VendaMais-264-Indicadores-de-performance-na-pratica
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o ven<strong>de</strong>dor <strong>de</strong> participar das <strong>de</strong>cisões.<br />
Nesse extremo, a entrega<br />
po<strong>de</strong> chegar próximo <strong>de</strong> zero ou<br />
até mesmo a zero; afi<strong>na</strong>l, não tem<br />
equipe comercial que suporte tanta<br />
pressão e tanto controle sem<br />
po<strong>de</strong>r participar e sem ter um retorno<br />
compatível.<br />
Nesse gráfico, chegamos à<br />
mesma questão da curva <strong>de</strong> Laffer:<br />
em que ponto se forma a hump, a<br />
“corcunda” da equipe? Em que<br />
ponto a participação e a pressão<br />
do gestor começam a ter efeito<br />
negativo <strong>na</strong> equipe comercial?<br />
Sem dúvida teremos as mesmas<br />
variáreis <strong>de</strong> Laffer. Alguns po<strong>de</strong>m<br />
chegar a 70%; outros, a 30%. Para<br />
termos indicadores mais acurados,<br />
precisamos a<strong>na</strong>lisar dois fatores:<br />
1) Grau <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong><br />
da equipe comercial<br />
Paul Hersey e Kenneth Blanchard,<br />
autores da Teoria da Li<strong>de</strong>rança<br />
Situacio<strong>na</strong>l, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />
da maturida<strong>de</strong> da equipe,<br />
é necessário adotar certa postura<br />
e apostar em ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança<br />
diferentes. Em resumo, uma<br />
li<strong>de</strong>rança que funcio<strong>na</strong> está submetida<br />
à situação:<br />
a) Se a equipe é imatura tecnicamente<br />
e <strong>de</strong> baixo comprometimento<br />
e motivação, é preciso<br />
ter uma presença maior, agir<br />
como um direcio<strong>na</strong>dor, alguém<br />
que “pega <strong>na</strong> mão”, ensi<strong>na</strong> e<br />
encaminha.<br />
b) Se os ven<strong>de</strong>dores já <strong>de</strong>senvolveram<br />
alguma experiência <strong>na</strong><br />
execução da tarefa, mas ainda<br />
têm dificulda<strong>de</strong>, geralmente<br />
estão motivados, mas necessitam<br />
<strong>de</strong> apoio, e o gestor precisa<br />
trabalhar como um “orientador”,<br />
fazendo um pouco menos <strong>de</strong><br />
pressão e dando mais liberda<strong>de</strong>.<br />
c) Se os ven<strong>de</strong>dores já têm conhecimento<br />
e experiência sobre a<br />
tarefa, mas sentem-se <strong>de</strong>smotivados<br />
para executar o que o<br />
lí<strong>de</strong>r solicita, a função do gestor<br />
é ser um “apoiador”, estimular<br />
o colaborador a adquirir segurança<br />
e buscar o aprendizado,<br />
aumentando suas habilida<strong>de</strong>s<br />
e seu conhecimento e dando<br />
mais respaldo para o profissio<strong>na</strong>l<br />
executar suas tarefas. Desse<br />
modo, o lí<strong>de</strong>r presta apoio,<br />
porém supervisio<strong>na</strong> pouco.<br />
d) Se a equipe tem vastos conhecimentos<br />
sobre as tarefas e<br />
está altamente motivada para<br />
fazer o que lhe é solicitado, a<br />
função do gestor é meramente<br />
<strong>de</strong>legar. Assim, o lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong>ve<br />
manter um contato com pouca<br />
supervisão e pouco apoio.<br />
Inclusive, o colaborador po<strong>de</strong>,<br />
muitas vezes, ter autorida<strong>de</strong><br />
para tomar <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> mudanças<br />
ambientais, conforme<br />
o nível hierárquico.<br />
Seguindo a linha <strong>de</strong> Hersey e<br />
Blanchard, a “presença” da ativida<strong>de</strong><br />
do gestor po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> 10<br />
a 90, mas o fator que vai <strong>de</strong>finir a<br />
porcentagem i<strong>de</strong>al, aquele ponto<br />
em que o gestor <strong>de</strong>ve diminuir sua<br />
cobrança e sua participação <strong>na</strong><br />
equipe, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> quanto o ven<strong>de</strong>dor<br />
vai se beneficiar com isso.<br />
Quando falamos <strong>de</strong> avaliação<br />
<strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dores, frequentemente se<br />
questio<strong>na</strong> <strong>de</strong> quanto em quanto<br />
tempo uma equipe <strong>de</strong>ve ser avaliada.<br />
A resposta? Depen<strong>de</strong>! Equipe<br />
<strong>de</strong> baixa maturida<strong>de</strong> exige um trabalho<br />
mais próximo, maior pressão,<br />
avaliação em menor intervalo <strong>de</strong><br />
tempo. Equipe madura permite um<br />
espaço maior entre as avaliações e<br />
correções <strong>de</strong> trajeto mais pontuais.<br />
2) O que se entrega<br />
ao ven<strong>de</strong>dor<br />
Muita cobrança, li<strong>de</strong>rança injusta,<br />
regras mal <strong>de</strong>finidas e remuneração<br />
baixa são ingredientes da receita<br />
da alta rotativida<strong>de</strong> – que, basicamente,<br />
é a fotografia da saú<strong>de</strong><br />
corporativa. O maior exemplo são<br />
os call centers e as ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> fast<br />
food, que se <strong>de</strong>stacam entre os<br />
setores <strong>de</strong> maior índice <strong>de</strong> rotativida<strong>de</strong>.<br />
São segmentos com muita<br />
pressão, pouca ou quase nenhuma<br />
participação <strong>na</strong>s melhorias da ativida<strong>de</strong>,<br />
baixo rendimento e um<br />
índice <strong>de</strong> padronização <strong>de</strong> gestão<br />
quase “engessado”, com um roteiro<br />
a ser seguido, quase sempre sem<br />
participação efetiva do corpo <strong>de</strong><br />
vendas.<br />
Agora, vamos pegar uma empresa<br />
com níveis <strong>de</strong> cobrança<br />
ainda maiores, mas que, mesmo<br />
assim, é o sonho <strong>de</strong> muita gente<br />
e <strong>na</strong> qual a equipe participa muito!<br />
Vamos falar <strong>de</strong> uma empresa<br />
do ramo <strong>de</strong> cervejas. O nível <strong>de</strong><br />
cobrança, os indicadores e a pressão<br />
no maior grupo cervejeiro<br />
do mundo são conhecidos por<br />
quase todo mundo, mas o mo<strong>de</strong>lo<br />
meritocrático baseado em<br />
gran<strong>de</strong>s premiações (há alguns<br />
anos, o bônus <strong>de</strong> um gestor podia<br />
chegar a 13 salários) sempre<br />
fez com que a equipe aceitasse<br />
e, no fi<strong>na</strong>l das contas, enten<strong>de</strong>sse<br />
que essa participação era indispensável.<br />
No fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong>ssa análise, acredito<br />
que essa comparação entre<br />
a curva <strong>de</strong> Laffer e a presença da<br />
gestão <strong>de</strong>ixou claro que a pressão<br />
<strong>de</strong> um gestor é <strong>de</strong>finida pelo<br />
quanto se pe<strong>de</strong> da equipe (ou, no<br />
caso <strong>de</strong> Laffer, do contribuinte).<br />
Uma boa gestão, com indicadores<br />
e regras claras e remuneração<br />
justa, justifica uma cobrança<br />
maior.<br />
Uma coisa é indiscutível: a<br />
preparação do gestor é indispensável<br />
– tanto <strong>na</strong> vida pública<br />
quanto <strong>na</strong> corporativa –, pois<br />
quem não sabe <strong>de</strong> gestão acaba<br />
fazendo muita pressão.<br />
“Quem não<br />
sabe <strong>de</strong> gestão<br />
acaba fazendo<br />
muita pressão.”<br />
Thiago Concer é sócio-fundador<br />
do IEV (Instituto <strong>de</strong><br />
Especialização em Vendas),<br />
a maior escola <strong>de</strong> vendas do<br />
Brasil, lí<strong>de</strong>r do movimento<br />
#OrgulhoDeSerVen<strong>de</strong>dor e<br />
um dos palestrantes <strong>de</strong> vendas<br />
mais contratados do<br />
Brasil.<br />
Visite: www.thiagoconcer.<br />
com.br<br />
vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 15