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mArketing & negócios<br />
master1305/iStock<br />
A mídia paga<br />
continua essencial<br />
Pesquisa aponta contribuição das mídias<br />
para a efetivida<strong>de</strong> das campanhas<br />
Rafael Sampaio<br />
No estudo Mídia em Foco, terceiro (e<br />
mais recente) trabalho feito por Les<br />
Binet e Peter Field com base no database<br />
do IPA Effectiveness Awards, promovido<br />
pela entida<strong>de</strong> das agências no Reino Unido,<br />
o foco foi a contribuição das mídias<br />
para a efetivida<strong>de</strong> das campanhas. Foram<br />
analisados casos inscritos nessa que<br />
é a premiação publicitária melhor fundamentada<br />
e mais rigorosa do mundo, para<br />
a qual os concorrentes são requisitados a<br />
abrir todos os <strong>de</strong>talhes dos investimentos<br />
feitos e cada tipo <strong>de</strong> resultado alcançado<br />
- do nível <strong>de</strong> alcance e efetivida<strong>de</strong> da campanha<br />
ao impacto no valor da marca e o<br />
crescimento no volume <strong>de</strong> negócios e sua<br />
rentabilida<strong>de</strong> final.<br />
As principais conclusões são <strong>de</strong> que as<br />
mídias tradicionais, no chamado formato<br />
<strong>de</strong> “mídia paga”, continuam sendo fundamentais,<br />
especialmente a TV, que no intervalo<br />
<strong>de</strong> tempo estudado - <strong>de</strong> 2008 a 2016<br />
- aumentou entre 29% e 40% seu impacto<br />
nos efeitos <strong>de</strong> negócios das campanhas nas<br />
quais é utilizada. Ou seja, campanhas com<br />
o uso da TV lograram retornos efetivos 29%<br />
maiores, índice que sobe a 40% quando<br />
combinada com algum tipo <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
digital. Vale <strong>de</strong>stacar que o período estudado<br />
correspon<strong>de</strong> aos anos mais vigorosos <strong>de</strong><br />
crescimento da mídia digital, que, no caso<br />
específico do Reino Unido, logrou superar<br />
todos os <strong>de</strong>mais meios em volume anual<br />
registrado <strong>de</strong> investimentos.<br />
Outro ponto muito interessante <strong>de</strong>stacado<br />
no estudo foi o impacto da chamada<br />
“mídia conquistada” na internet no perfil<br />
<strong>de</strong> performance das campanhas. Esse impacto<br />
é o novo sonho <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> marqueteiros<br />
e agências e assumiu um misto<br />
<strong>de</strong> repercussão na mídia em geral com um<br />
boca a boca digital, através das chamadas<br />
mídias sociais.<br />
Só que os esforços para se obter essa mídia<br />
conquistada não funcionam tão bem<br />
sozinhos quanto trazem resultados combinados<br />
com as opções <strong>de</strong> “mídia própria”<br />
na internet e outros meios e, ainda mais, se<br />
<strong>de</strong>vidamente alavancadas com o emprego<br />
<strong>de</strong> mídia paga, seja na internet, seja em outros<br />
meios, em especial, como visto, na TV.<br />
Ou seja, ficou evi<strong>de</strong>nte, com base nos<br />
dados levantados no estudo <strong>de</strong> Fields e Les<br />
Binet, que para gerar maior resposta da mídia<br />
conquistada online é preciso fazer uma<br />
combinação <strong>de</strong>la com mídia paga e própria.<br />
Vejamos os índices <strong>de</strong> resultados <strong>de</strong> mídia<br />
online conquistada em campanhas <strong>de</strong><br />
sucesso: quando apenas esforços nessa linha<br />
são feitos, o resultado positivo é <strong>de</strong> meros<br />
4%; quando se combina com o emprego<br />
<strong>de</strong> mídia própria, o retorno positivo sobre<br />
para 7%; quando se adiciona mídia paga<br />
aos esforços visando obter mídia conquistada,<br />
o índice médio cresce para 11%; mas<br />
quando se faz a coisa certa, unindo os três<br />
tipos <strong>de</strong> mídia, os resultados são catapultados<br />
para 78% positivos.<br />
Essa combinação <strong>de</strong> mídias próprias, pagas<br />
e conquistadas não é exatamente uma<br />
novida<strong>de</strong>. Isso sempre funcionou bem e já<br />
era uma estratégia empregada no começo<br />
do século 20, quando o mercado <strong>de</strong> consumo<br />
começou a crescer <strong>de</strong> forma constante e<br />
a publicida<strong>de</strong> passou a ser um <strong>de</strong> seus principais<br />
instrumentos <strong>de</strong> ativação e gestão.<br />
O que ocorreu nos últimos anos, com o<br />
advento da internet e do conjunto das mídias<br />
digitais, é que as alternativas <strong>de</strong> mídia<br />
própria e conquistada multiplicaram-<br />
-se e o seu impacto aumentou - a ponto <strong>de</strong><br />
muitos anunciantes e publicitários pensarem<br />
que po<strong>de</strong>riam alcançar o sucesso para<br />
as suas marcas <strong>de</strong> maneira orgânica, com<br />
níveis menores <strong>de</strong> investimentos nas mídias<br />
pagas.<br />
Só que o truque não <strong>de</strong>u certo, salvo um<br />
caso ou outro <strong>de</strong> marcas muito limitadas e<br />
segmentadas ou que se caracterizavam como<br />
a exceção que comprova a regra <strong>de</strong> que<br />
os três tipos <strong>de</strong> mídia são necessários para<br />
se alcançar amplo e duradouro sucesso.<br />
Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />
rafael.sampaio@uol.com.br<br />
28 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark