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edição de 12 de novembro de 2018

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mArketing & negócios<br />

master1305/iStock<br />

A mídia paga<br />

continua essencial<br />

Pesquisa aponta contribuição das mídias<br />

para a efetivida<strong>de</strong> das campanhas<br />

Rafael Sampaio<br />

No estudo Mídia em Foco, terceiro (e<br />

mais recente) trabalho feito por Les<br />

Binet e Peter Field com base no database<br />

do IPA Effectiveness Awards, promovido<br />

pela entida<strong>de</strong> das agências no Reino Unido,<br />

o foco foi a contribuição das mídias<br />

para a efetivida<strong>de</strong> das campanhas. Foram<br />

analisados casos inscritos nessa que<br />

é a premiação publicitária melhor fundamentada<br />

e mais rigorosa do mundo, para<br />

a qual os concorrentes são requisitados a<br />

abrir todos os <strong>de</strong>talhes dos investimentos<br />

feitos e cada tipo <strong>de</strong> resultado alcançado<br />

- do nível <strong>de</strong> alcance e efetivida<strong>de</strong> da campanha<br />

ao impacto no valor da marca e o<br />

crescimento no volume <strong>de</strong> negócios e sua<br />

rentabilida<strong>de</strong> final.<br />

As principais conclusões são <strong>de</strong> que as<br />

mídias tradicionais, no chamado formato<br />

<strong>de</strong> “mídia paga”, continuam sendo fundamentais,<br />

especialmente a TV, que no intervalo<br />

<strong>de</strong> tempo estudado - <strong>de</strong> 2008 a 2016<br />

- aumentou entre 29% e 40% seu impacto<br />

nos efeitos <strong>de</strong> negócios das campanhas nas<br />

quais é utilizada. Ou seja, campanhas com<br />

o uso da TV lograram retornos efetivos 29%<br />

maiores, índice que sobe a 40% quando<br />

combinada com algum tipo <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

digital. Vale <strong>de</strong>stacar que o período estudado<br />

correspon<strong>de</strong> aos anos mais vigorosos <strong>de</strong><br />

crescimento da mídia digital, que, no caso<br />

específico do Reino Unido, logrou superar<br />

todos os <strong>de</strong>mais meios em volume anual<br />

registrado <strong>de</strong> investimentos.<br />

Outro ponto muito interessante <strong>de</strong>stacado<br />

no estudo foi o impacto da chamada<br />

“mídia conquistada” na internet no perfil<br />

<strong>de</strong> performance das campanhas. Esse impacto<br />

é o novo sonho <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> marqueteiros<br />

e agências e assumiu um misto<br />

<strong>de</strong> repercussão na mídia em geral com um<br />

boca a boca digital, através das chamadas<br />

mídias sociais.<br />

Só que os esforços para se obter essa mídia<br />

conquistada não funcionam tão bem<br />

sozinhos quanto trazem resultados combinados<br />

com as opções <strong>de</strong> “mídia própria”<br />

na internet e outros meios e, ainda mais, se<br />

<strong>de</strong>vidamente alavancadas com o emprego<br />

<strong>de</strong> mídia paga, seja na internet, seja em outros<br />

meios, em especial, como visto, na TV.<br />

Ou seja, ficou evi<strong>de</strong>nte, com base nos<br />

dados levantados no estudo <strong>de</strong> Fields e Les<br />

Binet, que para gerar maior resposta da mídia<br />

conquistada online é preciso fazer uma<br />

combinação <strong>de</strong>la com mídia paga e própria.<br />

Vejamos os índices <strong>de</strong> resultados <strong>de</strong> mídia<br />

online conquistada em campanhas <strong>de</strong><br />

sucesso: quando apenas esforços nessa linha<br />

são feitos, o resultado positivo é <strong>de</strong> meros<br />

4%; quando se combina com o emprego<br />

<strong>de</strong> mídia própria, o retorno positivo sobre<br />

para 7%; quando se adiciona mídia paga<br />

aos esforços visando obter mídia conquistada,<br />

o índice médio cresce para 11%; mas<br />

quando se faz a coisa certa, unindo os três<br />

tipos <strong>de</strong> mídia, os resultados são catapultados<br />

para 78% positivos.<br />

Essa combinação <strong>de</strong> mídias próprias, pagas<br />

e conquistadas não é exatamente uma<br />

novida<strong>de</strong>. Isso sempre funcionou bem e já<br />

era uma estratégia empregada no começo<br />

do século 20, quando o mercado <strong>de</strong> consumo<br />

começou a crescer <strong>de</strong> forma constante e<br />

a publicida<strong>de</strong> passou a ser um <strong>de</strong> seus principais<br />

instrumentos <strong>de</strong> ativação e gestão.<br />

O que ocorreu nos últimos anos, com o<br />

advento da internet e do conjunto das mídias<br />

digitais, é que as alternativas <strong>de</strong> mídia<br />

própria e conquistada multiplicaram-<br />

-se e o seu impacto aumentou - a ponto <strong>de</strong><br />

muitos anunciantes e publicitários pensarem<br />

que po<strong>de</strong>riam alcançar o sucesso para<br />

as suas marcas <strong>de</strong> maneira orgânica, com<br />

níveis menores <strong>de</strong> investimentos nas mídias<br />

pagas.<br />

Só que o truque não <strong>de</strong>u certo, salvo um<br />

caso ou outro <strong>de</strong> marcas muito limitadas e<br />

segmentadas ou que se caracterizavam como<br />

a exceção que comprova a regra <strong>de</strong> que<br />

os três tipos <strong>de</strong> mídia são necessários para<br />

se alcançar amplo e duradouro sucesso.<br />

Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />

rafael.sampaio@uol.com.br<br />

28 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark

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