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edição de 17 de julho de 2017

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propmark.com.br<br />

GeNeRAl MOtORs<br />

ficA MAis AGRessivA<br />

Hermann Alex<br />

Mahnke, diretor <strong>de</strong><br />

marketing <strong>de</strong> Mercosul<br />

da GM, afirma que<br />

a empresa está mudando<br />

o jeito <strong>de</strong> fazer<br />

marketing. A i<strong>de</strong>ia é se<br />

manter lí<strong>de</strong>r. pág. 20<br />

cielO vOltA à MídiA<br />

cOM cAMpANhA vivA<br />

Criada pela Y&R e<br />

Wun<strong>de</strong>rman, Cielo está<br />

no ar com Seu negócio<br />

não para. A diretora<br />

<strong>de</strong> marketing, Duda<br />

Bastos, conta que ação<br />

narra histórias <strong>de</strong> lojistas.<br />

pág. 36<br />

ANO 53 - Nº 2654 - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> R$ 15,00<br />

flAMeNGO MudA e<br />

RepOsiciONA MARcA<br />

Time rubro-negro se<br />

mostra como plataforma<br />

<strong>de</strong> marketing para<br />

anunciantes. Daniel<br />

Orlean fala que clube<br />

ampliou estratégia <strong>de</strong><br />

exposição para além<br />

da camisa. pág. 34<br />

Anunciar garante<br />

resultados na crise<br />

Os problemas da economia, associados à crise política,<br />

influenciam no negócio da indústria da comunicação.<br />

E, no atual cenário, agências assimilam os problemas.<br />

Mas o mercado constata que as marcas que investem<br />

em publicida<strong>de</strong> têm bons resultados. pág. 14<br />

maurusone/iStock


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

os tempos <strong>de</strong> lula<br />

Todos temos nossos tempos. A própria natureza nos indica, <strong>de</strong>ntre<br />

tantos outros, o tempo <strong>de</strong> plantar e o tempo <strong>de</strong> colher. Os primeiros<br />

tempos <strong>de</strong> Lula na política foram extremamente benéficos para o país.<br />

Ele enfrentou, juntamente com outros companheiros políticos ou não,<br />

as durezas <strong>de</strong> uma ditadura militar que começou como uma revolução<br />

– e assim foi na época chamada por gran<strong>de</strong> parte da população brasileira<br />

e pela mídia em geral.<br />

Mas, passado o seu tempo <strong>de</strong> ter <strong>de</strong>sviado o país da rota i<strong>de</strong>ológica aguçada<br />

por Cuba na América Latina, o que era um movimento criado para<br />

mudar os <strong>de</strong>stinos da pátria, revolucionando o que parecia inevitável<br />

na época, transformou-se em uma ditadura que não <strong>de</strong>veria ter acontecido.<br />

E, como todo regime <strong>de</strong> força, não tolerava os contrários, em número<br />

cada vez maior no Brasil, <strong>de</strong>vido à improprieda<strong>de</strong> da troca <strong>de</strong> comando<br />

nos <strong>de</strong>stinos da nação, sem legítima consulta popular.<br />

O cenário tornou-se propício para li<strong>de</strong>ranças setoriais, como Luiz Inácio<br />

Lula da Silva, assumirem o papel <strong>de</strong> opositores do regime, pondo<br />

em xeque o período militar que durou 20 anos.<br />

O retorno à <strong>de</strong>mocracia aumentou os horizontes <strong>de</strong> políticos cassados<br />

e exilados, incentivou a juventu<strong>de</strong> a retomar seu interesse pela política<br />

e no vazio do trabalhismo provocado pela ditadura militar, abriram-se<br />

várias frentes <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças, a principal <strong>de</strong>las ocupada por Lula, um dos<br />

primeiros <strong>de</strong>ntre todos a colocar a própria vida em risco, saindo à frente<br />

<strong>de</strong> manifestações contra o regime, sem a proteção das leis que hoje<br />

vigem e permitem todo tipo <strong>de</strong> protesto.<br />

Lula foi preso, Lula foi solto, um dos conselheiros inseparáveis <strong>de</strong> Lula<br />

era um calejado publicitário anarquista, que escrevia semanalmente<br />

no PROPMARK, Carlos Maia <strong>de</strong> Souza, o Carlito Maia.<br />

Sem a sempre necessária instrução escolar, mas um intuitivo <strong>de</strong> mão<br />

cheia e sabendo falar para o povo como poucos, Lula <strong>de</strong>spontava no<br />

horizonte político brasileiro como um autêntico lí<strong>de</strong>r da oposição.<br />

Esse seu tempo, porém, terminou, pois o principal adversário com o<br />

qual pelejava <strong>de</strong>pôs armas. Devolvido o po<strong>de</strong>r aos civis, Lula prosseguiu<br />

lí<strong>de</strong>r, mas na condição <strong>de</strong> mais um <strong>de</strong>ntre muitos que também lutaram<br />

contra a ditadura e outros que surgiram durante a transição <strong>de</strong> regime.<br />

Exatamente aí nascia um novo Lula, não mais um sujeito com extrema<br />

coragem física, enfrentando cães e baionetas, mas um lí<strong>de</strong>r com um<br />

novo perfil, agora disputando com outros civis a conquista do po<strong>de</strong>r.<br />

Espelhou-se em outros lí<strong>de</strong>res trabalhistas mundiais, os tempos eram<br />

<strong>de</strong> mudanças no planeta. Propositalmente, ou até por acaso – mas jamais<br />

por afinida<strong>de</strong> –, foi-se aproximando das esquerdas, que nele enxergaram<br />

a escada necessária para camuflar a subida dos <strong>de</strong>graus rumo<br />

ao po<strong>de</strong>r.<br />

Já havia surgido o PT, substituindo para alguns o antigo Partidão, ainda<br />

com sérias restrições nas camadas mais altas da população.<br />

O PT foi um acerto e um erro. Acerto por aproveitar as forças remanescentes<br />

dos antigos partidos trabalhistas, com <strong>de</strong>staque para o PTB <strong>de</strong><br />

Vargas, que o regime militar a todos encerrou para criar apenas <strong>de</strong>pois:<br />

Arena e MDB, que representariam a situação e a oposição.<br />

FraSeS<br />

“a sentença <strong>de</strong> Moro expôs ao Brasil o verda<strong>de</strong>iro lula da<br />

Silva, não o personagem que ele criou para a própria conveniência<br />

política, envernizando ao longo dos anos por<br />

marqueteiros contratados a peso <strong>de</strong> ouro”.<br />

(Estadão, editorial “A eterna vítima”, 14/7)<br />

“Não sou idoso nem velho. estou seguindo a vida”.<br />

(Abílio Diniz, comemorando 80 anos)<br />

Um erro porque só consi<strong>de</strong>rou simpatizantes o operariado, tornando a<br />

errar mais tar<strong>de</strong> ao se espalhar pelo mundo chapa branca do funcionalismo.<br />

Nessa quadra da História, um novo Lula surgiu, diferente do humil<strong>de</strong><br />

nor<strong>de</strong>stino abraçado pela gran<strong>de</strong> metrópole. Ao per<strong>de</strong>r o inimigo número<br />

1, passou a travar batalhas com lí<strong>de</strong>res da sua estirpe, também<br />

possuidores <strong>de</strong> muitas torcidas.<br />

Mas as esquerdas já haviam i<strong>de</strong>ntificado nele, ainda no período militar,<br />

o novo Messias. E Lula não resistiu aos afagos. Posicionou-se como lí<strong>de</strong>r<br />

esquerdista, mais do que trabalhista. Aqui se inicia um novo tempo<br />

para ele, já entrado nas benesses proporcionadas pelas organizações<br />

internacionais e nacionais do setor, que apostavam suas fichas na fala<br />

fácil do novo lí<strong>de</strong>r e seu total <strong>de</strong>scomprometimento com a verda<strong>de</strong>.<br />

O Lula operário do ABC <strong>de</strong>ixou o emprego, mudou <strong>de</strong> casa, <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong> profissão. O torneiro mecânico, que per<strong>de</strong>u um dos mindinhos em<br />

um torno, já se vestia melhor, aparava a barba e aprendia a saborear os<br />

mais caros vinhos franceses.<br />

Passou a gostar da nova vida e percebeu como nunca havia antes percebido,<br />

que o dinheiro fazia mágicas.<br />

A partir daí estava pronto para um novo tempo, que veio com a sua eleição<br />

para a Presidência da República, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r outras disputas.<br />

Ao proferir a frase lapidar <strong>de</strong> que o Congresso Nacional era formado por<br />

pelo menos 300 picaretas, <strong>de</strong>u seu recado e ao mesmo tempo comprou<br />

uma briga sem fim.<br />

Se teve bons companheiros <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da sua longa jornada, a chegada<br />

ao po<strong>de</strong>r maior fez com que se juntasse a todo tipo <strong>de</strong> gente, principalmente<br />

os interesseiros. O canto da sereia com certeza rondava<br />

seus ouvidos nas noites <strong>de</strong> insônia.<br />

Veio o tempo da fartura, a ilusão da infinitu<strong>de</strong>. Deixou seus i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong><br />

lado, aqueles mesmos que o fizeram lí<strong>de</strong>r dos pobres e <strong>de</strong>sprotegidos,<br />

para <strong>de</strong>senvolver um projeto <strong>de</strong> permanência na crista da onda, que<br />

embutia atitu<strong>de</strong>s reprováveis, embora tentadoras no início.<br />

O plano não <strong>de</strong>ve ter sido <strong>de</strong>le, ou só <strong>de</strong>le, mas adotou-o <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>liberada:<br />

as empreiteiras e outros gran<strong>de</strong>s empreendimentos seriam<br />

aquinhoados, em troca <strong>de</strong> alguns benefícios. Os primeiros testes foram<br />

feitos, <strong>de</strong>ram certo e estabeleceu-se a rotina.<br />

Foi reeleito, já muito modificado, conseguiu eleger uma <strong>de</strong>sastrada sucessora,<br />

cujo mandato ceifado pôs a nu o que boa parte da população<br />

já sabia.<br />

A <strong>de</strong>cretação do Fora Temer pelas hostes <strong>de</strong> esquerda provocou o que<br />

o Dr. Mariz, <strong>de</strong>fensor <strong>de</strong> Temer, bem lembrou na quinta à tar<strong>de</strong>, na CCJ<br />

da Câmara: “Pau que mata Michel, mata Lula”, parodiando o velho ditado<br />

popular.<br />

***<br />

Este Editorial é uma homenagem ao juiz Sergio Moro, por sua admirável<br />

coragem <strong>de</strong> aplicar a lei, através <strong>de</strong> trabalhosa e irretorquível sentença,<br />

nela incluindo o preceito universal <strong>de</strong> que “por maior que seja<br />

uma pessoa, ela está abaixo das leis”.<br />

“diferença entre lula, aécio e temer<br />

é que o petista tem tropa”.<br />

(Eliane Cantanhê<strong>de</strong>)<br />

“Joseph Goebbels sobre Hitler:<br />

‘este homem é perigoso,<br />

ele acredita no que diz’”.<br />

(Leitor do Estadão, 14/7)<br />

jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 3


MeRcado<br />

Índice<br />

14<br />

Jornais querem<br />

negociar conteúdo<br />

News Media Alliance vai ao Congresso<br />

dos EUA pedir para tratar do assunto<br />

coletivamente com Google e Facebook. pág. 8<br />

capa<br />

empresa que<br />

se mantém<br />

na mídia tem<br />

mais retorno<br />

20<strong>17</strong> não está sendo fácil,<br />

mas anunciantes que<br />

investem em publicida<strong>de</strong><br />

têm <strong>de</strong>staque e garantem<br />

fôlego às suas agências.<br />

aGênciaS<br />

Leo Burnett contrata<br />

e investe R$ 5 milhões<br />

Departamento <strong>de</strong> mídia tem agora 70<br />

profissionais, com perfis que se a<strong>de</strong>quam<br />

às necessida<strong>de</strong>s da era digital. pág. 31<br />

MaRcaS<br />

Setor <strong>de</strong> beleza<br />

masculina cresce<br />

Mercado brasileiro <strong>de</strong> cuidados pessoais<br />

do homem <strong>de</strong>ve ampliar em 7,1% ao ano e<br />

ultrapassar Estados Unidos. O Boticário é<br />

uma das empresas que investem no setor,<br />

com campanha (foto) no digital. pág. 38<br />

Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Editora-chefe<br />

Kelly Dores<br />

Editores<br />

Neu sa Spau luc ci<br />

Paulo Macedo<br />

Alê Oliveira (Fotografia)<br />

Editoras-assistentes<br />

Cristiane Marsola<br />

Mariana Zirondi<br />

Repórteres<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z (SP)<br />

Danúbia Paraizo (SP)<br />

Jéssica Oliveira (SP)<br />

Claudia Penteado (RJ)<br />

Assistente <strong>de</strong> Redação<br />

Vanessa Franco <strong>de</strong> Bastos<br />

Editor <strong>de</strong> Arte<br />

Adu nias Bis po da Luz<br />

Assistente <strong>de</strong> Arte<br />

Lucas Boccatto<br />

Revisor<br />

José Carlos Boanerges<br />

Site<br />

propmark.com.br<br />

Redação<br />

Rua Fran çois Coty, 228<br />

CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />

Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />

e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />

Departamento Comercial<br />

Diretor<br />

Renato Resston<br />

resston@editorareferencia.com.br<br />

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e (11) 94783-1208<br />

Gerentes<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@editorareferencia.com.br<br />

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Diretor Executivo<br />

Tiago A. Milani Ferrentini<br />

tferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Consultora <strong>de</strong> Marketing<br />

Tatiana Milani Ferrentini<br />

tatiana@editorareferencia.com.br<br />

Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />

Coor<strong>de</strong>nadora<br />

Regina Sumaya<br />

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Assinaturas/Renovação/<br />

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assinatura@editorareferencia.com.br<br />

São Paulo (11) 2065-0738<br />

Demais estados: 0800 704 4149<br />

Mastercard acredita no Sabor do encontro<br />

Desenvolvida pela WMcCann, minissérie (foto) para GNT e Globo News tem planos <strong>de</strong><br />

promover e gerar conexões entre pessoas diferentes por meio da gastronomia. pág. 40<br />

O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia<br />

Ltda. rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />

CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />

as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa riamen<br />

te a opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser<br />

con trá rias a ela.<br />

4 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark


conexões<br />

Facebook<br />

Post: #maislidasPROPMARK: Veja<br />

Nizan Guanaes contando (e dançando)<br />

como surgiu a i<strong>de</strong>ia da campanha<br />

da Johnson & Johnson com<br />

Anitta.<br />

“Nossa... Estou chocada com tanta<br />

criativida<strong>de</strong>”<br />

Anelize Lara<br />

“Faço minhas suas palavras. Criativida<strong>de</strong><br />

total!”<br />

Rita Fazzio<br />

Post: #maislidasPROPMARK: Com<br />

criação <strong>de</strong> brasileiros, case sobre<br />

refugiados ganha 18 Leões<br />

“Demais!”<br />

Monica Gelbecke<br />

“Que coisa mais linda, time!”<br />

Lucas Sfair<br />

Post: Em parceria com R/GA,<br />

Bra<strong>de</strong>sco apresenta seu banco<br />

digital Next<br />

“Eu curto muito os trampos da R/<br />

GA, mas, sendo sincero, a experiência<br />

<strong>de</strong> navegar está muito confusa.”<br />

Tiago Ramon<br />

Post: Ana Couto, presi<strong>de</strong>nte<br />

da Ana Couto Branding, respon<strong>de</strong><br />

se o <strong>de</strong>sign é capaz <strong>de</strong><br />

potencializar a conexão entre<br />

marcas e pessoas e revela se o<br />

marketing ce<strong>de</strong>u lugar à gestão<br />

<strong>de</strong> marcas.<br />

“Que show!”<br />

Marcelo Campos<br />

Post: Deu ruim? Pongo apresenta<br />

histórias para Rei do iPhone<br />

“Pongo e Rei do iPhone com o propósito<br />

<strong>de</strong> trazer transparência e responsabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> volta ao mercado!”<br />

Yggor Araújo<br />

Twitter<br />

Tweet: Jornais dos EUA querem<br />

negociar coletivamente com Google<br />

e Facebook<br />

“Embate ‘ jornalístico’: #Google e #Facebook<br />

x jornais dos EUA!”<br />

Lidia Wagner<br />

Disqus (comentários no site <strong>de</strong> 8 a<br />

14 <strong>de</strong> <strong>julho</strong>)<br />

Post: O Fisital e as Experiências<br />

Imersivas. e-agora?<br />

“De todos os ví<strong>de</strong>os, eu só conhecia<br />

o do algoritmo para fabricar cerveja.<br />

Alguns exemplos parecem ter vindo<br />

<strong>de</strong> um episódio <strong>de</strong> ‘Black Mirror’! Ao<br />

mesmo tempo que consi<strong>de</strong>ro fascinante,<br />

sinto um certo receio sobre o<br />

uso da inteligência artificial.”<br />

Meire Torres<br />

Post: [Ví<strong>de</strong>o] O <strong>de</strong>sign é capaz<br />

<strong>de</strong> potencializar a conexão entre<br />

marcas e pessoas?<br />

“Mais do mesmo... Puros neologismos...<br />

Marca é marca: função, posicionamento,<br />

imagem, valores, a<strong>de</strong>quação,<br />

nicho e valor. Prateleiras<br />

com produtos similares aos montes<br />

sempre existiram há tempos. A diferenciação<br />

se faz e sempre se fez<br />

necessária. Nada mudou, só se transformou.”<br />

Ruy Nogueira<br />

última Hora<br />

AUDIÊNCIA<br />

Com base em dados do Google<br />

Analytics, títulos do portfólio<br />

do Grupo Abril na internet<br />

acumularam no último mês<br />

<strong>de</strong> junho uma audiência <strong>de</strong><br />

90,5 milhões <strong>de</strong> visitantes.<br />

Veja contabilizou 195,5<br />

milhões, Exame 19,3 milhões e<br />

M<strong>de</strong>mulher <strong>17</strong>,4 milhões. Veja<br />

Rio registrou um crescimento<br />

<strong>de</strong> 126%, com seus 6,9 milhões<br />

<strong>de</strong> visitantes.<br />

CONCORRÊNCIA<br />

O governo <strong>de</strong> Santa Catarina<br />

está em processo <strong>de</strong> seleção<br />

<strong>de</strong> agência. A verba anual para<br />

todas as secretarias é <strong>de</strong> R$<br />

95 milhões, 18% menor do<br />

que a concorrência anterior.<br />

A entrega das propostas com<br />

planejamento, mídia e criação<br />

está prevista para o dia 29 <strong>de</strong><br />

agosto.<br />

dorinHo<br />

1º SEMESTRE<br />

“Com compras a prazo<br />

retornando, volta a produção<br />

e se gera empregos <strong>de</strong> pessoas<br />

que precisam e querem<br />

consumir. Ou seja, anunciantes<br />

que enxergaram que este<br />

ciclo po<strong>de</strong> e vai voltar já estão<br />

investindo em planejamento,<br />

distribuição, melhoras no<br />

produto e serviço e precificação,<br />

inovação, lançamento futuro<br />

<strong>de</strong> novas linhas. Enfim, quem<br />

está usando este tempo<br />

para correr, vai colher frutos<br />

logo mais”. O <strong>de</strong>poimento é<br />

<strong>de</strong> Marcio Oliveira, CEO da<br />

Lew’Lara\TBWA e um dos vicepresi<strong>de</strong>ntes<br />

da Abap (Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong>). Ele<br />

acrescenta ainda: “Clientes e<br />

agências que estudaram seus<br />

segmentos perceberam que o<br />

Brasil está quase pronto para<br />

voltar a crescer”.<br />

Post: Bra<strong>de</strong>sco mostra materialização<br />

do conceito “Pra Frente”<br />

em campanha<br />

“Mais uma no ar!”<br />

Gabriel Garrastazu<br />

Post: Folha <strong>de</strong> S.Paulo lança 7ª<br />

coluna em projeto para Gol<br />

“O anúncio é para exemplificar como<br />

o passageiro se sente na poltrona:<br />

apertado.”<br />

Bruno Torres<br />

Post: “Crise não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sculpa<br />

para a inércia, diz presi<strong>de</strong>nte<br />

da ABP<br />

“Concordo plenamente.”<br />

Wagner Feriatto<br />

Post: Cinco dicas para otimizar<br />

campanhas no Facebook<br />

“Não tem discussão!”<br />

Israel Lucas<br />

Post: “O mundo mudou. Mudou?”<br />

“Extraordinariamente especial é Roberto<br />

Duailibi na Guatemala. Lembramo-nos<br />

com carinho e admiração.”<br />

Mario Alfredo Gonzalez<br />

Errata<br />

Diferentemente do publicado na coluna<br />

Inspiração, intitulada Viver com<br />

relevância (<strong>edição</strong> 2653), a autora<br />

Fabiana Schaeffer é “mãe <strong>de</strong> dois<br />

filhos e também <strong>de</strong> ‘uma filha’ <strong>de</strong> <strong>17</strong><br />

anos, a Netza”.<br />

6 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark


Pelo 2º ano consecutivo a TOTAL EXPRESS é finalista do<br />

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mercado<br />

Jornais americanos se unem para<br />

negociar com Google e Facebook<br />

News Media Alliance, que representa os veículos, vai ao Congresso pedir<br />

para entrar em acordo sobre conteúdo diretamente com gigantes digitais<br />

Claudia Penteado<br />

NMA (News Media Alliance)<br />

que representa dois mil<br />

A<br />

jornais americanos – entre eles<br />

New York Times, Wall Street<br />

Journal, News Corp, Cox Media<br />

e Gannett – <strong>de</strong>cidiram apelar<br />

ao Congresso americano para<br />

autorizar o setor a negociar coletivamente<br />

com os dois gigantes<br />

digitais, Facebook e Google,<br />

que hoje dominam a distribuição<br />

<strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong> notícias<br />

online com enormes vantagens<br />

comerciais. Segundo a NMA,<br />

a intenção é buscar um mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> negócios <strong>de</strong> longo prazo<br />

que favoreça o jornalismo local<br />

e produzido pelas redações dos<br />

veículos americanos. Cerca <strong>de</strong><br />

60% dos integrantes da entida<strong>de</strong><br />

são jornais com circulação <strong>de</strong><br />

25 mil exemplares ou menos.<br />

O confronto com os gigantes<br />

do mundo digital vem da constatação,<br />

segundo David Chavern,<br />

presi<strong>de</strong>nte e CEO da NMA,<br />

<strong>de</strong> que o domínio do tráfego <strong>de</strong><br />

notícias online e a consequente<br />

receita que advém da distribuição<br />

<strong>de</strong>sse conteúdo geram um<br />

duopólio que obriga os produtores<br />

<strong>de</strong> conteúdo a se submeterem<br />

a suas regras e contribuem<br />

para a comoditização da notícia,<br />

abrindo espaço para as notícias<br />

falsas, muitas vezes difíceis <strong>de</strong><br />

diferenciar do resto. “Uma legislação<br />

que permita negociar<br />

coletivamente vai resolver problemas<br />

que hoje reduzem a saú<strong>de</strong><br />

e a qualida<strong>de</strong> da indústria <strong>de</strong><br />

mídia”, diz Chavern. O pedido<br />

foi feito no último dia 10 e quer a<br />

isenção temporária das normas<br />

antitruste para po<strong>de</strong>r enfrentar<br />

o duopólio que hoje controla<br />

mais <strong>de</strong> 70% dos US$ 72 bilhões<br />

em gastos em publicida<strong>de</strong> por<br />

ano nos Estados Unidos.<br />

Segundo reportagem publicada<br />

no jornal Folha <strong>de</strong> S.Paulo<br />

semana passada, o Facebook<br />

teria apresentado uma proposta<br />

para incluir na ferramenta<br />

Instant Articles os veículos que<br />

cobram assinatura digital, mas<br />

Erik Khalitov/iStock<br />

NMA, que representa jornais americanos, como New York Times, foi ao Congresso pedir autorização para negociar com os gigantes<br />

permitem algum tipo <strong>de</strong> acesso<br />

gratuito. Em parceria com os<br />

veículos <strong>de</strong> mídia, o Facebook<br />

estaria negociando implementar<br />

dois formatos já presentes na<br />

indústria <strong>de</strong> jornais: o paywall<br />

poroso, que libera <strong>de</strong>z ou mais<br />

textos; e freemium, grupos <strong>de</strong><br />

conteúdo aberto e fechado. Os<br />

veículos controlariam o conteúdo<br />

e conseguiriam acessar todos<br />

os dados dos assinantes.<br />

O Google, por sua vez, divulgou<br />

o financiamento <strong>de</strong> 107 projetos<br />

<strong>de</strong> jornalismo em 27 países<br />

europeus, <strong>de</strong> jornais como “Publico”,<br />

da Espanha, e “Deutsche<br />

Welle”, da Alemanha. Em nota,<br />

o Google afirmou querer ajudar<br />

os veículos jornalísticos a terem<br />

sucesso na transição para o digital.<br />

Em 27 <strong>de</strong> junho, a União Europeia<br />

multou o Google em 2,42<br />

bilhões <strong>de</strong> euros por favorecer o<br />

próprio servidor <strong>de</strong> comparador<br />

<strong>de</strong> preços. O Parlamento alemão<br />

também aprovou uma lei<br />

que estabelece multas <strong>de</strong> até 50<br />

milhões <strong>de</strong> euros para as re<strong>de</strong>s<br />

sociais que não apagarem conteúdo<br />

falso, calunioso ou <strong>de</strong> ódio<br />

“Uma legislação<br />

qUe permita<br />

negociar<br />

coletivamente<br />

vai resolver<br />

problemas qUe<br />

hoje redUzem<br />

a saú<strong>de</strong> e a<br />

qUalida<strong>de</strong> da<br />

indústria<br />

<strong>de</strong> mídia”<br />

em menos <strong>de</strong> 24 horas.<br />

Nos últimos <strong>de</strong>z anos, tanto<br />

Google quanto Facebook adquiriram<br />

inúmeras empresas <strong>de</strong><br />

inteligência <strong>de</strong> dados. No caso<br />

do Google, algumas são Red Hot<br />

Labs, Adometry, Spi<strong>de</strong>r.io, Admeid<br />

e Invite Media. No caso do<br />

Facebook, a empresa comprou<br />

Atlas Solutions, LiveRail, CrowdTangle,<br />

Rel8tion, entre outras.<br />

Paul Doyle, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> políticas públicas da NMA,<br />

afirma que o problema é global,<br />

uma vez que Google e Facebook<br />

se tornaram intermediários entre<br />

publishers, anunciantes e<br />

consumidores.<br />

“A eles foi permitido, sem<br />

qualquer interferência das leis<br />

anti-trust, adquirir empresas<br />

para coletar dados em <strong>de</strong>vices,<br />

produtos e serviços e entregar<br />

publicida<strong>de</strong> segmentada para os<br />

consumidores. Como eles têm<br />

acesso a bilhões <strong>de</strong> consumidores,<br />

e ainda oferecendo ferramentas<br />

tão sofisticadas, acabam<br />

levando 71% do investimento<br />

em digital nos EUA”, comenta<br />

Boyle.<br />

8 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark


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MERCADO<br />

Riotur inicia processo <strong>de</strong> licitação<br />

para o Réveillon e o Carnaval 2018<br />

Intenção é ampliar a verba privada nas duas festas populares da cida<strong>de</strong><br />

fluminense; órgão afirma que i<strong>de</strong>ia é dar mais visibilida<strong>de</strong> às marcas<br />

Claudia Penteado<br />

Riotur publicou no Diário<br />

A Oficial do Município do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro nas últimas duas<br />

semanas convocações para<br />

empresas interessadas em patrocinar<br />

as duas maiores festas<br />

populares do Rio <strong>de</strong> Janeiro: o<br />

Réveillon e o Carnaval <strong>de</strong> 2018.<br />

No caso do Réveillon, a Riotur<br />

abriu a convocação para<br />

empresas interessadas em patrocinar<br />

a festa na Praia <strong>de</strong> Copacabana<br />

e em outros palcos<br />

espalhados pela cida<strong>de</strong>, que<br />

cobrirá 12 dias – <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />

<strong>de</strong> 20<strong>17</strong> a 6 <strong>de</strong> janeiro<br />

<strong>de</strong> 2018. Foram disponibilizadas<br />

sete cotas <strong>de</strong> patrocínio,<br />

sendo uma para um apresentador<br />

máster. A prefeitura espera<br />

arrecadar R$ 30 milhões e<br />

uma empresa será selecionada<br />

para produzir o evento. A festa<br />

também será televisionada<br />

<strong>de</strong> maneira inédita para o resto<br />

do mundo e, após a queima <strong>de</strong><br />

fogos, haverá um gran<strong>de</strong> show<br />

internacional. A entrega das<br />

propostas é no dia 7 <strong>de</strong> agosto.<br />

No caso do Carnaval, as propostas<br />

para aquisição das 13<br />

cotas <strong>de</strong> patrocínio (uma <strong>de</strong><br />

R$ 20 milhões, duas <strong>de</strong> R$ 8<br />

milhões e <strong>de</strong>z <strong>de</strong> R$ 2 milhões<br />

cada) <strong>de</strong>vem ser entregues<br />

em sessão pública na Riotur,<br />

em 15 <strong>de</strong> agosto, às 15h. A intenção<br />

é ampliar o volume <strong>de</strong><br />

patrocínios privados à gran<strong>de</strong><br />

festa, inclusive o <strong>de</strong>sfile das<br />

Escolas <strong>de</strong> Samba na Sapucaí.<br />

De acordo com o documento,<br />

o “chamamento público” contempla<br />

a festa em seus eventos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>staque, como o <strong>de</strong>sfile <strong>de</strong><br />

Blocos <strong>de</strong> Embalo e Enredo na<br />

Avenida Chile, o <strong>de</strong>sfile da Inten<strong>de</strong>nte<br />

Magalhães, o Baile<br />

da Cinelândia, o Terreirão do<br />

Samba, Palcos e Bailes Populares,<br />

os Blocos <strong>de</strong> Rua e algumas<br />

proprieda<strong>de</strong>s no <strong>de</strong>sfile das escolas<br />

<strong>de</strong> samba na Marquês <strong>de</strong><br />

Sapucaí.<br />

Marcelo Alves, presi<strong>de</strong>nte<br />

da Riotur, explica que, no<br />

Convocação para patrocinar o Réveillon é para festa em Copacabana e também para outros palcos espalhados pela cida<strong>de</strong><br />

ano que vem, a intenção é dar<br />

maior visibilida<strong>de</strong> às empresas<br />

patrocinadoras, esten<strong>de</strong>ndo a<br />

festa para <strong>de</strong>z dias, com vários<br />

shows musicais, entretenimento<br />

e <strong>de</strong>monstrações artísticas.<br />

Também foi criado um plano<br />

<strong>de</strong> mídia nacional para os três<br />

meses anteriores ao evento.<br />

“Quando se faz uma festa para<br />

mais <strong>de</strong> 6 milhões <strong>de</strong> pessoas<br />

durante uma semana, é claro<br />

que as marcas querem participar.<br />

Mas querem participar tendo<br />

retorno. Têm interesse pela<br />

exposição e pelo consumo. O<br />

que fizemos foi um gran<strong>de</strong> planejamento<br />

estratégico <strong>de</strong> marketing,<br />

cujas marcas terão um<br />

gran<strong>de</strong> retorno”, explica.<br />

Nos últimos seis anos, o<br />

Carnaval trabalhava com o<br />

chamado “Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Encargos”,<br />

em que patrocinadores se<br />

responsabilizavam por custos<br />

operacionais como a limpeza.<br />

A visibilida<strong>de</strong> no Carnaval <strong>de</strong><br />

rua, por exemplo, acabava contemplando<br />

uma única empresa<br />

patrocinadora máster – no caso<br />

“Marcas usaM<br />

e abusaM do<br />

Marketing <strong>de</strong><br />

eMboscada, e<br />

sereMos rigorosos<br />

coM as que não<br />

foreM parceiras<br />

nesse nosso<br />

gran<strong>de</strong> projeto<br />

<strong>de</strong> Marketing”<br />

wenht/iStock<br />

a Antarctica – e a organização<br />

da festa teve durante estes<br />

anos uma única empresa organizadora,<br />

a Dream Factory. O<br />

formato gerava polêmica e reclamações<br />

principalmente dos<br />

blocos <strong>de</strong> rua, que não podiam<br />

buscar outros patrocínios para<br />

melhorar a infraestrutura <strong>de</strong><br />

seus <strong>de</strong>sfiles.<br />

Alves afirma que, no ano que<br />

vem, haverá muito rigor em relação<br />

às marcas com visibilida<strong>de</strong><br />

na festa <strong>de</strong> uma maneira geral.<br />

“Marcas usam e abusam do<br />

marketing <strong>de</strong> emboscada, e seremos<br />

rigorosos com as que não<br />

forem parceiras nesse nosso<br />

gran<strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> marketing”,<br />

avisa. No caso das escolas <strong>de</strong><br />

samba, no lugar <strong>de</strong> receber R$<br />

2 milhões da prefeitura, como<br />

no ano passado, cada escola<br />

receberá R$ 1 milhão do po<strong>de</strong>r<br />

público e R$ 500 mil <strong>de</strong> patrocinadores.<br />

Com menos dinheiro,<br />

terão <strong>de</strong> se adaptar e ter menos<br />

carros alegóricos: cinco no<br />

lugar <strong>de</strong> seis, volume máximo<br />

permitido até o ano passado.<br />

10 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark


MErcaDo<br />

Dalton Pastore será homenageado<br />

no Fórum <strong>de</strong> Marketing Empresarial<br />

Extenso trabalho na publicida<strong>de</strong> coloca o executivo entre os nomes<br />

mais reconhecidos pelo evento promovido por Li<strong>de</strong> e Editora Referência<br />

Currículo e história no mercado publicitário<br />

não são problemas para Dalton<br />

Pastore. O executivo é um dos homenageados<br />

do 8º Fórum <strong>de</strong> Marketing Empresarial,<br />

promovido pelo Grupo Li<strong>de</strong> e a Editora<br />

Referência (que editora o PROPMARK e<br />

as revistas Propaganda e Marketing) justamente<br />

pelos anos <strong>de</strong>dicados ao marketing<br />

e à propaganda.<br />

A li<strong>de</strong>rança, hoje exercida na diretoria<br />

executiva da ESPM, é uma das marcas da<br />

trajetória <strong>de</strong> Pastore, que já foi presi<strong>de</strong>nte<br />

da Abap (Associação Brasileira <strong>de</strong> Agências<br />

<strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong>) e atual presi<strong>de</strong>nte do<br />

ForCom (Fórum Permanente da Indústria<br />

da Comunicação). Participar <strong>de</strong> um evento<br />

como o Fórum <strong>de</strong> Marketing, <strong>de</strong> acordo<br />

com Pastore, é uma honra e proporciona<br />

gran<strong>de</strong> reconhecimento <strong>de</strong> sua carreira.<br />

“Já tive a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer um gran<strong>de</strong><br />

caminho na publicida<strong>de</strong> e é uma consagração<br />

maravilhosa receber esse prêmio.<br />

É o reconhecimento dos seus pares<br />

e é o que todo profissional e empresário<br />

mais almeja”.<br />

A carreira <strong>de</strong> Pastore começou quando<br />

ele era redator em agências como Fator,<br />

Santos&Santos, Propeg e Artplan. No<br />

entanto, foi na Ogilvy que fez história ao<br />

<strong>de</strong>dicar 15 anos <strong>de</strong> trabalho à agência. Por<br />

lá atuou nas posições <strong>de</strong> atendimento e<br />

planejamento, e chegou à presidência da<br />

operação brasileira. Depois disso, migrou<br />

para o Grupo Abril, on<strong>de</strong> foi diretor-geral<br />

da editora Primavera da Argentina e, logo<br />

<strong>de</strong>pois, diretor-geral <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> da<br />

Abril Brasil. Mais tar<strong>de</strong>, fundou a Carillo<br />

Pastore, mais tar<strong>de</strong> Euro RSCG.<br />

De acordo com Pastore, o setor da comunicação<br />

e do marketing estão passando<br />

por uma revolução como há muito tempo<br />

não ocorria. Essa transformação, segundo<br />

ele, envolve mídias consagradas, novas<br />

plataformas que ainda não estão provadas<br />

e a nova forma <strong>de</strong> fazer marketing. “Além<br />

disso, envolve a maneira <strong>de</strong> se relacionar<br />

com o consumidor e essa transformação<br />

trouxe um cenário muito mais complexo<br />

do que qualquer outro que tenhamos visto<br />

no passado. Por isso, o <strong>de</strong>bate proporcionado<br />

pelo Fórum é não só importante,<br />

mas vital e fundamental. Quanto mais<br />

conseguirmos discutir esse cenário, mais<br />

chances temos <strong>de</strong> encontrar soluções viáveis<br />

da necessida<strong>de</strong>, cada vez maior, <strong>de</strong><br />

fazer marketing e comunicação”.<br />

A presidência da ESPM passou para as<br />

mãos <strong>de</strong> Dalton em janeiro <strong>de</strong> 20<strong>17</strong>. O Con-<br />

Dalton Pastore: “É o reconhecimento dos seus pares e é o que todo profissional e empresário mais almeja”<br />

“ElE mErEcE aplausos<br />

pEla sua modErnização<br />

E prEocupação tanto no<br />

aspEcto institucional<br />

quanto formal”<br />

selho Deliberativo da escola, li<strong>de</strong>rado por<br />

Armando Ferrentini, diretor-presi<strong>de</strong>nte<br />

da Editora Referência, e um dos organizadores<br />

do Fórum, optou por algumas<br />

mudanças na escola diante do momento<br />

<strong>de</strong> crise que assola o Brasil. “Dalton tem<br />

a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> juntar pessoas importantes,<br />

que exercem suas ativida<strong>de</strong>s em<br />

diferentes segmentos da socieda<strong>de</strong>, tanto<br />

Alê Oliveira<br />

no âmbito empresarial quanto no profissional.<br />

Ele também tem um olhar político<br />

indispensável para dirigir uma escola que<br />

não possui donos, mas que pertence ao<br />

mercado. Fizemos uma escolha excelente<br />

para a escola”, comenta Ferrentini. “Ele<br />

merece aplausos pela sua mo<strong>de</strong>rnização e<br />

preocupação tanto no aspecto institucional<br />

quanto formal, porque é uma escola <strong>de</strong><br />

comunicação que <strong>de</strong>ve mostrar para todos<br />

o seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> transformação<br />

e inovação”.<br />

Pastore <strong>de</strong>fine o novo momento <strong>de</strong> sua<br />

carreira à frente da ESPM como um retorno<br />

à juventu<strong>de</strong>. “Esse foi um gran<strong>de</strong> presente<br />

que recebi e estou muito feliz, porque<br />

venho a trabalhar com o mesmo nível<br />

<strong>de</strong> satisfação <strong>de</strong> quando tinha 20 anos e<br />

trabalhava no <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> criação<br />

das agências. Estou me sentindo jovem <strong>de</strong><br />

novo”, celebra o homenageado. O 8º Fórum<br />

<strong>de</strong> Marketing Empresarial será realizado<br />

<strong>de</strong> 18 a 20 <strong>de</strong> agosto, no Hotel Sofitel<br />

Jequitimar, no Guarujá (litoral paulista).<br />

12 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark


mercAdo<br />

Agências buscam soluções para<br />

cenário econômico mais frágil<br />

Anunciantes que estão ativos na mídia garantem resultados melhores<br />

às suas fonecedoras <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e, também, contabilizam ROI e lucro<br />

Paulo Macedo<br />

Com a economia em estado<br />

<strong>de</strong> atenção nos últimos três<br />

anos, o mercado publicitário assimilou<br />

o golpe <strong>de</strong> forma sintomática.<br />

Os principais sinais são<br />

diminuição <strong>de</strong> faturamento,<br />

corte <strong>de</strong> pessoal, comprometimento<br />

da rentabilida<strong>de</strong>, investimentos<br />

adiados e baixa retenção<br />

<strong>de</strong> talentos, por exemplo.<br />

Se não bastasse, as agências<br />

ainda convivem com a adaptação<br />

às novas <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> comunicação,<br />

caudatárias da era<br />

digital, novos comportamentos<br />

<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> mídia, pé<br />

no freio <strong>de</strong> alguns anunciantes<br />

e rejeição ao jeito vigente<br />

<strong>de</strong> fazer publicida<strong>de</strong>.<br />

O consenso é que o ano<br />

<strong>de</strong> 20<strong>17</strong> não está sendo nada<br />

fácil e a contaminação da<br />

economia pelo ambiente<br />

político potencializa o clima<br />

<strong>de</strong>sfavorável. Anunciantes<br />

mais ativos, porém, estão<br />

tendo retorno sobre seus investimentos<br />

(ROI) e garantindo<br />

fôlego à operação das<br />

suas agências. Projetos especiais<br />

também estão na pauta,<br />

como tática <strong>de</strong> sobrevivência<br />

e a<strong>de</strong>quação a uma nova realida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> negócios.<br />

Na avaliação do empresário<br />

Bob Vieira da Costa, sócio da<br />

nova/sb, este é o pior ano dos<br />

14 anos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s da agência.<br />

“Houve uma redução drástica<br />

<strong>de</strong> investimentos em publicida<strong>de</strong><br />

e essa verba não foi<br />

redirecionada para outras disciplinas<br />

<strong>de</strong> comunicação. Nunca<br />

vivemos um momento com<br />

essa intensida<strong>de</strong>. É uma ducha<br />

<strong>de</strong> água fria, porque a publicida<strong>de</strong><br />

é uma ativida<strong>de</strong> que<br />

requer investimentos constantes,<br />

principalmente em<br />

tecnologia e recursos humanos.<br />

Reduzimos 12% do<br />

quadro e o projeto<br />

Comunica que<br />

Aurélio Lopes, da FCB, que recomenda<br />

mais constância e consistência<br />

Fotos: Alê Oliveira e Divulgação<br />

Fernando Musa, do Grupo Ogilvy: “Mais seis meses <strong>de</strong> muito trabalho e muita emoção”<br />

“país<br />

ultrapassado em<br />

infraestrutura,<br />

legislação, carga<br />

tributária,<br />

corrupção e o etc.<br />

que quisermos<br />

colocar aqui”<br />

Muda caiu 50%. O faturamento<br />

teve redução <strong>de</strong> 18%. Tivemos<br />

a conquista da Petrobras, uma<br />

verba <strong>de</strong> R$ 220 milhões dividida<br />

com CCP, Calia/Y2 e Fields.<br />

Nossa fortaleza é fazer uma entrega<br />

criativa diferenciada. Não<br />

po<strong>de</strong>mos nos <strong>de</strong>scuidar do produto”,<br />

explicou Bob.<br />

O ambiente inóspito para a<br />

publicida<strong>de</strong>, a indústria que<br />

movimenta as outras indústrias,<br />

tem impacto no branding<br />

das agências. Para exibir diferenciação<br />

em um momento <strong>de</strong><br />

transição, adotam vários discursos<br />

para mostrar que estão<br />

antenadas. Os principais são<br />

tecnologia, inovação e a<strong>de</strong>rência<br />

ao digital. “O Brasil não conheceu<br />

uma crise tão violenta<br />

como essa. O mercado vive o<br />

que chamo <strong>de</strong> tempesta<strong>de</strong> perfeita.<br />

Muita gente recolheu os<br />

flaps para esperar a crise passar.<br />

A vantagem da SalveTribal<br />

é que ela é já nasceu como fruto<br />

<strong>de</strong>ssa transformação que o mercado<br />

vive e ela é maior do que<br />

a cautela que a crise econômica<br />

provoca. Sentimos a crise, mas<br />

estamos dando nosso jeito. Um<br />

<strong>de</strong>les é buscar novos negócios<br />

<strong>de</strong>ntro dos atuais. Acabamos<br />

<strong>de</strong> ganhar a conta da GetNet, a<br />

maquininha <strong>de</strong> crédito e débito<br />

do Santan<strong>de</strong>r”, diz Alcir Gomes<br />

Leite, presi<strong>de</strong>nte da agência.<br />

O primeiro semestre po<strong>de</strong>ria<br />

ter sido uma ponte para um<br />

segundo melhor, mas os imbróglios<br />

institucionais trouxeram<br />

<strong>de</strong> volta a incerteza. Mas, na<br />

14 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark


avaliação <strong>de</strong> Eduardo Simon,<br />

CEO da DPZ&T, as empresas que<br />

investiram em mídia tiveram<br />

retorno. “Há ajustes, mas quem<br />

anunciou colheu bons resultados”,<br />

resume ele, acrescentando:<br />

“Setores que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />

crédito para girar não tiveram<br />

boa performance, mas bancos,<br />

varejo <strong>de</strong> alimentos e beleza,<br />

por exemplo, capturaram share.<br />

Estamos buscando novas formas<br />

<strong>de</strong> remuneração através <strong>de</strong><br />

projetos especiais”.<br />

Eduardo Lorenzi, da Publicis: aposta em integração<br />

interferênciA<br />

Conquistar contas é antídoto<br />

para qualquer crise. Fernanda<br />

Antonelli, CCO da mcgarrybowen,<br />

que acaba <strong>de</strong> ganhar a<br />

área <strong>de</strong> consultoria <strong>de</strong> beleza<br />

da Natura, tem motivos para<br />

comemorar, mas reconhece que<br />

mudar <strong>de</strong> rumo a cada nova<br />

notícia interfere na operação.<br />

“Outro fator importante é que<br />

o nosso negócio é movido por<br />

i<strong>de</strong>ias. Acreditamos no po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong>las para ajudar nossos clientes<br />

a atingir seus objetivos <strong>de</strong><br />

negócio. Hoje há uma gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scrença por parte <strong>de</strong> profissionais<br />

mais jovens, que querem<br />

sair do país”, observa Fernanda.<br />

“O acontecimento mais marcante<br />

para a Propeg neste primeiro<br />

semestre foi a vitória na<br />

licitação da Petrobras. A chegada<br />

da conta vai ampliar nossa<br />

atuação no Rio <strong>de</strong> Janeiro, on<strong>de</strong><br />

já aten<strong>de</strong>mos a Prefeitura e o<br />

Governo do Estado. Novos profissionais<br />

se juntarão ao time,<br />

o que vai nos permitir também<br />

buscar mais clientes”, disse Vitor<br />

Barros, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

atendimento e gestão da Propeg,<br />

reforçando que novos negócios<br />

ativam o ambiente positivo<br />

da agência.<br />

Depois <strong>de</strong> um 2016 “morno”,<br />

nas palavras <strong>de</strong> Aurélio<br />

Lopes, presi<strong>de</strong>nte da FCB Brasil<br />

e chairman da re<strong>de</strong> na América<br />

Latina, houve retomada este<br />

ano. A conquista mais recente<br />

é a da incorporadora Brooksfield<br />

e há um novo conceito<br />

estratégico para a agência: We<br />

are makers. “Estamos fechando<br />

o primeiro semestre com<br />

números acima das previsões.<br />

Ganhamos seis clientes novos<br />

e tivemos surpresas positivas<br />

com aumento <strong>de</strong> investimento<br />

em alguns importantes clientes<br />

da agência. Constância e consistência<br />

são duas palavras que<br />

apren<strong>de</strong>mos a transformar em<br />

atitu<strong>de</strong>s. Apren<strong>de</strong>mos também<br />

a acreditar que das ameaças po<strong>de</strong>m<br />

surgir novas oportunida<strong>de</strong>s.<br />

Os indicadores econômicos<br />

hoje estão melhores do que o<br />

cenário político do país. O Brasil<br />

tem um gran<strong>de</strong> mercado consumidor.<br />

Portanto, muitas oportunida<strong>de</strong>s.<br />

Tentamos diminuir<br />

a interferência da política nos<br />

negócios dos nosso clientes”,<br />

enfatiza Lopes.<br />

Rodolfo Medina, presi<strong>de</strong>nte<br />

da Artplan, recomenda atenção<br />

às <strong>de</strong>mandas internas, gestão<br />

<strong>de</strong> pessoas e foco nos clientes.<br />

“Em um momento <strong>de</strong> transição<br />

<strong>de</strong> mercado, como agência, temos<br />

o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rar estas<br />

conversas e pensar em soluções<br />

que vão além da comunicação,<br />

as quais possam estar cada vez<br />

mais próximas dos clientes, <strong>de</strong><br />

forma que estes nos enxerguem<br />

como um parceiro integrador e<br />

enten<strong>de</strong>dor <strong>de</strong> seus negócios”,<br />

relata Medina. “Em 2013, junto<br />

com nossa equipe, traçamos<br />

metas claras <strong>de</strong> pensamento <strong>de</strong><br />

como a Artplan estaria em 2018.<br />

Isso fez com que estivéssemos<br />

mais preparados e maduros<br />

para lidar com o atual cenário,<br />

que requer muito aprendizado,<br />

trabalho e inovação. Este cenário<br />

macroeconômico bastante<br />

<strong>de</strong>safiador apresenta oportunida<strong>de</strong>s<br />

para empresas mais consolidadas<br />

e, neste sentido, tem<br />

Queirós, da DM9: “Papel da propaganda é mover a economia”<br />

Gal Barradas, da BETC/Havas: “Repensar a remuneração”<br />

“este cenário<br />

macroeconômico<br />

bastante<br />

<strong>de</strong>safiador<br />

apresenta<br />

oportunida<strong>de</strong>s”<br />

permitido que possamos passar<br />

por este período confiantes e<br />

dando continuida<strong>de</strong> aos planos<br />

traçados”, prosseguiu Medina.<br />

A Ogilvy incorporou ao seu<br />

portfólio <strong>de</strong> negócios as marcas<br />

Méliuz, CCAA, Leão (Coca-Cola<br />

Brasil), Telhanorte, Printi e Vale.<br />

Há motivos para comemoração<br />

do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> negócios?<br />

Fernando Musa, presi<strong>de</strong>nte do<br />

Grupo Ogilvy Brasil, respon<strong>de</strong>:<br />

“Estamos trabalhando bem com<br />

os clientes, apesar dos <strong>de</strong>safios<br />

econômicos, políticos e sociais<br />

do país. Ganhamos novos clientes,<br />

tivemos uma performance<br />

excelente em Cannes com trabalhos<br />

gran<strong>de</strong>s e emblemáticos<br />

como Meninas fortes, <strong>de</strong> Nescau,<br />

que trouxe o primeiro Glass<br />

Lion para o Brasil. Lançamos<br />

e implementamos os Content<br />

Studios aqui na agência e também<br />

<strong>de</strong>ntro do cliente. E temos<br />

ainda, pelo visto, mais seis meses<br />

<strong>de</strong> muito trabalho e muita<br />

emoção. Rentabilida<strong>de</strong> não é só<br />

um <strong>de</strong>safio da nossa indústria,<br />

mas <strong>de</strong> praticamente todos que<br />

trabalham e têm uma operação<br />

<strong>de</strong> qualquer coisa num país ultrapassado<br />

em infraestrutura,<br />

legislação, carga tributária, corrupção<br />

e o etc. que quisermos<br />

colocar aqui”.<br />

feliz<br />

Ainda sobre rentabilida<strong>de</strong>,<br />

Fernando Figueiredo, sócio<br />

e CEO da Bullet, é suscinto:<br />

“Quando implantamos a nossa<br />

mesa <strong>de</strong> compras, conseguimos<br />

buscar os objetivos <strong>de</strong> saving do<br />

cliente, sem machucar a nossa<br />

Figueiredo, da Bullet: “Saving do cliente, mas sem afetar margem”<br />

jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 15


mercAdo<br />

Fotos: Divulgação<br />

margem. Assim, todo mundo<br />

fica feliz”. Gal Barradas, sócia<br />

e co-CEO da Betc/Havas, complementa:<br />

“Precisamos, nós e<br />

os clientes, repensar a questão<br />

da remuneração do nosso mercado.<br />

Somos <strong>de</strong> uma indústria<br />

criativa e não do mercado <strong>de</strong><br />

commodities. No mercado <strong>de</strong><br />

commodities, os produtos são<br />

bem <strong>de</strong>finidos e comparáveis,<br />

e o valor no mercado po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>finido por pressão <strong>de</strong> oferta<br />

e <strong>de</strong>manda. Para nós, é o contrário:<br />

o que direciona o valor<br />

no nosso negócio são ativos intangíveis,<br />

que precisam ter alto<br />

índice <strong>de</strong> diferenciação, lidando<br />

com um número muito maior<br />

<strong>de</strong> hipóteses”.<br />

A Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong><br />

equilibrou-se no cenário caótico<br />

brasileiro com conquistas <strong>de</strong><br />

contas como Bra<strong>de</strong>sco, Fiat, Extra<br />

e Bayer Animal, por exemplo.<br />

“A entrada <strong>de</strong> novos players<br />

e as novas <strong>de</strong>mandas dos clientes<br />

requerem transformações.<br />

Isso traz <strong>de</strong>safios e oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> negócios que as agências<br />

precisam estar preparadas para<br />

explorar”, relata o co-CEO Marcio<br />

Toscani.<br />

A Lew’Lara\TBWA, segundo o<br />

CCO Felipe Luchi, se empenhou<br />

na busca por soluções. “Temos<br />

a pressão natural <strong>de</strong> uma época<br />

<strong>de</strong> crise, mas também os <strong>de</strong>safios<br />

que a indústria vem enfrentando<br />

globalmente. Algumas<br />

empresas <strong>de</strong> tecnologia oscilam<br />

em tratar as agências ora como<br />

parceiros, ora como atravessadores,<br />

o que é absurdo, dada a<br />

quantida<strong>de</strong> dos nossos investimentos<br />

em ferramentas <strong>de</strong> pesquisa,<br />

criativida<strong>de</strong> e em talento<br />

humano. As concorrências<br />

focadas em preço não foram<br />

poucas, o que também impacta<br />

Simon, da DPZ&T: “Buscando novas formas <strong>de</strong> remuneração”<br />

Fernanda, da mcgarrybowen: “Negócio é movido por i<strong>de</strong>ias”<br />

no nosso trabalho. Se olharmos<br />

para as re<strong>de</strong>s varejistas, nos últimos<br />

quatro anos foram feitas<br />

seguidas concorrências, muitas<br />

vezes mais <strong>de</strong> uma para a mesma<br />

re<strong>de</strong>. Isso é resultado <strong>de</strong><br />

relações insustentáveis, quando<br />

os preços praticados não cobrem<br />

a entrega exigida para a<br />

marca continuar competitiva”,<br />

pon<strong>de</strong>ra Luchi.<br />

rAnking<br />

O retorno <strong>de</strong> Nizan Guanaes<br />

à DM9 foi elemento <strong>de</strong> ativação<br />

à operação, que saltou do<br />

24º lugar para o 14º lugar no<br />

ranking do Kantar Ibope Media<br />

neste primeiro semestre, além<br />

<strong>de</strong> conquistar Ambev Institucional,<br />

Veja, Hoteis.com, Subaru,<br />

Lipton Chá Quente e Sempre<br />

Livre Global. “Temos visto<br />

dados recentes do aumento da<br />

poupança no Brasil, isso indica<br />

que o consumidor está cauteloso,<br />

preferindo guardar dinheiro<br />

a consumir. E o papel da propaganda<br />

é mover a economia.<br />

Ficamos felizes em ver dados<br />

positivos da indústria, que logo<br />

vão impactar o varejo. É essa<br />

dinâmica econômica, da qual<br />

“apesar da<br />

instabilida<strong>de</strong>,<br />

sentimos que os<br />

clientes enten<strong>de</strong>m<br />

que precisam<br />

continuar”<br />

estamos inseridos, que mais impacta<br />

na operação <strong>de</strong> qualquer<br />

empresa brasileira. Dentro do<br />

nosso negócio, fatores internos<br />

se resumem na animação das<br />

pessoas”, diz Paulo Cesar Queiroz,<br />

presi<strong>de</strong>nte da DM9.<br />

Derrubar muros e investir em<br />

integração é binômio essencial<br />

para Eduardo Lorenzi, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> planejamento da Publicis.<br />

“Além disso, trouxemos<br />

novas competências para <strong>de</strong>ntro<br />

da Publicis, como Conteúdo,<br />

BI, UX, SEO e Desenvolvimento<br />

<strong>de</strong> Tecnologia”, <strong>de</strong>staca Lorenzi.<br />

“Nos últimos dois anos, estivemos<br />

em uma constante <strong>de</strong><br />

crescimento em todos os nossos<br />

KPIs. Chegamos agora em<br />

Toscani, da LBTM: “Desafios e novas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios”<br />

Vieira da Costa: “Houve redução drástica <strong>de</strong> investimentos”<br />

uma nova fase do nosso plano<br />

<strong>de</strong> negócios, que é mexer em<br />

time que está ganhando. Tendo<br />

alcançado um patamar interessante<br />

<strong>de</strong> receita, vamos agora<br />

abordar todas as nossas oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> melhorias internas<br />

em todos os sentidos. Começamos,<br />

na semana passada, um<br />

trabalho com uma consultoria,<br />

que foi planejado durante<br />

cinco meses. Esse trabalho vai<br />

nos ajudar a avaliar e otimizar<br />

os nossos processos internos e<br />

<strong>de</strong> estrutura, visando melhorar<br />

a nossa entrega para os clientes,<br />

por um lado, e aumentar<br />

a produtivida<strong>de</strong> do tempo dos<br />

nossos profissionais, por outro.<br />

Um espírito muito forte, que é<br />

um valor pessoal do presi<strong>de</strong>nte<br />

Hugo Rodrigues e se reflete na<br />

nossa cultura organizacional, é<br />

que nunca estamos satisfeitos<br />

e, muito menos, acomodados”,<br />

disse mais Lorenzi.<br />

Para Guga Valente, chairman<br />

do Grupo ABC, após a estagnação<br />

<strong>de</strong> 2016, o primeiro semestre<br />

<strong>de</strong>ste ano tinha tudo para ser<br />

temerário. “Apesar da instabilida<strong>de</strong>,<br />

sentimos que os clientes<br />

enten<strong>de</strong>m que precisam continuar<br />

e o mercado está se estabilizando<br />

<strong>de</strong>pois da maior recessão<br />

do país. Estamos avançando<br />

e crescendo”, diz.<br />

Sergio Gordilho, co-CEO e<br />

CCO da Africa, do Grupo ABC,<br />

afirma que uma das soluções é<br />

buscar novos negócios. “Com<br />

Natura, por exemplo, só neste<br />

ano, conquistamos oito novos<br />

produtos. Alem disso, ganhamos<br />

a conta <strong>de</strong> Itaucard,<br />

Mac&Cheese, da Kraft Heinz, e<br />

Chama. Apresentamos a nova<br />

área da Africa, o Pulse Data Moment,<br />

que marca uma transformação<br />

cultural na agência e já<br />

está trazendo excelentes resultados<br />

junto a nossos clientes.<br />

Há a situação que o país vive, <strong>de</strong><br />

instabilida<strong>de</strong> e incertezas. Isso<br />

interfere não só na nossa indústria,<br />

mas em todos os setores”,<br />

finaliza Gordilho.<br />

16 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark


mercAdo<br />

ABA faz análise das relações entre<br />

anunciantes e jovens profissionais<br />

Projeto Millennials foi <strong>de</strong>lineado pela instituição e consolidado pelo<br />

Ipsos; um dos insights é que as empresas precisam ser always beta<br />

Paulo Macedo<br />

ABA (Associação Brasileira <strong>de</strong> Anunciantes)<br />

convocou o instituto Ipsos<br />

A<br />

para consolidar uma pesquisa com representantes<br />

das áreas <strong>de</strong> marketing, comunicação,<br />

responsabilida<strong>de</strong> social, recursos<br />

humanos e relações públicas <strong>de</strong> empresas<br />

anunciantes para compreen<strong>de</strong>r sua relação<br />

com jovens profissionais. A instituição fez<br />

o <strong>de</strong>senho, organizou e elaborou o questionário<br />

do Projeto Millennials no ano passado,<br />

uma das principais frentes do ABAca<strong>de</strong>my.<br />

Nas palavras <strong>de</strong> Sandra Martinelli,<br />

presi<strong>de</strong>nte-executiva da entida<strong>de</strong>, o estudo<br />

vai “i<strong>de</strong>ntificar os aspectos comportamentais<br />

e gerar insights e conhecimento sobre<br />

essa geração”.<br />

A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r o perfil <strong>de</strong><br />

quem vai estar à frente das marcas no futuro<br />

é corajosa, afinal muitos tratam esses<br />

profissioais como juvenis. Além disso, são<br />

consumidores. “Estudos como esse ajudam<br />

a compreen<strong>de</strong>r melhor o pensar e agir<br />

<strong>de</strong>sses jovens, suas expectativas e como<br />

promover maior engajamento <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e<br />

práticas no dia a dia das organizações. Os<br />

millennials atuam e enten<strong>de</strong>m o mercado<br />

profissional, por meio da quebra <strong>de</strong> paradigmas<br />

e questionamento das relações<br />

como se dão atualmente. Eles se adaptam<br />

muito bem ao ambiente altamente competitivo<br />

das empresas e o DNA digital permite<br />

que sejam rápidos, dinâmicos, estabeleçam<br />

re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relacionamento positivas e exerçam<br />

forte influência no estilo <strong>de</strong> vida da<br />

socieda<strong>de</strong>”, pon<strong>de</strong>ra Sandra.<br />

Ela acrescenta: “Os millennials se conectam<br />

com o universo das marcas anunciantes<br />

<strong>de</strong> forma interativa e dinâmica. O fácil<br />

acesso à informação por meio <strong>de</strong> diferentes<br />

tecnologias e o fato <strong>de</strong> terem crescido<br />

ligados à internet e às re<strong>de</strong>s sociais exige<br />

das empresas maior transparência e, nesse<br />

sentido, volto a <strong>de</strong>stacar a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> as marcas terem propósitos autênticos<br />

e posicionados <strong>de</strong> forma clara. Outro ponto<br />

importante é a forma como lidam com<br />

o divertimento e a <strong>de</strong>scontração em vários<br />

momentos do cotidiano, incluindo as<br />

ativida<strong>de</strong>s relacionadas ao trabalho. Desta<br />

forma, as marcas que proporcionarem entretenimento<br />

e bom conteúdo terão maiores<br />

chances <strong>de</strong> conquistar essa geração.<br />

Este caminho é bastante promissor para os<br />

anunciantes e está bastante alinhado com o<br />

que vimos recentemente no Festival Internacional<br />

<strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong> Cannes Lions”.<br />

“Os millennials<br />

atuam e enten<strong>de</strong>m<br />

O mercadO<br />

prOfissiOnal, pOr<br />

meiO da quebra<br />

<strong>de</strong> paradigmas”<br />

Sandra Martinelli, presi<strong>de</strong>nte-executiva da ABA, <strong>de</strong>staca que Projeto Millennials é uma das frentes da ABAca<strong>de</strong>my<br />

Divulgação<br />

jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> <strong>17</strong>


eyond the line<br />

Divulgação<br />

Que propaganda é essa?!<br />

As agências precisam se habituar a um<br />

processo <strong>de</strong> criação que extrapola formas<br />

Alexis Thuller PAgliArini<br />

Dois dos cases mais premiados em Cannes<br />

este ano têm muita coisa em comum.<br />

Ambos foram originados da i<strong>de</strong>ia<br />

da criação <strong>de</strong> um personagem forte. Não<br />

aquele personagem criado para estrelar<br />

campanhas, como o saudoso Baixinho da<br />

Kaiser, o Garoto Bombril ou, ainda, o Bom<br />

<strong>de</strong> Boca, da Cepacol. São personagens em<br />

três dimensões.<br />

Por incrível coincidência, esses dois cases,<br />

que ganharam milhões <strong>de</strong> views, likes e<br />

compartilhamentos nas re<strong>de</strong>s sociais, são...<br />

estátuas. Sim, estátuas produzidas por artistas<br />

plásticas. Ambas foram expostas ao<br />

público e geraram intensa comoção. Refiro-<br />

-me a Fearless Girl (Garota sem medo), case<br />

ganhador <strong>de</strong> nada menos do que quatro<br />

Grand Prix, além <strong>de</strong> muitos ouros, pratas<br />

e bronzes; e o Graham, ganhador <strong>de</strong> dois<br />

Grand Prix e também outros Leões em diversas<br />

categorias.<br />

E o que esses cases fantásticos têm mais<br />

em comum? Eles não foram objetos <strong>de</strong> uma<br />

campanha publicitária convencional. Não<br />

foram julgados anúncios, filmes ou outras<br />

peças publicitárias. Sua força está representada<br />

pela materialização <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ia.<br />

Literalmente! Materialização expressa em<br />

figuras em 3D, vistas e admiradas por milhões<br />

<strong>de</strong> pessoas pelo mundo inteiro (na<br />

verda<strong>de</strong>, foram mais <strong>de</strong> 1 bilhão <strong>de</strong> views<br />

<strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>las).<br />

Peças que se sobressaíram pela sua forma,<br />

mas também por outros fortes motivos.<br />

Impactaram pela sua pertinência e relevância<br />

para muitas pessoas.<br />

A primeira, expressando o empo<strong>de</strong>ramento<br />

feminino <strong>de</strong> forma impactante e<br />

inequívoca. Um grupo financeiro cria um<br />

fundo formado só por empresas li<strong>de</strong>radas<br />

por mulheres e, para divulgá-lo, encomenda<br />

uma estátua <strong>de</strong> uma garota em posição<br />

altiva e corajosa e a instala, exatamente no<br />

Dia da Mulher, em frente ao famoso touro<br />

<strong>de</strong> Wall Street, numa posição <strong>de</strong> sereno enfrentamento.<br />

Não há mulher que não se projete naquela<br />

garota corajosa. A estátua foi concebida<br />

para ficar por um período naquele lugar,<br />

mas já há petições para fazê-la permanente,<br />

com o apoio até do prefeito <strong>de</strong> Nova<br />

York. Que outra campanha po<strong>de</strong>ria impac-<br />

tar mais as mulheres, público-alvo da State<br />

Street?<br />

Foquemos agora a outra estátua: o<br />

Graham. Vendo suas campanhas <strong>de</strong> prevenção<br />

<strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes caírem na mesmice,<br />

apesar do uso <strong>de</strong> imagens chocantes <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes,<br />

a Transport Acci<strong>de</strong>nt Commission<br />

Victoria, órgão responsável pela segurança<br />

<strong>de</strong> trânsito do estado <strong>de</strong> Victoria, da Austrália,<br />

lança mão <strong>de</strong> um recurso diferente.<br />

Encomenda a criação do único “ser” que<br />

po<strong>de</strong>ria resistir à maioria dos aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />

carro, o Graham.<br />

Com o apoio <strong>de</strong> um cirurgião especializado<br />

em traumas <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e <strong>de</strong> um engenheiro<br />

<strong>de</strong> trânsito, uma artista plástica cria<br />

uma figura que estaria imune aos aci<strong>de</strong>ntes.<br />

O resultado é uma estátua com traços humanos,<br />

mas muito mais parecida com horrendos<br />

seres do imaginário <strong>de</strong> ficção, <strong>de</strong> outras<br />

galáxias. O recado está dado: se você não se<br />

parece com o Graham, tome cuidado ao dirigir,<br />

porque você po<strong>de</strong> se ferir seriamente.<br />

Pois bem, duas i<strong>de</strong>ias fantásticas foram<br />

criadas por excelente agências: McCann<br />

New York e Clemenger BBDO, <strong>de</strong> Melbourne<br />

– esta última a Agência do Ano do Cannes<br />

Lions 20<strong>17</strong>.<br />

Mas a questão é a seguinte: são elas agências<br />

<strong>de</strong> propaganda? Sim, e das melhores!<br />

Mas que propaganda é essa? Supostamente,<br />

os publicitários não <strong>de</strong>veriam se ater às<br />

expressões típicas <strong>de</strong> campanhas publicitárias?<br />

E a resposta é simples: não mais!<br />

As agências precisam se habituar a um<br />

processo <strong>de</strong> criação que extrapola formas<br />

convencionais. A boa i<strong>de</strong>ia é aquela que<br />

impacta, envolve, engaja e mobiliza, sem se<br />

restringir a formatos e convenções.<br />

A partir <strong>de</strong>ssa constatação, outras questões<br />

aparecem. Como são remuneradas as<br />

agências que geram i<strong>de</strong>ias como essas? Por<br />

um percentual sobre o custo da estátua?!<br />

Nossas escolas estão formando profissionais<br />

com esse <strong>de</strong>scondicionamento <strong>de</strong><br />

raciocínio? Essa nova propaganda reflete a<br />

essência do termo, que vem do latim: Propagare,<br />

que significa multiplicar, por produção<br />

ou geração.<br />

Essa é a verda<strong>de</strong>ira propaganda. Acostumemo-nos<br />

a ela.<br />

Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />

da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Agências<br />

<strong>de</strong> Propaganda)<br />

alexis@fenapro.org.br<br />

18 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark


diGitAl<br />

Google Earth e O2 Filmes levam<br />

público para vivenciar a Amazônia<br />

Projeto feito com tecnologia <strong>de</strong> imersão reúne histórias interativas e<br />

mostra diferentes aspectos da região, on<strong>de</strong> vivem 27 milhões <strong>de</strong> pessoas<br />

Jéssica Oliveira<br />

Não é tão fácil ver <strong>de</strong> perto<br />

a Amazônia, seja pela distância,<br />

pelos custos ou mesmo<br />

pelo tempo hábil para visitá-la.<br />

Além <strong>de</strong> distante, para muitos,<br />

ela é uma terra misteriosa e fora<br />

da realida<strong>de</strong>, mas ela é parte<br />

fundamental <strong>de</strong> todos, por<br />

meio <strong>de</strong> uma conexão essencial<br />

com o ambiente.<br />

Porém, agora há uma nova<br />

possibilida<strong>de</strong> para aproximar o<br />

restante do país <strong>de</strong> um <strong>de</strong> seus<br />

maior patrimônio. Na semana<br />

passada, o Google Earth apresentou,<br />

como parte da renovação<br />

feita em abril, o projeto<br />

Eu Sou Amazônia. A iniciativa<br />

quer levar as pessoas a se aventurarem<br />

no coração da maior<br />

floresta tropical do mundo com<br />

a tecnologia <strong>de</strong> imersão do núcleo<br />

Outras Telas, da O2 Filmes,<br />

que mistura ví<strong>de</strong>o, mapas, áudio<br />

e realida<strong>de</strong> virtual em 360°.<br />

São 11 histórias interativas<br />

que abordam diferentes aspectos<br />

da região, on<strong>de</strong> vivem 27<br />

milhões <strong>de</strong> pessoas e há uma<br />

vasta diversida<strong>de</strong> cultural. Os<br />

moradores da floresta contam<br />

as suas histórias, algumas <strong>de</strong>las<br />

produzidas pelo cineasta<br />

brasileiro Fernando Meirelles.<br />

O material está disponível para<br />

<strong>de</strong>sktops e dispositivos móveis<br />

em g.co/EuSouAmazonia. A<br />

i<strong>de</strong>ia é que essas ferramentas<br />

imersivas, ao levar ao público<br />

a realida<strong>de</strong> da floresta e dos<br />

povos que lá vivem, também<br />

sensibilizem as pessoas sobre a<br />

importância da preservação e o<br />

impacto negativo das mudanças<br />

climáticas.<br />

“A Amazônia ainda é <strong>de</strong>sconhecida.<br />

Às vezes, pensamos<br />

nela como um gran<strong>de</strong> pedaço<br />

ver<strong>de</strong>, nem sempre vamos<br />

além disso. O que esse projeto<br />

mostra é que há muito na Amazônia.<br />

Po<strong>de</strong>mos ver no mapa a<br />

evolução do <strong>de</strong>smatamento, o<br />

impacto da existência das florestas<br />

no PIB da América Latina<br />

versus outros continentes.<br />

Eu Sou Amazônia mostra a vida <strong>de</strong> vários<br />

povos indígenas que vivem na região<br />

“O que esse<br />

prOjetO mOstra<br />

é que há muitO<br />

na amazônia”<br />

Fotos: Divulgação<br />

E a única forma <strong>de</strong> ter acesso<br />

a tanta informação só po<strong>de</strong> ser<br />

uma plataforma como o Google<br />

Earth, que integra todos os<br />

conteúdos com uma navegação<br />

atraente para o público”, afirma<br />

Janaina Augustin, diretora do<br />

Outras Telas.<br />

Ao ver as histórias é possível,<br />

por exemplo, conhecer a ca<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> produção <strong>de</strong> iguarias da floresta,<br />

ver como comunida<strong>de</strong>s<br />

se reestruturaram com esforços<br />

sustentáveis e acompanhar o<br />

cotidiano dos quilombolas.<br />

Outra novida<strong>de</strong> foi feita em<br />

parceria com o Instituto Socioambiental.<br />

O Google Earth<br />

publica um atlas das terras<br />

indígenas no Brasil e <strong>de</strong> seus<br />

habitantes, com histórias contadas<br />

por eles. Povos indígenas,<br />

como os Tembé e os Paiter<br />

Suruí, falam como usam<br />

tecnologias <strong>de</strong> monitoramento<br />

para proteger seus territórios<br />

<strong>de</strong> exploração ilegal e <strong>de</strong>smatamento.<br />

Essas histórias são o<br />

resultado <strong>de</strong> um projeto que começou<br />

em 2007, quando o cacique<br />

Almir, da tribo Paiter Suruí,<br />

<strong>de</strong>scobriu o Google Earth e propôs<br />

uma parceria. O projeto foi<br />

ampliado para 30 comunida<strong>de</strong>s<br />

da Amazônia. Os 472 territórios<br />

indígenas brasileiros existentes<br />

também foram integrados ao<br />

Google Maps.<br />

Para Janaina, o EuSouAmazonia<br />

traz uma forma <strong>de</strong><br />

pensar em storytelling para<br />

tecnologias. “Esse é um bom<br />

exemplo <strong>de</strong> como as marcas<br />

po<strong>de</strong>m trabalhar com inovação,<br />

e chegar no público que<br />

consome essas tecnologias,<br />

sem usar somente as mídias<br />

tradicionais”, afirma.<br />

jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 19


entrevista<br />

Hermann alex maHnke<br />

não queremos<br />

ser uma marca<br />

sem opinião<br />

formada<br />

No ano passado, a General Motors investiu<br />

mais <strong>de</strong> R$ 1,1 bilhão em publicida<strong>de</strong>,<br />

valor 36% maior que os R$ 820 milhões<br />

aportados no ano anterior. A estratégia<br />

ajudou a garantir a manutenção da empresa na<br />

li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> vendas <strong>de</strong> carros no país. Foram<br />

emplacados 345.874 veículos em 2016. Nesta<br />

entrevista, o diretor <strong>de</strong> marketing Mercosul da GM,<br />

Hermann Alex Mahnke, fala sobre as mudanças<br />

que a Chevrolet fez na estrutura <strong>de</strong> marketing<br />

na América Latina, com foco na comunicação<br />

das marcas <strong>de</strong> um portfólio praticamente novo.<br />

Suzi Cavalari<br />

– Especial para o PrOPMarK<br />

Quais as novida<strong>de</strong>s da General Motors<br />

para este ano?<br />

Muitas. Aproveitamos o Salão<br />

do Automóvel <strong>de</strong> Buenos Aires<br />

para lançar o Equinox, que começará<br />

a ser vendido em outubro.<br />

Nunca havíamos feito isso. Em<br />

mercados mais <strong>de</strong>senvolvidos,<br />

como Europa e Estados Unidos,<br />

apresenta-se o carro com pelo<br />

menos um ano <strong>de</strong> antecedência.<br />

Porém em mercados em <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

como o caso do Brasil,<br />

isso é feito bem mais próximo<br />

do lançamento por preocupação<br />

<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r venda do mo<strong>de</strong>lo atual.<br />

Estamos mudando nosso jeito <strong>de</strong><br />

fazer marketing. Ainda não chegamos<br />

ao horizonte <strong>de</strong> um ano,<br />

até porque esse carro foi lançado<br />

recentemente nos Estados Unidos,<br />

mas já existe uma diferença.<br />

O segmento <strong>de</strong> utilitário esportivo<br />

tem crescido tanto que já representa<br />

20% do mercado brasileiro.<br />

Na GM, o segmento equivale a<br />

12%. Existe uma migração gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sedans para esse tipo <strong>de</strong> veículo.<br />

Há <strong>de</strong>z anos, só havia uma categoria<br />

<strong>de</strong> utilitários esportivos,<br />

que eram os gran<strong>de</strong>s. Hoje em<br />

dia, a indústria já criou subsegmentos:<br />

os pequenos, os médios,<br />

como a Equinox, que vem substituir<br />

a Captiva, e os gran<strong>de</strong>s. Nosso<br />

objetivo é se posicionar em cada<br />

um <strong>de</strong>les e temos focado nisso.<br />

Quais os investimentos feitos pela<br />

empresa neste ano?<br />

Não consigo informar os valores<br />

absolutos. A Chevrolet está<br />

passando por um momento muito<br />

interessante. Historicamente<br />

sempre brigamos na terceira posição<br />

do mercado. Mudamos nossa<br />

estratégia, posicionamento e<br />

investimos em produto. São R$ 13<br />

bilhões <strong>de</strong> aportes <strong>de</strong> 2014 a 2019<br />

para renovar praticamente todo<br />

nosso portfólio. Lamentavelmente,<br />

junto com isso veio a crise.<br />

Nosso negócio <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> volume<br />

é o que dilui os custos e investimentos.<br />

Tínhamos expectativa<br />

<strong>de</strong> um mercado <strong>de</strong> 3,5 milhões <strong>de</strong><br />

veículos por ano no Brasil, atual-<br />

mente esse montante está em 2<br />

milhões, mas não paramos <strong>de</strong> investir.<br />

Cremos que nosso momento<br />

é agora, o mercado é cíclico e<br />

essa crise vai passar. Investimos<br />

ainda em atendimento ao cliente,<br />

além <strong>de</strong> comunicação para conseguir<br />

contar nossa história.<br />

Ano passado, a GM aumentou 36% os<br />

investimentos em mídia. Por quê?<br />

Estamos adotando essa crise<br />

como oportunida<strong>de</strong>, parece<br />

clichê, mas não é. Há três anos,<br />

éramos a terceira marca, hoje somos<br />

lí<strong>de</strong>res, com quatro pontos<br />

percentuais à frente do segundo<br />

colocado. Isso é consequência do<br />

portfólio novo e também da nossa<br />

estratégia <strong>de</strong> mercado agressiva.<br />

Onix é o carro mais vendido do<br />

país, por exemplo. Enten<strong>de</strong>mos<br />

que, por meio da experiência que<br />

proporcionamos aos nossos clientes,<br />

iremos ven<strong>de</strong>r mais, sendo<br />

uma marca que aten<strong>de</strong> às necessida<strong>de</strong>s<br />

dos consumidores. Temos<br />

aumentado o investimento em<br />

mídia porque, apesar dos 93 anos<br />

<strong>de</strong> Brasil, temos marcas extremamente<br />

jovens, como Cruze, Onix e<br />

Spin, que nasceram em 2012. Temos<br />

métricas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e saú<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> marca, sabemos que ainda<br />

não chegamos on<strong>de</strong> queremos,<br />

mas temos crescido nos atributos<br />

<strong>de</strong> marca. Tudo começa com produto,<br />

não adianta ter uma campanha<br />

fantástica sem um produto<br />

que chancele isso, <strong>de</strong>pois passa<br />

por comunicação.<br />

Quanto é investido em comunicação<br />

e marketing?<br />

Não posso te falar esse número<br />

aberto assim, mas somos os<br />

maiores investidores do segmento.<br />

Entramos no pacote <strong>de</strong> mídia<br />

da Globo, que é um investimento<br />

substancial. Preciso trazer conhecimento<br />

para que meus clientes<br />

tenham experiência com minhas<br />

marcas. Este ano, já comuniquei<br />

Tracker, Cruze, S10, Onix e farei<br />

com Equinox, marcas que estão<br />

construindo essa nova história da<br />

Chevrolet.<br />

Quais estratégias <strong>de</strong> comunicação?<br />

Uma mudança gran<strong>de</strong> foi nosso<br />

reposicionamento <strong>de</strong> marca,<br />

em 2013 (passaram a adotar o Find<br />

New Roads), quando <strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong><br />

ser uma marca local para ser global,<br />

inclusive com os nomes dos<br />

produtos. Por exemplo, Corsa,<br />

Meriva e Vectra eram marcas que<br />

só existiam no Brasil, abrimos<br />

mão <strong>de</strong>ssas marcas superpo<strong>de</strong>rosas,<br />

foi tecnicamente uma loucura,<br />

inclusive na velocida<strong>de</strong> que<br />

fizemos. Após esse movimento,<br />

passamos a nos posicionar. Não<br />

queremos ser uma marca sem<br />

opinião formada sobre a realida<strong>de</strong><br />

ou ainda sobre o mundo que vivemos.<br />

Exemplo disso foi que tomamos<br />

partido na campanha da S10<br />

em prol do agronegócio. Houve<br />

polêmica que colocamos pólvora<br />

no relacionamento do empresário<br />

do agronegócio com o ambientalista.<br />

Assim também na campanha<br />

do Cruze, que pregamos<br />

o fim da corrupção com um voto<br />

a favor da mudança, nas urnas.<br />

Trouxemos elementos como a sonora<br />

da urna eletrônica, o trajeto<br />

do veículo passando por prédios<br />

da Petrobras, BNDES...Tracker foi<br />

o primeiro <strong>de</strong>ssa série, produzido<br />

no ano passado, com o mote <strong>de</strong><br />

retomar o que é seu por direito,<br />

não foi pensado, mas ficou em linha<br />

com o projeto Cida<strong>de</strong> Linda,<br />

re<strong>de</strong>scobrindo as belezas <strong>de</strong> São<br />

Paulo. Fizemos tudo isso embasados<br />

em pesquisas, não é possível<br />

aten<strong>de</strong>r todos os públicos,<br />

porém não dá para romper ruídos<br />

se não formos uma marca que se<br />

posiciona. Infelizmente, eventualmente,<br />

criamos algumas inimiza<strong>de</strong>s.<br />

Outra mudança que temos<br />

feito é <strong>de</strong> que a mídia seja o drive<br />

da criativida<strong>de</strong>.<br />

“Temos<br />

errado<br />

basTanTe e<br />

aprendido<br />

com esses<br />

erros”<br />

20 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark


Como assim?<br />

Quem <strong>de</strong>fine como vai ser a<br />

publicida<strong>de</strong>, quais serão as peças<br />

é nossa estratégia <strong>de</strong> mídia.<br />

Até abril, tínhamos o setup <strong>de</strong><br />

três agências: a Commonwealth//<br />

McCann, a Publicis, que faz toda<br />

parte <strong>de</strong> varejo, e a NBS, que fazia<br />

toda a nossa comunicação <strong>de</strong><br />

nível três (comunicação para os<br />

concessionários). Fizemos gran<strong>de</strong>s<br />

mudanças, migramos o planejamento<br />

<strong>de</strong> mídia (não a compra<br />

por causa da regulamentação)<br />

para a Carat (Grupo Dan). Quem<br />

faz hoje o nosso planejamento <strong>de</strong><br />

mídia <strong>de</strong> marca do nível um é a<br />

Carat. O que ganhamos? Uma expertise<br />

<strong>de</strong> ferramentas globais <strong>de</strong><br />

planejamento <strong>de</strong> mídia através <strong>de</strong><br />

contrato global com a Carat e também<br />

unificamos a comunicação<br />

<strong>de</strong> nível um, <strong>de</strong> marca, e <strong>de</strong> nível<br />

três, <strong>de</strong> concessionária. Com isso,<br />

somos mais efetivos no ambiente<br />

digital. Estamos alocando mais <strong>de</strong><br />

30% do nosso investimento no digital<br />

e não vamos parar por aí. Temos<br />

errado bastante e aprendido<br />

com esses erros, corrigindo muito<br />

rápido para evoluir em duas frentes:<br />

em relevância do canal digital<br />

e performance. São dois mundos<br />

distintos, apesar <strong>de</strong> sempre termos<br />

tratado como uma coisa só. A<br />

mídia é que me dará performance,<br />

e toda a estratégia <strong>de</strong> comunicação<br />

<strong>de</strong> marca, do outro lado. Se<br />

convergem eventualmente nos canais<br />

<strong>de</strong> buscas.<br />

Des<strong>de</strong> quando estão trabalhando <strong>de</strong>sta<br />

forma?<br />

Começamos este ano. Além da<br />

estratégia <strong>de</strong> migração do planejamento<br />

<strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> agências, temos<br />

uma estrutura digital nova.<br />

Contratamos em abril um diretor<br />

<strong>de</strong> marketing digital, focado em<br />

transacional e performance. O drive<br />

é encontrar o caminho nesse<br />

mundo novo que é o digital, em<br />

performance. No Salão do Automóvel<br />

<strong>de</strong> Buenos Aires, criamos<br />

uma sala para gerar conteúdo,<br />

igual fizemos na última <strong>edição</strong> em<br />

São Paulo. Com pessoas da Carat,<br />

da Chevrolet e CW (agência que<br />

aten<strong>de</strong> à conta da GM na Argentina),<br />

gerando conteúdo nas re<strong>de</strong>s<br />

sociais. Com base nisso, criamos o<br />

núcleo <strong>de</strong> mídias sociais, o primeiro<br />

fora dos Estados Unidos. Está<br />

situado na WMcCann, produzindo<br />

conteúdo a partir das interações<br />

nas mídias sociais.<br />

Houve uma reorganização no marketing<br />

da GM?<br />

Sim. Assumi o marketing América<br />

do Sul em maio <strong>de</strong> 2016. Junto<br />

com isso, o Brasil passou a ser headhunter<br />

América do Sul. Mas, até<br />

janeiro <strong>de</strong>ste ano, tínhamos sete<br />

operações. Fundimos em três: GM<br />

Andina – responsável por Colômbia<br />

e Equador; GM Central, no Chile<br />

- que respon<strong>de</strong> por Peru, Bolívia,<br />

Divulgação<br />

“ainda não<br />

chegamos<br />

on<strong>de</strong><br />

queremos,<br />

mas Temos<br />

crescido nos<br />

aTribuTos<br />

<strong>de</strong> marca”<br />

Paraguai e Uruguai; e Mercosul,<br />

que representa 80% das vendas na<br />

região - formado por Brasil e Argentina.<br />

É um mo<strong>de</strong>lo um pouco<br />

diferente <strong>de</strong> bloco comercial.<br />

Como estão os negócios da GM em<br />

tempos <strong>de</strong> crise econômica e queda<br />

nas vendas <strong>de</strong> veículos?<br />

Nossa expectativa, há cinco<br />

anos, era do dobro <strong>de</strong> volume<br />

vendido no Brasil atualmente.<br />

Em um ciclo normal, a troca <strong>de</strong><br />

carro é feita em média a cada<br />

três anos. Neste momento da indústria,<br />

essa troca po<strong>de</strong> chegar a<br />

cinco ou até <strong>de</strong>z anos. Estamos<br />

vivendo em um momento <strong>de</strong><br />

muitas incertezas <strong>de</strong>vido ao cenário<br />

político e econômico, mas<br />

otimista em relação ao segundo<br />

semestre e ao ano <strong>de</strong> 2018.<br />

A companhia anunciou projeto<br />

para li<strong>de</strong>rança em quilômetro<br />

rodado, além da venda do veículo.<br />

Por quê? Se alguém tem <strong>de</strong><br />

causar uma disruptura no negócio,<br />

que sejamos nós. Temos<br />

mudado a nossa filosofia <strong>de</strong> trabalho,<br />

<strong>de</strong>finimos os centros on<strong>de</strong><br />

colocamos nossos recursos para<br />

<strong>de</strong>senvolver e crescer. Nessa linha,<br />

nós estamos investindo em<br />

duas tecnologias: eletrificação e<br />

veículos autônomos.<br />

Por que a GM retirou o patrocínio da<br />

seleção brasileira <strong>de</strong> futebol?<br />

Estamos revendo investimentos<br />

por conta <strong>de</strong>sse momento em<br />

que vivemos. A parceria com a<br />

seleção é po<strong>de</strong>rosa, mas para sustentar<br />

o investimento em mídia a<br />

essas marcas jovens não cabia.<br />

jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 21


inspiração<br />

Conversas nova-iorquinas<br />

Cida<strong>de</strong> cosmopolita, que atrai turistas, revela sutilezas por<br />

meio <strong>de</strong> coisas simples, como um passeio no parque ou os<br />

reflexos nos edifícios espelhados; tudo inspira Renata Florio<br />

22 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark


Fotos: Clovis Aidar/Divulgação<br />

Renata Florio é Global Group<br />

Creative Director da Ogilvy<br />

& Mather, com base no<br />

escritório <strong>de</strong> Nova York<br />

Renata FloRio<br />

– especial para o PRoPMaRK<br />

Ela nem se dava conta que estava falando tão alto, ora subia<br />

o tom da voz, que alcançava um agudo quase insuportável,<br />

ora gargalhava a ponto <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r o fôlego e provocar uma tosse<br />

<strong>de</strong> cachorro.<br />

O cachorro que acabava <strong>de</strong> passar tão pouco se importava<br />

com a tosse da mulher ou com a mulher; seguia com sua postura<br />

altiva, autoconfiança <strong>de</strong> raça pura, malandragem <strong>de</strong> vira-lata,<br />

jogando charme para a ca<strong>de</strong>linha que vinha no sentido contrário.<br />

O charme funcionou e os dois bichos ficaram se cheirando,<br />

causando constrangimento aos respectivos donos. A <strong>de</strong>la, uma<br />

moça que não tinha mais que 25 anos, o <strong>de</strong>le, um rapaz <strong>de</strong> uns<br />

30, magricela e com cara <strong>de</strong> assustado.<br />

Depois <strong>de</strong> algumas voltas <strong>de</strong> coleira e várias outras cheiradinhas,<br />

os quatro se <strong>de</strong>spediram e, ao mesmo tempo, notaram as<br />

duas moças que se aproximavam.<br />

Seriam mo<strong>de</strong>los? A da direita com certeza, pensou a jovem<br />

dona da poodle, que agora se coçava intermitemente enquanto<br />

sua dona notava a saia longa, a blusa elegantemente <strong>de</strong>cotada,<br />

o cabelo preso em um nó no topo da cabeça e abrigava um belíssimo<br />

par <strong>de</strong> óculos escuros, tudo combinava tão bem naquela<br />

mulher. Mo<strong>de</strong>lo, com certeza.<br />

A moça da esquerda também po<strong>de</strong>ria ser uma mo<strong>de</strong>lo, mas<br />

não tinha a mesma classe. Usava um vestido branco, também<br />

longo, quase bonito. O rapaz, dono do cachorro pura-raça-vira-<br />

-lata pensava diferente. Achou a mulher da esquerda muito mais<br />

interessante que a mulher da direita. Quando ambas se <strong>de</strong>ram<br />

as mãos e se beijaram nos lábios ele seguiu seu caminho, assim<br />

como elas, assim como a moça do poodle, assim como a mulher<br />

ao telefone… bem, a mulher ao telefone não seguiu necessariamente<br />

o seu caminho, mas seguiu com a sua conversa.<br />

Continuava a falar, a dar risada e a tossir, sem se importar<br />

com o que passava ao redor. Nem o calor, o sol escaldante <strong>de</strong> 38<br />

graus, fazia com que ela parasse <strong>de</strong> falar. Num <strong>de</strong>terminado momento,<br />

falou tão rápido que parecia que ia engasgar, mas tomou<br />

um gole <strong>de</strong> água <strong>de</strong> uma garrafinha <strong>de</strong> plástico meio amassada<br />

e continuou.<br />

A garrafinha, apoiada na ponta do banco, tombou e rolou pelo<br />

chão, mas ela, mais uma vez, não se <strong>de</strong>u conta do que passava<br />

à sua volta. Lá se foi a garrafa, rolando até um casal <strong>de</strong> meia<br />

ida<strong>de</strong> que passeava com uma mulher <strong>de</strong> uns 30 e poucos anos,<br />

turistas na certa. O homem parou o percurso da garrafa com o<br />

pé, a mulher e a outra moça, filha do casal talvez (?), seguiram a<br />

caminhada, <strong>de</strong>ixando o elegante senhor para trás.<br />

Talvez por ser muito educado, talvez por se sentir na obrigação<br />

<strong>de</strong> ser civilizado enquanto visitava uma cida<strong>de</strong> tão mo<strong>de</strong>rna,<br />

o homem resolveu pegar a garrafa do chão. Examinou a embalagem<br />

como quem procura uma etiqueta com as informações<br />

do dono, essas que colocamos nas malas <strong>de</strong> viagem para o caso<br />

<strong>de</strong> se extraviarem, sempre esperando que nunca se percam,<br />

porque se elas se per<strong>de</strong>rem poucas são as chances <strong>de</strong> conseguirmos<br />

resgatá-las; a não ser que isso ocorra na Suécia: lá, se a sua<br />

mala se per<strong>de</strong>r, ela aparece na sua casa (ou hotel) no dia seguinte,<br />

intacta e entregue por um rapaz muito bonito e educado, que<br />

toca a campainha às 9 horas da manhã, exatamente no horário<br />

que a companhia aérea avisou que iria entregar.<br />

Mas no caso da garrafa não havia nenhuma informação com<br />

dados para retorno com caso <strong>de</strong> extravio, portanto o cavalheiro<br />

olhou em volta para encontrar a lata <strong>de</strong> lixo mais próxima.<br />

O som do navio passando ao fundo fez com que ele se virasse<br />

para o rio, para observar o gigante que dava ré(!). Ele se perguntou<br />

se era possível um navio <strong>de</strong> turismo conseguir dar ré, mas<br />

aí se lembrou que o navio é manobrado por uma outra barca,<br />

e quem o conduz nessas horas é um profissional chamado <strong>de</strong><br />

“prático”, aliás há que se ter muita prática para mover um edifício<br />

flutuante cheio <strong>de</strong> pessoas que planejaram e sonharam com<br />

essa viagem por dias a fio. Assim como ele sonhou e imaginou<br />

viajar com sua mulher e sua filha (que seguiram a caminhada<br />

sem notar que ele parara); conhecer a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Nova York e visitar<br />

os museus; caminhar pelas ruas e parques e observar os<br />

barcos e este navio passando no Rio Hudson, tudo tão limpo,<br />

nem um lixo no parque, só a garrafa <strong>de</strong> plástico, que ele jogou na<br />

lata <strong>de</strong> lixo, ao lado <strong>de</strong> uma mulher que falava sozinha sentada<br />

num banco, falava alto, gargalhava tanto que engasgava e tossia<br />

uma tosse <strong>de</strong> cachorro. Falava sozinha, é verda<strong>de</strong>, mas quem se<br />

importa, ele pensou, qual o problema <strong>de</strong> sentar num banco <strong>de</strong><br />

parque e falar sozinha por horas a fio? This is New York!<br />

Destino da garrafa<br />

Uma selva <strong>de</strong> pedra, como na foto principal à<br />

esquerda, é humanizada por boas conversas e<br />

experiências <strong>de</strong> gente que visitam Nova York.<br />

Cadê a pequena garrafa que estava aqui? Não<br />

vai encontrar. Já foi pro lixo. Atitu<strong>de</strong> sensorial<br />

assimilada sem pressão, natural.<br />

jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 23


We<br />

mkt<br />

BrianAJackson/iStock<br />

Who? What?<br />

Where? When?<br />

“Che bela cosa na<br />

jurnata ´e sole...”.<br />

Giovanni Capurro<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

Now! Essa é a pergunta que não quer calar.<br />

O mundo político disruptou. Esse<br />

sim, disruptou <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. Nas diferentes<br />

partes do mundo. E, <strong>de</strong> repente, <strong>de</strong>u<br />

Trump. E quase todos acreditavam, sem<br />

muita animação, que Hillary era pule <strong>de</strong> 10.<br />

Não foi. Trump e seu Twitter. O “maluco e<br />

topetudo” fez o passarinho voltar a cantar.<br />

Emmanuel Macron era um ilustre <strong>de</strong>sconhecido,<br />

mundialmente; razoavelmente<br />

conhecido, localmente; e, absurdamente<br />

jovem. 39 anos. Para muitos, mais famoso<br />

por caminhar com uma “senhora” ao seu<br />

lado – sua mulher, 24 anos mais velha, que<br />

fora sua professora. A sua Brigitte. Brigitte<br />

Trogneux, 63 anos. Em menos <strong>de</strong> 24 meses,<br />

<strong>de</strong> quase <strong>de</strong>sconhecido a novo presi<strong>de</strong>nte<br />

da França, massacrando todos os <strong>de</strong>mais<br />

adversários.<br />

Menos <strong>de</strong> um mês <strong>de</strong>pois seu partido, A<br />

República em Marcha, ainda cheirando a<br />

tinta e com pouco mais <strong>de</strong> um ano <strong>de</strong> existência,<br />

opera um massacre ainda maior.<br />

Das 577 ca<strong>de</strong>iras da Assembleia Nacional da<br />

França, conquista 355. O velho Brasil agoniza.<br />

Tomara. Deve. Precisa. Existe o risco<br />

<strong>de</strong> recaída? Não, <strong>de</strong>finitivamente não existe.<br />

Vivemos o ressurgimento. O quarto ambiente<br />

– este, o primeiro criado pelo homem,<br />

a digisfera –, finalmente, começa a revelar o<br />

tsunami que está produzindo na biosfera.<br />

Enquanto os políticos tentam se salvar<br />

das bandalheiras das últimas três décadas,<br />

o mundo gira e a Lusitana roda. Leva <strong>de</strong>ntro<br />

a mudança. Dentro e fora. E não há quem<br />

impeça sua marcha. Em 15 meses, elegeremos<br />

o primeiro presi<strong>de</strong>nte da República do<br />

novíssimo Brasil. Quem será? Mínima i<strong>de</strong>ia.<br />

Talvez o João Doria? Po<strong>de</strong> ser. Mas meio <strong>de</strong>sgastado,<br />

combalido, uniformizado e datado.<br />

“Mes félicitations au Prési<strong>de</strong>nt Macron por<br />

sa victoire!”, manifestou-se. Ele, João, 59,<br />

para Emmanuel, 39. Talvez, tenha passado<br />

seu tempo? Ou não! Neste exato momento,<br />

os formadores <strong>de</strong> opinião se movimentam<br />

nos Estados Unidos. Enquanto Trump não<br />

se <strong>de</strong>strói pelo festival <strong>de</strong> improprieda<strong>de</strong>s e<br />

estultices – chegará lá –, tudo o que mais os<br />

preocupa são as eleições <strong>de</strong> 2020. Reeleger<br />

Trump nem por meio cacete.<br />

Democratas olham para seus quadros e<br />

só veem ela, Hilary. Definitivamente não<br />

vai dar pé. De novo? E se não ela, quem? Não<br />

tem. Correm para o ambiente corporativo.<br />

Se for homem, Howard Schultz, Mr. Starbucks;<br />

Mark Cuban, Dallas Maverick Owner e<br />

celebrida<strong>de</strong> no Shark Tank; ou, ainda, Bob<br />

Iger, Disney CEO. Se mulher, e por enquanto,<br />

Ophrah Winfrey. É o que nos aponta, numa<br />

primeira rodada, a revista Fast Company.<br />

De certa forma, em diferentes lugares do<br />

mundo, diferentes pessoas chegaram a uma<br />

mesma e única conclusão. Anunciada ao<br />

mundo décadas atrás por Charles <strong>de</strong> Gaulle:<br />

“A política é um assunto sério <strong>de</strong>mais para<br />

ser confiada aos políticos”. Ao menos, para<br />

os políticos do mundo velho.<br />

E enquanto não construirmos uma nova<br />

classe política, e, como estepes, profissionais<br />

e empresários competentes, íntegros,<br />

consagrados. Definitivamente nem o mais<br />

sensível dos humanos é capaz <strong>de</strong> imaginar o<br />

Brasil <strong>de</strong> amanhã. 2050, não, 2020. O Brasil e<br />

o mundo. As infinitas mudanças originárias<br />

e <strong>de</strong>correntes do microchip 4004 da Intel<br />

<strong>de</strong> 1971, a<strong>de</strong>nsam-se e aceleram-se. E é com<br />

esse espírito e perspectiva que <strong>de</strong>vemos<br />

encarar os nossos <strong>de</strong>safios, brasileiros, até<br />

o fim <strong>de</strong>sta década. Se sustentando na pinguela,<br />

como recomendou FHC; se necessário,<br />

nadando; mas sem consi<strong>de</strong>rar por uma<br />

única fração <strong>de</strong> segundo recorrer a velhas<br />

e lamentáveis soluções que nos trouxeram<br />

mal e precariamente até aqui, mas que não<br />

nos levarão a lugar outro que não seja à <strong>de</strong>struição<br />

total. É tudo o que eu consigo ver. E<br />

basta. Não necessário e insuficiente, mas o<br />

que temos para hoje. Como Elvis traduziu e<br />

cantou no Sole Mio, “It’s Now Or Never”. Tô<br />

<strong>de</strong>ntro!<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

24 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark


Apoio em São Paulo:<br />

Em 50 anos, muita coisa mudou na comunicação.<br />

Mas no Colunistas, a melhor i<strong>de</strong>ia sempre vence.<br />

A forma <strong>de</strong> fazer comunicação mudou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o Prêmio Colunistas nasceu em 1967.<br />

Mas os júris do Colunistas continuam, há 50 anos, buscando as melhores i<strong>de</strong>ias para<br />

valorizar e premiar.<br />

Inscreva os seus melhores trabalhos no Colunistas 50 anos.<br />

ANO 50<br />

HÁ 50 ANOS PREMIANDO A BOA IDEIA, A OUSADIA E A INOVAÇÃO.<br />

colunistas.com


Mídia<br />

Rádio Mix completa 20 anos e quer<br />

conquistar o ouvinte jovem adulto<br />

Emissora mo<strong>de</strong>rniza i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual e lança programas com tom<br />

opinativo para chamar a atenção <strong>de</strong> público que está “órfão” no dial<br />

JÉSSICA OLIVEIRA<br />

Em bolsos, relógios, tablets,<br />

TVs ou em qualquer outro<br />

<strong>de</strong>vice que possa reproduzir<br />

sons. É assim que a Mix se posiciona<br />

frente a sua audiência.<br />

A rádio, que faz parte do Grupo<br />

Mix, com Mega TV, Portal<br />

Virgula e Rádio Paradiso, completa<br />

20 anos este mês com a<br />

promessa <strong>de</strong> ir sempre on<strong>de</strong> o<br />

ouvinte estiver.<br />

Com 22 estações afiliadas, a<br />

re<strong>de</strong> nacional <strong>de</strong> emissoras <strong>de</strong><br />

rádio acompanha o público conectado<br />

com transmissões em<br />

suas re<strong>de</strong>s sociais, que atingem<br />

quase 3 milhões <strong>de</strong> usuários,<br />

player com streaming ao vivo<br />

e playlists especiais, além <strong>de</strong><br />

manter no site os principais<br />

programas on <strong>de</strong>mand.<br />

São mais <strong>de</strong> 400 mil ouvintes<br />

por mês, sendo que 36% <strong>de</strong>les<br />

acompanham a rádio pelo celular.<br />

De fevereiro a maio <strong>de</strong>ste<br />

ano, o público <strong>de</strong> 30 a 39 anos<br />

cresceu 5 pontos percentuais<br />

(<strong>de</strong> 23% para 28%), sendo 53%<br />

<strong>de</strong>sta audiência no público AB.<br />

Em comemoração às duas<br />

décadas, a Mix mo<strong>de</strong>rnizou a<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual da marca e<br />

lançou, no fim <strong>de</strong> junho, programas<br />

com temas variados,<br />

como viagens e esportes, e em<br />

formatos opinativos, algo inédito<br />

na casa. Além disso, o veículo<br />

tem estendido o direcionamento<br />

<strong>de</strong> sua programação<br />

ao ouvinte <strong>de</strong> 25 a 39 anos, o<br />

jovem adulto.<br />

O Viaje com a Mix, apresentado<br />

pelo jornalista Arthur Veríssimo,<br />

vai ao ar quatro vezes<br />

por dia, contando suas experiências<br />

ao redor do mundo, em<br />

roteiros <strong>de</strong> viagem fora do comum.<br />

O Agora o Bicho Vai Pegar<br />

aborda o universo do futebol,<br />

com linguagem <strong>de</strong> entretenimento.<br />

Comandada pelo baixista<br />

da banda Tihuana, Román<br />

Laurito, pelo jornalista esportivo<br />

Guilherme Pallesi e pelo<br />

humorista Renato Tortorelli, a<br />

atração vai ao ar <strong>de</strong> segunda a<br />

A Rádio Mix, que entrou no ar em 1997, faz parte do grupo que ainda tem Mega TV, Portal Virgula e Rádio Paradiso<br />

sexta, das <strong>17</strong>h às 18h, para São<br />

Paulo, e no Facebook da rádio.<br />

Já o Papo <strong>de</strong> Esporte, com os<br />

jornalistas André Plihal e Marcelo<br />

Bechler, foi criado em parceria<br />

da Mix com a Bravo Sports<br />

& Business. O programa tem<br />

quatro inserções diárias, com<br />

análises sobre todas as modalida<strong>de</strong>s<br />

esportivas do cenário<br />

nacional e internacional.<br />

“O jovem adulto é um perfil<br />

que ouve rádio, mas está órfão.<br />

Existem as rádios jovens e as<br />

adultas. Quem não está disposto<br />

a ouvir rádios com conteúdo<br />

muito jovem, é obrigado a escutar<br />

rádios muito maduras. Estamos<br />

atuando exatamente nesta<br />

faixa”, explica Marcos Vicca,<br />

diretor artístico da Rádio Mix.<br />

Para o executivo, as últimas<br />

“Se tivermoS bonS<br />

conteúdoS e eleS<br />

eStiverem em<br />

todoS oS lugareS,<br />

não eStaremoS<br />

preocupadoS”<br />

Divulgação<br />

duas décadas foram transformadoras<br />

na indústria da música<br />

e do entretenimento, com<br />

mudanças nos formatos <strong>de</strong><br />

consumo, produção e distribuição<br />

dos conteúdos. E, diante<br />

das opções <strong>de</strong> plataformas à<br />

disposição, é preciso oferecer<br />

um bom conteúdo hoje, daqui<br />

20, 40, ou seja lá quantos anos,<br />

porque o <strong>de</strong>safio será sempre o<br />

mesmo: comunicação.<br />

“Queremos criar conteúdo<br />

interessante e distribuí-lo <strong>de</strong><br />

forma inteligente, seja pelo rádio<br />

convencional, smartphones,<br />

rádios automotivos, smart<br />

TVs, consoles <strong>de</strong> games, tablets,<br />

o que for... Se tivermos bons<br />

conteúdos e eles estiverem em<br />

todos os lugares, não estaremos<br />

preocupados”, afirma Vicca.<br />

26 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark


JÉSSICA OLIVEIRA<br />

No fim <strong>de</strong>ste mês, o Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro sedia o Glamour<br />

Beauty Festival, evento apresentado<br />

como um parque temático<br />

da beleza. Depois da<br />

primeira <strong>edição</strong> em São Paulo,<br />

no ano passado, com duração<br />

<strong>de</strong> um dia, voltada apenas para<br />

o consumidor final, o encontro<br />

será realizado, <strong>de</strong>sta vez, entre<br />

os dias 29 e 31 <strong>de</strong> <strong>julho</strong>, no Jockey<br />

Club Brasileiro, com uma<br />

série <strong>de</strong> experiências no universo<br />

<strong>de</strong> beleza.<br />

Uma das novida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sta<br />

<strong>edição</strong>, feita em parceria com a<br />

Revista Ela, do jornal O Globo, e<br />

com a Fecomércio-RJ (Fe<strong>de</strong>ração<br />

do Comércio <strong>de</strong> Bens, Serviços<br />

e Turismo do Estado do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro) e o Senac, é aliar<br />

o B2C ao B2B.<br />

A programação tem palestras,<br />

workshops e bate-papos<br />

com influenciadores, celebrida<strong>de</strong>s<br />

e beauty experts, que vão<br />

compartilhar técnicas, novida<strong>de</strong>s<br />

e tendências do segmento.<br />

As ações serão intermediadas<br />

pelo time Glamour, que fez a<br />

curadoria do festival para manter<br />

a autenticida<strong>de</strong> e fazer a revista<br />

transbordar para o evento.<br />

De acordo com Daniela Falcão,<br />

diretora-geral da Globo<br />

Condé Nast, o Beauty Festival<br />

nasceu na Glamour inglesa e<br />

está alinhado ao que a Condé<br />

Nast faz fora do Brasil e tem<br />

trazido para o país: dar vida<br />

às páginas <strong>de</strong> suas revistas, levando<br />

o conteúdo ou alguma<br />

seção – no caso, a <strong>de</strong> beleza da<br />

Glamour – ao público. “A i<strong>de</strong>ia<br />

era justamente levar semestralmente<br />

ou anualmente todas as<br />

principais tendências <strong>de</strong> beleza<br />

das páginas da revista para o<br />

público e ter uma interação direta<br />

com ele”, fala Daniela.<br />

Um dos pilares do evento é<br />

a <strong>de</strong>gustação <strong>de</strong> produtos. As<br />

marcas parceiras – Givenchy,<br />

Granado, Instax, Vult e The<br />

Body Shop, entre outras – vão<br />

apresentar lançamentos e tenmídia<br />

Glamour Beauty Festival reúne<br />

profissionais e consumidores finais<br />

Segunda <strong>edição</strong> do evento será realizada no Rio e, além <strong>de</strong> ter leitores da<br />

publicação, contará com a presença <strong>de</strong> marcas do segmento <strong>de</strong> beleza<br />

Daniela Falcão, da Condé Nast: “Beauty Festival foi criado na Glamour inglesa”<br />

dências aos leitores e aos profissionais,<br />

além <strong>de</strong> oferecer experiências<br />

aos participantes.<br />

Outro pilar do evento são as<br />

palestras, que carregam o DNA<br />

da revista, com temas que abordam<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> dicas <strong>de</strong> nutrição a<br />

comportamento em geral. “As<br />

seções da revista ganham eco<br />

na gra<strong>de</strong> das palestras. Para as<br />

leitoras, estamos falando do<br />

aqui e agora. Para o profissional,<br />

é tudo do verão que vem”,<br />

explica a executiva. Entre os<br />

palestrantes confirmados estão<br />

Torquatto, Shantal Abreu, Max<br />

Weber e Cris Dios.<br />

João Viegas/Divulgação<br />

“A i<strong>de</strong>iA erA<br />

levAr todAs As<br />

principAis<br />

tendênciAs <strong>de</strong><br />

belezA dAs páginAs<br />

dA revistA pArA<br />

o público”<br />

Olhar especial aO B2B<br />

Novida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta <strong>edição</strong>, os<br />

espaços para os fornecedores<br />

e clientes do segmento B2B <strong>de</strong><br />

beleza é uma resposta a esse<br />

mercado, que <strong>de</strong>manda atualização<br />

constante. Especialmente<br />

para eles, experts do mercado<br />

abordarão temas como<br />

linguagem visual na construção<br />

<strong>de</strong> imagem pessoal, tendências<br />

para o segmento e como fazer<br />

a marca crescer no Instagram,<br />

entre outros. Além disso, haverá<br />

cursos, experiências sensoriais<br />

e um salão <strong>de</strong> beleza para<br />

fazer cabelo, unha e maquiagem<br />

dos convidados.<br />

As inscrições para os dois<br />

primeiros dias po<strong>de</strong>m ser feitas<br />

pelo site da revista. O terceiro<br />

dia, segunda-feira (31), é<br />

exclusivo para quem trabalha<br />

no ramo da beleza. Os profissionais<br />

têm acesso gratuito,<br />

mediante um cre<strong>de</strong>nciamento<br />

prévio também pelo site.<br />

São esperados mais <strong>de</strong> mil<br />

visitantes por dia <strong>de</strong> evento. A<br />

expectativa é que <strong>de</strong> 1,5 mil a<br />

2 mil profissionais participem,<br />

com uma presença maior no dia<br />

<strong>de</strong>dicado a eles.<br />

Para o futuro, a executiva<br />

diz acreditar no envolvimento<br />

<strong>de</strong> marcas fora do segmento<br />

<strong>de</strong> beleza, como ocorreu na<br />

Inglaterra, on<strong>de</strong> a Fiat usou o<br />

festival para falar com o público<br />

feminino que consome uma<br />

série <strong>de</strong> produtos e está sempre<br />

conectado.<br />

Daniela Falcão, que está há<br />

12 anos na Globo Condé Nast,<br />

incluindo o último um ano e<br />

meio como diretora-geral da<br />

editora, aponta ainda que os<br />

eventos são uma saída para as<br />

revistas, já que atraem não apenas<br />

mais leitores como tornam<br />

as publicações parte <strong>de</strong> suas vidas.<br />

“O leitor tem <strong>de</strong> sentir que<br />

é parte da família, do clube da<br />

revista. É a mesma coisa que o<br />

Baile da Vogue faz, <strong>de</strong> certa forma.<br />

Eventos são fundamentais<br />

para criar o pertencimento do<br />

leitor a revista”, finaliza<br />

jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 27


NUM MUNDO EM MUDANÇA,<br />

OUÇA OS ESPECIALISTAS EM<br />

TRANSFORMAR NEGÓCIOS.<br />

18 A 20 DE AGOSTO<br />

HOTEL SOFITEL JEQUITIMAR<br />

GUARUJÁ - SÃO PAULO<br />

Conheça os Ícones da Propaganda 20<strong>17</strong> que estarão no 8º Fórum <strong>de</strong> Marketing Empresarial:<br />

DALTON PASTORE<br />

presi<strong>de</strong>nte da ESPM<br />

EDUARDO FISCHER<br />

presi<strong>de</strong>nte da FISCHER<br />

HUGO RODRIGUES<br />

presi<strong>de</strong>nte da PUBLICIS BRASIL<br />

PRESENÇAS CONFIRMADAS:<br />

ALESSANDRO MALUF, diretor <strong>de</strong> produtos ví<strong>de</strong>o da NET NOW<br />

ALICE KUERTEN, presi<strong>de</strong>nte do INSTITUTO GUGA KUERTEN<br />

ANDRE LOUREIRO PEREIRA, Brazil country manager do WAZE<br />

ANDRÉA PINOTTI, diretora <strong>de</strong> marketing do BANCO ITAÚ<br />

ARMANDO FERRENTINI, presi<strong>de</strong>nte da EDITORA REFERÊNCIA<br />

CARLOS TILKIAN, presi<strong>de</strong>nte da FUNDAÇÃO ABRINQ<br />

CLAUDIO BERGAMO, presi<strong>de</strong>nte da HYPERMARCAS<br />

ERICK SOBRAL MACHADO, CEO da HEADS<br />

FLAVIA BITTENCOURT, CEO da SEPHORA<br />

IGOR PUGA, diretor <strong>de</strong> marketing do BANCO SANTANDER<br />

JERONIMO SANTOS, diretor <strong>de</strong> varejo da IPIRANGA<br />

LUIZ FERNANDO FURLAN, chairman do LIDE<br />

MARCOS QUINTELA, CEO do GRUPO NEWCOMM<br />

MARINA SANTOS, diretora <strong>de</strong> marketing da CAMPARI<br />

MARISE BARROSO, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> marketing da AVON<br />

NEIL PATEL, co-fundador da CRAZY EGG<br />

OTHON VELA, diretor <strong>de</strong> marketing da VIA VAREJO<br />

SILVANA BALBO, diretora <strong>de</strong> marketing do CARREFOUR<br />

WALTER LONGO, presi<strong>de</strong>nte do GRUPO ABRIL<br />

YUKIO KIDOKORO, diretor <strong>de</strong> marketing da NISSIN FOODS<br />

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:<br />

COLABORAÇÃO:


www.li<strong>de</strong>global.com<br />

Mais uma iniciativa do LIDE.<br />

Quem é lí<strong>de</strong>r, participa.<br />

Apoio Institucional:<br />

MÍDIA PARTNERS:<br />

FORNECEDORES OFICIAIS:


marketing & negócioS<br />

kasto80/iStock<br />

Sucesso começa com um<br />

bom briefing - Parte 1<br />

É essencial <strong>de</strong>finir e aprovar o<br />

mo<strong>de</strong>lo a ser seguido, sempre antes<br />

<strong>de</strong> dar início ao processo <strong>de</strong> reflexão<br />

Rafael Sampaio<br />

Em publicida<strong>de</strong>, o passo inicial <strong>de</strong> um<br />

processo a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> uma peça ou campanha <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

é a elaboração do briefing a<strong>de</strong>quado para o<br />

caso. Ele po<strong>de</strong> ter algumas poucas linhas<br />

ou muitas páginas, organizadas em pontos,<br />

capítulos, anexos...<br />

Po<strong>de</strong> ser formal ou até mesmo adotar<br />

um tom mais <strong>de</strong>scontraído, usando imagens,<br />

ví<strong>de</strong>os e outros recursos midiáticos.<br />

Não precisa ser necessariamente compacto<br />

ou extenso. Ou seja, não <strong>de</strong>ve ser tão curto<br />

que seja insuficiente ou tão longo que mais<br />

atrapalhe que aju<strong>de</strong>.<br />

Só não po<strong>de</strong> ser insuficiente nas informações<br />

necessárias para se <strong>de</strong>limitar o pedido<br />

e o problema e, principalmente, não<br />

<strong>de</strong>ixar em aberto as informações fundamentais,<br />

como objetivo a ser perseguido,<br />

target, recursos disponíveis, concorrência,<br />

obrigatorieda<strong>de</strong>s legais ou do manual da<br />

marca trabalhada.<br />

No passado, o maior problema formal<br />

era o <strong>de</strong> pedidos por telefone ou “ao vivo”,<br />

sem serem <strong>de</strong>vidamente documentados.<br />

Nos últimos tempos, entraram na lista <strong>de</strong><br />

erros comuns as mensagens por email ou<br />

os recados nas mídias sociais – com ou sem<br />

a inclusão <strong>de</strong> emojis. Mas o que é realmente<br />

mais grave, do ponto <strong>de</strong> vista funcional, é o<br />

briefing que não diz a que veio. Não aponta<br />

a necessida<strong>de</strong> ou o alvo da comunicação,<br />

não indica o público-alvo, não <strong>de</strong>fine a verba,<br />

não lembra com quem se combate e não<br />

adianta as obrigações.<br />

Como as possibilida<strong>de</strong>s da publicida<strong>de</strong><br />

são imensas, em todos os sentidos, isso<br />

faz com que os profissionais da agência,<br />

se não forem orientados pelo anunciante,<br />

possam propor caminhos interessantes e<br />

atrativos, mas que não tenham a ver com<br />

o que a marca esteja necessitando naquele<br />

<strong>de</strong>terminado momento. Desse modo,<br />

po<strong>de</strong>-se, no limite, ter mensagens ou campanhas<br />

excelentes, mas ina<strong>de</strong>quadas para<br />

o estado presente da marca. E isso po<strong>de</strong><br />

representar um enorme <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong><br />

dinheiro ou ser totalmente contraproducente.<br />

Pois, como sempre dizia o professor<br />

Levitt, o teórico da miopia <strong>de</strong> marketing,<br />

“nada pior do que fazer bem feito o que<br />

não <strong>de</strong>ve ser feito”.<br />

Por outro lado, o briefing perdido ou inconsistente<br />

po<strong>de</strong> induzir a outro fantasma<br />

da publicida<strong>de</strong>, que é a mensagem estruturada<br />

em torno <strong>de</strong> lugares comuns, igual a<br />

milhares <strong>de</strong> outras, simplesmente bonitinha,<br />

mas sem personalida<strong>de</strong>, que se mostra<br />

ineficiente porque no fundo reflete um<br />

briefing tipo blá-blá-blá, que não pe<strong>de</strong> nada<br />

<strong>de</strong> concreto e induz a um caminho pouco<br />

produtivo.<br />

Por lógica e princípio, o briefing é uma<br />

tarefa que cabe aos executivos da empresa<br />

anunciante, mas a complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer<br />

um bom briefing em certas circunstâncias<br />

leva ao fato <strong>de</strong> que os profissionais da agência<br />

po<strong>de</strong>m ajudar <strong>de</strong> forma incisiva nessa<br />

tarefa (na segunda parte <strong>de</strong>sta coluna entrarei<br />

mais a fundo nessa possibilida<strong>de</strong>).<br />

Mas, em qualquer caso, fazer um bom<br />

briefing começa pela seleção <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> trabalho a<strong>de</strong>quado para servir<br />

<strong>de</strong> guia <strong>de</strong>ssa tarefa. Um bom mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

briefing po<strong>de</strong> ser encontrado em meu livro<br />

Propaganda <strong>de</strong> A a Z (Elsevier, 2013), que<br />

inclusive está acessível na internet, pois<br />

foi bastante reproduzido (como em https://<br />

pt.sli<strong>de</strong>share.net/krbk/mo<strong>de</strong>lo-<strong>de</strong>-briefing-aba).<br />

Outras publicações propuseram outros<br />

mo<strong>de</strong>los, mais simples ou mais complexos,<br />

que também são bons. O importante é sempre<br />

analisar com cuidado qual é o melhor<br />

mo<strong>de</strong>lo a ser seguido em cada caso particular<br />

e nunca <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> avaliar os aspectos<br />

mais e menos a<strong>de</strong>quados a cada situação<br />

específica. E, acima <strong>de</strong> tudo, é essencial<br />

<strong>de</strong>finir e aprovar o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> briefing a<br />

ser seguido, sempre antes <strong>de</strong> dar início ao<br />

processo <strong>de</strong> reflexão <strong>de</strong> como será a abordagem<br />

mais indicada a cada situação.<br />

Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />

rafael.sampaio@uol.com.br<br />

30 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark


agências<br />

Leo Burnett amplia área <strong>de</strong> mídia<br />

e realiza investimento <strong>de</strong> R$ 5 mi<br />

Há um ano sob o comando da executiva Andrea Hirata, o setor agrega<br />

nove profissionais cujos perfis estão alinhados às <strong>de</strong>mandas do digital<br />

Paulo Macedo<br />

Há um ano sob a li<strong>de</strong>rança da<br />

executiva Andrea Hirata, a<br />

divisão <strong>de</strong> mídia da Leo Burnett<br />

Tailor Ma<strong>de</strong> abriga 70 profissionais,<br />

somados os que acabam<br />

<strong>de</strong> se integrar ao grupo. Os<br />

perfis dos novos contratados<br />

se a<strong>de</strong>quam às necessida<strong>de</strong>s<br />

da era digital e da integração<br />

<strong>de</strong> processos <strong>de</strong> comunicação.<br />

Os novos nomes são: Janaína<br />

Barreto, para a posição <strong>de</strong> supervisora<br />

<strong>de</strong> pesquisa; Maílson<br />

Dutra, para a supervisão <strong>de</strong><br />

Business Intelligence; Angelica<br />

Gomes, que vai atuar como<br />

supervisora <strong>de</strong> mídia; Grazzieli<br />

Sacramento, Lucas Louzada<br />

e Renan Lima, que assumem<br />

como coor<strong>de</strong>nadores <strong>de</strong> mídia,<br />

integrando as células que aten<strong>de</strong>m<br />

às contas do Bra<strong>de</strong>sco e<br />

Brasil Kirin; Arthur Cavazini,<br />

novo coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> mídia digital<br />

do Extra; e Sharon Valle, a<br />

nova responsável pelo planejamento<br />

<strong>de</strong> mídia.<br />

As novas contratações da mídia<br />

da LBTM vão po<strong>de</strong>r contar<br />

com os investimentos que vêm<br />

sendo realizados em compra <strong>de</strong><br />

pesquisa e inteligência <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

ano passado, um valor <strong>de</strong> aproximadamente<br />

R$ 5 milhões.<br />

“O profissional <strong>de</strong> mídia<br />

sempre ocupou um papel fundamental<br />

na construção do<br />

nosso mercado, contudo, nesta<br />

era midiática e multicanal,<br />

principalmente na integração<br />

entre os mundos online e<br />

offline, o profissional <strong>de</strong> mídia<br />

transforma-se no precursor <strong>de</strong><br />

novos negócios, numa busca<br />

constante por inovação e rentabilida<strong>de</strong>,<br />

tanto para os clientes<br />

como para os veículos <strong>de</strong><br />

comunicação e para a agência.<br />

Ele precisa ser muito dinâmico<br />

e explorador, além <strong>de</strong> necessitar<br />

<strong>de</strong> muita energia para se reciclar<br />

e apren<strong>de</strong>r o tempo todo.<br />

Afinal, estamos contribuindo<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um<br />

novo jeito <strong>de</strong> fazer propaganda;<br />

<strong>de</strong> um novo jeito <strong>de</strong> ser efi-<br />

A executiva Andrea Hirata, primeira à direita, recepciona os novos profissionais da divisão <strong>de</strong> mídia da Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong><br />

ciente em envolver as pessoas<br />

e conectá-las com as marcas”,<br />

observa Andrea.<br />

Na visão da VP <strong>de</strong> mídia da<br />

agência, o profissional <strong>de</strong>ste<br />

segmento envolve-se em instâncias<br />

que estão além do papel<br />

<strong>de</strong> planejar e comprar mídia.<br />

“Em primeiro lugar, é fundamental<br />

que o profissional <strong>de</strong><br />

mídia se aproxime do negócio<br />

dos clientes. Quais são os objetivos<br />

<strong>de</strong> marketing? Quais são<br />

os objetivos da marca? Quais<br />

são os objetivos <strong>de</strong> vendas?<br />

Qual é a contribuição da mídia<br />

para a rentabilida<strong>de</strong> e a sustentabilida<strong>de</strong><br />

dos negócios dos<br />

clientes? Quando olhamos para<br />

<strong>de</strong>ntro da agência, o profissional<br />

<strong>de</strong> mídia contribui <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o nascimento das primeiras<br />

i<strong>de</strong>ias e participa ativamente<br />

em discussões que envolvem<br />

o posicionamento e a criativida<strong>de</strong>,<br />

trabalhando sempre em<br />

conjunto com todas as áreas da<br />

agência na criação <strong>de</strong> ações e<br />

das campanhas integradas. Outro<br />

ponto fundamental é atuar<br />

“O prOfissiOnal<br />

cOntribui <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

O nascimentO<br />

das primeiras<br />

i<strong>de</strong>ias e participa<br />

em discussões<br />

que envOlvem<br />

pOsiciOnamentO e<br />

criativida<strong>de</strong>”<br />

tanto no planejamento online<br />

como no offline. Deste modo, o<br />

profissional <strong>de</strong> mídia tem ampliado<br />

o seu repertório e agregado<br />

novos conhecimentos,<br />

como <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos<br />

negócios, <strong>de</strong>sign thinking,<br />

tecnologia, econometria, estatística<br />

e criativida<strong>de</strong>, entre outros”,<br />

afirma a executiva.<br />

O uso <strong>de</strong> dados, na visão<br />

<strong>de</strong> Andrea, não é novo, mas<br />

está agregando novos valores.<br />

“Como o volume <strong>de</strong> dados é<br />

Divulgação<br />

cada vez maior, os <strong>de</strong>partamentos<br />

<strong>de</strong> mídia ten<strong>de</strong>m a ter<br />

especialistas voltados para a<br />

integração e análise <strong>de</strong> dados.<br />

Aqui, na Leo Burnett Tailor<br />

Ma<strong>de</strong>, nós criamos uma área<br />

<strong>de</strong> data science nomeada <strong>de</strong><br />

Intelligence Center, uma área<br />

multidisciplinar que envolve<br />

profissionais <strong>de</strong> mídia, pesquisa,<br />

estatística, programação e<br />

tecnologia, todos focados em<br />

integrar e analisar dados <strong>de</strong><br />

mídia online e offline, vendas<br />

e consumidor, extrair insights,<br />

oportunida<strong>de</strong>s e acompanhar<br />

e rentabilizar o efeito da comunicação<br />

para o negócio dos nossos<br />

clientes”, <strong>de</strong>talha Andrea.<br />

“O pensamento digital não<br />

exclui o mundo tradicional,<br />

mas busca a integração dos dois<br />

mundos. Este pensamento tem<br />

o consumidor como foco, suas<br />

transformações, seu estilo <strong>de</strong><br />

vida, seus hábitos, suas necessida<strong>de</strong>s<br />

e <strong>de</strong>sejos nesta nova<br />

era na qual toda a humanida<strong>de</strong><br />

já está navegando”, ela acrescenta<br />

e finaliza.<br />

jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 31


quem fez<br />

Cristiane Marsola cristiane@propmark.com.br<br />

tecnologIa<br />

A Embratel traz novo posicionamento na comunicação,<br />

mostrando que ser digital é um<br />

caminho sem volta para os empreen<strong>de</strong>dores.<br />

A assinatura da campanha, criada pela Talent<br />

Marcel, é Embratel. Sua empresa no próximo<br />

nível e tem uma linguagem bem tecnológica,<br />

mas sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> mostrar a importância do<br />

lado humano.<br />

TalenT Marcel<br />

EmbratEl<br />

Fotos: Divulgação<br />

Títulos: Próximo Nível; produto: institucional; criação:<br />

Caio Borges, Camila Sayuri Miyamura; produtora<br />

<strong>de</strong> imagem: Santa Transmedia; direção <strong>de</strong><br />

cena: Gustavo Gripe; produtora <strong>de</strong> áudio: Audio<br />

Boutique; aprovação do cliente: Marcello Miguel,<br />

Mariana Abreu, Flora Penido e Adriana Otero.<br />

energIa<br />

Relâmpago McQueen, o protagonista<br />

da animação Carros 3, em cartaz nos<br />

cinemas, recebe uma força extra do<br />

coelhinho da Duracell, na campanha<br />

criada em parceria entre Grey Londres<br />

e Disney Pixar, estúdio responsável pelo<br />

<strong>de</strong>senho. Na peça, o veículo ganha<br />

novas pilhas quando começa a per<strong>de</strong>r<br />

velocida<strong>de</strong> e vence a corrida.<br />

grey londres<br />

DuracEll<br />

Título: Duracell - McQueen’s Comeback;<br />

produto: institucional; diretor global <strong>de</strong><br />

criação: Paul Moran; criação: equipe da<br />

Grey London e da Disney Pixar; direção <strong>de</strong><br />

cena: Gunther Gheeraert.<br />

InspIração<br />

A consultora <strong>de</strong> beleza da Natura Priscila Lopes<br />

assiste à própria história protagonizada<br />

pela atriz Leandra Leal na campanha criada<br />

pela mcgarrybowen para o ambiente digital.<br />

Com o conceito A sua história é a nossa história,<br />

a peça mostra como Priscila realizou o<br />

sonho <strong>de</strong> ajudar outras mulheres.<br />

Mcgarrybowen<br />

Natura<br />

Título: Consultoria <strong>de</strong> Beleza Natura; produto: institucional;<br />

redator: Sophie Schonburg e Murilo Torezan;<br />

direção <strong>de</strong> arte: Lilian Quinaud e Pietro Soldi;<br />

produtora <strong>de</strong> imagem: O2 Filmes; diretor <strong>de</strong> cena:<br />

Kitty Bertazzi; produtora <strong>de</strong> som: Raw Audio; aprovação<br />

do cliente: Andrea Alvares, Ana Carolina Soutello,<br />

Cida Franco, Renato Winnig e Eduardo Souza.<br />

32 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark


zum-zum-zum<br />

A nova Rádio Globo dá vida aos ouvidos na<br />

campanha criada pela MullenLowe para divulgar<br />

o veículo. Com a assinatura Pra quem<br />

é bom <strong>de</strong> orelha, as peças têm um toque <strong>de</strong><br />

humor ao mostrar orelhas conversando entre<br />

si. As peças divulgam alguns dos nomes que<br />

compõem o elenco da rádio, como Otaviano<br />

Costa, Adriane Galisteu, Tiago Abravanel e<br />

Leo Jaime, e dos jornalistas esportivos Alex<br />

Escobar e Felipe Andreoli. Além <strong>de</strong> três filmes<br />

para TV, a campanha tem peças para mídia exterior,<br />

digital, jornais e revistas.<br />

Mullenlowe<br />

ráDio globo<br />

Título: Mosquito; produto: Nova Rádio Globo; criação:<br />

Gil Pinna e Victor Toyofuku; criação digital: Daniele<br />

Chiarantini, Felipe Alves e Yohannã Ioshua; produtora<br />

<strong>de</strong> imagem: Conspiração Filmes; direção <strong>de</strong><br />

cena: Henrique Manzoli; aprovação do cliente: Julio<br />

Cesar Gomes, Lívia La-Gatta, Rafael Wan<strong>de</strong>rley e Igor<br />

Bin<strong>de</strong>r.<br />

esperteza<br />

Para divulgar a nova linha Maggi NatuSabor,<br />

a Publicis criou a personagem Joana, “uma<br />

mulher que não se engana”. A consumidora<br />

é apresentada como criteriosa e faz o ven<strong>de</strong>dor<br />

da peixaria se arrepen<strong>de</strong>r ao tentar mentir.<br />

Além do filme para TV, a campanha tem<br />

ações no digital, rádio e ponto <strong>de</strong> venda.<br />

Publicis<br />

NEStlé<br />

Título: NatuSabor; produto: Maggi NatuSabor; direção<br />

<strong>de</strong> arte: Cicero Souza; redação: Giovani Baggio;<br />

produtora <strong>de</strong> imagem: O2 Filmes; direção<br />

<strong>de</strong> cena: Paulo Caruso; produtora <strong>de</strong> áudio: Loud;<br />

aprovação do cliente: Antonio Diogo, Christianne<br />

Rosemblatt, Rafael Nadale, Carolina Guimaraes,<br />

Rodrigo Demarchi e Nathalia Santos.<br />

aventura<br />

Com produção assinada pela Saigon,<br />

digna <strong>de</strong> filme <strong>de</strong> ação, a Mitsubishi<br />

apresenta o ASX. No filme, o motorista<br />

atravessa a cida<strong>de</strong>, que está<br />

completamente <strong>de</strong>struída, atrás do<br />

melhor hambúrguer, cantando uma<br />

música que narra a epopeia.<br />

africa<br />

mitSubiSHi<br />

Título: Best Burger in Town; produto: Mitsubishi<br />

ASX; redator: Raphael Quatrocci; diretor<br />

<strong>de</strong> arte: Edson Rosa; produtora <strong>de</strong> imagem:<br />

Saigon Filmes; direção <strong>de</strong> cena: Vellas;<br />

produtora <strong>de</strong> som: Big Foote Music; aprovação<br />

do cliente: Robert Rittscher, Fernando<br />

Julianelli, Leticia Mesquita e Marcelo Benaci.<br />

jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 33


marCas<br />

Marçal Neto/Divulgação<br />

À frente da vice-presidência <strong>de</strong> marketing do Flamengo, Daniel Orlean <strong>de</strong>staca a importância da diversificação <strong>de</strong> receita e a aposta em conteúdos proprietários, como a FlaTV<br />

Como plataforma <strong>de</strong> marketing,<br />

Flamengo quer ir além da camisa<br />

Des<strong>de</strong> que o Flamengo anunciou Antonio<br />

Tabet para a vice-presidência <strong>de</strong> comunicações, há quase<br />

dois anos, uma mudança expressiva no posicionamento<br />

do clube começou a ser trilhada. Hoje, o rubro-negro soma<br />

60 patrocinadores e apoiadores, quase dobrando o faturamento<br />

no período. Foram R$ 408 milhões em 2016, segundo a Análise<br />

Econômico-Financeira dos Clubes <strong>de</strong> Futebol Brasileiros 20<strong>17</strong>, do<br />

Itaú BBA. Para Daniel Orlean, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> marketing do time,<br />

as conquistas são fruto do novo posicionamento do clube, <strong>de</strong> se<br />

apresentar como plataforma <strong>de</strong> marketing para anunciantes.<br />

Veja a seguir os principais trechos <strong>de</strong>sta entrevista.<br />

Danúbia Paraizo<br />

DiversiFiCação<br />

Os clubes <strong>de</strong> futebol são muito acostumados<br />

com a mídia televisiva, patrocínio<br />

<strong>de</strong> camisa e venda <strong>de</strong> jogador. Quando<br />

entrei no Flamengo, há pouco mais <strong>de</strong> um<br />

ano, foi feito um planejamento estratégico<br />

no qual i<strong>de</strong>ntificamos quais eram as frentes<br />

que po<strong>de</strong>ríamos trabalhar melhor. E havia<br />

um potencial muito forte <strong>de</strong> ir além da camisa.<br />

A gente se posiciona como plataforma<br />

estratégica <strong>de</strong> marketing e engajamento<br />

e não apenas como uma mídia. Quando<br />

34 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark


“a gente conseguiu<br />

transformar o clube<br />

em plataforma<br />

transmídia <strong>de</strong> maneira<br />

muito profissional”<br />

uma marca for lançar seu produto no Brasil,<br />

o Flamengo quer ser a primeira opção<br />

nessa estratégia. A gente não vai oferecer<br />

só a marca estampada, mas engajamento e<br />

nossa força em re<strong>de</strong>s sociais.<br />

transmíDia<br />

Hoje a área <strong>de</strong> comunicações do Flamengo<br />

tem trabalhado o clube quase que<br />

em tempo real. Quando a gente coloca um<br />

conteúdo no digital, estamos aten<strong>de</strong>ndo<br />

aquela pessoa que não po<strong>de</strong> comprar um<br />

pay-per-view ou ver o clube no estádio,<br />

mas acompanha o time do jeito que po<strong>de</strong>.<br />

Com isso, conseguimos transformar o clube<br />

em plataforma transmídia <strong>de</strong> maneira<br />

muito profissional.<br />

real time<br />

Temos contratos ativos <strong>de</strong> direitos <strong>de</strong><br />

transmissão dos jogos do Brasileiro e do<br />

Carioca. Mas, por outro lado, a gente tem<br />

experimentado a transmissão dos jogos da<br />

base e do feminino pelas re<strong>de</strong>s sociais. Nosso<br />

Twitter, quando a gente transmite essas<br />

partidas, sempre bomba, o torcedor vibra,<br />

comenta. Reage muito bem. Tivemos um<br />

crescimento gran<strong>de</strong> na FlaTV com as transmissões<br />

ao vivo. A partir <strong>de</strong> 2019, a gente<br />

vai po<strong>de</strong>r fazer transmissões internacionais<br />

por streaming. Estamos experimentando<br />

como o público reage, mas, hoje, gran<strong>de</strong><br />

parte da nossa receita vem dos direitos <strong>de</strong><br />

transmissão dos gran<strong>de</strong>s campeonatos e<br />

não dá para abrir mão disso. O valor equivale<br />

a um terço da receita, é bastante representativo<br />

e <strong>de</strong>monstra o gran<strong>de</strong> valor que a<br />

TV hoje tem com os conteúdos ao vivo.<br />

além Do óbvio<br />

Hoje a gente já rentabiliza toda a nossa<br />

presença digital. Se eventualmente o<br />

patrocinador não aparecer na camisa, ele<br />

vai aparecer num ví<strong>de</strong>o ou os próprios jogadores<br />

po<strong>de</strong>m promover o produto. As<br />

marcas po<strong>de</strong>m estar presentes no centro<br />

<strong>de</strong> treinamento e nos vestiários também.<br />

Nosso maior ídolo, o Zico, já participou <strong>de</strong><br />

um evento em conjunto com a Uber, por<br />

exemplo. As pessoas que pedissem o Uber-<br />

Fla iriam para uma sessão <strong>de</strong> autógrafos e<br />

fotografias com o Zico. Trabalhamos essa<br />

rentabilização <strong>de</strong> forma intensa.<br />

e-sports<br />

A gente está há pelo menos um ano pensando,<br />

em parceria com a Cursor, uma estratégia<br />

para o Flamengo ter um time <strong>de</strong> e-<br />

-Sports. Ainda há alguns <strong>de</strong>talhes, mas já foi<br />

aprovado pelo nosso conselho, e o próximo<br />

passo é fazer o lançamento oficial e montar<br />

o time selecionando atletas conhecidos<br />

ou <strong>de</strong>sconhecidos do mercado. Dentro <strong>de</strong>sse<br />

processo <strong>de</strong> pesquisa, a gente i<strong>de</strong>ntificou<br />

quais modalida<strong>de</strong>s estavam crescendo,<br />

quais mais geravam audiência e engajavam<br />

os jovens e o League of Legends mostrou-se<br />

como o principal <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa análise, não<br />

só pelo ponto <strong>de</strong> movimentação financeira<br />

como crescimento no Brasil, então <strong>de</strong>cidimos<br />

começar por aí.<br />

loJas<br />

O Flamengo não é um clube regional. Somos<br />

lí<strong>de</strong>res em 24 dos 27 estados quando<br />

há transmissão <strong>de</strong> jogos. A gente só per<strong>de</strong><br />

no Paraná, São Paulo e Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.<br />

Temos público no Brasil inteiro, daí nosso<br />

interesse na construção <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> lojas<br />

forte, não só no estado do Rio, mas no<br />

Brasil inteiro. Além disso, ampliar a re<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> escolinhas, que há até pouco tempo era<br />

trabalhada <strong>de</strong> forma orgânica <strong>de</strong>ntro do<br />

clube, mas não necessariamente <strong>de</strong>ntro da<br />

gestão que uma franquia exige, então estamos<br />

reformulando.<br />

patroCínios<br />

Diversificar já é a nossa realida<strong>de</strong>. Nós já<br />

temos mais <strong>de</strong> R$ 100 milhões em patrocínios.<br />

Desses, <strong>de</strong> R$ 25 milhões a R$ 30<br />

milhões são da Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral,<br />

patrocinador máster, mas temos outras<br />

“o flamengo é um clube<br />

que a gente chama <strong>de</strong> top<br />

ao pop. somos lí<strong>de</strong>res em<br />

todas as classes sociais”<br />

fontes. A Ambev, no movimento Por um<br />

futebol melhor; tivemos a Uber, que acabou<br />

recentemente o contrato e estamos<br />

discutindo renovação; o iFood... Enfim,<br />

patrocinadores que não aparecem necessariamente<br />

na camisa, mas em outras mídias.<br />

A gente trabalha consistentemente<br />

nisso porque, no caso <strong>de</strong> um revés, <strong>de</strong> uma<br />

mudança política, não ficamos reféns ou<br />

na mão <strong>de</strong> apenas um patrocinador.<br />

torCeDor<br />

O Flamengo é um clube que a gente chama<br />

<strong>de</strong> top ao pop. Somos lí<strong>de</strong>res em todas<br />

as classes sociais. No Rio, somos 51% dos<br />

cariocas e flumineses e representamos<br />

quase 25% do restante do país. A nossa preocupação<br />

<strong>de</strong> tornar o clube forte é para que<br />

a gente possa aten<strong>de</strong>r a todas as classes sociais<br />

e perfis <strong>de</strong> torcedores.<br />

jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 35


marCas<br />

Fotos: Divulgação<br />

Rafael Pitanguy, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> criação da Y&R, Duda Bastos, diretora <strong>de</strong> marketing da Cielo, e Paulo Sanna, CCO da Wun<strong>de</strong>rman, empenhados em melhorar gestão <strong>de</strong> negócios<br />

Cielo mostra soluções <strong>de</strong> marketing<br />

além da maquininha <strong>de</strong> pagamento<br />

Campanha Seu negócio não para, criação da Y&R e da Wun<strong>de</strong>rman,<br />

narra histórias <strong>de</strong> lojistas que usam serviços para melhorar performance<br />

Paulo Macedo<br />

Com dois milhões <strong>de</strong> clientes<br />

em todo o país, estando fora<br />

<strong>de</strong> apenas 43 municípios brasileiros,<br />

a operadora Cielo retorna aos<br />

canais <strong>de</strong> mídia com uma ação <strong>de</strong><br />

comunicação que une a sua capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> gerar dados que po<strong>de</strong>m<br />

ampliar vendas e relevância dos<br />

dois milhões <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dores<br />

que utilizam as suas máquinas<br />

<strong>de</strong> pagamentos: crédito, débito<br />

e vale-refeição. Um restaurante,<br />

por exemplo, po<strong>de</strong> cruzar informações<br />

sobre os hábitos <strong>de</strong> frequência<br />

dos seus consumidores<br />

e fazer promoções pontuais para<br />

ativar os dias mais fracos. Na<br />

verda<strong>de</strong>, a ação Seu negócio não<br />

para é tratada como uma plataforma<br />

<strong>de</strong> longa duração.<br />

O astro da campanha é o humorista<br />

Marcelo Adnet. Nos<br />

meios tradicionais, ele interpreta<br />

lojistas <strong>de</strong> segmentos <strong>de</strong> negócio<br />

como beleza e alimentação.<br />

Na internet, porém, o projeto<br />

envolve personagens reais. Eles<br />

narram as suas experiências com<br />

as soluções oferecidas pela Cielo,<br />

que tem todo o interesse em fornecer<br />

a esses micro, pequenos e<br />

médios empresários ferramental<br />

<strong>de</strong> marketing para que esses<br />

parceiros <strong>de</strong>senvolvam os seus<br />

negócios. “Na verda<strong>de</strong>, nós utilizamos<br />

o BI (Business Intelligence)<br />

com recursos <strong>de</strong> big data<br />

e antifrau<strong>de</strong> para criar alternativas”,<br />

<strong>de</strong>staca Paulo Sanna, CCO<br />

da Wun<strong>de</strong>rman.<br />

O processo criativo teve início<br />

com um workshop que envolveu<br />

os profissionais da Y&R, Wun<strong>de</strong>rman<br />

e Cielo. Até o executivo<br />

Eduardo Gouvêia, presi<strong>de</strong>nte da<br />

empresa que tem como investidores<br />

o Bra<strong>de</strong>sco e o Banco do<br />

Brasil, participou das reuniões<br />

iniciais. Esses encontros culminaram<br />

com a ação composta por<br />

12 filmes, nos quais Adnet brinca<br />

que, <strong>de</strong>vido ao movimento dos<br />

seus estabelecimentos, não tem<br />

tempo <strong>de</strong> gravar um comercial.<br />

No digital, o volume é superior a<br />

200 conteúdos em fomatos como<br />

ví<strong>de</strong>os, time-lapses, gifs, minidocumentários<br />

e infográficos.<br />

Nas palavras <strong>de</strong> Duda Bastos,<br />

diretora <strong>de</strong> marketing da Cielo, “é<br />

uma campanha viva”. Por exemplo,<br />

o comerciante André Kappaz,<br />

da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> restaurantes Nagarê<br />

Sushi, relata a sua experiência<br />

com o sistema Cielo Farol. Duda<br />

explica que, ao ativar o negócio<br />

dos pontos <strong>de</strong> venda que usam<br />

as maquininhas <strong>de</strong> recebimento,<br />

também contribui na ampliação<br />

do market share da empresa, que<br />

tem números gigantescos: são 6,7<br />

bilhões <strong>de</strong> transações por ano (dados<br />

<strong>de</strong> 2016), equivalente a R$ 585<br />

bilhões em volume financeiro.<br />

Mais, esse valor representa 10%<br />

do PIB (Produto Interno Bruto) e<br />

15% do consumo das famílias brasileiras,<br />

com tíquete médio <strong>de</strong> R$<br />

85. Cerca <strong>de</strong> 70% das transações<br />

“A i<strong>de</strong>iA é<br />

AmplificAr o<br />

conceito <strong>de</strong> que, se<br />

o empreen<strong>de</strong>dor<br />

tem cielo, seus<br />

negócios não<br />

pArAm, estão<br />

sempre A todo<br />

vApor, girAndo,<br />

ven<strong>de</strong>ndo”<br />

36 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark


do e-commerce brasileiro circulam<br />

pela base da Cielo.<br />

“Anualmente, passam em nossas<br />

máquinas cerca <strong>de</strong> 220 milhões<br />

<strong>de</strong> cartões diferentes, dos<br />

quais 110 milhões <strong>de</strong>les transacionam<br />

recorrentemente (consi<strong>de</strong>rando<br />

todos os cartões <strong>de</strong> crédito,<br />

débito e vale-alimentação).<br />

Dados do Banco Central, referentes<br />

ao 4º trimestre <strong>de</strong> 2016, dão<br />

conta que o Brasil tem cerca <strong>de</strong><br />

100 milhões <strong>de</strong> cartões <strong>de</strong> débito<br />

ativos, <strong>de</strong> um total <strong>de</strong> 320 milhões<br />

em circulação. Já os cartões<br />

<strong>de</strong> crédito são 83 milhões ativos,<br />

<strong>de</strong> 150 milhões em circulação”,<br />

<strong>de</strong>talha executiva da Cielo.<br />

Sobre a campanha, a executiva<br />

fala da sua estrutura <strong>de</strong> conteúdo.<br />

“Ela tem um storytelling que dá<br />

suporte a esse público en<strong>de</strong>reçável<br />

<strong>de</strong> 12 segmentos <strong>de</strong> mercado.<br />

A campanha reflete o que vivemos<br />

na companhia – totalmente<br />

voltados para o cliente, que sempre<br />

esteve no centro <strong>de</strong> toda e<br />

qualquer <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> negócio. Nós<br />

não entregamos apenas produtos,<br />

mas enten<strong>de</strong>mos as necessida<strong>de</strong>s<br />

dos segmentos que aten<strong>de</strong>mos e<br />

transformamos isso em proposta<br />

<strong>de</strong> valor para cada um <strong>de</strong>les. Esses<br />

segmentos estão representados<br />

na campanha. Estamos reforçando<br />

nossa vocação <strong>de</strong> inquietu<strong>de</strong> e<br />

movimento, que se reflete no conceito<br />

criativo da campanha e também<br />

nos formatos <strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong><br />

todo o projeto. Queríamos uma<br />

comunicação que fosse autêntica<br />

e com a qual os nossos clientes se<br />

i<strong>de</strong>ntificassem e se inspirassem”,<br />

ela argumenta.<br />

Duda também enfatiza a confiabilida<strong>de</strong><br />

do serviço. Os lojistas<br />

estão com o dinheiro na conta em<br />

menos <strong>de</strong> 24 horas o que, na sua<br />

expressão, é uma operação financeira<br />

complexa. “Se há <strong>de</strong>feito na<br />

máquina, a reposição é em, no<br />

máximo, quatro horas. Temos<br />

150 postos capacitados para a<br />

troca. Mas há a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

backup por WhatsApp e wi-fi. A<br />

queda <strong>de</strong> sinal das operadoras<br />

<strong>de</strong> telecomunicações exigiu da<br />

Cielo a montagem <strong>de</strong> um centro<br />

avançado <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>sse<br />

problema. A casa da Nasa, como<br />

ficou conhecida internamente,<br />

informa até mesmo às operadoras<br />

sobre o problema.<br />

“A i<strong>de</strong>ia é amplificar o conceito<br />

<strong>de</strong> que, se o empreen<strong>de</strong>dor<br />

tem Cielo, seus negócios não param,<br />

estão sempre a todo vapor,<br />

girando, ven<strong>de</strong>ndo”, finaliza Rafael<br />

Pitanguy, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

criação da Y&R.<br />

O humorista Marcelo Adnet vive os 12 personagens da nova campanha da operadora <strong>de</strong> máquinas <strong>de</strong> recebimento nos PDVs da Cielo<br />

jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 37


Marcas<br />

Campanha <strong>de</strong> lançamento do Zaad Mondo, <strong>de</strong> O Boticário, traz o apresentador e jornalista Pedro Andra<strong>de</strong> viajando pelo mundo atrás da matéria-prima da fragrância<br />

Mercado <strong>de</strong> cuidados pessoais para<br />

homens cresce 7,1% anualmente<br />

Com índice, Brasil <strong>de</strong>ve alcançar US$ 6,7 bilhões em vendas, nos<br />

próximos dois anos, ultrapassando o atual campeão, Estados Unidos<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

Nos últimos cinco anos, o<br />

mercado <strong>de</strong> beleza masculina<br />

dobrou <strong>de</strong> tamanho e <strong>de</strong>ve<br />

seguir aquecido em 20<strong>17</strong>. Segundo<br />

dados da Euromonitor<br />

Internacional, pelos próximos<br />

dois anos, o mercado brasileiro<br />

<strong>de</strong> cuidados pessoais masculino<br />

<strong>de</strong>ve crescer 7,1% ao ano e<br />

tornar-se o maior mercado do<br />

mundo, movimentando cerca<br />

<strong>de</strong> US$ 6,7 bilhões em vendas e,<br />

assim, ultrapassando os Estados<br />

Unidos, que <strong>de</strong>vem movimentar<br />

US$ 6,4 bilhões.<br />

Antes tímido, o público masculino,<br />

que é exigente no que<br />

diz respeito aos produtos para<br />

cuidar <strong>de</strong> sua apresentação, já<br />

vinha dando sinais <strong>de</strong> que o segmento<br />

era um bom investimento.<br />

Em 2015, o mercado mundial<br />

teve um boom e movimentou<br />

cerca <strong>de</strong> R$ 20 bilhões. Já em<br />

2016, mesmo com um ano ruim<br />

em vendas para o varejo, os produtos<br />

<strong>de</strong> beleza para os homens<br />

não saíram da lista <strong>de</strong> compras.<br />

O mercado movimentou cerca<br />

<strong>de</strong> R$ 19,6 bilhões e fez com que<br />

marcas brasileiras <strong>de</strong> cosméticos<br />

apostassem no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> produtos.<br />

De olho em toda essa movimentação,<br />

a linha Natura Homem<br />

foi toda reformulada, com<br />

12 novos produtos. A marca, que<br />

até então só <strong>de</strong>senvolvia para<br />

homens as fragrâncias, aposta<br />

agora em uma linha completa<br />

para cuidado da saú<strong>de</strong> e da beleza.<br />

A revisão da linha, que agora<br />

conta com produtos para o rosto,<br />

cabelo, barba e corpo, partiu <strong>de</strong><br />

um estudo li<strong>de</strong>rado pela antropóloga<br />

Paula Pinto sobre mas-<br />

Em 2015, o<br />

mErcado mundial<br />

tEvE um boom E<br />

movimEntou cErca<br />

dE r$ 20 bilhõEs<br />

38 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

Com a linha mkmen, a Mary Kay<br />

traz 19 produtos especializados<br />

no homem mo<strong>de</strong>rno<br />

O Boticário<br />

reformulou e ampliou<br />

sua linha masculina<br />

com novos produtos<br />

culinida<strong>de</strong> e gênero. A marca<br />

também realizou pesquisas com<br />

homens <strong>de</strong> 20 a 45 anos em diversos<br />

países, para compreen<strong>de</strong>r<br />

o universo do homem contemporâneo,<br />

que está <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong><br />

lado aquele estereótipo <strong>de</strong> macho<br />

alfa.<br />

“A Natura é lí<strong>de</strong>r em perfumaria<br />

masculina com marcas queridas<br />

pelo consumidor. Agora,<br />

queremos fazer um convite bem<br />

provocador e libertador para<br />

o homem. Queremos que ele<br />

se livre das amarras da masculinida<strong>de</strong>,<br />

que muitas vezes<br />

carrega certos preconceitos e<br />

dureza, e se enxergue do jeito<br />

que ele é. O homem já se<br />

cuida muito, vemos isso<br />

como uma tendência”,<br />

afirma Denise Coutinho,<br />

diretora global <strong>de</strong> perfumaria<br />

e presentes da Natura.<br />

A comunicação da<br />

linha, assinada pela Full<br />

Jazz, <strong>de</strong>staca essa liberda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> assumir o que<br />

gosta.<br />

Já com base em uma<br />

pesquisa da Firmenich,<br />

chamada Men Experience<br />

2016, O Boticário reformulou<br />

e ampliou sua<br />

linha masculina. A marca,<br />

que já possui 18 produtos<br />

especializados no<br />

segmento, trouxe uma<br />

nova roupagem para as<br />

embalagens e apresenta<br />

dois novos produtos: Men<br />

“sEgundo a<br />

pEsquisa, hojE<br />

19% dos homEns<br />

já consomEm<br />

produtos faciais”<br />

Combat, um hidratante com cor<br />

para <strong>de</strong>ixar a pele mais uniforme,<br />

e Men Energético Facial,<br />

para renovar a energia do rosto e<br />

aliviar o ar <strong>de</strong> cansaço.<br />

“Os homens estão cada vez<br />

mais interessados em produtos<br />

<strong>de</strong> cuidados pessoais e perfumaria,<br />

ampliando e diversificando<br />

os itens <strong>de</strong> uso contínuo.<br />

Iniciamos esse movimento<br />

com produtos como hidratante<br />

multifuncional e pomada para<br />

cabelo, por exemplo, mas continuamos<br />

expandindo a linha,<br />

pensando nesse novo mercado<br />

cada vez mais exigente e segmentado.<br />

Vale ressaltar que<br />

ainda temos muita oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> expansão nesse mercado.<br />

Segundo a pesquisa, hoje<br />

19% dos homens já consomem<br />

produtos faciais. Em um centro<br />

como São Paulo, o número<br />

aumentou bastante, para quase<br />

30%. Mas ainda é um mercado<br />

cheio <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s”, afirma<br />

Jean Bueno, gerente <strong>de</strong> perfumaria<br />

<strong>de</strong> O Boticário.<br />

Ainda segundo o Grupo Boticário,<br />

o maior motivador <strong>de</strong><br />

compra dos homens para produtos<br />

<strong>de</strong> beleza, como perfumes,<br />

<strong>de</strong>sodorantes, shampoos,<br />

sabonetes e loções hidratantes,<br />

ainda é a fragrância. Porém,<br />

para produtos como creme<br />

<strong>de</strong> barbear, pós-barba e hair<br />

styling, o que importa mais é a<br />

performance, ou seja, quão bem<br />

eles funcionam.<br />

A campanha, criada pela AlmapBBDO<br />

para lançar a fragrância<br />

Zaad Mondo, buscou valorizar<br />

a sofisticação do homem que<br />

parte em busca do novo. Para o<br />

digital, a comunicação, <strong>de</strong>senvolvida<br />

pela W3haus, é estrelada<br />

por Pedro Andra<strong>de</strong>. São cinco<br />

filmes, no quais o jornalista e<br />

apresentador procura a matéria-<br />

-prima da fragrância em uma série<br />

<strong>de</strong> viagens.<br />

Para a Mary Kay, que comercializa<br />

os seus produtos por<br />

venda direta, o público masculino<br />

também tem sido uma boa<br />

surpresa. A marca já possui uma<br />

linha com 19 produtos especializados,<br />

que incluem opções para<br />

cuidados com a pele, espuma <strong>de</strong><br />

barbear e colônias.<br />

No mundo todo, o segmento<br />

<strong>de</strong> beleza masculina espera<br />

movimentar mais <strong>de</strong> US$ 35 bilhões,<br />

e o mercado <strong>de</strong> fragrâncias<br />

terá uma fatia significativa<br />

<strong>de</strong>sse montante. Porém, a venda<br />

<strong>de</strong> produtos para cuidados<br />

faciais é a gran<strong>de</strong> aposta <strong>de</strong>ste<br />

momento e uma das que mais<br />

crescem.<br />

jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 39


Marcas<br />

Divulgação<br />

Cena da campanha o sabor do encontro, criação da WMcCann para seu cliente Mastercard, que está sendo exibida nos canais pagos GNT e GloboNews<br />

Mastercard tem minissérie no GNT e<br />

Globo News para ativar gastronomia<br />

Ação foi criada pela WMcCann com o plano <strong>de</strong> gerar conexões por<br />

meio das plataformas Priceless Cities e Surpreenda, <strong>de</strong> Platinum e Black<br />

Paulo Macedo<br />

No universo <strong>de</strong> bares e restaurantes,<br />

cliente solitário<br />

normalmente é meio esquecido<br />

por maîtres e garçons. O protagonista<br />

<strong>de</strong>sse dado cultural não<br />

está na mira da ação O sabor do<br />

encontro, criação da WMcCann<br />

para Mastercard. A intenção é<br />

promover encontros entre pessoas<br />

<strong>de</strong> diferentes matrizes, que<br />

nunca se viram antes, para fazer<br />

rolar conexões por meio dos<br />

elementos sensoriais da gastronomia,<br />

afinal somos indivíduos,<br />

mas não individuais, porque a<br />

essência humana é coletiva.<br />

Essa <strong>de</strong>scrição é o pano <strong>de</strong><br />

fundo da minissérie que está<br />

sendo exibida nos canais pagos<br />

GNT e GloboNews <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

último dia 7, com a chancela da<br />

plataforma Priceless Cities das<br />

linhas Mastercard Black e Pla-<br />

“Fico muito Feliz<br />

em ver o João<br />

vicente, que<br />

conheço <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

nasceu, que Fez seu<br />

primeiro estágio<br />

na W/Brasil e hoJe<br />

é uma estrela da<br />

comunicação”<br />

tinum. Os episódios, produzidos<br />

pela Edit 2, com direção <strong>de</strong><br />

Francisco Porto e sonorização<br />

da Lucha Libre Audio, têm como<br />

protagonista o ator, publicitário<br />

e humorista João Vicente <strong>de</strong><br />

Castro. Ele tem encontros inusitados,<br />

como o realizado com a<br />

consultora odontológica Maitê<br />

e o produtor cultural Vinicius.<br />

A boa comida e um vinho dão<br />

liga a esses <strong>de</strong>sconhecidos, que<br />

logo <strong>de</strong>scobrem que há algo em<br />

comum entre eles.<br />

O projeto foi <strong>de</strong>senvolvido<br />

para promover benefícios<br />

aos clientes dos cartões que<br />

não dispensam um bom prato<br />

e fazem questão <strong>de</strong> molhar o<br />

paladar com uma tinta <strong>de</strong> Bor<strong>de</strong>aux.<br />

Clientes Mastercard<br />

Platinum e Black contam, por<br />

exemplo, com isenção da taxa<br />

<strong>de</strong> rolha para a primeira garrafa,<br />

e na compra <strong>de</strong> um prato<br />

principal, o consumidor ganha<br />

o do acompanhante em mais <strong>de</strong><br />

100 restaurantes no Rio e São<br />

Paulo.<br />

“Fico muito feliz em ver o<br />

João Vicente, que conheço <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que nasceu, que fez seu primeiro<br />

estágio na W/Brasil e hoje<br />

é uma estrela da comunicação,<br />

protagonizando a campanha <strong>de</strong><br />

um dos clientes da WMcCann<br />

mais estrelados, que melhor comunica:<br />

a Mastercard. Esse somatório<br />

afetivo e profissional,<br />

para mim, não tem preço”, diz<br />

Washington Olivetto, chairman<br />

da WMcCann.<br />

A direção <strong>de</strong> criação é <strong>de</strong><br />

Marcelo Con<strong>de</strong> e Eiji Kozak,<br />

com criação <strong>de</strong> Mauro Paz, Elano<br />

Collaço e Gabriel Maximo.<br />

A aprovação foi <strong>de</strong> Alan Crean,<br />

Isabela Nonato, Vitor Hugo<br />

Abrantes, Natalia Zimerfeld e<br />

Gabriela Alves.<br />

40 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark


Marcas<br />

Medley cria hotel do sono para<br />

alertar população sobre insônia<br />

Projeto assinado pela New Style oferece espaço para <strong>de</strong>bater qualida<strong>de</strong><br />

do <strong>de</strong>scanso, com palestras e aulas <strong>de</strong> meditação, ioga e alimentação<br />

Foto.grafia/Divulgação<br />

Hotel do sono, instalado na Vila Mariana, em São Paulo, ficará aberto ao público até o dia 24; influenciadores po<strong>de</strong>rão se hospedar no espaço<br />

Danúbia Paraizo<br />

Uma das principais características<br />

das gran<strong>de</strong>s metrópoles<br />

é sua engrenagem<br />

baseada no funcionamento 24<br />

horas. Não à toa, Nova York é<br />

consi<strong>de</strong>rada a cida<strong>de</strong> que nunca<br />

dorme, posto dividido com<br />

São Paulo. Justamente por isso,<br />

a cida<strong>de</strong> brasileira foi escolhida<br />

para abrigar o projeto sobre insônia<br />

da farmacêutica Medley,<br />

do grupo Sanofi.<br />

A companhia inaugurou,<br />

na semana passada, um hotel<br />

do sono, ambiente <strong>de</strong>dicado<br />

a promover educação sobre<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. No Brasil,<br />

quatro em cada <strong>de</strong>z pessoas<br />

sofrem com algum sintoma<br />

relacionado às dificulda<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> dormir, mas apenas 13%<br />

buscam ajuda <strong>de</strong> profissionais<br />

da saú<strong>de</strong>. Funcionando como<br />

gran<strong>de</strong> centralizador <strong>de</strong> conteúdos<br />

interativos sobre o assunto,<br />

o espaço abrigará, até o dia<br />

24 <strong>de</strong> <strong>julho</strong>, workshops e aulas<br />

gratuitas <strong>de</strong> meditação e ioga,<br />

além <strong>de</strong> palestras com dicas <strong>de</strong><br />

alimentação.<br />

“A insônia é pouco diagnosticada<br />

porque as pessoas estão<br />

dormindo cada vez menos. Vimos,<br />

então, uma oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> para orientar as pessoas, em<br />

parceria com a Associação Brasileira<br />

do Sono. Nem sempre<br />

é preciso tratamento com medicamento.<br />

Alguns cuidados<br />

simples po<strong>de</strong>m ajudar muito.<br />

O hotel foi a forma que encontramos<br />

para dividir essa educação,<br />

baseada em ciência por<br />

meio da classe médica”, explica<br />

Carlos Aguiar, diretor <strong>de</strong> negócios<br />

da Medley.<br />

Como parte da estratégia<br />

do projeto, além <strong>de</strong> um ví<strong>de</strong>o<br />

no digital e uma plataforma<br />

<strong>de</strong> conteúdo na internet, a<br />

ativação também é feita com<br />

influenciadores, que po<strong>de</strong>rão<br />

se hospedar no hotel e dividir<br />

com seus seguidores a experiência<br />

vivenciada por eles. “A<br />

gente se <strong>de</strong>parou com um problema<br />

do cliente e a solução<br />

transcen<strong>de</strong>u uma campanha<br />

publicitária. Construímos o<br />

hotel para, a partir <strong>de</strong>le, gerar<br />

curiosida<strong>de</strong> sobre o tema. Em<br />

vez <strong>de</strong> contar uma história,<br />

criamos um hotel <strong>de</strong> verda<strong>de</strong><br />

na cida<strong>de</strong> que nunca dorme<br />

para chamar a atenção sobre a<br />

importância do sono”, <strong>de</strong>staca<br />

Pipo Calazans, CEO da New-<br />

Style, que assina a criação do<br />

projeto.<br />

A indústria farmacêutica<br />

não costuma ser muito disruptiva,<br />

até por uma questão legislativa,<br />

já que são proibidas<br />

campanhas publicitárias sobre<br />

medicamentos que necessitem<br />

<strong>de</strong> prescrição médica.<br />

O Conar (Conselho Nacional<br />

<strong>de</strong> Autorregulamentação<br />

Publicitária) também tem regras<br />

específicas para orientar o<br />

trabalho publicitário para essa<br />

indústria. Para Aguiar, o projeto<br />

é especial porque envolveu<br />

esforços <strong>de</strong> todas as áreas para<br />

garantir diretrizes <strong>de</strong> compliance<br />

em todo o processo.<br />

“Conseguimos trazer inovação<br />

com responsabilida<strong>de</strong>. Em<br />

nenhum momento eu falo <strong>de</strong><br />

marca, porque preciso ser coerente<br />

com a indústria em um<br />

momento <strong>de</strong> não incentivar a<br />

automedicação. É papel da indústria<br />

essa conscientização,<br />

mostrando que com pequenas<br />

mudanças as pessoas po<strong>de</strong>m<br />

ter um impacto positivo na<br />

saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>las”.<br />

jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 41


mArcAs<br />

Força <strong>de</strong> Havaianas no exterior po<strong>de</strong><br />

multiplicar o valor da Alpargatas<br />

Analistas <strong>de</strong> mercado avaliam caminhos das marcas que pertencem ao<br />

grupo diante da possível venda da participação da J&F por R$ 3,5 bilhões<br />

Danúbia Paraizo<br />

notícia sobre a venda da<br />

A participação majoritária do<br />

grupo Alpargatas, pertencente<br />

à J&F, dos irmãos Wesley e Joesley<br />

Batista, na semana passada,<br />

movimentou o mercado<br />

diante dos possíveis cenários<br />

para marcas internacionalmente<br />

fortes, como Havaianas,<br />

Osklen e Mizuno.<br />

A companhia passará a ser<br />

comandada pela Itaúsa Investimentos,<br />

que controla o Itaú<br />

Unibanco, a Cambuhy Investimentos<br />

e a Brasil Warrant, caso<br />

a transação seja confirmada<br />

pelo Ca<strong>de</strong> (Conselho Administrativo<br />

<strong>de</strong> Defesa Econômica).<br />

Em comunicado oficial que<br />

confirmou a oferta <strong>de</strong> R$ 3,5 bilhões,<br />

no último dia 12, a Itaúsa<br />

<strong>de</strong>stacou a força das marcas<br />

que integram a Alpargatas, distribuídas<br />

hoje para mais <strong>de</strong> 100<br />

países, além <strong>de</strong> sua relevância<br />

para o varejo. O grupo dispõe<br />

<strong>de</strong> 150 mil pontos <strong>de</strong> venda no<br />

Brasil e <strong>de</strong>z mil no exterior,<br />

impulsionados, sobretudo, por<br />

seu carro-chefe, a Havaianas,<br />

que com 55 anos <strong>de</strong> história é<br />

uma das marcas mais lembradas<br />

pelos brasileiros.<br />

O futuro da fabricante <strong>de</strong><br />

sandálias, em particular, chama<br />

a atenção <strong>de</strong> analistas <strong>de</strong> marketing<br />

e <strong>de</strong> reputação diante<br />

das recentes <strong>de</strong>clarações dos<br />

novos proprietários da Alpargatas.<br />

A empresa será foco <strong>de</strong><br />

investimentos na diversificação<br />

<strong>de</strong> seu portfólio <strong>de</strong> produtos,<br />

fortalecimento do e-commerce<br />

e expansão <strong>de</strong> sua presença<br />

internacional, como <strong>de</strong>clarou<br />

Alfredo Egydio Setubal, presi<strong>de</strong>nte<br />

da Itaúsa, durante teleconferência<br />

com investidores<br />

no último dia 14. “A marca Havaianas<br />

tem capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expansão<br />

muito gran<strong>de</strong> nos Estados<br />

Unidos, on<strong>de</strong> a participação<br />

ainda é relativamente pequena<br />

e muito concentrada na Califórnia,<br />

Flórida e Nova York”, revelou<br />

à Folha <strong>de</strong> S.Paulo.<br />

Um dos anúncios da premiada campanha <strong>de</strong> Havaianas, que se tornou um dos principais produtos brasileiros com apelo internacional<br />

Para Alan Kuhar, especialista<br />

em varejo e professor <strong>de</strong> administração<br />

da ESPM, há duas maneiras<br />

<strong>de</strong> avaliar o peso da compra<br />

da Alpargatas: do ponto <strong>de</strong><br />

vista financeiro e <strong>de</strong> seu valor<br />

<strong>de</strong> marca para o consumidor.<br />

Pelo viés comercial, é inegável<br />

a vantagem na transação, diante<br />

dos bons resultados do grupo<br />

nos últimos anos.<br />

Em 2016, a Alpargatas faturou<br />

R$ 4 bilhões, pouco mais<br />

que o valor <strong>de</strong> sua venda. Segundo<br />

Kuhar, a situação política<br />

dos irmãos Batista, que precisam<br />

acertar com o Ministério<br />

Público pagamento <strong>de</strong> R$ 10,3<br />

bilhões referentes ao acordo <strong>de</strong><br />

lenicência, na Operação Lava-<br />

-Jato, facilitou a negociação. “Já<br />

do ponto <strong>de</strong> vista do consumidor,<br />

Havaianas, especialmente,<br />

tem um patrimônio mercadológico<br />

muito rico, é sinônimo <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produto. É uma<br />

“Havaianas,<br />

especialmente,<br />

tem um patrimônio<br />

mercadológico<br />

muito rico, é<br />

sinônimo <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

produto”<br />

Divulgação<br />

marca que ven<strong>de</strong> 200 milhões<br />

<strong>de</strong> pares por ano. Minha aposta<br />

é que os novos donos vão<br />

trabalhar muito bem as marcas<br />

do grupo e ven<strong>de</strong>r por um valor<br />

bem mais elevado no futuro”.<br />

Vale lembrar que o grupo pertencia<br />

à Camargo Correa, mas<br />

foi comprado pela J&F em 2015.<br />

Para Daniel Amaral, professor<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> da Fecap,<br />

ainda é cedo para avaliar o impacto<br />

da venda da Alpargatas,<br />

sobretudo no exterior, foco dos<br />

negócios dos novos proprietários,<br />

mas adianta: “É mais<br />

difícil <strong>de</strong> explicar para os estrangeiros<br />

o envolvimento das<br />

marcas nesse escândalo <strong>de</strong> corrupção,<br />

mas Havaianas, lá fora,<br />

tem valor próprio, então, tem<br />

potencial <strong>de</strong> passar por essa<br />

turbulência e até multiplicar<br />

sua presença. Vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

como o marketing vai trabalhar<br />

a gestão daqui para frente”.<br />

42 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark


curtas<br />

Ele é o primeiro diretor-executivo global<br />

<strong>de</strong> criação da marca que está presente<br />

em 70 países. Gabriel Araujo (foto) li<strong>de</strong>ra a<br />

criação da Little George, agência brasileira<br />

da Ketchum. Ele comanda equipes <strong>de</strong><br />

novos negócios e <strong>de</strong> clientes para conceber<br />

e “produzir campaign-leading i<strong>de</strong>as,<br />

bran<strong>de</strong>d content, advertising e product<br />

innovation”, como <strong>de</strong>screve o comunicado<br />

oficial da Ketchum.<br />

Fotos: Divulgação<br />

A Africa conquistou a conta da Bombril,<br />

após processo <strong>de</strong> concorrência. Historicamente<br />

gran<strong>de</strong> anunciante, empresa<br />

passou recentemente por reestruturação<br />

financeira e operacional. Agora, quer voltar<br />

a crescer no mercado.<br />

A pedido da Abap (Associação Brasileira<br />

das Agências <strong>de</strong> Propaganda),<br />

Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional das<br />

Agências <strong>de</strong> Propaganda) e Abradi<br />

(Associação Brasileira dos Agentes<br />

Digitais), a Ancine (Agência Nacional<br />

do Cinema) prorrogou por<br />

90 dias, a partir do próximo dia<br />

18, aplicação da Instrução Normativa<br />

134/<strong>17</strong>. A norma havia<br />

<strong>de</strong>terminado, entre outros<br />

temas, a obrigatorieda<strong>de</strong> do<br />

registro <strong>de</strong> obras publicitárias<br />

audiovisuais com veiculação<br />

contratada na internet.<br />

A concorrência da Secom (Secretaria<br />

<strong>de</strong> Comunicação da Presidência da República)<br />

tem mais um capítulo. A DPZ&T<br />

foi <strong>de</strong>sclassificada na fase <strong>de</strong> habilitação<br />

<strong>de</strong> documentos e em seu lugar assume<br />

a Artplan, <strong>de</strong> Rodolfo Medina (foto). A<br />

DPZ&T foi uma das vencedoras da etapa<br />

técnica, ao lado da Calia Y2 e da NBS. A<br />

agência do Grupo Publicis já havia entrado<br />

na etapa técnica por meio <strong>de</strong> um recurso.<br />

Sua <strong>de</strong>fesa foi aceita e ela herdou<br />

o lugar da Y&R, que <strong>de</strong>sistiu <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r à<br />

Secom. Agora, na etapa <strong>de</strong> documentos<br />

e preço, foi questionada pela Artplan,<br />

que está cre<strong>de</strong>nciada para dividir a conta<br />

com NBS e Calia Y2. A agência, segundo<br />

fontes cre<strong>de</strong>nciadas, vai recorrer da <strong>de</strong>cisão<br />

para tentar <strong>de</strong>sconstruir os argumentos<br />

da Artplan.<br />

jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 43


STORYTELLER<br />

Cinematic/iStock<br />

Incrível! Fantástico!<br />

Extraordinário!<br />

Para <strong>de</strong>scobrir que nada muda, basta<br />

se dar ao trabalho <strong>de</strong> conhecer a história<br />

LuLa Vieira<br />

Antes <strong>de</strong> mais nada, me permita explicar<br />

que o título <strong>de</strong>ste artigo é <strong>de</strong> um programa<br />

da década <strong>de</strong> 1950 na Rádio Nacional<br />

do Rio <strong>de</strong> Janeiro, escrito por Almirante (a<br />

mais alta patente do rádio), que registrava<br />

as coisas inacreditáveis que o chamado<br />

mundo mo<strong>de</strong>rno propiciava. Coisas, no linguajar<br />

da época, “do arco da velha”, cujo<br />

significado eu conheço, mas não tenho a<br />

menor i<strong>de</strong>ia da origem, assim como “do<br />

cabo <strong>de</strong> esquadra”, que significa a mesma<br />

coisa: sinistro. Que hoje não significa mais<br />

sinistro, mas quer dizer... poooorra! É que<br />

para preparar um material para uma aula<br />

fui consultar velhos números da revista<br />

Propaganda, lançada em 1956. Encontrei<br />

maravilhas.<br />

Exemplo? Uma coluna assinada por<br />

Francisco da Silva Júnior, que ocupava generosas<br />

páginas duplas com as novida<strong>de</strong>s<br />

do mundo da comunicação. Do primeiro<br />

volume da coleção, isto é, dos primeiros<br />

números da revista e, portanto, da primeira<br />

dúzia <strong>de</strong> artigos do colega Francisco Silva<br />

Júnior, colhi algumas novida<strong>de</strong>s realmente<br />

extraordinárias. No número <strong>de</strong> maio <strong>de</strong><br />

1957, a coluna registra a existência <strong>de</strong> um<br />

novo profissional nas agências dos Estados<br />

Unidos, que já possuíam um corpo <strong>de</strong><br />

advogados para prevenir contra <strong>de</strong>mandas<br />

<strong>de</strong> clientes a respeito <strong>de</strong> promessas da<br />

propaganda. São os “peritos em questões<br />

raciais”, que, cobrando algo em torno <strong>de</strong><br />

US$ 100 por dia, oferecem conselhos para<br />

que nos anúncios não surjam cenas <strong>de</strong> preconceitos<br />

explícitos, capazes <strong>de</strong> provocar a<br />

ira <strong>de</strong> minorias. Vejam só. Em junho, há a<br />

reprodução <strong>de</strong> um artigo da British Export<br />

Gazette informando que a Minhoca Escocesa<br />

é consi<strong>de</strong>rada a melhor isca para peixes<br />

no mercado americano. Mercado gigantesco,<br />

pois consome 25 milhões <strong>de</strong> minhocas<br />

por ano. O primeiro lote importado <strong>de</strong>ssas<br />

superminhocas escocesas foi <strong>de</strong> 10 milhões<br />

<strong>de</strong> exemplares. Elas me<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 20 cm a 25<br />

cm e chegam vivas nos EUA em recipientes<br />

especiais e com temperatura controlada.<br />

Já era um início do orgânico que neguinho<br />

hoje acha a maior novida<strong>de</strong>.<br />

E veja como as coisas mudam: num levantamento<br />

do mercado americano <strong>de</strong> propaganda,<br />

estimado em US$ 10 bilhões, em<br />

1955 a maior parcela ficou com anúncios<br />

em jornais. Depois as revistas. Em seguida<br />

veio a mala direta, e os veículos especiais<br />

que distribuem cupons. Na rabeira, o rádio<br />

e a mídia externa. Televisão? Nem se falou<br />

nisso. E agora uma novida<strong>de</strong>: Mr. Robert F.<br />

Boomer, da Missão Econômica Americana,<br />

afirma que as empresas <strong>de</strong> seu país só não<br />

investem mais no Brasil porque a situação<br />

econômica é incerta. Como as coisas mudam,<br />

não é? Mu<strong>de</strong>mos <strong>de</strong> colunista. Domingos<br />

<strong>de</strong> Grossi, outro observador, informa<br />

que o governo do Estado <strong>de</strong> São Paulo<br />

vai proibir uso <strong>de</strong> carteirinhas <strong>de</strong> fósforo<br />

como publicida<strong>de</strong>. A razão é perfeita: estavam<br />

sendo usadas como troco, <strong>de</strong>svirtuando<br />

sua finalida<strong>de</strong> promocional. Pena que<br />

não conste o nome do parlamentar que teve<br />

a i<strong>de</strong>ia da lei, para <strong>de</strong>vido registro.<br />

Voltemos ao Francisco. O cara é muito<br />

bom! Informa que o lançamento da TV em<br />

cores nos Estados Unidos provocou crise<br />

no varejo americano. Depois <strong>de</strong> muita negociação,<br />

os fabricantes estão aceitando a<br />

<strong>de</strong>volução dos estoques <strong>de</strong> aparelhos monocromáticos.<br />

Em março, a revista informa<br />

que a Suécia proibiu a propaganda <strong>de</strong> bebida<br />

alcoólica em cartazes, tabuletas, outdoors,<br />

rádio e televisão. E os governadores<br />

dos estados <strong>de</strong> Nebrasca e Iowa reuniram<br />

os pecuaristas <strong>de</strong> seus territórios para dar<br />

publicida<strong>de</strong> ao consumo <strong>de</strong> carne bovina,<br />

que está <strong>de</strong>caindo nos EUA. Ainda na revista<br />

<strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1956, uma gran<strong>de</strong> reportagem<br />

sobre a história do Dia das Mães, cuja<br />

origem é americana, <strong>de</strong> 1907, e chegou no<br />

Brasil em 1948.<br />

A matéria serve como um <strong>de</strong>sabafo para<br />

os irmãos Fernando e Rogério Severino,<br />

que, trabalhando na Standard Propaganda,<br />

criadora <strong>de</strong> uma campanha para popularizar<br />

o Dia das Mães no Brasil, foram<br />

acusados <strong>de</strong> estarem fazendo uma grossa<br />

picaretagem, ou seja, transformar em consumo<br />

o mais puro dos amores. Já que falei<br />

em carne, <strong>de</strong>staco um anúncio da Revista<br />

Gran<strong>de</strong> Hotel, dirigido aos frigoríficos do<br />

Brasil, afirmando que ela, a Gran<strong>de</strong> Hotel,<br />

é o melhor veículo para ven<strong>de</strong>r produtos<br />

enlatados. Simplesmente porque é o veículo<br />

que fala às “verda<strong>de</strong>iras donas <strong>de</strong> casa”.<br />

Para <strong>de</strong>scobrir que nada muda, basta se dar<br />

ao trabalho <strong>de</strong> conhecer a história. Novos<br />

tempos... bah!<br />

Lula Vieira é publicitário, diretor da<br />

Mesa Consultoria <strong>de</strong> Comunicação,<br />

radialista, escritor, editor e professor<br />

lulavieira@grupomesa.com.br<br />

46 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark


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supercenas<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

Divulgação<br />

O diretor <strong>de</strong> criação<br />

Celso Alfieri, da Y&R,<br />

ao lado <strong>de</strong> Aline<br />

Riscado, a Verão<br />

da cerveja Itaipava:<br />

criador e criatura<br />

48 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark


Matheus Gargioni/Divulgação<br />

neGÓcIO Da cHIna<br />

No próximo dia 22, o publicitário<br />

Celso Alfieri, diretor <strong>de</strong><br />

criação da Y&R, embarca para<br />

a China, on<strong>de</strong> será jurado presencial<br />

da <strong>edição</strong> 20<strong>17</strong> do Clio,<br />

que será realizada entre os dias<br />

26 <strong>de</strong> <strong>julho</strong> e 3 <strong>de</strong> agosto. Ele vai<br />

julgar os trabalhos da área Film<br />

da competição. A viagem até<br />

Guangzhou, conhecida como<br />

cida<strong>de</strong> global beta, <strong>de</strong>mora dois<br />

dias, mas Alfieri não está preocupado<br />

com isso. “Costumo<br />

<strong>de</strong>finir o Clio como um festival<br />

que já vem com shortlist. Não é<br />

tudo que se inscreve ali. Basta<br />

olhar o longlist <strong>de</strong>sse festival<br />

para ver a altura do sarrafo”,<br />

ele sintetiza. Com passagens<br />

pela Lowe Loducca, 141 Soho<br />

Square, Talent e W/Brasil, Alfieri<br />

está na equipe <strong>de</strong> criação da<br />

Y&R <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2014, on<strong>de</strong> coor<strong>de</strong>na<br />

a comunicação das marcas<br />

do Grupo Petrópolis. Leva a sua<br />

assinatura o personagem Verão<br />

para a cerveja Itaipava, vivido<br />

pela mo<strong>de</strong>lo Aline Riscado. Na<br />

antiga W, Alfieri criou celebrada<br />

campanha com a mo<strong>de</strong>lo Gisele<br />

Bündchen, para a Ipanema.<br />

“Primeiro foram os anúncios<br />

com a Gisele inteira tatuada;<br />

no ano seguinte, a campanha<br />

no Xingu; e no terceiro ano,<br />

ela com vestidos feitos <strong>de</strong> água<br />

(sem auxílio <strong>de</strong> 3D, acredite)”,<br />

<strong>de</strong>talha Alfieri. Na época da<br />

Lowe Loducca, ele se lembra do<br />

filme Pelos na orelha, para Sprite.<br />

“Propaganda boa para mim é<br />

isso”, finaliza.<br />

Rose Reynolds, à esquerda, Bel January e a diretora <strong>de</strong> criação Linda Holland, com o diretor <strong>de</strong> cena Ivan Abujamra, da Cine<br />

BeLeZa<br />

Do elenco da Cine, o diretor <strong>de</strong> cena e fotógrafo Ivan Abujamra<br />

coor<strong>de</strong>nou o set <strong>de</strong> filmagem <strong>de</strong> comerciais para a marca<br />

TRESemmé, sob encomenda do escritório londrino da Mullen<br />

Lowe. As gravações foram realizadas na área central <strong>de</strong> São<br />

Paulo. A equipe <strong>de</strong> criação da agência acompanhou o processo.<br />

“A formação <strong>de</strong> fotógrafo do Ivan, trabalhando com craques<br />

como Mario Testino, <strong>de</strong>u a ele um olhar precioso para filmes<br />

que exigem uma estética apurada, como moda e cosmética por<br />

exemplo”, diz Raul Doria, sócio da Cine.<br />

DescOnTO<br />

A atriz Lilia Cabral, que vive a personagem Silvana na trama<br />

global A Força do Querer, é a porta-voz da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> supermercados<br />

Extra, que está lançando a plataforma Meu Desconto, disponível<br />

no aplicativo do seu programa <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>. O sistema<br />

permite ofertas personalizadas pelo celular para os clientes<br />

da re<strong>de</strong>. A equipe da Sentimental Filmes, li<strong>de</strong>rada pelo diretor<br />

Guga San<strong>de</strong>r, teve um dia para gravar com Lília em um estúdio<br />

do Rio <strong>de</strong> Janeiro. Nesse dia, também foram feitas as fotos que<br />

<strong>de</strong>ram origem a todos os materiais da campanha, composta por<br />

filme para o meio televisão, canais digitais, material <strong>de</strong> OOH,<br />

rádio e jornal. O excutivo Eandres Aguiar, gerente-geral <strong>de</strong> marketing<br />

do Extra, acompanhou <strong>de</strong> perto a produção. “É um orgulho<br />

fazer parte <strong>de</strong>sse projeto, que transforma o modo <strong>de</strong> a<br />

população consumir e <strong>de</strong> o Extra <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r”, diz Marcelo Reis,<br />

Co-CEO e CCO da Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong>.<br />

É Ou nÃO É<br />

Cada vez mais as ruas<br />

inspiram. A Coca-Cola fez<br />

bonito com a campanha<br />

Essa Coca que é Fanta. E<br />

daí?. O que era preeconceituoso<br />

virou mensagem<br />

propositiva, a melhor do<br />

dia do orgulho LGBT.<br />

GOLaÇO<br />

A contratação <strong>de</strong> Rita<br />

Almeida para head <strong>de</strong><br />

planejamento da F/Nazca<br />

S&S foi <strong>de</strong>z. A agência incorporou<br />

a CO.R, empresa<br />

<strong>de</strong> inteligência criativa da<br />

publicitária.<br />

VeLOZ<br />

O protótipo elétrico Air,<br />

fabricado pela Lucid,<br />

estabeleceu a surpreen<strong>de</strong>nte<br />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 379 km<br />

por hora durante testes<br />

nos EUA.<br />

Divulgação<br />

ONOMO<br />

BacaLHau<br />

A torcida do Vasco<br />

<strong>de</strong>u péssimo exemplo<br />

na <strong>de</strong>rrota por 1x0 para o<br />

Flamengo. Houve morte<br />

<strong>de</strong> um torcedor do clube,<br />

<strong>de</strong>predação do estádio e<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r<br />

mando <strong>de</strong> campo por<br />

<strong>de</strong>z rodadas. Lamentável!<br />

sILIcOne<br />

A febre dos seios siliconados,<br />

nas palavras da jornalista<br />

Thais Carvalho Diniz,<br />

no UOL, está em baixa.<br />

Uso <strong>de</strong> próteses continua,<br />

mas menor.<br />

nuDe<br />

Por que vazar vi<strong>de</strong>os<br />

íntimos, como aconteceu<br />

com o ator José Loreto? É<br />

no mínimo <strong>de</strong>sprezível,<br />

vulgar e criminoso.<br />

Beth Gonçalves, à esq., seguida <strong>de</strong> Eandres Aguiar, Lilia Cabral, Augusto Coelho, Luciana Zappala, Theodoro Tortoro e Rafael Alves<br />

jornal propmark - <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> 49


última página<br />

Sobre propósito<br />

e escolhas<br />

bowie15/iStock<br />

Claudia Penteado<br />

Outro dia, num fim <strong>de</strong> semana em que<br />

por acaso me encontrava em Salvador,<br />

na Bahia, ouvi comentaristas <strong>de</strong> uma rádio<br />

criticarem uma cantora muito popular<br />

por lá que teria “enganado” as pessoas ao<br />

anunciar que abandonaria o seu sobrenome,<br />

para <strong>de</strong>pois revelar que se tratava <strong>de</strong><br />

uma brinca<strong>de</strong>ira vinculada à estratégia <strong>de</strong><br />

marketing <strong>de</strong> um laboratório. Sem qualquer<br />

juízo <strong>de</strong> valor à estratégia, revelo aqui<br />

o que era: Claudia Leitte disse aos fãs que<br />

mudaria seu nome artístico, e <strong>de</strong>pois revelou<br />

que não precisaria “tirar o leite”, ação<br />

publicitária do medicamento Perlatte, da<br />

Eurofarma, <strong>de</strong>stinado a pessoas com intolerância<br />

a lactose. Na hora, me lembro <strong>de</strong><br />

pensar: nossa, mas que gente chata, que<br />

mania <strong>de</strong> reclamar <strong>de</strong> tudo. Mas tenho um<br />

vício – talvez comum a jornalistas, não sei<br />

– <strong>de</strong> tentar enxergar fatos por<br />

diferentes ângulos – algo útil e<br />

interessante, posso garantir, para<br />

quem gostaria <strong>de</strong> tentar.<br />

Lembrei-me do enterro do<br />

Bentley; Neymar anunciando<br />

que ia virar cantor, em ação <strong>de</strong><br />

Snickers; e outras tantas estratégias<br />

que simulam realida<strong>de</strong>s.<br />

E até <strong>de</strong> uma peça <strong>de</strong> teatro que<br />

assisti outro dia em que a atriz<br />

fingiu que esqueceu o texto logo no começo<br />

e me fez passar o resto do tempo num estranho<br />

e <strong>de</strong>sconcertante limiar entre o que parecia<br />

interpretação <strong>de</strong> fato e o que po<strong>de</strong>ria<br />

ser improviso no esquecimento. Simplesmente<br />

não dava mais para acreditar nela.<br />

Minha dúvida era a seguinte, tentando<br />

usar um pouco da perspectiva <strong>de</strong> quem<br />

reclamou por ter sido “enganado”: na era<br />

da trolagem e das notícias falsas, a publicida<strong>de</strong><br />

que se vale <strong>de</strong> pegadinhas assim<br />

estaria simplesmente captando o “espírito<br />

do tempo” <strong>de</strong> forma bem-humorada ou há<br />

algum limite ético nessa história?<br />

“EntEndEr<br />

o quE<br />

rEalmEntE<br />

importa para<br />

as pEssoas<br />

dá mais<br />

trabalho”<br />

Assuntei por aí, especialmente com gente<br />

que, ao contrário da mim, transita pelos<br />

intestinos <strong>de</strong>sse business cada vez mais<br />

complexo chamado propaganda. Fábio Seidl,<br />

experiente criativo no meio digital, disse<br />

que os resmungões acabam colaborando<br />

para o sucesso <strong>de</strong> campanhas assim, gerando<br />

discussões e chamando a atenção para<br />

as marcas. Resmungos estariam sempre<br />

previstos no pacote. A muitos parece natural<br />

a convergência entre espetáculo e propaganda<br />

envolvendo celebrida<strong>de</strong>s, cujo dia<br />

a dia, como bem me lembrou o Abel Reis, é<br />

mesmo “quase <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>”.<br />

O criativo Fernando Campos (autor da<br />

ação da Claudia Leitte) acha que o esporte<br />

preferido do mundo atual é a problematização.<br />

Enquanto isso, seu cliente está feliz<br />

com os resultados da campanha. Verda<strong>de</strong>,<br />

muitas vezes procuramos pelo em ovo. Mas<br />

por outro lado, se nunca refletirmos sobre o<br />

que fazemos, o que nos tornamos?<br />

Preciso confessar que, <strong>de</strong> conversa em<br />

conversa, cheguei ao bom e velho<br />

“caminho do meio”. Para<br />

muitas pessoas, quando uma<br />

marca lhe conta uma história e<br />

<strong>de</strong>pois fala que era tudo mentirinha,<br />

em nome <strong>de</strong> uma vantagem<br />

comercial, isso se torna<br />

frustrante. Se a mentirinha, por<br />

outro lado, for contada por um<br />

motivo um pouco mais nobre ou<br />

interessante – como foi o caso do<br />

Chiquinho Scarpa e seu Enterro<br />

do Bentley –, talvez a frustração nem exista<br />

e o efeito seja outro, o <strong>de</strong> uma grata surpresa.<br />

“É mais fácil ficar reclamando <strong>de</strong> que<br />

está tudo uma chatice do que parar, refletir,<br />

enten<strong>de</strong>r o que realmente importa para as<br />

pessoas. Fazer isso dá mais trabalho”, me<br />

chamou a atenção outro criativo, o Carlão<br />

Fonseca.<br />

Correndo o risco <strong>de</strong> engrossar o coro<br />

dos chatos ou <strong>de</strong> soar como existencialista<br />

obcecada por sentido, tendo a simpatizar<br />

bem mais com a busca <strong>de</strong> um propósito nas<br />

ações das marcas, <strong>de</strong>ixando o humor puro<br />

e simples para os humoristas. Porque marcas<br />

ven<strong>de</strong>m produtos e serviços no mundo,<br />

não estão aqui a passeio. A busca pelo equilíbrio<br />

na mensagem, essa medida tênue, é,<br />

afinal <strong>de</strong> contas, o que separa o joio do trigo,<br />

o simplório do memorável.<br />

50 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark

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