />
re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relacionamento positivas e exerçam<br />
forte influência no estilo <strong>de</strong> vida da<br />
socieda<strong>de</strong>”, pon<strong>de</strong>ra Sandra.<br />
Ela acrescenta: “Os millennials se conectam<br />
com o universo das marcas anunciantes<br />
<strong>de</strong> forma interativa e dinâmica. O fácil<br />
acesso à informação por meio <strong>de</strong> diferentes<br />
tecnologias e o fato <strong>de</strong> terem crescido<br />
ligados à internet e às re<strong>de</strong>s sociais exige<br />
das empresas maior transparência e, nesse<br />
sentido, volto a <strong>de</strong>stacar a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> as marcas terem propósitos autênticos<br />
e posicionados <strong>de</strong> forma clara. Outro ponto<br />
importante é a forma como lidam com<br />
o divertimento e a <strong>de</strong>scontração em vários<br />
momentos do cotidiano, incluindo as<br />
ativida<strong>de</strong>s relacionadas ao trabalho. Desta<br />
forma, as marcas que proporcionarem entretenimento<br />
e bom conteúdo terão maiores<br />
chances <strong>de</strong> conquistar essa geração.<br />
Este caminho é bastante promissor para os<br />
anunciantes e está bastante alinhado com o<br />
que vimos recentemente no Festival Internacional<br />
<strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong> Cannes Lions”.<br />
“Os millennials<br />
atuam e enten<strong>de</strong>m<br />
O mercadO<br />
prOfissiOnal, pOr<br />
meiO da quebra<br />
<strong>de</strong> paradigmas”<br />
Sandra Martinelli, presi<strong>de</strong>nte-executiva da ABA, <strong>de</strong>staca que Projeto Millennials é uma das frentes da ABAca<strong>de</strong>my<br />
Divulgação<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> <strong>17</strong>
eyond the line<br />
Divulgação<br />
Que propaganda é essa?!<br />
As agências precisam se habituar a um<br />
processo <strong>de</strong> criação que extrapola formas<br />
Alexis Thuller PAgliArini<br />
Dois dos cases mais premiados em Cannes<br />
este ano têm muita coisa em comum.<br />
Ambos foram originados da i<strong>de</strong>ia<br />
da criação <strong>de</strong> um personagem forte. Não<br />
aquele personagem criado para estrelar<br />
campanhas, como o saudoso Baixinho da<br />
Kaiser, o Garoto Bombril ou, ainda, o Bom<br />
<strong>de</strong> Boca, da Cepacol. São personagens em<br />
três dimensões.<br />
Por incrível coincidência, esses dois cases,<br />
que ganharam milhões <strong>de</strong> views, likes e<br />
compartilhamentos nas re<strong>de</strong>s sociais, são...<br />
estátuas. Sim, estátuas produzidas por artistas<br />
plásticas. Ambas foram expostas ao<br />
público e geraram intensa comoção. Refiro-<br />
-me a Fearless Girl (Garota sem medo), case<br />
ganhador <strong>de</strong> nada menos do que quatro<br />
Grand Prix, além <strong>de</strong> muitos ouros, pratas<br />
e bronzes; e o Graham, ganhador <strong>de</strong> dois<br />
Grand Prix e também outros Leões em diversas<br />
categorias.<br />
E o que esses cases fantásticos têm mais<br />
em comum? Eles não foram objetos <strong>de</strong> uma<br />
campanha publicitária convencional. Não<br />
foram julgados anúncios, filmes ou outras<br />
peças publicitárias. Sua força está representada<br />
pela materialização <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ia.<br />
Literalmente! Materialização expressa em<br />
figuras em 3D, vistas e admiradas por milhões<br />
<strong>de</strong> pessoas pelo mundo inteiro (na<br />
verda<strong>de</strong>, foram mais <strong>de</strong> 1 bilhão <strong>de</strong> views<br />
<strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>las).<br />
Peças que se sobressaíram pela sua forma,<br />
mas também por outros fortes motivos.<br />
Impactaram pela sua pertinência e relevância<br />
para muitas pessoas.<br />
A primeira, expressando o empo<strong>de</strong>ramento<br />
feminino <strong>de</strong> forma impactante e<br />
inequívoca. Um grupo financeiro cria um<br />
fundo formado só por empresas li<strong>de</strong>radas<br />
por mulheres e, para divulgá-lo, encomenda<br />
uma estátua <strong>de</strong> uma garota em posição<br />
altiva e corajosa e a instala, exatamente no<br />
Dia da Mulher, em frente ao famoso touro<br />
<strong>de</strong> Wall Street, numa posição <strong>de</strong> sereno enfrentamento.<br />
Não há mulher que não se projete naquela<br />
garota corajosa. A estátua foi concebida<br />
para ficar por um período naquele lugar,<br />
mas já há petições para fazê-la permanente,<br />
com o apoio até do prefeito <strong>de</strong> Nova<br />
York. Que outra campanha po<strong>de</strong>ria impac-<br />
tar mais as mulheres, público-alvo da State<br />
Street?<br />
Foquemos agora a outra estátua: o<br />
Graham. Vendo suas campanhas <strong>de</strong> prevenção<br />
<strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes caírem na mesmice,<br />
apesar do uso <strong>de</strong> imagens chocantes <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes,<br />
a Transport Acci<strong>de</strong>nt Commission<br />
Victoria, órgão responsável pela segurança<br />
<strong>de</strong> trânsito do estado <strong>de</strong> Victoria, da Austrália,<br />
lança mão <strong>de</strong> um recurso diferente.<br />
Encomenda a criação do único “ser” que<br />
po<strong>de</strong>ria resistir à maioria dos aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />
carro, o Graham.<br />
Com o apoio <strong>de</strong> um cirurgião especializado<br />
em traumas <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e <strong>de</strong> um engenheiro<br />
<strong>de</strong> trânsito, uma artista plástica cria<br />
uma figura que estaria imune aos aci<strong>de</strong>ntes.<br />
O resultado é uma estátua com traços humanos,<br />
mas muito mais parecida com horrendos<br />
seres do imaginário <strong>de</strong> ficção, <strong>de</strong> outras<br />
galáxias. O recado está dado: se você não se<br />
parece com o Graham, tome cuidado ao dirigir,<br />
porque você po<strong>de</strong> se ferir seriamente.<br />
Pois bem, duas i<strong>de</strong>ias fantásticas foram<br />
criadas por excelente agências: McCann<br />
New York e Clemenger BBDO, <strong>de</strong> Melbourne<br />
– esta última a Agência do Ano do Cannes<br />
Lions 20<strong>17</strong>.<br />
Mas a questão é a seguinte: são elas agências<br />
<strong>de</strong> propaganda? Sim, e das melhores!<br />
Mas que propaganda é essa? Supostamente,<br />
os publicitários não <strong>de</strong>veriam se ater às<br />
expressões típicas <strong>de</strong> campanhas publicitárias?<br />
E a resposta é simples: não mais!<br />
As agências precisam se habituar a um<br />
processo <strong>de</strong> criação que extrapola formas<br />
convencionais. A boa i<strong>de</strong>ia é aquela que<br />
impacta, envolve, engaja e mobiliza, sem se<br />
restringir a formatos e convenções.<br />
A partir <strong>de</strong>ssa constatação, outras questões<br />
aparecem. Como são remuneradas as<br />
agências que geram i<strong>de</strong>ias como essas? Por<br />
um percentual sobre o custo da estátua?!<br />
Nossas escolas estão formando profissionais<br />
com esse <strong>de</strong>scondicionamento <strong>de</strong><br />
raciocínio? Essa nova propaganda reflete a<br />
essência do termo, que vem do latim: Propagare,<br />
que significa multiplicar, por produção<br />
ou geração.<br />
Essa é a verda<strong>de</strong>ira propaganda. Acostumemo-nos<br />
a ela.<br />
Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />
da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Agências<br />
<strong>de</strong> Propaganda)<br />
alexis@fenapro.org.br<br />
18 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark
diGitAl<br />
Google Earth e O2 Filmes levam<br />
público para vivenciar a Amazônia<br />
Projeto feito com tecnologia <strong>de</strong> imersão reúne histórias interativas e<br />
mostra diferentes aspectos da região, on<strong>de</strong> vivem 27 milhões <strong>de</strong> pessoas<br />
Jéssica Oliveira<br />
Não é tão fácil ver <strong>de</strong> perto<br />
a Amazônia, seja pela distância,<br />
pelos custos ou mesmo<br />
pelo tempo hábil para visitá-la.<br />
Além <strong>de</strong> distante, para muitos,<br />
ela é uma terra misteriosa e fora<br />
da realida<strong>de</strong>, mas ela é parte<br />
fundamental <strong>de</strong> todos, por<br />
meio <strong>de</strong> uma conexão essencial<br />
com o ambiente.<br />
Porém, agora há uma nova<br />
possibilida<strong>de</strong> para aproximar o<br />
restante do país <strong>de</strong> um <strong>de</strong> seus<br />
maior patrimônio. Na semana<br />
passada, o Google Earth apresentou,<br />
como parte da renovação<br />
feita em abril, o projeto<br />
Eu Sou Amazônia. A iniciativa<br />
quer levar as pessoas a se aventurarem<br />
no coração da maior<br />
floresta tropical do mundo com<br />
a tecnologia <strong>de</strong> imersão do núcleo<br />
Outras Telas, da O2 Filmes,<br />
que mistura ví<strong>de</strong>o, mapas, áudio<br />
e realida<strong>de</strong> virtual em 360°.<br />
São 11 histórias interativas<br />
que abordam diferentes aspectos<br />
da região, on<strong>de</strong> vivem 27<br />
milhões <strong>de</strong> pessoas e há uma<br />
vasta diversida<strong>de</strong> cultural. Os<br />
moradores da floresta contam<br />
as suas histórias, algumas <strong>de</strong>las<br />
produzidas pelo cineasta<br />
brasileiro Fernando Meirelles.<br />
O material está disponível para<br />
<strong>de</strong>sktops e dispositivos móveis<br />
em g.co/EuSouAmazonia. A<br />
i<strong>de</strong>ia é que essas ferramentas<br />
imersivas, ao levar ao público<br />
a realida<strong>de</strong> da floresta e dos<br />
povos que lá vivem, também<br />
sensibilizem as pessoas sobre a<br />
importância da preservação e o<br />
impacto negativo das mudanças<br />
climáticas.<br />
“A Amazônia ainda é <strong>de</strong>sconhecida.<br />
Às vezes, pensamos<br />
nela como um gran<strong>de</strong> pedaço<br />
ver<strong>de</strong>, nem sempre vamos<br />
além disso. O que esse projeto<br />
mostra é que há muito na Amazônia.<br />
Po<strong>de</strong>mos ver no mapa a<br />
evolução do <strong>de</strong>smatamento, o<br />
impacto da existência das florestas<br />
no PIB da América Latina<br />
versus outros continentes.<br />
Eu Sou Amazônia mostra a vida <strong>de</strong> vários<br />
povos indígenas que vivem na região<br />
“O que esse<br />
prOjetO mOstra<br />
é que há muitO<br />
na amazônia”<br />
Fotos: Divulgação<br />
E a única forma <strong>de</strong> ter acesso<br />
a tanta informação só po<strong>de</strong> ser<br />
uma plataforma como o Google<br />
Earth, que integra todos os<br />
conteúdos com uma navegação<br />
atraente para o público”, afirma<br />
Janaina Augustin, diretora do<br />
Outras Telas.<br />
Ao ver as histórias é possível,<br />
por exemplo, conhecer a ca<strong>de</strong>ia<br />
<strong>de</strong> produção <strong>de</strong> iguarias da floresta,<br />
ver como comunida<strong>de</strong>s<br />
se reestruturaram com esforços<br />
sustentáveis e acompanhar o<br />
cotidiano dos quilombolas.<br />
Outra novida<strong>de</strong> foi feita em<br />
parceria com o Instituto Socioambiental.<br />
O Google Earth<br />
publica um atlas das terras<br />
indígenas no Brasil e <strong>de</strong> seus<br />
habitantes, com histórias contadas<br />
por eles. Povos indígenas,<br />
como os Tembé e os Paiter<br />
Suruí, falam como usam<br />
tecnologias <strong>de</strong> monitoramento<br />
para proteger seus territórios<br />
<strong>de</strong> exploração ilegal e <strong>de</strong>smatamento.<br />
Essas histórias são o<br />
resultado <strong>de</strong> um projeto que começou<br />
em 2007, quando o cacique<br />
Almir, da tribo Paiter Suruí,<br />
<strong>de</strong>scobriu o Google Earth e propôs<br />
uma parceria. O projeto foi<br />
ampliado para 30 comunida<strong>de</strong>s<br />
da Amazônia. Os 472 territórios<br />
indígenas brasileiros existentes<br />
também foram integrados ao<br />
Google Maps.<br />
Para Janaina, o EuSouAmazonia<br />
traz uma forma <strong>de</strong><br />
pensar em storytelling para<br />
tecnologias. “Esse é um bom<br />
exemplo <strong>de</strong> como as marcas<br />
po<strong>de</strong>m trabalhar com inovação,<br />
e chegar no público que<br />
consome essas tecnologias,<br />
sem usar somente as mídias<br />
tradicionais”, afirma.<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 19
entrevista<br />
Hermann alex maHnke<br />
não queremos<br />
ser uma marca<br />
sem opinião<br />
formada<br />
No ano passado, a General Motors investiu<br />
mais <strong>de</strong> R$ 1,1 bilhão em publicida<strong>de</strong>,<br />
valor 36% maior que os R$ 820 milhões<br />
aportados no ano anterior. A estratégia<br />
ajudou a garantir a manutenção da empresa na<br />
li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> vendas <strong>de</strong> carros no país. Foram<br />
emplacados 345.874 veículos em 2016. Nesta<br />
entrevista, o diretor <strong>de</strong> marketing Mercosul da GM,<br />
Hermann Alex Mahnke, fala sobre as mudanças<br />
que a Chevrolet fez na estrutura <strong>de</strong> marketing<br />
na América Latina, com foco na comunicação<br />
das marcas <strong>de</strong> um portfólio praticamente novo.<br />
Suzi Cavalari<br />
– Especial para o PrOPMarK<br />
Quais as novida<strong>de</strong>s da General Motors<br />
para este ano?<br />
Muitas. Aproveitamos o Salão<br />
do Automóvel <strong>de</strong> Buenos Aires<br />
para lançar o Equinox, que começará<br />
a ser vendido em outubro.<br />
Nunca havíamos feito isso. Em<br />
mercados mais <strong>de</strong>senvolvidos,<br />
como Europa e Estados Unidos,<br />
apresenta-se o carro com pelo<br />
menos um ano <strong>de</strong> antecedência.<br />
Porém em mercados em <strong>de</strong>senvolvimento,<br />
como o caso do Brasil,<br />
isso é feito bem mais próximo<br />
do lançamento por preocupação<br />
<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r venda do mo<strong>de</strong>lo atual.<br />
Estamos mudando nosso jeito <strong>de</strong><br />
fazer marketing. Ainda não chegamos<br />
ao horizonte <strong>de</strong> um ano,<br />
até porque esse carro foi lançado<br />
recentemente nos Estados Unidos,<br />
mas já existe uma diferença.<br />
O segmento <strong>de</strong> utilitário esportivo<br />
tem crescido tanto que já representa<br />
20% do mercado brasileiro.<br />
Na GM, o segmento equivale a<br />
12%. Existe uma migração gran<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> sedans para esse tipo <strong>de</strong> veículo.<br />
Há <strong>de</strong>z anos, só havia uma categoria<br />
<strong>de</strong> utilitários esportivos,<br />
que eram os gran<strong>de</strong>s. Hoje em<br />
dia, a indústria já criou subsegmentos:<br />
os pequenos, os médios,<br />
como a Equinox, que vem substituir<br />
a Captiva, e os gran<strong>de</strong>s. Nosso<br />
objetivo é se posicionar em cada<br />
um <strong>de</strong>les e temos focado nisso.<br />
Quais os investimentos feitos pela<br />
empresa neste ano?<br />
Não consigo informar os valores<br />
absolutos. A Chevrolet está<br />
passando por um momento muito<br />
interessante. Historicamente<br />
sempre brigamos na terceira posição<br />
do mercado. Mudamos nossa<br />
estratégia, posicionamento e<br />
investimos em produto. São R$ 13<br />
bilhões <strong>de</strong> aportes <strong>de</strong> 2014 a 2019<br />
para renovar praticamente todo<br />
nosso portfólio. Lamentavelmente,<br />
junto com isso veio a crise.<br />
Nosso negócio <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> volume<br />
é o que dilui os custos e investimentos.<br />
Tínhamos expectativa<br />
<strong>de</strong> um mercado <strong>de</strong> 3,5 milhões <strong>de</strong><br />
veículos por ano no Brasil, atual-<br />
mente esse montante está em 2<br />
milhões, mas não paramos <strong>de</strong> investir.<br />
Cremos que nosso momento<br />
é agora, o mercado é cíclico e<br />
essa crise vai passar. Investimos<br />
ainda em atendimento ao cliente,<br />
além <strong>de</strong> comunicação para conseguir<br />
contar nossa história.<br />
Ano passado, a GM aumentou 36% os<br />
investimentos em mídia. Por quê?<br />
Estamos adotando essa crise<br />
como oportunida<strong>de</strong>, parece<br />
clichê, mas não é. Há três anos,<br />
éramos a terceira marca, hoje somos<br />
lí<strong>de</strong>res, com quatro pontos<br />
percentuais à frente do segundo<br />
colocado. Isso é consequência do<br />
portfólio novo e também da nossa<br />
estratégia <strong>de</strong> mercado agressiva.<br />
Onix é o carro mais vendido do<br />
país, por exemplo. Enten<strong>de</strong>mos<br />
que, por meio da experiência que<br />
proporcionamos aos nossos clientes,<br />
iremos ven<strong>de</strong>r mais, sendo<br />
uma marca que aten<strong>de</strong> às necessida<strong>de</strong>s<br />
dos consumidores. Temos<br />
aumentado o investimento em<br />
mídia porque, apesar dos 93 anos<br />
<strong>de</strong> Brasil, temos marcas extremamente<br />
jovens, como Cruze, Onix e<br />
Spin, que nasceram em 2012. Temos<br />
métricas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e saú<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> marca, sabemos que ainda<br />
não chegamos on<strong>de</strong> queremos,<br />
mas temos crescido nos atributos<br />
<strong>de</strong> marca. Tudo começa com produto,<br />
não adianta ter uma campanha<br />
fantástica sem um produto<br />
que chancele isso, <strong>de</strong>pois passa<br />
por comunicação.<br />
Quanto é investido em comunicação<br />
e marketing?<br />
Não posso te falar esse número<br />
aberto assim, mas somos os<br />
maiores investidores do segmento.<br />
Entramos no pacote <strong>de</strong> mídia<br />
da Globo, que é um investimento<br />
substancial. Preciso trazer conhecimento<br />
para que meus clientes<br />
tenham experiência com minhas<br />
marcas. Este ano, já comuniquei<br />
Tracker, Cruze, S10, Onix e farei<br />
com Equinox, marcas que estão<br />
construindo essa nova história da<br />
Chevrolet.<br />
Quais estratégias <strong>de</strong> comunicação?<br />
Uma mudança gran<strong>de</strong> foi nosso<br />
reposicionamento <strong>de</strong> marca,<br />
em 2013 (passaram a adotar o Find<br />
New Roads), quando <strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong><br />
ser uma marca local para ser global,<br />
inclusive com os nomes dos<br />
produtos. Por exemplo, Corsa,<br />
Meriva e Vectra eram marcas que<br />
só existiam no Brasil, abrimos<br />
mão <strong>de</strong>ssas marcas superpo<strong>de</strong>rosas,<br />
foi tecnicamente uma loucura,<br />
inclusive na velocida<strong>de</strong> que<br />
fizemos. Após esse movimento,<br />
passamos a nos posicionar. Não<br />
queremos ser uma marca sem<br />
opinião formada sobre a realida<strong>de</strong><br />
ou ainda sobre o mundo que vivemos.<br />
Exemplo disso foi que tomamos<br />
partido na campanha da S10<br />
em prol do agronegócio. Houve<br />
polêmica que colocamos pólvora<br />
no relacionamento do empresário<br />
do agronegócio com o ambientalista.<br />
Assim também na campanha<br />
do Cruze, que pregamos<br />
o fim da corrupção com um voto<br />
a favor da mudança, nas urnas.<br />
Trouxemos elementos como a sonora<br />
da urna eletrônica, o trajeto<br />
do veículo passando por prédios<br />
da Petrobras, BNDES...Tracker foi<br />
o primeiro <strong>de</strong>ssa série, produzido<br />
no ano passado, com o mote <strong>de</strong><br />
retomar o que é seu por direito,<br />
não foi pensado, mas ficou em linha<br />
com o projeto Cida<strong>de</strong> Linda,<br />
re<strong>de</strong>scobrindo as belezas <strong>de</strong> São<br />
Paulo. Fizemos tudo isso embasados<br />
em pesquisas, não é possível<br />
aten<strong>de</strong>r todos os públicos,<br />
porém não dá para romper ruídos<br />
se não formos uma marca que se<br />
posiciona. Infelizmente, eventualmente,<br />
criamos algumas inimiza<strong>de</strong>s.<br />
Outra mudança que temos<br />
feito é <strong>de</strong> que a mídia seja o drive<br />
da criativida<strong>de</strong>.<br />
“Temos<br />
errado<br />
basTanTe e<br />
aprendido<br />
com esses<br />
erros”<br />
20 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark
Como assim?<br />
Quem <strong>de</strong>fine como vai ser a<br />
publicida<strong>de</strong>, quais serão as peças<br />
é nossa estratégia <strong>de</strong> mídia.<br />
Até abril, tínhamos o setup <strong>de</strong><br />
três agências: a Commonwealth//<br />
McCann, a Publicis, que faz toda<br />
parte <strong>de</strong> varejo, e a NBS, que fazia<br />
toda a nossa comunicação <strong>de</strong><br />
nível três (comunicação para os<br />
concessionários). Fizemos gran<strong>de</strong>s<br />
mudanças, migramos o planejamento<br />
<strong>de</strong> mídia (não a compra<br />
por causa da regulamentação)<br />
para a Carat (Grupo Dan). Quem<br />
faz hoje o nosso planejamento <strong>de</strong><br />
mídia <strong>de</strong> marca do nível um é a<br />
Carat. O que ganhamos? Uma expertise<br />
<strong>de</strong> ferramentas globais <strong>de</strong><br />
planejamento <strong>de</strong> mídia através <strong>de</strong><br />
contrato global com a Carat e também<br />
unificamos a comunicação<br />
<strong>de</strong> nível um, <strong>de</strong> marca, e <strong>de</strong> nível<br />
três, <strong>de</strong> concessionária. Com isso,<br />
somos mais efetivos no ambiente<br />
digital. Estamos alocando mais <strong>de</strong><br />
30% do nosso investimento no digital<br />
e não vamos parar por aí. Temos<br />
errado bastante e aprendido<br />
com esses erros, corrigindo muito<br />
rápido para evoluir em duas frentes:<br />
em relevância do canal digital<br />
e performance. São dois mundos<br />
distintos, apesar <strong>de</strong> sempre termos<br />
tratado como uma coisa só. A<br />
mídia é que me dará performance,<br />
e toda a estratégia <strong>de</strong> comunicação<br />
<strong>de</strong> marca, do outro lado. Se<br />
convergem eventualmente nos canais<br />
<strong>de</strong> buscas.<br />
Des<strong>de</strong> quando estão trabalhando <strong>de</strong>sta<br />
forma?<br />
Começamos este ano. Além da<br />
estratégia <strong>de</strong> migração do planejamento<br />
<strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> agências, temos<br />
uma estrutura digital nova.<br />
Contratamos em abril um diretor<br />
<strong>de</strong> marketing digital, focado em<br />
transacional e performance. O drive<br />
é encontrar o caminho nesse<br />
mundo novo que é o digital, em<br />
performance. No Salão do Automóvel<br />
<strong>de</strong> Buenos Aires, criamos<br />
uma sala para gerar conteúdo,<br />
igual fizemos na última <strong>edição</strong> em<br />
São Paulo. Com pessoas da Carat,<br />
da Chevrolet e CW (agência que<br />
aten<strong>de</strong> à conta da GM na Argentina),<br />
gerando conteúdo nas re<strong>de</strong>s<br />
sociais. Com base nisso, criamos o<br />
núcleo <strong>de</strong> mídias sociais, o primeiro<br />
fora dos Estados Unidos. Está<br />
situado na WMcCann, produzindo<br />
conteúdo a partir das interações<br />
nas mídias sociais.<br />
Houve uma reorganização no marketing<br />
da GM?<br />
Sim. Assumi o marketing América<br />
do Sul em maio <strong>de</strong> 2016. Junto<br />
com isso, o Brasil passou a ser headhunter<br />
América do Sul. Mas, até<br />
janeiro <strong>de</strong>ste ano, tínhamos sete<br />
operações. Fundimos em três: GM<br />
Andina – responsável por Colômbia<br />
e Equador; GM Central, no Chile<br />
- que respon<strong>de</strong> por Peru, Bolívia,<br />
Divulgação<br />
“ainda não<br />
chegamos<br />
on<strong>de</strong><br />
queremos,<br />
mas Temos<br />
crescido nos<br />
aTribuTos<br />
<strong>de</strong> marca”<br />
Paraguai e Uruguai; e Mercosul,<br />
que representa 80% das vendas na<br />
região - formado por Brasil e Argentina.<br />
É um mo<strong>de</strong>lo um pouco<br />
diferente <strong>de</strong> bloco comercial.<br />
Como estão os negócios da GM em<br />
tempos <strong>de</strong> crise econômica e queda<br />
nas vendas <strong>de</strong> veículos?<br />
Nossa expectativa, há cinco<br />
anos, era do dobro <strong>de</strong> volume<br />
vendido no Brasil atualmente.<br />
Em um ciclo normal, a troca <strong>de</strong><br />
carro é feita em média a cada<br />
três anos. Neste momento da indústria,<br />
essa troca po<strong>de</strong> chegar a<br />
cinco ou até <strong>de</strong>z anos. Estamos<br />
vivendo em um momento <strong>de</strong><br />
muitas incertezas <strong>de</strong>vido ao cenário<br />
político e econômico, mas<br />
otimista em relação ao segundo<br />
semestre e ao ano <strong>de</strong> 2018.<br />
A companhia anunciou projeto<br />
para li<strong>de</strong>rança em quilômetro<br />
rodado, além da venda do veículo.<br />
Por quê? Se alguém tem <strong>de</strong><br />
causar uma disruptura no negócio,<br />
que sejamos nós. Temos<br />
mudado a nossa filosofia <strong>de</strong> trabalho,<br />
<strong>de</strong>finimos os centros on<strong>de</strong><br />
colocamos nossos recursos para<br />
<strong>de</strong>senvolver e crescer. Nessa linha,<br />
nós estamos investindo em<br />
duas tecnologias: eletrificação e<br />
veículos autônomos.<br />
Por que a GM retirou o patrocínio da<br />
seleção brasileira <strong>de</strong> futebol?<br />
Estamos revendo investimentos<br />
por conta <strong>de</strong>sse momento em<br />
que vivemos. A parceria com a<br />
seleção é po<strong>de</strong>rosa, mas para sustentar<br />
o investimento em mídia a<br />
essas marcas jovens não cabia.<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 21
inspiração<br />
Conversas nova-iorquinas<br />
Cida<strong>de</strong> cosmopolita, que atrai turistas, revela sutilezas por<br />
meio <strong>de</strong> coisas simples, como um passeio no parque ou os<br />
reflexos nos edifícios espelhados; tudo inspira Renata Florio<br />
22 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark
Fotos: Clovis Aidar/Divulgação<br />
Renata Florio é Global Group<br />
Creative Director da Ogilvy<br />
& Mather, com base no<br />
escritório <strong>de</strong> Nova York<br />
Renata FloRio<br />
– especial para o PRoPMaRK<br />
Ela nem se dava conta que estava falando tão alto, ora subia<br />
o tom da voz, que alcançava um agudo quase insuportável,<br />
ora gargalhava a ponto <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r o fôlego e provocar uma tosse<br />
<strong>de</strong> cachorro.<br />
O cachorro que acabava <strong>de</strong> passar tão pouco se importava<br />
com a tosse da mulher ou com a mulher; seguia com sua postura<br />
altiva, autoconfiança <strong>de</strong> raça pura, malandragem <strong>de</strong> vira-lata,<br />
jogando charme para a ca<strong>de</strong>linha que vinha no sentido contrário.<br />
O charme funcionou e os dois bichos ficaram se cheirando,<br />
causando constrangimento aos respectivos donos. A <strong>de</strong>la, uma<br />
moça que não tinha mais que 25 anos, o <strong>de</strong>le, um rapaz <strong>de</strong> uns<br />
30, magricela e com cara <strong>de</strong> assustado.<br />
Depois <strong>de</strong> algumas voltas <strong>de</strong> coleira e várias outras cheiradinhas,<br />
os quatro se <strong>de</strong>spediram e, ao mesmo tempo, notaram as<br />
duas moças que se aproximavam.<br />
Seriam mo<strong>de</strong>los? A da direita com certeza, pensou a jovem<br />
dona da poodle, que agora se coçava intermitemente enquanto<br />
sua dona notava a saia longa, a blusa elegantemente <strong>de</strong>cotada,<br />
o cabelo preso em um nó no topo da cabeça e abrigava um belíssimo<br />
par <strong>de</strong> óculos escuros, tudo combinava tão bem naquela<br />
mulher. Mo<strong>de</strong>lo, com certeza.<br />
A moça da esquerda também po<strong>de</strong>ria ser uma mo<strong>de</strong>lo, mas<br />
não tinha a mesma classe. Usava um vestido branco, também<br />
longo, quase bonito. O rapaz, dono do cachorro pura-raça-vira-<br />
-lata pensava diferente. Achou a mulher da esquerda muito mais<br />
interessante que a mulher da direita. Quando ambas se <strong>de</strong>ram<br />
as mãos e se beijaram nos lábios ele seguiu seu caminho, assim<br />
como elas, assim como a moça do poodle, assim como a mulher<br />
ao telefone… bem, a mulher ao telefone não seguiu necessariamente<br />
o seu caminho, mas seguiu com a sua conversa.<br />
Continuava a falar, a dar risada e a tossir, sem se importar<br />
com o que passava ao redor. Nem o calor, o sol escaldante <strong>de</strong> 38<br />
graus, fazia com que ela parasse <strong>de</strong> falar. Num <strong>de</strong>terminado momento,<br />
falou tão rápido que parecia que ia engasgar, mas tomou<br />
um gole <strong>de</strong> água <strong>de</strong> uma garrafinha <strong>de</strong> plástico meio amassada<br />
e continuou.<br />
A garrafinha, apoiada na ponta do banco, tombou e rolou pelo<br />
chão, mas ela, mais uma vez, não se <strong>de</strong>u conta do que passava<br />
à sua volta. Lá se foi a garrafa, rolando até um casal <strong>de</strong> meia<br />
ida<strong>de</strong> que passeava com uma mulher <strong>de</strong> uns 30 e poucos anos,<br />
turistas na certa. O homem parou o percurso da garrafa com o<br />
pé, a mulher e a outra moça, filha do casal talvez (?), seguiram a<br />
caminhada, <strong>de</strong>ixando o elegante senhor para trás.<br />
Talvez por ser muito educado, talvez por se sentir na obrigação<br />
<strong>de</strong> ser civilizado enquanto visitava uma cida<strong>de</strong> tão mo<strong>de</strong>rna,<br />
o homem resolveu pegar a garrafa do chão. Examinou a embalagem<br />
como quem procura uma etiqueta com as informações<br />
do dono, essas que colocamos nas malas <strong>de</strong> viagem para o caso<br />
<strong>de</strong> se extraviarem, sempre esperando que nunca se percam,<br />
porque se elas se per<strong>de</strong>rem poucas são as chances <strong>de</strong> conseguirmos<br />
resgatá-las; a não ser que isso ocorra na Suécia: lá, se a sua<br />
mala se per<strong>de</strong>r, ela aparece na sua casa (ou hotel) no dia seguinte,<br />
intacta e entregue por um rapaz muito bonito e educado, que<br />
toca a campainha às 9 horas da manhã, exatamente no horário<br />
que a companhia aérea avisou que iria entregar.<br />
Mas no caso da garrafa não havia nenhuma informação com<br />
dados para retorno com caso <strong>de</strong> extravio, portanto o cavalheiro<br />
olhou em volta para encontrar a lata <strong>de</strong> lixo mais próxima.<br />
O som do navio passando ao fundo fez com que ele se virasse<br />
para o rio, para observar o gigante que dava ré(!). Ele se perguntou<br />
se era possível um navio <strong>de</strong> turismo conseguir dar ré, mas<br />
aí se lembrou que o navio é manobrado por uma outra barca,<br />
e quem o conduz nessas horas é um profissional chamado <strong>de</strong><br />
“prático”, aliás há que se ter muita prática para mover um edifício<br />
flutuante cheio <strong>de</strong> pessoas que planejaram e sonharam com<br />
essa viagem por dias a fio. Assim como ele sonhou e imaginou<br />
viajar com sua mulher e sua filha (que seguiram a caminhada<br />
sem notar que ele parara); conhecer a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Nova York e visitar<br />
os museus; caminhar pelas ruas e parques e observar os<br />
barcos e este navio passando no Rio Hudson, tudo tão limpo,<br />
nem um lixo no parque, só a garrafa <strong>de</strong> plástico, que ele jogou na<br />
lata <strong>de</strong> lixo, ao lado <strong>de</strong> uma mulher que falava sozinha sentada<br />
num banco, falava alto, gargalhava tanto que engasgava e tossia<br />
uma tosse <strong>de</strong> cachorro. Falava sozinha, é verda<strong>de</strong>, mas quem se<br />
importa, ele pensou, qual o problema <strong>de</strong> sentar num banco <strong>de</strong><br />
parque e falar sozinha por horas a fio? This is New York!<br />
Destino da garrafa<br />
Uma selva <strong>de</strong> pedra, como na foto principal à<br />
esquerda, é humanizada por boas conversas e<br />
experiências <strong>de</strong> gente que visitam Nova York.<br />
Cadê a pequena garrafa que estava aqui? Não<br />
vai encontrar. Já foi pro lixo. Atitu<strong>de</strong> sensorial<br />
assimilada sem pressão, natural.<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 23
We<br />
mkt<br />
BrianAJackson/iStock<br />
Who? What?<br />
Where? When?<br />
“Che bela cosa na<br />
jurnata ´e sole...”.<br />
Giovanni Capurro<br />
Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />
Now! Essa é a pergunta que não quer calar.<br />
O mundo político disruptou. Esse<br />
sim, disruptou <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. Nas diferentes<br />
partes do mundo. E, <strong>de</strong> repente, <strong>de</strong>u<br />
Trump. E quase todos acreditavam, sem<br />
muita animação, que Hillary era pule <strong>de</strong> 10.<br />
Não foi. Trump e seu Twitter. O “maluco e<br />
topetudo” fez o passarinho voltar a cantar.<br />
Emmanuel Macron era um ilustre <strong>de</strong>sconhecido,<br />
mundialmente; razoavelmente<br />
conhecido, localmente; e, absurdamente<br />
jovem. 39 anos. Para muitos, mais famoso<br />
por caminhar com uma “senhora” ao seu<br />
lado – sua mulher, 24 anos mais velha, que<br />
fora sua professora. A sua Brigitte. Brigitte<br />
Trogneux, 63 anos. Em menos <strong>de</strong> 24 meses,<br />
<strong>de</strong> quase <strong>de</strong>sconhecido a novo presi<strong>de</strong>nte<br />
da França, massacrando todos os <strong>de</strong>mais<br />
adversários.<br />
Menos <strong>de</strong> um mês <strong>de</strong>pois seu partido, A<br />
República em Marcha, ainda cheirando a<br />
tinta e com pouco mais <strong>de</strong> um ano <strong>de</strong> existência,<br />
opera um massacre ainda maior.<br />
Das 577 ca<strong>de</strong>iras da Assembleia Nacional da<br />
França, conquista 355. O velho Brasil agoniza.<br />
Tomara. Deve. Precisa. Existe o risco<br />
<strong>de</strong> recaída? Não, <strong>de</strong>finitivamente não existe.<br />
Vivemos o ressurgimento. O quarto ambiente<br />
– este, o primeiro criado pelo homem,<br />
a digisfera –, finalmente, começa a revelar o<br />
tsunami que está produzindo na biosfera.<br />
Enquanto os políticos tentam se salvar<br />
das bandalheiras das últimas três décadas,<br />
o mundo gira e a Lusitana roda. Leva <strong>de</strong>ntro<br />
a mudança. Dentro e fora. E não há quem<br />
impeça sua marcha. Em 15 meses, elegeremos<br />
o primeiro presi<strong>de</strong>nte da República do<br />
novíssimo Brasil. Quem será? Mínima i<strong>de</strong>ia.<br />
Talvez o João Doria? Po<strong>de</strong> ser. Mas meio <strong>de</strong>sgastado,<br />
combalido, uniformizado e datado.<br />
“Mes félicitations au Prési<strong>de</strong>nt Macron por<br />
sa victoire!”, manifestou-se. Ele, João, 59,<br />
para Emmanuel, 39. Talvez, tenha passado<br />
seu tempo? Ou não! Neste exato momento,<br />
os formadores <strong>de</strong> opinião se movimentam<br />
nos Estados Unidos. Enquanto Trump não<br />
se <strong>de</strong>strói pelo festival <strong>de</strong> improprieda<strong>de</strong>s e<br />
estultices – chegará lá –, tudo o que mais os<br />
preocupa são as eleições <strong>de</strong> 2020. Reeleger<br />
Trump nem por meio cacete.<br />
Democratas olham para seus quadros e<br />
só veem ela, Hilary. Definitivamente não<br />
vai dar pé. De novo? E se não ela, quem? Não<br />
tem. Correm para o ambiente corporativo.<br />
Se for homem, Howard Schultz, Mr. Starbucks;<br />
Mark Cuban, Dallas Maverick Owner e<br />
celebrida<strong>de</strong> no Shark Tank; ou, ainda, Bob<br />
Iger, Disney CEO. Se mulher, e por enquanto,<br />
Ophrah Winfrey. É o que nos aponta, numa<br />
primeira rodada, a revista Fast Company.<br />
De certa forma, em diferentes lugares do<br />
mundo, diferentes pessoas chegaram a uma<br />
mesma e única conclusão. Anunciada ao<br />
mundo décadas atrás por Charles <strong>de</strong> Gaulle:<br />
“A política é um assunto sério <strong>de</strong>mais para<br />
ser confiada aos políticos”. Ao menos, para<br />
os políticos do mundo velho.<br />
E enquanto não construirmos uma nova<br />
classe política, e, como estepes, profissionais<br />
e empresários competentes, íntegros,<br />
consagrados. Definitivamente nem o mais<br />
sensível dos humanos é capaz <strong>de</strong> imaginar o<br />
Brasil <strong>de</strong> amanhã. 2050, não, 2020. O Brasil e<br />
o mundo. As infinitas mudanças originárias<br />
e <strong>de</strong>correntes do microchip 4004 da Intel<br />
<strong>de</strong> 1971, a<strong>de</strong>nsam-se e aceleram-se. E é com<br />
esse espírito e perspectiva que <strong>de</strong>vemos<br />
encarar os nossos <strong>de</strong>safios, brasileiros, até<br />
o fim <strong>de</strong>sta década. Se sustentando na pinguela,<br />
como recomendou FHC; se necessário,<br />
nadando; mas sem consi<strong>de</strong>rar por uma<br />
única fração <strong>de</strong> segundo recorrer a velhas<br />
e lamentáveis soluções que nos trouxeram<br />
mal e precariamente até aqui, mas que não<br />
nos levarão a lugar outro que não seja à <strong>de</strong>struição<br />
total. É tudo o que eu consigo ver. E<br />
basta. Não necessário e insuficiente, mas o<br />
que temos para hoje. Como Elvis traduziu e<br />
cantou no Sole Mio, “It’s Now Or Never”. Tô<br />
<strong>de</strong>ntro!<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
famadia@madiamm.com.br<br />
24 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark
Apoio em São Paulo:<br />
Em 50 anos, muita coisa mudou na comunicação.<br />
Mas no Colunistas, a melhor i<strong>de</strong>ia sempre vence.<br />
A forma <strong>de</strong> fazer comunicação mudou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o Prêmio Colunistas nasceu em 1967.<br />
Mas os júris do Colunistas continuam, há 50 anos, buscando as melhores i<strong>de</strong>ias para<br />
valorizar e premiar.<br />
Inscreva os seus melhores trabalhos no Colunistas 50 anos.<br />
ANO 50<br />
HÁ 50 ANOS PREMIANDO A BOA IDEIA, A OUSADIA E A INOVAÇÃO.<br />
colunistas.com
Mídia<br />
Rádio Mix completa 20 anos e quer<br />
conquistar o ouvinte jovem adulto<br />
Emissora mo<strong>de</strong>rniza i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual e lança programas com tom<br />
opinativo para chamar a atenção <strong>de</strong> público que está “órfão” no dial<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
Em bolsos, relógios, tablets,<br />
TVs ou em qualquer outro<br />
<strong>de</strong>vice que possa reproduzir<br />
sons. É assim que a Mix se posiciona<br />
frente a sua audiência.<br />
A rádio, que faz parte do Grupo<br />
Mix, com Mega TV, Portal<br />
Virgula e Rádio Paradiso, completa<br />
20 anos este mês com a<br />
promessa <strong>de</strong> ir sempre on<strong>de</strong> o<br />
ouvinte estiver.<br />
Com 22 estações afiliadas, a<br />
re<strong>de</strong> nacional <strong>de</strong> emissoras <strong>de</strong><br />
rádio acompanha o público conectado<br />
com transmissões em<br />
suas re<strong>de</strong>s sociais, que atingem<br />
quase 3 milhões <strong>de</strong> usuários,<br />
player com streaming ao vivo<br />
e playlists especiais, além <strong>de</strong><br />
manter no site os principais<br />
programas on <strong>de</strong>mand.<br />
São mais <strong>de</strong> 400 mil ouvintes<br />
por mês, sendo que 36% <strong>de</strong>les<br />
acompanham a rádio pelo celular.<br />
De fevereiro a maio <strong>de</strong>ste<br />
ano, o público <strong>de</strong> 30 a 39 anos<br />
cresceu 5 pontos percentuais<br />
(<strong>de</strong> 23% para 28%), sendo 53%<br />
<strong>de</strong>sta audiência no público AB.<br />
Em comemoração às duas<br />
décadas, a Mix mo<strong>de</strong>rnizou a<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual da marca e<br />
lançou, no fim <strong>de</strong> junho, programas<br />
com temas variados,<br />
como viagens e esportes, e em<br />
formatos opinativos, algo inédito<br />
na casa. Além disso, o veículo<br />
tem estendido o direcionamento<br />
<strong>de</strong> sua programação<br />
ao ouvinte <strong>de</strong> 25 a 39 anos, o<br />
jovem adulto.<br />
O Viaje com a Mix, apresentado<br />
pelo jornalista Arthur Veríssimo,<br />
vai ao ar quatro vezes<br />
por dia, contando suas experiências<br />
ao redor do mundo, em<br />
roteiros <strong>de</strong> viagem fora do comum.<br />
O Agora o Bicho Vai Pegar<br />
aborda o universo do futebol,<br />
com linguagem <strong>de</strong> entretenimento.<br />
Comandada pelo baixista<br />
da banda Tihuana, Román<br />
Laurito, pelo jornalista esportivo<br />
Guilherme Pallesi e pelo<br />
humorista Renato Tortorelli, a<br />
atração vai ao ar <strong>de</strong> segunda a<br />
A Rádio Mix, que entrou no ar em 1997, faz parte do grupo que ainda tem Mega TV, Portal Virgula e Rádio Paradiso<br />
sexta, das <strong>17</strong>h às 18h, para São<br />
Paulo, e no Facebook da rádio.<br />
Já o Papo <strong>de</strong> Esporte, com os<br />
jornalistas André Plihal e Marcelo<br />
Bechler, foi criado em parceria<br />
da Mix com a Bravo Sports<br />
& Business. O programa tem<br />
quatro inserções diárias, com<br />
análises sobre todas as modalida<strong>de</strong>s<br />
esportivas do cenário<br />
nacional e internacional.<br />
“O jovem adulto é um perfil<br />
que ouve rádio, mas está órfão.<br />
Existem as rádios jovens e as<br />
adultas. Quem não está disposto<br />
a ouvir rádios com conteúdo<br />
muito jovem, é obrigado a escutar<br />
rádios muito maduras. Estamos<br />
atuando exatamente nesta<br />
faixa”, explica Marcos Vicca,<br />
diretor artístico da Rádio Mix.<br />
Para o executivo, as últimas<br />
“Se tivermoS bonS<br />
conteúdoS e eleS<br />
eStiverem em<br />
todoS oS lugareS,<br />
não eStaremoS<br />
preocupadoS”<br />
Divulgação<br />
duas décadas foram transformadoras<br />
na indústria da música<br />
e do entretenimento, com<br />
mudanças nos formatos <strong>de</strong><br />
consumo, produção e distribuição<br />
dos conteúdos. E, diante<br />
das opções <strong>de</strong> plataformas à<br />
disposição, é preciso oferecer<br />
um bom conteúdo hoje, daqui<br />
20, 40, ou seja lá quantos anos,<br />
porque o <strong>de</strong>safio será sempre o<br />
mesmo: comunicação.<br />
“Queremos criar conteúdo<br />
interessante e distribuí-lo <strong>de</strong><br />
forma inteligente, seja pelo rádio<br />
convencional, smartphones,<br />
rádios automotivos, smart<br />
TVs, consoles <strong>de</strong> games, tablets,<br />
o que for... Se tivermos bons<br />
conteúdos e eles estiverem em<br />
todos os lugares, não estaremos<br />
preocupados”, afirma Vicca.<br />
26 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
No fim <strong>de</strong>ste mês, o Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro sedia o Glamour<br />
Beauty Festival, evento apresentado<br />
como um parque temático<br />
da beleza. Depois da<br />
primeira <strong>edição</strong> em São Paulo,<br />
no ano passado, com duração<br />
<strong>de</strong> um dia, voltada apenas para<br />
o consumidor final, o encontro<br />
será realizado, <strong>de</strong>sta vez, entre<br />
os dias 29 e 31 <strong>de</strong> <strong>julho</strong>, no Jockey<br />
Club Brasileiro, com uma<br />
série <strong>de</strong> experiências no universo<br />
<strong>de</strong> beleza.<br />
Uma das novida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sta<br />
<strong>edição</strong>, feita em parceria com a<br />
Revista Ela, do jornal O Globo, e<br />
com a Fecomércio-RJ (Fe<strong>de</strong>ração<br />
do Comércio <strong>de</strong> Bens, Serviços<br />
e Turismo do Estado do<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro) e o Senac, é aliar<br />
o B2C ao B2B.<br />
A programação tem palestras,<br />
workshops e bate-papos<br />
com influenciadores, celebrida<strong>de</strong>s<br />
e beauty experts, que vão<br />
compartilhar técnicas, novida<strong>de</strong>s<br />
e tendências do segmento.<br />
As ações serão intermediadas<br />
pelo time Glamour, que fez a<br />
curadoria do festival para manter<br />
a autenticida<strong>de</strong> e fazer a revista<br />
transbordar para o evento.<br />
De acordo com Daniela Falcão,<br />
diretora-geral da Globo<br />
Condé Nast, o Beauty Festival<br />
nasceu na Glamour inglesa e<br />
está alinhado ao que a Condé<br />
Nast faz fora do Brasil e tem<br />
trazido para o país: dar vida<br />
às páginas <strong>de</strong> suas revistas, levando<br />
o conteúdo ou alguma<br />
seção – no caso, a <strong>de</strong> beleza da<br />
Glamour – ao público. “A i<strong>de</strong>ia<br />
era justamente levar semestralmente<br />
ou anualmente todas as<br />
principais tendências <strong>de</strong> beleza<br />
das páginas da revista para o<br />
público e ter uma interação direta<br />
com ele”, fala Daniela.<br />
Um dos pilares do evento é<br />
a <strong>de</strong>gustação <strong>de</strong> produtos. As<br />
marcas parceiras – Givenchy,<br />
Granado, Instax, Vult e The<br />
Body Shop, entre outras – vão<br />
apresentar lançamentos e tenmídia<br />
Glamour Beauty Festival reúne<br />
profissionais e consumidores finais<br />
Segunda <strong>edição</strong> do evento será realizada no Rio e, além <strong>de</strong> ter leitores da<br />
publicação, contará com a presença <strong>de</strong> marcas do segmento <strong>de</strong> beleza<br />
Daniela Falcão, da Condé Nast: “Beauty Festival foi criado na Glamour inglesa”<br />
dências aos leitores e aos profissionais,<br />
além <strong>de</strong> oferecer experiências<br />
aos participantes.<br />
Outro pilar do evento são as<br />
palestras, que carregam o DNA<br />
da revista, com temas que abordam<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> dicas <strong>de</strong> nutrição a<br />
comportamento em geral. “As<br />
seções da revista ganham eco<br />
na gra<strong>de</strong> das palestras. Para as<br />
leitoras, estamos falando do<br />
aqui e agora. Para o profissional,<br />
é tudo do verão que vem”,<br />
explica a executiva. Entre os<br />
palestrantes confirmados estão<br />
Torquatto, Shantal Abreu, Max<br />
Weber e Cris Dios.<br />
João Viegas/Divulgação<br />
“A i<strong>de</strong>iA erA<br />
levAr todAs As<br />
principAis<br />
tendênciAs <strong>de</strong><br />
belezA dAs páginAs<br />
dA revistA pArA<br />
o público”<br />
Olhar especial aO B2B<br />
Novida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta <strong>edição</strong>, os<br />
espaços para os fornecedores<br />
e clientes do segmento B2B <strong>de</strong><br />
beleza é uma resposta a esse<br />
mercado, que <strong>de</strong>manda atualização<br />
constante. Especialmente<br />
para eles, experts do mercado<br />
abordarão temas como<br />
linguagem visual na construção<br />
<strong>de</strong> imagem pessoal, tendências<br />
para o segmento e como fazer<br />
a marca crescer no Instagram,<br />
entre outros. Além disso, haverá<br />
cursos, experiências sensoriais<br />
e um salão <strong>de</strong> beleza para<br />
fazer cabelo, unha e maquiagem<br />
dos convidados.<br />
As inscrições para os dois<br />
primeiros dias po<strong>de</strong>m ser feitas<br />
pelo site da revista. O terceiro<br />
dia, segunda-feira (31), é<br />
exclusivo para quem trabalha<br />
no ramo da beleza. Os profissionais<br />
têm acesso gratuito,<br />
mediante um cre<strong>de</strong>nciamento<br />
prévio também pelo site.<br />
São esperados mais <strong>de</strong> mil<br />
visitantes por dia <strong>de</strong> evento. A<br />
expectativa é que <strong>de</strong> 1,5 mil a<br />
2 mil profissionais participem,<br />
com uma presença maior no dia<br />
<strong>de</strong>dicado a eles.<br />
Para o futuro, a executiva<br />
diz acreditar no envolvimento<br />
<strong>de</strong> marcas fora do segmento<br />
<strong>de</strong> beleza, como ocorreu na<br />
Inglaterra, on<strong>de</strong> a Fiat usou o<br />
festival para falar com o público<br />
feminino que consome uma<br />
série <strong>de</strong> produtos e está sempre<br />
conectado.<br />
Daniela Falcão, que está há<br />
12 anos na Globo Condé Nast,<br />
incluindo o último um ano e<br />
meio como diretora-geral da<br />
editora, aponta ainda que os<br />
eventos são uma saída para as<br />
revistas, já que atraem não apenas<br />
mais leitores como tornam<br />
as publicações parte <strong>de</strong> suas vidas.<br />
“O leitor tem <strong>de</strong> sentir que<br />
é parte da família, do clube da<br />
revista. É a mesma coisa que o<br />
Baile da Vogue faz, <strong>de</strong> certa forma.<br />
Eventos são fundamentais<br />
para criar o pertencimento do<br />
leitor a revista”, finaliza<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 27
NUM MUNDO EM MUDANÇA,<br />
OUÇA OS ESPECIALISTAS EM<br />
TRANSFORMAR NEGÓCIOS.<br />
18 A 20 DE AGOSTO<br />
HOTEL SOFITEL JEQUITIMAR<br />
GUARUJÁ - SÃO PAULO<br />
Conheça os Ícones da Propaganda 20<strong>17</strong> que estarão no 8º Fórum <strong>de</strong> Marketing Empresarial:<br />
DALTON PASTORE<br />
presi<strong>de</strong>nte da ESPM<br />
EDUARDO FISCHER<br />
presi<strong>de</strong>nte da FISCHER<br />
HUGO RODRIGUES<br />
presi<strong>de</strong>nte da PUBLICIS BRASIL<br />
PRESENÇAS CONFIRMADAS:<br />
ALESSANDRO MALUF, diretor <strong>de</strong> produtos ví<strong>de</strong>o da NET NOW<br />
ALICE KUERTEN, presi<strong>de</strong>nte do INSTITUTO GUGA KUERTEN<br />
ANDRE LOUREIRO PEREIRA, Brazil country manager do WAZE<br />
ANDRÉA PINOTTI, diretora <strong>de</strong> marketing do BANCO ITAÚ<br />
ARMANDO FERRENTINI, presi<strong>de</strong>nte da EDITORA REFERÊNCIA<br />
CARLOS TILKIAN, presi<strong>de</strong>nte da FUNDAÇÃO ABRINQ<br />
CLAUDIO BERGAMO, presi<strong>de</strong>nte da HYPERMARCAS<br />
ERICK SOBRAL MACHADO, CEO da HEADS<br />
FLAVIA BITTENCOURT, CEO da SEPHORA<br />
IGOR PUGA, diretor <strong>de</strong> marketing do BANCO SANTANDER<br />
JERONIMO SANTOS, diretor <strong>de</strong> varejo da IPIRANGA<br />
LUIZ FERNANDO FURLAN, chairman do LIDE<br />
MARCOS QUINTELA, CEO do GRUPO NEWCOMM<br />
MARINA SANTOS, diretora <strong>de</strong> marketing da CAMPARI<br />
MARISE BARROSO, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> marketing da AVON<br />
NEIL PATEL, co-fundador da CRAZY EGG<br />
OTHON VELA, diretor <strong>de</strong> marketing da VIA VAREJO<br />
SILVANA BALBO, diretora <strong>de</strong> marketing do CARREFOUR<br />
WALTER LONGO, presi<strong>de</strong>nte do GRUPO ABRIL<br />
YUKIO KIDOKORO, diretor <strong>de</strong> marketing da NISSIN FOODS<br />
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:<br />
COLABORAÇÃO:
www.li<strong>de</strong>global.com<br />
Mais uma iniciativa do LIDE.<br />
Quem é lí<strong>de</strong>r, participa.<br />
Apoio Institucional:<br />
MÍDIA PARTNERS:<br />
FORNECEDORES OFICIAIS:
marketing & negócioS<br />
kasto80/iStock<br />
Sucesso começa com um<br />
bom briefing - Parte 1<br />
É essencial <strong>de</strong>finir e aprovar o<br />
mo<strong>de</strong>lo a ser seguido, sempre antes<br />
<strong>de</strong> dar início ao processo <strong>de</strong> reflexão<br />
Rafael Sampaio<br />
Em publicida<strong>de</strong>, o passo inicial <strong>de</strong> um<br />
processo a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> uma peça ou campanha <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
é a elaboração do briefing a<strong>de</strong>quado para o<br />
caso. Ele po<strong>de</strong> ter algumas poucas linhas<br />
ou muitas páginas, organizadas em pontos,<br />
capítulos, anexos...<br />
Po<strong>de</strong> ser formal ou até mesmo adotar<br />
um tom mais <strong>de</strong>scontraído, usando imagens,<br />
ví<strong>de</strong>os e outros recursos midiáticos.<br />
Não precisa ser necessariamente compacto<br />
ou extenso. Ou seja, não <strong>de</strong>ve ser tão curto<br />
que seja insuficiente ou tão longo que mais<br />
atrapalhe que aju<strong>de</strong>.<br />
Só não po<strong>de</strong> ser insuficiente nas informações<br />
necessárias para se <strong>de</strong>limitar o pedido<br />
e o problema e, principalmente, não<br />
<strong>de</strong>ixar em aberto as informações fundamentais,<br />
como objetivo a ser perseguido,<br />
target, recursos disponíveis, concorrência,<br />
obrigatorieda<strong>de</strong>s legais ou do manual da<br />
marca trabalhada.<br />
No passado, o maior problema formal<br />
era o <strong>de</strong> pedidos por telefone ou “ao vivo”,<br />
sem serem <strong>de</strong>vidamente documentados.<br />
Nos últimos tempos, entraram na lista <strong>de</strong><br />
erros comuns as mensagens por email ou<br />
os recados nas mídias sociais – com ou sem<br />
a inclusão <strong>de</strong> emojis. Mas o que é realmente<br />
mais grave, do ponto <strong>de</strong> vista funcional, é o<br />
briefing que não diz a que veio. Não aponta<br />
a necessida<strong>de</strong> ou o alvo da comunicação,<br />
não indica o público-alvo, não <strong>de</strong>fine a verba,<br />
não lembra com quem se combate e não<br />
adianta as obrigações.<br />
Como as possibilida<strong>de</strong>s da publicida<strong>de</strong><br />
são imensas, em todos os sentidos, isso<br />
faz com que os profissionais da agência,<br />
se não forem orientados pelo anunciante,<br />
possam propor caminhos interessantes e<br />
atrativos, mas que não tenham a ver com<br />
o que a marca esteja necessitando naquele<br />
<strong>de</strong>terminado momento. Desse modo,<br />
po<strong>de</strong>-se, no limite, ter mensagens ou campanhas<br />
excelentes, mas ina<strong>de</strong>quadas para<br />
o estado presente da marca. E isso po<strong>de</strong><br />
representar um enorme <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong><br />
dinheiro ou ser totalmente contraproducente.<br />
Pois, como sempre dizia o professor<br />
Levitt, o teórico da miopia <strong>de</strong> marketing,<br />
“nada pior do que fazer bem feito o que<br />
não <strong>de</strong>ve ser feito”.<br />
Por outro lado, o briefing perdido ou inconsistente<br />
po<strong>de</strong> induzir a outro fantasma<br />
da publicida<strong>de</strong>, que é a mensagem estruturada<br />
em torno <strong>de</strong> lugares comuns, igual a<br />
milhares <strong>de</strong> outras, simplesmente bonitinha,<br />
mas sem personalida<strong>de</strong>, que se mostra<br />
ineficiente porque no fundo reflete um<br />
briefing tipo blá-blá-blá, que não pe<strong>de</strong> nada<br />
<strong>de</strong> concreto e induz a um caminho pouco<br />
produtivo.<br />
Por lógica e princípio, o briefing é uma<br />
tarefa que cabe aos executivos da empresa<br />
anunciante, mas a complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer<br />
um bom briefing em certas circunstâncias<br />
leva ao fato <strong>de</strong> que os profissionais da agência<br />
po<strong>de</strong>m ajudar <strong>de</strong> forma incisiva nessa<br />
tarefa (na segunda parte <strong>de</strong>sta coluna entrarei<br />
mais a fundo nessa possibilida<strong>de</strong>).<br />
Mas, em qualquer caso, fazer um bom<br />
briefing começa pela seleção <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> trabalho a<strong>de</strong>quado para servir<br />
<strong>de</strong> guia <strong>de</strong>ssa tarefa. Um bom mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
briefing po<strong>de</strong> ser encontrado em meu livro<br />
Propaganda <strong>de</strong> A a Z (Elsevier, 2013), que<br />
inclusive está acessível na internet, pois<br />
foi bastante reproduzido (como em https://<br />
pt.sli<strong>de</strong>share.net/krbk/mo<strong>de</strong>lo-<strong>de</strong>-briefing-aba).<br />
Outras publicações propuseram outros<br />
mo<strong>de</strong>los, mais simples ou mais complexos,<br />
que também são bons. O importante é sempre<br />
analisar com cuidado qual é o melhor<br />
mo<strong>de</strong>lo a ser seguido em cada caso particular<br />
e nunca <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> avaliar os aspectos<br />
mais e menos a<strong>de</strong>quados a cada situação<br />
específica. E, acima <strong>de</strong> tudo, é essencial<br />
<strong>de</strong>finir e aprovar o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> briefing a<br />
ser seguido, sempre antes <strong>de</strong> dar início ao<br />
processo <strong>de</strong> reflexão <strong>de</strong> como será a abordagem<br />
mais indicada a cada situação.<br />
Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />
rafael.sampaio@uol.com.br<br />
30 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark
agências<br />
Leo Burnett amplia área <strong>de</strong> mídia<br />
e realiza investimento <strong>de</strong> R$ 5 mi<br />
Há um ano sob o comando da executiva Andrea Hirata, o setor agrega<br />
nove profissionais cujos perfis estão alinhados às <strong>de</strong>mandas do digital<br />
Paulo Macedo<br />
Há um ano sob a li<strong>de</strong>rança da<br />
executiva Andrea Hirata, a<br />
divisão <strong>de</strong> mídia da Leo Burnett<br />
Tailor Ma<strong>de</strong> abriga 70 profissionais,<br />
somados os que acabam<br />
<strong>de</strong> se integrar ao grupo. Os<br />
perfis dos novos contratados<br />
se a<strong>de</strong>quam às necessida<strong>de</strong>s<br />
da era digital e da integração<br />
<strong>de</strong> processos <strong>de</strong> comunicação.<br />
Os novos nomes são: Janaína<br />
Barreto, para a posição <strong>de</strong> supervisora<br />
<strong>de</strong> pesquisa; Maílson<br />
Dutra, para a supervisão <strong>de</strong><br />
Business Intelligence; Angelica<br />
Gomes, que vai atuar como<br />
supervisora <strong>de</strong> mídia; Grazzieli<br />
Sacramento, Lucas Louzada<br />
e Renan Lima, que assumem<br />
como coor<strong>de</strong>nadores <strong>de</strong> mídia,<br />
integrando as células que aten<strong>de</strong>m<br />
às contas do Bra<strong>de</strong>sco e<br />
Brasil Kirin; Arthur Cavazini,<br />
novo coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> mídia digital<br />
do Extra; e Sharon Valle, a<br />
nova responsável pelo planejamento<br />
<strong>de</strong> mídia.<br />
As novas contratações da mídia<br />
da LBTM vão po<strong>de</strong>r contar<br />
com os investimentos que vêm<br />
sendo realizados em compra <strong>de</strong><br />
pesquisa e inteligência <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
ano passado, um valor <strong>de</strong> aproximadamente<br />
R$ 5 milhões.<br />
“O profissional <strong>de</strong> mídia<br />
sempre ocupou um papel fundamental<br />
na construção do<br />
nosso mercado, contudo, nesta<br />
era midiática e multicanal,<br />
principalmente na integração<br />
entre os mundos online e<br />
offline, o profissional <strong>de</strong> mídia<br />
transforma-se no precursor <strong>de</strong><br />
novos negócios, numa busca<br />
constante por inovação e rentabilida<strong>de</strong>,<br />
tanto para os clientes<br />
como para os veículos <strong>de</strong><br />
comunicação e para a agência.<br />
Ele precisa ser muito dinâmico<br />
e explorador, além <strong>de</strong> necessitar<br />
<strong>de</strong> muita energia para se reciclar<br />
e apren<strong>de</strong>r o tempo todo.<br />
Afinal, estamos contribuindo<br />
para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um<br />
novo jeito <strong>de</strong> fazer propaganda;<br />
<strong>de</strong> um novo jeito <strong>de</strong> ser efi-<br />
A executiva Andrea Hirata, primeira à direita, recepciona os novos profissionais da divisão <strong>de</strong> mídia da Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong><br />
ciente em envolver as pessoas<br />
e conectá-las com as marcas”,<br />
observa Andrea.<br />
Na visão da VP <strong>de</strong> mídia da<br />
agência, o profissional <strong>de</strong>ste<br />
segmento envolve-se em instâncias<br />
que estão além do papel<br />
<strong>de</strong> planejar e comprar mídia.<br />
“Em primeiro lugar, é fundamental<br />
que o profissional <strong>de</strong><br />
mídia se aproxime do negócio<br />
dos clientes. Quais são os objetivos<br />
<strong>de</strong> marketing? Quais são<br />
os objetivos da marca? Quais<br />
são os objetivos <strong>de</strong> vendas?<br />
Qual é a contribuição da mídia<br />
para a rentabilida<strong>de</strong> e a sustentabilida<strong>de</strong><br />
dos negócios dos<br />
clientes? Quando olhamos para<br />
<strong>de</strong>ntro da agência, o profissional<br />
<strong>de</strong> mídia contribui <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
o nascimento das primeiras<br />
i<strong>de</strong>ias e participa ativamente<br />
em discussões que envolvem<br />
o posicionamento e a criativida<strong>de</strong>,<br />
trabalhando sempre em<br />
conjunto com todas as áreas da<br />
agência na criação <strong>de</strong> ações e<br />
das campanhas integradas. Outro<br />
ponto fundamental é atuar<br />
“O prOfissiOnal<br />
cOntribui <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
O nascimentO<br />
das primeiras<br />
i<strong>de</strong>ias e participa<br />
em discussões<br />
que envOlvem<br />
pOsiciOnamentO e<br />
criativida<strong>de</strong>”<br />
tanto no planejamento online<br />
como no offline. Deste modo, o<br />
profissional <strong>de</strong> mídia tem ampliado<br />
o seu repertório e agregado<br />
novos conhecimentos,<br />
como <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos<br />
negócios, <strong>de</strong>sign thinking,<br />
tecnologia, econometria, estatística<br />
e criativida<strong>de</strong>, entre outros”,<br />
afirma a executiva.<br />
O uso <strong>de</strong> dados, na visão<br />
<strong>de</strong> Andrea, não é novo, mas<br />
está agregando novos valores.<br />
“Como o volume <strong>de</strong> dados é<br />
Divulgação<br />
cada vez maior, os <strong>de</strong>partamentos<br />
<strong>de</strong> mídia ten<strong>de</strong>m a ter<br />
especialistas voltados para a<br />
integração e análise <strong>de</strong> dados.<br />
Aqui, na Leo Burnett Tailor<br />
Ma<strong>de</strong>, nós criamos uma área<br />
<strong>de</strong> data science nomeada <strong>de</strong><br />
Intelligence Center, uma área<br />
multidisciplinar que envolve<br />
profissionais <strong>de</strong> mídia, pesquisa,<br />
estatística, programação e<br />
tecnologia, todos focados em<br />
integrar e analisar dados <strong>de</strong><br />
mídia online e offline, vendas<br />
e consumidor, extrair insights,<br />
oportunida<strong>de</strong>s e acompanhar<br />
e rentabilizar o efeito da comunicação<br />
para o negócio dos nossos<br />
clientes”, <strong>de</strong>talha Andrea.<br />
“O pensamento digital não<br />
exclui o mundo tradicional,<br />
mas busca a integração dos dois<br />
mundos. Este pensamento tem<br />
o consumidor como foco, suas<br />
transformações, seu estilo <strong>de</strong><br />
vida, seus hábitos, suas necessida<strong>de</strong>s<br />
e <strong>de</strong>sejos nesta nova<br />
era na qual toda a humanida<strong>de</strong><br />
já está navegando”, ela acrescenta<br />
e finaliza.<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 31
quem fez<br />
Cristiane Marsola cristiane@propmark.com.br<br />
tecnologIa<br />
A Embratel traz novo posicionamento na comunicação,<br />
mostrando que ser digital é um<br />
caminho sem volta para os empreen<strong>de</strong>dores.<br />
A assinatura da campanha, criada pela Talent<br />
Marcel, é Embratel. Sua empresa no próximo<br />
nível e tem uma linguagem bem tecnológica,<br />
mas sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> mostrar a importância do<br />
lado humano.<br />
TalenT Marcel<br />
EmbratEl<br />
Fotos: Divulgação<br />
Títulos: Próximo Nível; produto: institucional; criação:<br />
Caio Borges, Camila Sayuri Miyamura; produtora<br />
<strong>de</strong> imagem: Santa Transmedia; direção <strong>de</strong><br />
cena: Gustavo Gripe; produtora <strong>de</strong> áudio: Audio<br />
Boutique; aprovação do cliente: Marcello Miguel,<br />
Mariana Abreu, Flora Penido e Adriana Otero.<br />
energIa<br />
Relâmpago McQueen, o protagonista<br />
da animação Carros 3, em cartaz nos<br />
cinemas, recebe uma força extra do<br />
coelhinho da Duracell, na campanha<br />
criada em parceria entre Grey Londres<br />
e Disney Pixar, estúdio responsável pelo<br />
<strong>de</strong>senho. Na peça, o veículo ganha<br />
novas pilhas quando começa a per<strong>de</strong>r<br />
velocida<strong>de</strong> e vence a corrida.<br />
grey londres<br />
DuracEll<br />
Título: Duracell - McQueen’s Comeback;<br />
produto: institucional; diretor global <strong>de</strong><br />
criação: Paul Moran; criação: equipe da<br />
Grey London e da Disney Pixar; direção <strong>de</strong><br />
cena: Gunther Gheeraert.<br />
InspIração<br />
A consultora <strong>de</strong> beleza da Natura Priscila Lopes<br />
assiste à própria história protagonizada<br />
pela atriz Leandra Leal na campanha criada<br />
pela mcgarrybowen para o ambiente digital.<br />
Com o conceito A sua história é a nossa história,<br />
a peça mostra como Priscila realizou o<br />
sonho <strong>de</strong> ajudar outras mulheres.<br />
Mcgarrybowen<br />
Natura<br />
Título: Consultoria <strong>de</strong> Beleza Natura; produto: institucional;<br />
redator: Sophie Schonburg e Murilo Torezan;<br />
direção <strong>de</strong> arte: Lilian Quinaud e Pietro Soldi;<br />
produtora <strong>de</strong> imagem: O2 Filmes; diretor <strong>de</strong> cena:<br />
Kitty Bertazzi; produtora <strong>de</strong> som: Raw Audio; aprovação<br />
do cliente: Andrea Alvares, Ana Carolina Soutello,<br />
Cida Franco, Renato Winnig e Eduardo Souza.<br />
32 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark
zum-zum-zum<br />
A nova Rádio Globo dá vida aos ouvidos na<br />
campanha criada pela MullenLowe para divulgar<br />
o veículo. Com a assinatura Pra quem<br />
é bom <strong>de</strong> orelha, as peças têm um toque <strong>de</strong><br />
humor ao mostrar orelhas conversando entre<br />
si. As peças divulgam alguns dos nomes que<br />
compõem o elenco da rádio, como Otaviano<br />
Costa, Adriane Galisteu, Tiago Abravanel e<br />
Leo Jaime, e dos jornalistas esportivos Alex<br />
Escobar e Felipe Andreoli. Além <strong>de</strong> três filmes<br />
para TV, a campanha tem peças para mídia exterior,<br />
digital, jornais e revistas.<br />
Mullenlowe<br />
ráDio globo<br />
Título: Mosquito; produto: Nova Rádio Globo; criação:<br />
Gil Pinna e Victor Toyofuku; criação digital: Daniele<br />
Chiarantini, Felipe Alves e Yohannã Ioshua; produtora<br />
<strong>de</strong> imagem: Conspiração Filmes; direção <strong>de</strong><br />
cena: Henrique Manzoli; aprovação do cliente: Julio<br />
Cesar Gomes, Lívia La-Gatta, Rafael Wan<strong>de</strong>rley e Igor<br />
Bin<strong>de</strong>r.<br />
esperteza<br />
Para divulgar a nova linha Maggi NatuSabor,<br />
a Publicis criou a personagem Joana, “uma<br />
mulher que não se engana”. A consumidora<br />
é apresentada como criteriosa e faz o ven<strong>de</strong>dor<br />
da peixaria se arrepen<strong>de</strong>r ao tentar mentir.<br />
Além do filme para TV, a campanha tem<br />
ações no digital, rádio e ponto <strong>de</strong> venda.<br />
Publicis<br />
NEStlé<br />
Título: NatuSabor; produto: Maggi NatuSabor; direção<br />
<strong>de</strong> arte: Cicero Souza; redação: Giovani Baggio;<br />
produtora <strong>de</strong> imagem: O2 Filmes; direção<br />
<strong>de</strong> cena: Paulo Caruso; produtora <strong>de</strong> áudio: Loud;<br />
aprovação do cliente: Antonio Diogo, Christianne<br />
Rosemblatt, Rafael Nadale, Carolina Guimaraes,<br />
Rodrigo Demarchi e Nathalia Santos.<br />
aventura<br />
Com produção assinada pela Saigon,<br />
digna <strong>de</strong> filme <strong>de</strong> ação, a Mitsubishi<br />
apresenta o ASX. No filme, o motorista<br />
atravessa a cida<strong>de</strong>, que está<br />
completamente <strong>de</strong>struída, atrás do<br />
melhor hambúrguer, cantando uma<br />
música que narra a epopeia.<br />
africa<br />
mitSubiSHi<br />
Título: Best Burger in Town; produto: Mitsubishi<br />
ASX; redator: Raphael Quatrocci; diretor<br />
<strong>de</strong> arte: Edson Rosa; produtora <strong>de</strong> imagem:<br />
Saigon Filmes; direção <strong>de</strong> cena: Vellas;<br />
produtora <strong>de</strong> som: Big Foote Music; aprovação<br />
do cliente: Robert Rittscher, Fernando<br />
Julianelli, Leticia Mesquita e Marcelo Benaci.<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 33
marCas<br />
Marçal Neto/Divulgação<br />
À frente da vice-presidência <strong>de</strong> marketing do Flamengo, Daniel Orlean <strong>de</strong>staca a importância da diversificação <strong>de</strong> receita e a aposta em conteúdos proprietários, como a FlaTV<br />
Como plataforma <strong>de</strong> marketing,<br />
Flamengo quer ir além da camisa<br />
Des<strong>de</strong> que o Flamengo anunciou Antonio<br />
Tabet para a vice-presidência <strong>de</strong> comunicações, há quase<br />
dois anos, uma mudança expressiva no posicionamento<br />
do clube começou a ser trilhada. Hoje, o rubro-negro soma<br />
60 patrocinadores e apoiadores, quase dobrando o faturamento<br />
no período. Foram R$ 408 milhões em 2016, segundo a Análise<br />
Econômico-Financeira dos Clubes <strong>de</strong> Futebol Brasileiros 20<strong>17</strong>, do<br />
Itaú BBA. Para Daniel Orlean, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> marketing do time,<br />
as conquistas são fruto do novo posicionamento do clube, <strong>de</strong> se<br />
apresentar como plataforma <strong>de</strong> marketing para anunciantes.<br />
Veja a seguir os principais trechos <strong>de</strong>sta entrevista.<br />
Danúbia Paraizo<br />
DiversiFiCação<br />
Os clubes <strong>de</strong> futebol são muito acostumados<br />
com a mídia televisiva, patrocínio<br />
<strong>de</strong> camisa e venda <strong>de</strong> jogador. Quando<br />
entrei no Flamengo, há pouco mais <strong>de</strong> um<br />
ano, foi feito um planejamento estratégico<br />
no qual i<strong>de</strong>ntificamos quais eram as frentes<br />
que po<strong>de</strong>ríamos trabalhar melhor. E havia<br />
um potencial muito forte <strong>de</strong> ir além da camisa.<br />
A gente se posiciona como plataforma<br />
estratégica <strong>de</strong> marketing e engajamento<br />
e não apenas como uma mídia. Quando<br />
34 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark
“a gente conseguiu<br />
transformar o clube<br />
em plataforma<br />
transmídia <strong>de</strong> maneira<br />
muito profissional”<br />
uma marca for lançar seu produto no Brasil,<br />
o Flamengo quer ser a primeira opção<br />
nessa estratégia. A gente não vai oferecer<br />
só a marca estampada, mas engajamento e<br />
nossa força em re<strong>de</strong>s sociais.<br />
transmíDia<br />
Hoje a área <strong>de</strong> comunicações do Flamengo<br />
tem trabalhado o clube quase que<br />
em tempo real. Quando a gente coloca um<br />
conteúdo no digital, estamos aten<strong>de</strong>ndo<br />
aquela pessoa que não po<strong>de</strong> comprar um<br />
pay-per-view ou ver o clube no estádio,<br />
mas acompanha o time do jeito que po<strong>de</strong>.<br />
Com isso, conseguimos transformar o clube<br />
em plataforma transmídia <strong>de</strong> maneira<br />
muito profissional.<br />
real time<br />
Temos contratos ativos <strong>de</strong> direitos <strong>de</strong><br />
transmissão dos jogos do Brasileiro e do<br />
Carioca. Mas, por outro lado, a gente tem<br />
experimentado a transmissão dos jogos da<br />
base e do feminino pelas re<strong>de</strong>s sociais. Nosso<br />
Twitter, quando a gente transmite essas<br />
partidas, sempre bomba, o torcedor vibra,<br />
comenta. Reage muito bem. Tivemos um<br />
crescimento gran<strong>de</strong> na FlaTV com as transmissões<br />
ao vivo. A partir <strong>de</strong> 2019, a gente<br />
vai po<strong>de</strong>r fazer transmissões internacionais<br />
por streaming. Estamos experimentando<br />
como o público reage, mas, hoje, gran<strong>de</strong><br />
parte da nossa receita vem dos direitos <strong>de</strong><br />
transmissão dos gran<strong>de</strong>s campeonatos e<br />
não dá para abrir mão disso. O valor equivale<br />
a um terço da receita, é bastante representativo<br />
e <strong>de</strong>monstra o gran<strong>de</strong> valor que a<br />
TV hoje tem com os conteúdos ao vivo.<br />
além Do óbvio<br />
Hoje a gente já rentabiliza toda a nossa<br />
presença digital. Se eventualmente o<br />
patrocinador não aparecer na camisa, ele<br />
vai aparecer num ví<strong>de</strong>o ou os próprios jogadores<br />
po<strong>de</strong>m promover o produto. As<br />
marcas po<strong>de</strong>m estar presentes no centro<br />
<strong>de</strong> treinamento e nos vestiários também.<br />
Nosso maior ídolo, o Zico, já participou <strong>de</strong><br />
um evento em conjunto com a Uber, por<br />
exemplo. As pessoas que pedissem o Uber-<br />
Fla iriam para uma sessão <strong>de</strong> autógrafos e<br />
fotografias com o Zico. Trabalhamos essa<br />
rentabilização <strong>de</strong> forma intensa.<br />
e-sports<br />
A gente está há pelo menos um ano pensando,<br />
em parceria com a Cursor, uma estratégia<br />
para o Flamengo ter um time <strong>de</strong> e-<br />
-Sports. Ainda há alguns <strong>de</strong>talhes, mas já foi<br />
aprovado pelo nosso conselho, e o próximo<br />
passo é fazer o lançamento oficial e montar<br />
o time selecionando atletas conhecidos<br />
ou <strong>de</strong>sconhecidos do mercado. Dentro <strong>de</strong>sse<br />
processo <strong>de</strong> pesquisa, a gente i<strong>de</strong>ntificou<br />
quais modalida<strong>de</strong>s estavam crescendo,<br />
quais mais geravam audiência e engajavam<br />
os jovens e o League of Legends mostrou-se<br />
como o principal <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa análise, não<br />
só pelo ponto <strong>de</strong> movimentação financeira<br />
como crescimento no Brasil, então <strong>de</strong>cidimos<br />
começar por aí.<br />
loJas<br />
O Flamengo não é um clube regional. Somos<br />
lí<strong>de</strong>res em 24 dos 27 estados quando<br />
há transmissão <strong>de</strong> jogos. A gente só per<strong>de</strong><br />
no Paraná, São Paulo e Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.<br />
Temos público no Brasil inteiro, daí nosso<br />
interesse na construção <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> lojas<br />
forte, não só no estado do Rio, mas no<br />
Brasil inteiro. Além disso, ampliar a re<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> escolinhas, que há até pouco tempo era<br />
trabalhada <strong>de</strong> forma orgânica <strong>de</strong>ntro do<br />
clube, mas não necessariamente <strong>de</strong>ntro da<br />
gestão que uma franquia exige, então estamos<br />
reformulando.<br />
patroCínios<br />
Diversificar já é a nossa realida<strong>de</strong>. Nós já<br />
temos mais <strong>de</strong> R$ 100 milhões em patrocínios.<br />
Desses, <strong>de</strong> R$ 25 milhões a R$ 30<br />
milhões são da Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral,<br />
patrocinador máster, mas temos outras<br />
“o flamengo é um clube<br />
que a gente chama <strong>de</strong> top<br />
ao pop. somos lí<strong>de</strong>res em<br />
todas as classes sociais”<br />
fontes. A Ambev, no movimento Por um<br />
futebol melhor; tivemos a Uber, que acabou<br />
recentemente o contrato e estamos<br />
discutindo renovação; o iFood... Enfim,<br />
patrocinadores que não aparecem necessariamente<br />
na camisa, mas em outras mídias.<br />
A gente trabalha consistentemente<br />
nisso porque, no caso <strong>de</strong> um revés, <strong>de</strong> uma<br />
mudança política, não ficamos reféns ou<br />
na mão <strong>de</strong> apenas um patrocinador.<br />
torCeDor<br />
O Flamengo é um clube que a gente chama<br />
<strong>de</strong> top ao pop. Somos lí<strong>de</strong>res em todas<br />
as classes sociais. No Rio, somos 51% dos<br />
cariocas e flumineses e representamos<br />
quase 25% do restante do país. A nossa preocupação<br />
<strong>de</strong> tornar o clube forte é para que<br />
a gente possa aten<strong>de</strong>r a todas as classes sociais<br />
e perfis <strong>de</strong> torcedores.<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 35
marCas<br />
Fotos: Divulgação<br />
Rafael Pitanguy, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> criação da Y&R, Duda Bastos, diretora <strong>de</strong> marketing da Cielo, e Paulo Sanna, CCO da Wun<strong>de</strong>rman, empenhados em melhorar gestão <strong>de</strong> negócios<br />
Cielo mostra soluções <strong>de</strong> marketing<br />
além da maquininha <strong>de</strong> pagamento<br />
Campanha Seu negócio não para, criação da Y&R e da Wun<strong>de</strong>rman,<br />
narra histórias <strong>de</strong> lojistas que usam serviços para melhorar performance<br />
Paulo Macedo<br />
Com dois milhões <strong>de</strong> clientes<br />
em todo o país, estando fora<br />
<strong>de</strong> apenas 43 municípios brasileiros,<br />
a operadora Cielo retorna aos<br />
canais <strong>de</strong> mídia com uma ação <strong>de</strong><br />
comunicação que une a sua capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> gerar dados que po<strong>de</strong>m<br />
ampliar vendas e relevância dos<br />
dois milhões <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dores<br />
que utilizam as suas máquinas<br />
<strong>de</strong> pagamentos: crédito, débito<br />
e vale-refeição. Um restaurante,<br />
por exemplo, po<strong>de</strong> cruzar informações<br />
sobre os hábitos <strong>de</strong> frequência<br />
dos seus consumidores<br />
e fazer promoções pontuais para<br />
ativar os dias mais fracos. Na<br />
verda<strong>de</strong>, a ação Seu negócio não<br />
para é tratada como uma plataforma<br />
<strong>de</strong> longa duração.<br />
O astro da campanha é o humorista<br />
Marcelo Adnet. Nos<br />
meios tradicionais, ele interpreta<br />
lojistas <strong>de</strong> segmentos <strong>de</strong> negócio<br />
como beleza e alimentação.<br />
Na internet, porém, o projeto<br />
envolve personagens reais. Eles<br />
narram as suas experiências com<br />
as soluções oferecidas pela Cielo,<br />
que tem todo o interesse em fornecer<br />
a esses micro, pequenos e<br />
médios empresários ferramental<br />
<strong>de</strong> marketing para que esses<br />
parceiros <strong>de</strong>senvolvam os seus<br />
negócios. “Na verda<strong>de</strong>, nós utilizamos<br />
o BI (Business Intelligence)<br />
com recursos <strong>de</strong> big data<br />
e antifrau<strong>de</strong> para criar alternativas”,<br />
<strong>de</strong>staca Paulo Sanna, CCO<br />
da Wun<strong>de</strong>rman.<br />
O processo criativo teve início<br />
com um workshop que envolveu<br />
os profissionais da Y&R, Wun<strong>de</strong>rman<br />
e Cielo. Até o executivo<br />
Eduardo Gouvêia, presi<strong>de</strong>nte da<br />
empresa que tem como investidores<br />
o Bra<strong>de</strong>sco e o Banco do<br />
Brasil, participou das reuniões<br />
iniciais. Esses encontros culminaram<br />
com a ação composta por<br />
12 filmes, nos quais Adnet brinca<br />
que, <strong>de</strong>vido ao movimento dos<br />
seus estabelecimentos, não tem<br />
tempo <strong>de</strong> gravar um comercial.<br />
No digital, o volume é superior a<br />
200 conteúdos em fomatos como<br />
ví<strong>de</strong>os, time-lapses, gifs, minidocumentários<br />
e infográficos.<br />
Nas palavras <strong>de</strong> Duda Bastos,<br />
diretora <strong>de</strong> marketing da Cielo, “é<br />
uma campanha viva”. Por exemplo,<br />
o comerciante André Kappaz,<br />
da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> restaurantes Nagarê<br />
Sushi, relata a sua experiência<br />
com o sistema Cielo Farol. Duda<br />
explica que, ao ativar o negócio<br />
dos pontos <strong>de</strong> venda que usam<br />
as maquininhas <strong>de</strong> recebimento,<br />
também contribui na ampliação<br />
do market share da empresa, que<br />
tem números gigantescos: são 6,7<br />
bilhões <strong>de</strong> transações por ano (dados<br />
<strong>de</strong> 2016), equivalente a R$ 585<br />
bilhões em volume financeiro.<br />
Mais, esse valor representa 10%<br />
do PIB (Produto Interno Bruto) e<br />
15% do consumo das famílias brasileiras,<br />
com tíquete médio <strong>de</strong> R$<br />
85. Cerca <strong>de</strong> 70% das transações<br />
“A i<strong>de</strong>iA é<br />
AmplificAr o<br />
conceito <strong>de</strong> que, se<br />
o empreen<strong>de</strong>dor<br />
tem cielo, seus<br />
negócios não<br />
pArAm, estão<br />
sempre A todo<br />
vApor, girAndo,<br />
ven<strong>de</strong>ndo”<br />
36 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark
do e-commerce brasileiro circulam<br />
pela base da Cielo.<br />
“Anualmente, passam em nossas<br />
máquinas cerca <strong>de</strong> 220 milhões<br />
<strong>de</strong> cartões diferentes, dos<br />
quais 110 milhões <strong>de</strong>les transacionam<br />
recorrentemente (consi<strong>de</strong>rando<br />
todos os cartões <strong>de</strong> crédito,<br />
débito e vale-alimentação).<br />
Dados do Banco Central, referentes<br />
ao 4º trimestre <strong>de</strong> 2016, dão<br />
conta que o Brasil tem cerca <strong>de</strong><br />
100 milhões <strong>de</strong> cartões <strong>de</strong> débito<br />
ativos, <strong>de</strong> um total <strong>de</strong> 320 milhões<br />
em circulação. Já os cartões<br />
<strong>de</strong> crédito são 83 milhões ativos,<br />
<strong>de</strong> 150 milhões em circulação”,<br />
<strong>de</strong>talha executiva da Cielo.<br />
Sobre a campanha, a executiva<br />
fala da sua estrutura <strong>de</strong> conteúdo.<br />
“Ela tem um storytelling que dá<br />
suporte a esse público en<strong>de</strong>reçável<br />
<strong>de</strong> 12 segmentos <strong>de</strong> mercado.<br />
A campanha reflete o que vivemos<br />
na companhia – totalmente<br />
voltados para o cliente, que sempre<br />
esteve no centro <strong>de</strong> toda e<br />
qualquer <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> negócio. Nós<br />
não entregamos apenas produtos,<br />
mas enten<strong>de</strong>mos as necessida<strong>de</strong>s<br />
dos segmentos que aten<strong>de</strong>mos e<br />
transformamos isso em proposta<br />
<strong>de</strong> valor para cada um <strong>de</strong>les. Esses<br />
segmentos estão representados<br />
na campanha. Estamos reforçando<br />
nossa vocação <strong>de</strong> inquietu<strong>de</strong> e<br />
movimento, que se reflete no conceito<br />
criativo da campanha e também<br />
nos formatos <strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong><br />
todo o projeto. Queríamos uma<br />
comunicação que fosse autêntica<br />
e com a qual os nossos clientes se<br />
i<strong>de</strong>ntificassem e se inspirassem”,<br />
ela argumenta.<br />
Duda também enfatiza a confiabilida<strong>de</strong><br />
do serviço. Os lojistas<br />
estão com o dinheiro na conta em<br />
menos <strong>de</strong> 24 horas o que, na sua<br />
expressão, é uma operação financeira<br />
complexa. “Se há <strong>de</strong>feito na<br />
máquina, a reposição é em, no<br />
máximo, quatro horas. Temos<br />
150 postos capacitados para a<br />
troca. Mas há a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
backup por WhatsApp e wi-fi. A<br />
queda <strong>de</strong> sinal das operadoras<br />
<strong>de</strong> telecomunicações exigiu da<br />
Cielo a montagem <strong>de</strong> um centro<br />
avançado <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>sse<br />
problema. A casa da Nasa, como<br />
ficou conhecida internamente,<br />
informa até mesmo às operadoras<br />
sobre o problema.<br />
“A i<strong>de</strong>ia é amplificar o conceito<br />
<strong>de</strong> que, se o empreen<strong>de</strong>dor<br />
tem Cielo, seus negócios não param,<br />
estão sempre a todo vapor,<br />
girando, ven<strong>de</strong>ndo”, finaliza Rafael<br />
Pitanguy, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />
criação da Y&R.<br />
O humorista Marcelo Adnet vive os 12 personagens da nova campanha da operadora <strong>de</strong> máquinas <strong>de</strong> recebimento nos PDVs da Cielo<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 37
Marcas<br />
Campanha <strong>de</strong> lançamento do Zaad Mondo, <strong>de</strong> O Boticário, traz o apresentador e jornalista Pedro Andra<strong>de</strong> viajando pelo mundo atrás da matéria-prima da fragrância<br />
Mercado <strong>de</strong> cuidados pessoais para<br />
homens cresce 7,1% anualmente<br />
Com índice, Brasil <strong>de</strong>ve alcançar US$ 6,7 bilhões em vendas, nos<br />
próximos dois anos, ultrapassando o atual campeão, Estados Unidos<br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />
Nos últimos cinco anos, o<br />
mercado <strong>de</strong> beleza masculina<br />
dobrou <strong>de</strong> tamanho e <strong>de</strong>ve<br />
seguir aquecido em 20<strong>17</strong>. Segundo<br />
dados da Euromonitor<br />
Internacional, pelos próximos<br />
dois anos, o mercado brasileiro<br />
<strong>de</strong> cuidados pessoais masculino<br />
<strong>de</strong>ve crescer 7,1% ao ano e<br />
tornar-se o maior mercado do<br />
mundo, movimentando cerca<br />
<strong>de</strong> US$ 6,7 bilhões em vendas e,<br />
assim, ultrapassando os Estados<br />
Unidos, que <strong>de</strong>vem movimentar<br />
US$ 6,4 bilhões.<br />
Antes tímido, o público masculino,<br />
que é exigente no que<br />
diz respeito aos produtos para<br />
cuidar <strong>de</strong> sua apresentação, já<br />
vinha dando sinais <strong>de</strong> que o segmento<br />
era um bom investimento.<br />
Em 2015, o mercado mundial<br />
teve um boom e movimentou<br />
cerca <strong>de</strong> R$ 20 bilhões. Já em<br />
2016, mesmo com um ano ruim<br />
em vendas para o varejo, os produtos<br />
<strong>de</strong> beleza para os homens<br />
não saíram da lista <strong>de</strong> compras.<br />
O mercado movimentou cerca<br />
<strong>de</strong> R$ 19,6 bilhões e fez com que<br />
marcas brasileiras <strong>de</strong> cosméticos<br />
apostassem no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> produtos.<br />
De olho em toda essa movimentação,<br />
a linha Natura Homem<br />
foi toda reformulada, com<br />
12 novos produtos. A marca, que<br />
até então só <strong>de</strong>senvolvia para<br />
homens as fragrâncias, aposta<br />
agora em uma linha completa<br />
para cuidado da saú<strong>de</strong> e da beleza.<br />
A revisão da linha, que agora<br />
conta com produtos para o rosto,<br />
cabelo, barba e corpo, partiu <strong>de</strong><br />
um estudo li<strong>de</strong>rado pela antropóloga<br />
Paula Pinto sobre mas-<br />
Em 2015, o<br />
mErcado mundial<br />
tEvE um boom E<br />
movimEntou cErca<br />
dE r$ 20 bilhõEs<br />
38 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
Com a linha mkmen, a Mary Kay<br />
traz 19 produtos especializados<br />
no homem mo<strong>de</strong>rno<br />
O Boticário<br />
reformulou e ampliou<br />
sua linha masculina<br />
com novos produtos<br />
culinida<strong>de</strong> e gênero. A marca<br />
também realizou pesquisas com<br />
homens <strong>de</strong> 20 a 45 anos em diversos<br />
países, para compreen<strong>de</strong>r<br />
o universo do homem contemporâneo,<br />
que está <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong><br />
lado aquele estereótipo <strong>de</strong> macho<br />
alfa.<br />
“A Natura é lí<strong>de</strong>r em perfumaria<br />
masculina com marcas queridas<br />
pelo consumidor. Agora,<br />
queremos fazer um convite bem<br />
provocador e libertador para<br />
o homem. Queremos que ele<br />
se livre das amarras da masculinida<strong>de</strong>,<br />
que muitas vezes<br />
carrega certos preconceitos e<br />
dureza, e se enxergue do jeito<br />
que ele é. O homem já se<br />
cuida muito, vemos isso<br />
como uma tendência”,<br />
afirma Denise Coutinho,<br />
diretora global <strong>de</strong> perfumaria<br />
e presentes da Natura.<br />
A comunicação da<br />
linha, assinada pela Full<br />
Jazz, <strong>de</strong>staca essa liberda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> assumir o que<br />
gosta.<br />
Já com base em uma<br />
pesquisa da Firmenich,<br />
chamada Men Experience<br />
2016, O Boticário reformulou<br />
e ampliou sua<br />
linha masculina. A marca,<br />
que já possui 18 produtos<br />
especializados no<br />
segmento, trouxe uma<br />
nova roupagem para as<br />
embalagens e apresenta<br />
dois novos produtos: Men<br />
“sEgundo a<br />
pEsquisa, hojE<br />
19% dos homEns<br />
já consomEm<br />
produtos faciais”<br />
Combat, um hidratante com cor<br />
para <strong>de</strong>ixar a pele mais uniforme,<br />
e Men Energético Facial,<br />
para renovar a energia do rosto e<br />
aliviar o ar <strong>de</strong> cansaço.<br />
“Os homens estão cada vez<br />
mais interessados em produtos<br />
<strong>de</strong> cuidados pessoais e perfumaria,<br />
ampliando e diversificando<br />
os itens <strong>de</strong> uso contínuo.<br />
Iniciamos esse movimento<br />
com produtos como hidratante<br />
multifuncional e pomada para<br />
cabelo, por exemplo, mas continuamos<br />
expandindo a linha,<br />
pensando nesse novo mercado<br />
cada vez mais exigente e segmentado.<br />
Vale ressaltar que<br />
ainda temos muita oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> expansão nesse mercado.<br />
Segundo a pesquisa, hoje<br />
19% dos homens já consomem<br />
produtos faciais. Em um centro<br />
como São Paulo, o número<br />
aumentou bastante, para quase<br />
30%. Mas ainda é um mercado<br />
cheio <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s”, afirma<br />
Jean Bueno, gerente <strong>de</strong> perfumaria<br />
<strong>de</strong> O Boticário.<br />
Ainda segundo o Grupo Boticário,<br />
o maior motivador <strong>de</strong><br />
compra dos homens para produtos<br />
<strong>de</strong> beleza, como perfumes,<br />
<strong>de</strong>sodorantes, shampoos,<br />
sabonetes e loções hidratantes,<br />
ainda é a fragrância. Porém,<br />
para produtos como creme<br />
<strong>de</strong> barbear, pós-barba e hair<br />
styling, o que importa mais é a<br />
performance, ou seja, quão bem<br />
eles funcionam.<br />
A campanha, criada pela AlmapBBDO<br />
para lançar a fragrância<br />
Zaad Mondo, buscou valorizar<br />
a sofisticação do homem que<br />
parte em busca do novo. Para o<br />
digital, a comunicação, <strong>de</strong>senvolvida<br />
pela W3haus, é estrelada<br />
por Pedro Andra<strong>de</strong>. São cinco<br />
filmes, no quais o jornalista e<br />
apresentador procura a matéria-<br />
-prima da fragrância em uma série<br />
<strong>de</strong> viagens.<br />
Para a Mary Kay, que comercializa<br />
os seus produtos por<br />
venda direta, o público masculino<br />
também tem sido uma boa<br />
surpresa. A marca já possui uma<br />
linha com 19 produtos especializados,<br />
que incluem opções para<br />
cuidados com a pele, espuma <strong>de</strong><br />
barbear e colônias.<br />
No mundo todo, o segmento<br />
<strong>de</strong> beleza masculina espera<br />
movimentar mais <strong>de</strong> US$ 35 bilhões,<br />
e o mercado <strong>de</strong> fragrâncias<br />
terá uma fatia significativa<br />
<strong>de</strong>sse montante. Porém, a venda<br />
<strong>de</strong> produtos para cuidados<br />
faciais é a gran<strong>de</strong> aposta <strong>de</strong>ste<br />
momento e uma das que mais<br />
crescem.<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 39
Marcas<br />
Divulgação<br />
Cena da campanha o sabor do encontro, criação da WMcCann para seu cliente Mastercard, que está sendo exibida nos canais pagos GNT e GloboNews<br />
Mastercard tem minissérie no GNT e<br />
Globo News para ativar gastronomia<br />
Ação foi criada pela WMcCann com o plano <strong>de</strong> gerar conexões por<br />
meio das plataformas Priceless Cities e Surpreenda, <strong>de</strong> Platinum e Black<br />
Paulo Macedo<br />
No universo <strong>de</strong> bares e restaurantes,<br />
cliente solitário<br />
normalmente é meio esquecido<br />
por maîtres e garçons. O protagonista<br />
<strong>de</strong>sse dado cultural não<br />
está na mira da ação O sabor do<br />
encontro, criação da WMcCann<br />
para Mastercard. A intenção é<br />
promover encontros entre pessoas<br />
<strong>de</strong> diferentes matrizes, que<br />
nunca se viram antes, para fazer<br />
rolar conexões por meio dos<br />
elementos sensoriais da gastronomia,<br />
afinal somos indivíduos,<br />
mas não individuais, porque a<br />
essência humana é coletiva.<br />
Essa <strong>de</strong>scrição é o pano <strong>de</strong><br />
fundo da minissérie que está<br />
sendo exibida nos canais pagos<br />
GNT e GloboNews <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
último dia 7, com a chancela da<br />
plataforma Priceless Cities das<br />
linhas Mastercard Black e Pla-<br />
“Fico muito Feliz<br />
em ver o João<br />
vicente, que<br />
conheço <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />
nasceu, que Fez seu<br />
primeiro estágio<br />
na W/Brasil e hoJe<br />
é uma estrela da<br />
comunicação”<br />
tinum. Os episódios, produzidos<br />
pela Edit 2, com direção <strong>de</strong><br />
Francisco Porto e sonorização<br />
da Lucha Libre Audio, têm como<br />
protagonista o ator, publicitário<br />
e humorista João Vicente <strong>de</strong><br />
Castro. Ele tem encontros inusitados,<br />
como o realizado com a<br />
consultora odontológica Maitê<br />
e o produtor cultural Vinicius.<br />
A boa comida e um vinho dão<br />
liga a esses <strong>de</strong>sconhecidos, que<br />
logo <strong>de</strong>scobrem que há algo em<br />
comum entre eles.<br />
O projeto foi <strong>de</strong>senvolvido<br />
para promover benefícios<br />
aos clientes dos cartões que<br />
não dispensam um bom prato<br />
e fazem questão <strong>de</strong> molhar o<br />
paladar com uma tinta <strong>de</strong> Bor<strong>de</strong>aux.<br />
Clientes Mastercard<br />
Platinum e Black contam, por<br />
exemplo, com isenção da taxa<br />
<strong>de</strong> rolha para a primeira garrafa,<br />
e na compra <strong>de</strong> um prato<br />
principal, o consumidor ganha<br />
o do acompanhante em mais <strong>de</strong><br />
100 restaurantes no Rio e São<br />
Paulo.<br />
“Fico muito feliz em ver o<br />
João Vicente, que conheço <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
que nasceu, que fez seu primeiro<br />
estágio na W/Brasil e hoje<br />
é uma estrela da comunicação,<br />
protagonizando a campanha <strong>de</strong><br />
um dos clientes da WMcCann<br />
mais estrelados, que melhor comunica:<br />
a Mastercard. Esse somatório<br />
afetivo e profissional,<br />
para mim, não tem preço”, diz<br />
Washington Olivetto, chairman<br />
da WMcCann.<br />
A direção <strong>de</strong> criação é <strong>de</strong><br />
Marcelo Con<strong>de</strong> e Eiji Kozak,<br />
com criação <strong>de</strong> Mauro Paz, Elano<br />
Collaço e Gabriel Maximo.<br />
A aprovação foi <strong>de</strong> Alan Crean,<br />
Isabela Nonato, Vitor Hugo<br />
Abrantes, Natalia Zimerfeld e<br />
Gabriela Alves.<br />
40 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark
Marcas<br />
Medley cria hotel do sono para<br />
alertar população sobre insônia<br />
Projeto assinado pela New Style oferece espaço para <strong>de</strong>bater qualida<strong>de</strong><br />
do <strong>de</strong>scanso, com palestras e aulas <strong>de</strong> meditação, ioga e alimentação<br />
Foto.grafia/Divulgação<br />
Hotel do sono, instalado na Vila Mariana, em São Paulo, ficará aberto ao público até o dia 24; influenciadores po<strong>de</strong>rão se hospedar no espaço<br />
Danúbia Paraizo<br />
Uma das principais características<br />
das gran<strong>de</strong>s metrópoles<br />
é sua engrenagem<br />
baseada no funcionamento 24<br />
horas. Não à toa, Nova York é<br />
consi<strong>de</strong>rada a cida<strong>de</strong> que nunca<br />
dorme, posto dividido com<br />
São Paulo. Justamente por isso,<br />
a cida<strong>de</strong> brasileira foi escolhida<br />
para abrigar o projeto sobre insônia<br />
da farmacêutica Medley,<br />
do grupo Sanofi.<br />
A companhia inaugurou,<br />
na semana passada, um hotel<br />
do sono, ambiente <strong>de</strong>dicado<br />
a promover educação sobre<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. No Brasil,<br />
quatro em cada <strong>de</strong>z pessoas<br />
sofrem com algum sintoma<br />
relacionado às dificulda<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> dormir, mas apenas 13%<br />
buscam ajuda <strong>de</strong> profissionais<br />
da saú<strong>de</strong>. Funcionando como<br />
gran<strong>de</strong> centralizador <strong>de</strong> conteúdos<br />
interativos sobre o assunto,<br />
o espaço abrigará, até o dia<br />
24 <strong>de</strong> <strong>julho</strong>, workshops e aulas<br />
gratuitas <strong>de</strong> meditação e ioga,<br />
além <strong>de</strong> palestras com dicas <strong>de</strong><br />
alimentação.<br />
“A insônia é pouco diagnosticada<br />
porque as pessoas estão<br />
dormindo cada vez menos. Vimos,<br />
então, uma oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> para orientar as pessoas, em<br />
parceria com a Associação Brasileira<br />
do Sono. Nem sempre<br />
é preciso tratamento com medicamento.<br />
Alguns cuidados<br />
simples po<strong>de</strong>m ajudar muito.<br />
O hotel foi a forma que encontramos<br />
para dividir essa educação,<br />
baseada em ciência por<br />
meio da classe médica”, explica<br />
Carlos Aguiar, diretor <strong>de</strong> negócios<br />
da Medley.<br />
Como parte da estratégia<br />
do projeto, além <strong>de</strong> um ví<strong>de</strong>o<br />
no digital e uma plataforma<br />
<strong>de</strong> conteúdo na internet, a<br />
ativação também é feita com<br />
influenciadores, que po<strong>de</strong>rão<br />
se hospedar no hotel e dividir<br />
com seus seguidores a experiência<br />
vivenciada por eles. “A<br />
gente se <strong>de</strong>parou com um problema<br />
do cliente e a solução<br />
transcen<strong>de</strong>u uma campanha<br />
publicitária. Construímos o<br />
hotel para, a partir <strong>de</strong>le, gerar<br />
curiosida<strong>de</strong> sobre o tema. Em<br />
vez <strong>de</strong> contar uma história,<br />
criamos um hotel <strong>de</strong> verda<strong>de</strong><br />
na cida<strong>de</strong> que nunca dorme<br />
para chamar a atenção sobre a<br />
importância do sono”, <strong>de</strong>staca<br />
Pipo Calazans, CEO da New-<br />
Style, que assina a criação do<br />
projeto.<br />
A indústria farmacêutica<br />
não costuma ser muito disruptiva,<br />
até por uma questão legislativa,<br />
já que são proibidas<br />
campanhas publicitárias sobre<br />
medicamentos que necessitem<br />
<strong>de</strong> prescrição médica.<br />
O Conar (Conselho Nacional<br />
<strong>de</strong> Autorregulamentação<br />
Publicitária) também tem regras<br />
específicas para orientar o<br />
trabalho publicitário para essa<br />
indústria. Para Aguiar, o projeto<br />
é especial porque envolveu<br />
esforços <strong>de</strong> todas as áreas para<br />
garantir diretrizes <strong>de</strong> compliance<br />
em todo o processo.<br />
“Conseguimos trazer inovação<br />
com responsabilida<strong>de</strong>. Em<br />
nenhum momento eu falo <strong>de</strong><br />
marca, porque preciso ser coerente<br />
com a indústria em um<br />
momento <strong>de</strong> não incentivar a<br />
automedicação. É papel da indústria<br />
essa conscientização,<br />
mostrando que com pequenas<br />
mudanças as pessoas po<strong>de</strong>m<br />
ter um impacto positivo na<br />
saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>las”.<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 41
mArcAs<br />
Força <strong>de</strong> Havaianas no exterior po<strong>de</strong><br />
multiplicar o valor da Alpargatas<br />
Analistas <strong>de</strong> mercado avaliam caminhos das marcas que pertencem ao<br />
grupo diante da possível venda da participação da J&F por R$ 3,5 bilhões<br />
Danúbia Paraizo<br />
notícia sobre a venda da<br />
A participação majoritária do<br />
grupo Alpargatas, pertencente<br />
à J&F, dos irmãos Wesley e Joesley<br />
Batista, na semana passada,<br />
movimentou o mercado<br />
diante dos possíveis cenários<br />
para marcas internacionalmente<br />
fortes, como Havaianas,<br />
Osklen e Mizuno.<br />
A companhia passará a ser<br />
comandada pela Itaúsa Investimentos,<br />
que controla o Itaú<br />
Unibanco, a Cambuhy Investimentos<br />
e a Brasil Warrant, caso<br />
a transação seja confirmada<br />
pelo Ca<strong>de</strong> (Conselho Administrativo<br />
<strong>de</strong> Defesa Econômica).<br />
Em comunicado oficial que<br />
confirmou a oferta <strong>de</strong> R$ 3,5 bilhões,<br />
no último dia 12, a Itaúsa<br />
<strong>de</strong>stacou a força das marcas<br />
que integram a Alpargatas, distribuídas<br />
hoje para mais <strong>de</strong> 100<br />
países, além <strong>de</strong> sua relevância<br />
para o varejo. O grupo dispõe<br />
<strong>de</strong> 150 mil pontos <strong>de</strong> venda no<br />
Brasil e <strong>de</strong>z mil no exterior,<br />
impulsionados, sobretudo, por<br />
seu carro-chefe, a Havaianas,<br />
que com 55 anos <strong>de</strong> história é<br />
uma das marcas mais lembradas<br />
pelos brasileiros.<br />
O futuro da fabricante <strong>de</strong><br />
sandálias, em particular, chama<br />
a atenção <strong>de</strong> analistas <strong>de</strong> marketing<br />
e <strong>de</strong> reputação diante<br />
das recentes <strong>de</strong>clarações dos<br />
novos proprietários da Alpargatas.<br />
A empresa será foco <strong>de</strong><br />
investimentos na diversificação<br />
<strong>de</strong> seu portfólio <strong>de</strong> produtos,<br />
fortalecimento do e-commerce<br />
e expansão <strong>de</strong> sua presença<br />
internacional, como <strong>de</strong>clarou<br />
Alfredo Egydio Setubal, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Itaúsa, durante teleconferência<br />
com investidores<br />
no último dia 14. “A marca Havaianas<br />
tem capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expansão<br />
muito gran<strong>de</strong> nos Estados<br />
Unidos, on<strong>de</strong> a participação<br />
ainda é relativamente pequena<br />
e muito concentrada na Califórnia,<br />
Flórida e Nova York”, revelou<br />
à Folha <strong>de</strong> S.Paulo.<br />
Um dos anúncios da premiada campanha <strong>de</strong> Havaianas, que se tornou um dos principais produtos brasileiros com apelo internacional<br />
Para Alan Kuhar, especialista<br />
em varejo e professor <strong>de</strong> administração<br />
da ESPM, há duas maneiras<br />
<strong>de</strong> avaliar o peso da compra<br />
da Alpargatas: do ponto <strong>de</strong><br />
vista financeiro e <strong>de</strong> seu valor<br />
<strong>de</strong> marca para o consumidor.<br />
Pelo viés comercial, é inegável<br />
a vantagem na transação, diante<br />
dos bons resultados do grupo<br />
nos últimos anos.<br />
Em 2016, a Alpargatas faturou<br />
R$ 4 bilhões, pouco mais<br />
que o valor <strong>de</strong> sua venda. Segundo<br />
Kuhar, a situação política<br />
dos irmãos Batista, que precisam<br />
acertar com o Ministério<br />
Público pagamento <strong>de</strong> R$ 10,3<br />
bilhões referentes ao acordo <strong>de</strong><br />
lenicência, na Operação Lava-<br />
-Jato, facilitou a negociação. “Já<br />
do ponto <strong>de</strong> vista do consumidor,<br />
Havaianas, especialmente,<br />
tem um patrimônio mercadológico<br />
muito rico, é sinônimo <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produto. É uma<br />
“Havaianas,<br />
especialmente,<br />
tem um patrimônio<br />
mercadológico<br />
muito rico, é<br />
sinônimo <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
produto”<br />
Divulgação<br />
marca que ven<strong>de</strong> 200 milhões<br />
<strong>de</strong> pares por ano. Minha aposta<br />
é que os novos donos vão<br />
trabalhar muito bem as marcas<br />
do grupo e ven<strong>de</strong>r por um valor<br />
bem mais elevado no futuro”.<br />
Vale lembrar que o grupo pertencia<br />
à Camargo Correa, mas<br />
foi comprado pela J&F em 2015.<br />
Para Daniel Amaral, professor<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> da Fecap,<br />
ainda é cedo para avaliar o impacto<br />
da venda da Alpargatas,<br />
sobretudo no exterior, foco dos<br />
negócios dos novos proprietários,<br />
mas adianta: “É mais<br />
difícil <strong>de</strong> explicar para os estrangeiros<br />
o envolvimento das<br />
marcas nesse escândalo <strong>de</strong> corrupção,<br />
mas Havaianas, lá fora,<br />
tem valor próprio, então, tem<br />
potencial <strong>de</strong> passar por essa<br />
turbulência e até multiplicar<br />
sua presença. Vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
como o marketing vai trabalhar<br />
a gestão daqui para frente”.<br />
42 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark
curtas<br />
Ele é o primeiro diretor-executivo global<br />
<strong>de</strong> criação da marca que está presente<br />
em 70 países. Gabriel Araujo (foto) li<strong>de</strong>ra a<br />
criação da Little George, agência brasileira<br />
da Ketchum. Ele comanda equipes <strong>de</strong><br />
novos negócios e <strong>de</strong> clientes para conceber<br />
e “produzir campaign-leading i<strong>de</strong>as,<br />
bran<strong>de</strong>d content, advertising e product<br />
innovation”, como <strong>de</strong>screve o comunicado<br />
oficial da Ketchum.<br />
Fotos: Divulgação<br />
A Africa conquistou a conta da Bombril,<br />
após processo <strong>de</strong> concorrência. Historicamente<br />
gran<strong>de</strong> anunciante, empresa<br />
passou recentemente por reestruturação<br />
financeira e operacional. Agora, quer voltar<br />
a crescer no mercado.<br />
A pedido da Abap (Associação Brasileira<br />
das Agências <strong>de</strong> Propaganda),<br />
Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional das<br />
Agências <strong>de</strong> Propaganda) e Abradi<br />
(Associação Brasileira dos Agentes<br />
Digitais), a Ancine (Agência Nacional<br />
do Cinema) prorrogou por<br />
90 dias, a partir do próximo dia<br />
18, aplicação da Instrução Normativa<br />
134/<strong>17</strong>. A norma havia<br />
<strong>de</strong>terminado, entre outros<br />
temas, a obrigatorieda<strong>de</strong> do<br />
registro <strong>de</strong> obras publicitárias<br />
audiovisuais com veiculação<br />
contratada na internet.<br />
A concorrência da Secom (Secretaria<br />
<strong>de</strong> Comunicação da Presidência da República)<br />
tem mais um capítulo. A DPZ&T<br />
foi <strong>de</strong>sclassificada na fase <strong>de</strong> habilitação<br />
<strong>de</strong> documentos e em seu lugar assume<br />
a Artplan, <strong>de</strong> Rodolfo Medina (foto). A<br />
DPZ&T foi uma das vencedoras da etapa<br />
técnica, ao lado da Calia Y2 e da NBS. A<br />
agência do Grupo Publicis já havia entrado<br />
na etapa técnica por meio <strong>de</strong> um recurso.<br />
Sua <strong>de</strong>fesa foi aceita e ela herdou<br />
o lugar da Y&R, que <strong>de</strong>sistiu <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r à<br />
Secom. Agora, na etapa <strong>de</strong> documentos<br />
e preço, foi questionada pela Artplan,<br />
que está cre<strong>de</strong>nciada para dividir a conta<br />
com NBS e Calia Y2. A agência, segundo<br />
fontes cre<strong>de</strong>nciadas, vai recorrer da <strong>de</strong>cisão<br />
para tentar <strong>de</strong>sconstruir os argumentos<br />
da Artplan.<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 43
STORYTELLER<br />
Cinematic/iStock<br />
Incrível! Fantástico!<br />
Extraordinário!<br />
Para <strong>de</strong>scobrir que nada muda, basta<br />
se dar ao trabalho <strong>de</strong> conhecer a história<br />
LuLa Vieira<br />
Antes <strong>de</strong> mais nada, me permita explicar<br />
que o título <strong>de</strong>ste artigo é <strong>de</strong> um programa<br />
da década <strong>de</strong> 1950 na Rádio Nacional<br />
do Rio <strong>de</strong> Janeiro, escrito por Almirante (a<br />
mais alta patente do rádio), que registrava<br />
as coisas inacreditáveis que o chamado<br />
mundo mo<strong>de</strong>rno propiciava. Coisas, no linguajar<br />
da época, “do arco da velha”, cujo<br />
significado eu conheço, mas não tenho a<br />
menor i<strong>de</strong>ia da origem, assim como “do<br />
cabo <strong>de</strong> esquadra”, que significa a mesma<br />
coisa: sinistro. Que hoje não significa mais<br />
sinistro, mas quer dizer... poooorra! É que<br />
para preparar um material para uma aula<br />
fui consultar velhos números da revista<br />
Propaganda, lançada em 1956. Encontrei<br />
maravilhas.<br />
Exemplo? Uma coluna assinada por<br />
Francisco da Silva Júnior, que ocupava generosas<br />
páginas duplas com as novida<strong>de</strong>s<br />
do mundo da comunicação. Do primeiro<br />
volume da coleção, isto é, dos primeiros<br />
números da revista e, portanto, da primeira<br />
dúzia <strong>de</strong> artigos do colega Francisco Silva<br />
Júnior, colhi algumas novida<strong>de</strong>s realmente<br />
extraordinárias. No número <strong>de</strong> maio <strong>de</strong><br />
1957, a coluna registra a existência <strong>de</strong> um<br />
novo profissional nas agências dos Estados<br />
Unidos, que já possuíam um corpo <strong>de</strong><br />
advogados para prevenir contra <strong>de</strong>mandas<br />
<strong>de</strong> clientes a respeito <strong>de</strong> promessas da<br />
propaganda. São os “peritos em questões<br />
raciais”, que, cobrando algo em torno <strong>de</strong><br />
US$ 100 por dia, oferecem conselhos para<br />
que nos anúncios não surjam cenas <strong>de</strong> preconceitos<br />
explícitos, capazes <strong>de</strong> provocar a<br />
ira <strong>de</strong> minorias. Vejam só. Em junho, há a<br />
reprodução <strong>de</strong> um artigo da British Export<br />
Gazette informando que a Minhoca Escocesa<br />
é consi<strong>de</strong>rada a melhor isca para peixes<br />
no mercado americano. Mercado gigantesco,<br />
pois consome 25 milhões <strong>de</strong> minhocas<br />
por ano. O primeiro lote importado <strong>de</strong>ssas<br />
superminhocas escocesas foi <strong>de</strong> 10 milhões<br />
<strong>de</strong> exemplares. Elas me<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 20 cm a 25<br />
cm e chegam vivas nos EUA em recipientes<br />
especiais e com temperatura controlada.<br />
Já era um início do orgânico que neguinho<br />
hoje acha a maior novida<strong>de</strong>.<br />
E veja como as coisas mudam: num levantamento<br />
do mercado americano <strong>de</strong> propaganda,<br />
estimado em US$ 10 bilhões, em<br />
1955 a maior parcela ficou com anúncios<br />
em jornais. Depois as revistas. Em seguida<br />
veio a mala direta, e os veículos especiais<br />
que distribuem cupons. Na rabeira, o rádio<br />
e a mídia externa. Televisão? Nem se falou<br />
nisso. E agora uma novida<strong>de</strong>: Mr. Robert F.<br />
Boomer, da Missão Econômica Americana,<br />
afirma que as empresas <strong>de</strong> seu país só não<br />
investem mais no Brasil porque a situação<br />
econômica é incerta. Como as coisas mudam,<br />
não é? Mu<strong>de</strong>mos <strong>de</strong> colunista. Domingos<br />
<strong>de</strong> Grossi, outro observador, informa<br />
que o governo do Estado <strong>de</strong> São Paulo<br />
vai proibir uso <strong>de</strong> carteirinhas <strong>de</strong> fósforo<br />
como publicida<strong>de</strong>. A razão é perfeita: estavam<br />
sendo usadas como troco, <strong>de</strong>svirtuando<br />
sua finalida<strong>de</strong> promocional. Pena que<br />
não conste o nome do parlamentar que teve<br />
a i<strong>de</strong>ia da lei, para <strong>de</strong>vido registro.<br />
Voltemos ao Francisco. O cara é muito<br />
bom! Informa que o lançamento da TV em<br />
cores nos Estados Unidos provocou crise<br />
no varejo americano. Depois <strong>de</strong> muita negociação,<br />
os fabricantes estão aceitando a<br />
<strong>de</strong>volução dos estoques <strong>de</strong> aparelhos monocromáticos.<br />
Em março, a revista informa<br />
que a Suécia proibiu a propaganda <strong>de</strong> bebida<br />
alcoólica em cartazes, tabuletas, outdoors,<br />
rádio e televisão. E os governadores<br />
dos estados <strong>de</strong> Nebrasca e Iowa reuniram<br />
os pecuaristas <strong>de</strong> seus territórios para dar<br />
publicida<strong>de</strong> ao consumo <strong>de</strong> carne bovina,<br />
que está <strong>de</strong>caindo nos EUA. Ainda na revista<br />
<strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1956, uma gran<strong>de</strong> reportagem<br />
sobre a história do Dia das Mães, cuja<br />
origem é americana, <strong>de</strong> 1907, e chegou no<br />
Brasil em 1948.<br />
A matéria serve como um <strong>de</strong>sabafo para<br />
os irmãos Fernando e Rogério Severino,<br />
que, trabalhando na Standard Propaganda,<br />
criadora <strong>de</strong> uma campanha para popularizar<br />
o Dia das Mães no Brasil, foram<br />
acusados <strong>de</strong> estarem fazendo uma grossa<br />
picaretagem, ou seja, transformar em consumo<br />
o mais puro dos amores. Já que falei<br />
em carne, <strong>de</strong>staco um anúncio da Revista<br />
Gran<strong>de</strong> Hotel, dirigido aos frigoríficos do<br />
Brasil, afirmando que ela, a Gran<strong>de</strong> Hotel,<br />
é o melhor veículo para ven<strong>de</strong>r produtos<br />
enlatados. Simplesmente porque é o veículo<br />
que fala às “verda<strong>de</strong>iras donas <strong>de</strong> casa”.<br />
Para <strong>de</strong>scobrir que nada muda, basta se dar<br />
ao trabalho <strong>de</strong> conhecer a história. Novos<br />
tempos... bah!<br />
Lula Vieira é publicitário, diretor da<br />
Mesa Consultoria <strong>de</strong> Comunicação,<br />
radialista, escritor, editor e professor<br />
lulavieira@grupomesa.com.br<br />
46 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark
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Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
Divulgação<br />
O diretor <strong>de</strong> criação<br />
Celso Alfieri, da Y&R,<br />
ao lado <strong>de</strong> Aline<br />
Riscado, a Verão<br />
da cerveja Itaipava:<br />
criador e criatura<br />
48 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark
Matheus Gargioni/Divulgação<br />
neGÓcIO Da cHIna<br />
No próximo dia 22, o publicitário<br />
Celso Alfieri, diretor <strong>de</strong><br />
criação da Y&R, embarca para<br />
a China, on<strong>de</strong> será jurado presencial<br />
da <strong>edição</strong> 20<strong>17</strong> do Clio,<br />
que será realizada entre os dias<br />
26 <strong>de</strong> <strong>julho</strong> e 3 <strong>de</strong> agosto. Ele vai<br />
julgar os trabalhos da área Film<br />
da competição. A viagem até<br />
Guangzhou, conhecida como<br />
cida<strong>de</strong> global beta, <strong>de</strong>mora dois<br />
dias, mas Alfieri não está preocupado<br />
com isso. “Costumo<br />
<strong>de</strong>finir o Clio como um festival<br />
que já vem com shortlist. Não é<br />
tudo que se inscreve ali. Basta<br />
olhar o longlist <strong>de</strong>sse festival<br />
para ver a altura do sarrafo”,<br />
ele sintetiza. Com passagens<br />
pela Lowe Loducca, 141 Soho<br />
Square, Talent e W/Brasil, Alfieri<br />
está na equipe <strong>de</strong> criação da<br />
Y&R <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2014, on<strong>de</strong> coor<strong>de</strong>na<br />
a comunicação das marcas<br />
do Grupo Petrópolis. Leva a sua<br />
assinatura o personagem Verão<br />
para a cerveja Itaipava, vivido<br />
pela mo<strong>de</strong>lo Aline Riscado. Na<br />
antiga W, Alfieri criou celebrada<br />
campanha com a mo<strong>de</strong>lo Gisele<br />
Bündchen, para a Ipanema.<br />
“Primeiro foram os anúncios<br />
com a Gisele inteira tatuada;<br />
no ano seguinte, a campanha<br />
no Xingu; e no terceiro ano,<br />
ela com vestidos feitos <strong>de</strong> água<br />
(sem auxílio <strong>de</strong> 3D, acredite)”,<br />
<strong>de</strong>talha Alfieri. Na época da<br />
Lowe Loducca, ele se lembra do<br />
filme Pelos na orelha, para Sprite.<br />
“Propaganda boa para mim é<br />
isso”, finaliza.<br />
Rose Reynolds, à esquerda, Bel January e a diretora <strong>de</strong> criação Linda Holland, com o diretor <strong>de</strong> cena Ivan Abujamra, da Cine<br />
BeLeZa<br />
Do elenco da Cine, o diretor <strong>de</strong> cena e fotógrafo Ivan Abujamra<br />
coor<strong>de</strong>nou o set <strong>de</strong> filmagem <strong>de</strong> comerciais para a marca<br />
TRESemmé, sob encomenda do escritório londrino da Mullen<br />
Lowe. As gravações foram realizadas na área central <strong>de</strong> São<br />
Paulo. A equipe <strong>de</strong> criação da agência acompanhou o processo.<br />
“A formação <strong>de</strong> fotógrafo do Ivan, trabalhando com craques<br />
como Mario Testino, <strong>de</strong>u a ele um olhar precioso para filmes<br />
que exigem uma estética apurada, como moda e cosmética por<br />
exemplo”, diz Raul Doria, sócio da Cine.<br />
DescOnTO<br />
A atriz Lilia Cabral, que vive a personagem Silvana na trama<br />
global A Força do Querer, é a porta-voz da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> supermercados<br />
Extra, que está lançando a plataforma Meu Desconto, disponível<br />
no aplicativo do seu programa <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>. O sistema<br />
permite ofertas personalizadas pelo celular para os clientes<br />
da re<strong>de</strong>. A equipe da Sentimental Filmes, li<strong>de</strong>rada pelo diretor<br />
Guga San<strong>de</strong>r, teve um dia para gravar com Lília em um estúdio<br />
do Rio <strong>de</strong> Janeiro. Nesse dia, também foram feitas as fotos que<br />
<strong>de</strong>ram origem a todos os materiais da campanha, composta por<br />
filme para o meio televisão, canais digitais, material <strong>de</strong> OOH,<br />
rádio e jornal. O excutivo Eandres Aguiar, gerente-geral <strong>de</strong> marketing<br />
do Extra, acompanhou <strong>de</strong> perto a produção. “É um orgulho<br />
fazer parte <strong>de</strong>sse projeto, que transforma o modo <strong>de</strong> a<br />
população consumir e <strong>de</strong> o Extra <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r”, diz Marcelo Reis,<br />
Co-CEO e CCO da Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong>.<br />
É Ou nÃO É<br />
Cada vez mais as ruas<br />
inspiram. A Coca-Cola fez<br />
bonito com a campanha<br />
Essa Coca que é Fanta. E<br />
daí?. O que era preeconceituoso<br />
virou mensagem<br />
propositiva, a melhor do<br />
dia do orgulho LGBT.<br />
GOLaÇO<br />
A contratação <strong>de</strong> Rita<br />
Almeida para head <strong>de</strong><br />
planejamento da F/Nazca<br />
S&S foi <strong>de</strong>z. A agência incorporou<br />
a CO.R, empresa<br />
<strong>de</strong> inteligência criativa da<br />
publicitária.<br />
VeLOZ<br />
O protótipo elétrico Air,<br />
fabricado pela Lucid,<br />
estabeleceu a surpreen<strong>de</strong>nte<br />
velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 379 km<br />
por hora durante testes<br />
nos EUA.<br />
Divulgação<br />
ONOMO<br />
BacaLHau<br />
A torcida do Vasco<br />
<strong>de</strong>u péssimo exemplo<br />
na <strong>de</strong>rrota por 1x0 para o<br />
Flamengo. Houve morte<br />
<strong>de</strong> um torcedor do clube,<br />
<strong>de</strong>predação do estádio e<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r<br />
mando <strong>de</strong> campo por<br />
<strong>de</strong>z rodadas. Lamentável!<br />
sILIcOne<br />
A febre dos seios siliconados,<br />
nas palavras da jornalista<br />
Thais Carvalho Diniz,<br />
no UOL, está em baixa.<br />
Uso <strong>de</strong> próteses continua,<br />
mas menor.<br />
nuDe<br />
Por que vazar vi<strong>de</strong>os<br />
íntimos, como aconteceu<br />
com o ator José Loreto? É<br />
no mínimo <strong>de</strong>sprezível,<br />
vulgar e criminoso.<br />
Beth Gonçalves, à esq., seguida <strong>de</strong> Eandres Aguiar, Lilia Cabral, Augusto Coelho, Luciana Zappala, Theodoro Tortoro e Rafael Alves<br />
jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 49
última página<br />
Sobre propósito<br />
e escolhas<br />
bowie15/iStock<br />
Claudia Penteado<br />
Outro dia, num fim <strong>de</strong> semana em que<br />
por acaso me encontrava em Salvador,<br />
na Bahia, ouvi comentaristas <strong>de</strong> uma rádio<br />
criticarem uma cantora muito popular<br />
por lá que teria “enganado” as pessoas ao<br />
anunciar que abandonaria o seu sobrenome,<br />
para <strong>de</strong>pois revelar que se tratava <strong>de</strong><br />
uma brinca<strong>de</strong>ira vinculada à estratégia <strong>de</strong><br />
marketing <strong>de</strong> um laboratório. Sem qualquer<br />
juízo <strong>de</strong> valor à estratégia, revelo aqui<br />
o que era: Claudia Leitte disse aos fãs que<br />
mudaria seu nome artístico, e <strong>de</strong>pois revelou<br />
que não precisaria “tirar o leite”, ação<br />
publicitária do medicamento Perlatte, da<br />
Eurofarma, <strong>de</strong>stinado a pessoas com intolerância<br />
a lactose. Na hora, me lembro <strong>de</strong><br />
pensar: nossa, mas que gente chata, que<br />
mania <strong>de</strong> reclamar <strong>de</strong> tudo. Mas tenho um<br />
vício – talvez comum a jornalistas, não sei<br />
– <strong>de</strong> tentar enxergar fatos por<br />
diferentes ângulos – algo útil e<br />
interessante, posso garantir, para<br />
quem gostaria <strong>de</strong> tentar.<br />
Lembrei-me do enterro do<br />
Bentley; Neymar anunciando<br />
que ia virar cantor, em ação <strong>de</strong><br />
Snickers; e outras tantas estratégias<br />
que simulam realida<strong>de</strong>s.<br />
E até <strong>de</strong> uma peça <strong>de</strong> teatro que<br />
assisti outro dia em que a atriz<br />
fingiu que esqueceu o texto logo no começo<br />
e me fez passar o resto do tempo num estranho<br />
e <strong>de</strong>sconcertante limiar entre o que parecia<br />
interpretação <strong>de</strong> fato e o que po<strong>de</strong>ria<br />
ser improviso no esquecimento. Simplesmente<br />
não dava mais para acreditar nela.<br />
Minha dúvida era a seguinte, tentando<br />
usar um pouco da perspectiva <strong>de</strong> quem<br />
reclamou por ter sido “enganado”: na era<br />
da trolagem e das notícias falsas, a publicida<strong>de</strong><br />
que se vale <strong>de</strong> pegadinhas assim<br />
estaria simplesmente captando o “espírito<br />
do tempo” <strong>de</strong> forma bem-humorada ou há<br />
algum limite ético nessa história?<br />
“EntEndEr<br />
o quE<br />
rEalmEntE<br />
importa para<br />
as pEssoas<br />
dá mais<br />
trabalho”<br />
Assuntei por aí, especialmente com gente<br />
que, ao contrário da mim, transita pelos<br />
intestinos <strong>de</strong>sse business cada vez mais<br />
complexo chamado propaganda. Fábio Seidl,<br />
experiente criativo no meio digital, disse<br />
que os resmungões acabam colaborando<br />
para o sucesso <strong>de</strong> campanhas assim, gerando<br />
discussões e chamando a atenção para<br />
as marcas. Resmungos estariam sempre<br />
previstos no pacote. A muitos parece natural<br />
a convergência entre espetáculo e propaganda<br />
envolvendo celebrida<strong>de</strong>s, cujo dia<br />
a dia, como bem me lembrou o Abel Reis, é<br />
mesmo “quase <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>”.<br />
O criativo Fernando Campos (autor da<br />
ação da Claudia Leitte) acha que o esporte<br />
preferido do mundo atual é a problematização.<br />
Enquanto isso, seu cliente está feliz<br />
com os resultados da campanha. Verda<strong>de</strong>,<br />
muitas vezes procuramos pelo em ovo. Mas<br />
por outro lado, se nunca refletirmos sobre o<br />
que fazemos, o que nos tornamos?<br />
Preciso confessar que, <strong>de</strong> conversa em<br />
conversa, cheguei ao bom e velho<br />
“caminho do meio”. Para<br />
muitas pessoas, quando uma<br />
marca lhe conta uma história e<br />
<strong>de</strong>pois fala que era tudo mentirinha,<br />
em nome <strong>de</strong> uma vantagem<br />
comercial, isso se torna<br />
frustrante. Se a mentirinha, por<br />
outro lado, for contada por um<br />
motivo um pouco mais nobre ou<br />
interessante – como foi o caso do<br />
Chiquinho Scarpa e seu Enterro<br />
do Bentley –, talvez a frustração nem exista<br />
e o efeito seja outro, o <strong>de</strong> uma grata surpresa.<br />
“É mais fácil ficar reclamando <strong>de</strong> que<br />
está tudo uma chatice do que parar, refletir,<br />
enten<strong>de</strong>r o que realmente importa para as<br />
pessoas. Fazer isso dá mais trabalho”, me<br />
chamou a atenção outro criativo, o Carlão<br />
Fonseca.<br />
Correndo o risco <strong>de</strong> engrossar o coro<br />
dos chatos ou <strong>de</strong> soar como existencialista<br />
obcecada por sentido, tendo a simpatizar<br />
bem mais com a busca <strong>de</strong> um propósito nas<br />
ações das marcas, <strong>de</strong>ixando o humor puro<br />
e simples para os humoristas. Porque marcas<br />
ven<strong>de</strong>m produtos e serviços no mundo,<br />
não estão aqui a passeio. A busca pelo equilíbrio<br />
na mensagem, essa medida tênue, é,<br />
afinal <strong>de</strong> contas, o que separa o joio do trigo,<br />
o simplório do memorável.<br />
50 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark