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edição de 27 de maio de 2019

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eyond the line<br />

PhonlamaiPhoto/iStock<br />

Qual futuro?<br />

A realida<strong>de</strong> virtual e a aumentada<br />

revolucionarão ainda mais o entretenimento<br />

Alexis Thuller PAgliArini<br />

Fui incumbido <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rar um think tank<br />

sobre o futuro <strong>de</strong> um setor. Uma gran<strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong> que, felizmente, dividirei<br />

com lí<strong>de</strong>res do MICE (Meetings, Incentive,<br />

Conferences, Exhibitions). Os resultados<br />

serão apresentados no Congresso MICE<br />

Brasil <strong>2019</strong>, que é organizado pelo grupo<br />

EventoFacil, em paralelo à Feira EBS, nos<br />

dias 5 e 6 <strong>de</strong> junho.<br />

A nossa árdua tarefa será vislumbrar o<br />

futuro do segmento e apresentar os insights<br />

no congresso. Digo árdua, por tratar-<br />

-se da tentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>svendar o futuro. A<br />

i<strong>de</strong>ia é pensar no futuro próximo – 2020 –,<br />

mas ter também olhos visionários, imaginando<br />

as décadas que vêm por aí. E é aí que<br />

o bicho pega...<br />

Num mundo no qual somos assolados<br />

por novida<strong>de</strong>s todo o tempo e, ao mesmo<br />

tempo, impactados por incongruências e<br />

idiossincrasias difíceis <strong>de</strong> interpretar, como<br />

prever <strong>de</strong>z, 20 anos à frente?<br />

De cara temos <strong>de</strong> confrontar razão com<br />

emoção. Por um lado, há, no mundo, uma<br />

corrente pragmática, que induz a movimentos<br />

racionais. É o que faz, por exemplo,<br />

crescer o movimento mundial <strong>de</strong> direita,<br />

xenófobo, frio, protecionista.<br />

Por outro lado, há uma corrente mais<br />

sensível, clamando por uma socieda<strong>de</strong><br />

mais engajada nos problemas internacionais.<br />

É a corrente do propósito e do engajamento<br />

social. Outro conflito é o high tech<br />

x high touch. Do outro lado da balança da<br />

tecnologia, cada vez mais onipresente e integrada<br />

às nossas vidas, está a preocupação<br />

com os valores humanos.<br />

Teremos ultra/megadata disponível. Dados<br />

que, como um Big Brother do século 21,<br />

serão capazes <strong>de</strong> acompanhar a vida <strong>de</strong> todos,<br />

prevendo seus próximos passos e atos,<br />

se aproveitando <strong>de</strong>ssa capacida<strong>de</strong> preditiva<br />

para negócios. Só que, como contraponto, a<br />

socieda<strong>de</strong> reage e estabelece suas regras <strong>de</strong><br />

privacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados.<br />

Nesse campo, a LGPD, lei brasileira <strong>de</strong><br />

proteção <strong>de</strong> dados, estará em vigor em<br />

2020. Mas será suficiente? Com objetos<br />

“falando” entre si – graças à IoT – e a Inteligência<br />

Artificial cada vez mais po<strong>de</strong>rosa,<br />

conseguiremos privacida<strong>de</strong>?<br />

Afinal, se quisermos contar cada vez<br />

mais com Apps para facilitar a nossa vida,<br />

precisaremos ser mais con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes<br />

com nossos dados.<br />

Hoje, po<strong>de</strong>mos pedir comida, transporte,<br />

entregas, hospedagem e muitos outros<br />

serviços com um simples clique. O que<br />

mais teremos facilitado no futuro? A que<br />

preço? E as consequências não estão restritas<br />

à privacida<strong>de</strong>.<br />

Pensemos nas modificações no campo<br />

da ocupação/emprego. Estudos <strong>de</strong>monstram<br />

que serão os menos instruídos os que<br />

sofrerão mais com o <strong>de</strong>semprego nesse movimento<br />

<strong>de</strong> substituição gradativa <strong>de</strong> pessoas<br />

por máquinas.<br />

E o que se espera é que essa substituição<br />

se intensifique muito mais no futuro próximo.<br />

Ouvi, num evento recente, a seguinte<br />

constatação: “Você não vai per<strong>de</strong>r o emprego<br />

para uma máquina, mas para uma outra<br />

pessoa que saiba lidar com as máquinas<br />

melhor do que você”.<br />

Mas quantos po<strong>de</strong>rão se qualificar para<br />

ocupar as vagas mais qualificadas que se<br />

prevê criar? No campo da saú<strong>de</strong>, afirma-<br />

-se que já nasceu o ser humano que viverá<br />

mais 100 anos com qualida<strong>de</strong>.<br />

Já no início da próxima década espera-<br />

-se que as pessoas possam ser monitoradas<br />

24 X 7, com o simples uso <strong>de</strong> uma pulseira<br />

sensível.<br />

A realida<strong>de</strong> virtual e a aumentada revolucionarão<br />

ainda mais o entretenimento<br />

e as experiências pessoais. Mas não só o<br />

entretenimento. Esses recursos, cada vez<br />

mais sofisticados e acessíveis, estarão presentes<br />

também na medicina, arquitetura,<br />

manufatura e turismo. Como lidarão as<br />

pessoas com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se viajar<br />

para qualquer lugar sem sair do local?<br />

Quais serão as consequências <strong>de</strong> mergulhar<br />

na fantasia <strong>de</strong> realida<strong>de</strong> mista? Como<br />

serão as conexões pessoais num mundo <strong>de</strong><br />

valorização <strong>de</strong> likes virtuais? E os eventos<br />

presenciais?<br />

Serão extintos com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

se criar avatares virtuais e a <strong>de</strong> se colocar<br />

palestrantes “aparecendo” na frente das<br />

pessoas holograficamente? Ah! O futuro...<br />

Tarefa difícil interpretá-lo.<br />

Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />

da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional das Agências<br />

<strong>de</strong> Propaganda)<br />

alexis@fenapro.org.br<br />

22 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark

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