CaNNes <strong>2019</strong> Patrocinadora da cobertura do PROPMARK em Cannes <strong>2019</strong> “Todo mundo busca equilibrar a vida” Carlos André Eyer, ou simplesmente Dedé Eyer, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> criação da NBS, fará parte do júri <strong>de</strong> Health & Wellness no Cannes Lions <strong>2019</strong>. A categoria <strong>de</strong> bem-estar é uma das mais interessantes do evento, na medida em que representa a busca <strong>de</strong> toda a humanida<strong>de</strong> pela saú<strong>de</strong> e pelo equilíbrio da vida. Nada mais natural que as marcas estejam atentas a essa busca in<strong>de</strong>lével. Confira trechos <strong>de</strong>sta estrevista com Dedé, que chega ao Festival <strong>de</strong> Cannes Lions pela primeira vez como jurado. Dilvulgação Dedé Eyer: “‘Bem-estar’ cresce quase duas vezes mais rápido que a economia global” Claudia Penteado Bem-esTar A categoria vem crescendo ano após ano, refletindo o crescimento da indústria. Só pra gente ter uma noção, a indústria <strong>de</strong> “Bem-estar” cresce quase duas vezes mais rápido que a economia global. É uma industria global <strong>de</strong> US$ 4,2 trilhões. Bem-estar é a febre do ouro dos dias <strong>de</strong> hoje, todo mundo está buscando equilibrar a vida, então é uma categoria com o <strong>de</strong>do no pulso do comportamento contemporâneo. Em praticamente todas as agências que trabalhei tive clientes do setor. Na Giovanni/FCB, atendi SmithKline Beecham; na Africa, Mantecorp; na Santa Clara, Nycomed; e na NBS, Takeda e ClinKids, com quem ganhamos um Leão ano passado com Histórias <strong>de</strong> Inalar. Barreiras A <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> mundial impacta muito nas questões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e bem-estar, então um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio vai ser superar as barreiras culturais para po<strong>de</strong>r julgar algumas soluções locais. Brasil Eu já tive peça colocada como favorita que não ganhou nada, nem shortlist. O favoritismo po<strong>de</strong> ser um tiro no pé, colocar a peça na berlinda e atrapalhar, além <strong>de</strong> obviamente frustrar os autores. Como eu também não conheço todas as inscrições, não quero <strong>de</strong>stacar alguém e correr o risco <strong>de</strong> ser injusto com alguma outra que eu não tenha conhecido ainda. Glamour A primeira vez que eu fui era um evento incrivelmente glamouroso e fundamental, era meados da década <strong>de</strong> 1990, época <strong>de</strong> apenas duas categorias (Film e Press & Poster), em que você era obrigado a ir pra Cannes pra conseguir conhecer o que estava sendo feito <strong>de</strong> melhor no mundo. Deixei pra no último dia bater uma selfie (muito antes <strong>de</strong> o termo existir) com o Palais e a marca do festival atrás, e quando cheguei lá já havia outra marca, <strong>de</strong> um evento <strong>de</strong> odontologia. Foi bom pra voltar com os pés no chão. Lembro-me também <strong>de</strong> uma vez em que não fui. E ganhamos o primeiro Leão: bronze com um filme para a Universida<strong>de</strong> Santa Ursula. Lembro-me <strong>de</strong> ter peça aplaudida no Palais (que <strong>de</strong>pois não foi nem shortlist), <strong>de</strong> ter peça no shortlist tão similar a outra campanha que as duas se anularam e não levaram nada, lembro-me <strong>de</strong> ganhar com uma peça que não esperava e, ainda bem, <strong>de</strong> também ter a experiência <strong>de</strong> levar com a que carregava as expectativas. Enfim, acho que sempre é uma ótima experiência, mesmo quando per<strong>de</strong>mos. No Júri Em Cannes é a primeira vez. Já fui jurado em alguns festivais nacionais e internacionais, CCSP, Profissionais do Ano, Wave, El Ojo e alguns outros. Como jurado, as perguntas que faço são: quão original é a i<strong>de</strong>ia, quão sério é o problema que ela resolve, qual a conexão entra a marca e a solução, e quão eficaz foi? Praticamente o mesmo que uso no dia a dia. limBo e revisão Eu acho que no começo da <strong>de</strong>mocratização da internet o Festival viveu um limbo. As melhores campanhas já eram previamente conhecidas e a única razão <strong>de</strong> estar lá era pela premiação. Acho que foram alguns anos exageradamente egocêntricos. Com o surgimento da IAFF, o Festival se tornou um gran<strong>de</strong> congresso, on<strong>de</strong> se discute o futuro da comunicação e a criativida<strong>de</strong> como ferramenta <strong>de</strong> negócios. As palestras se multiplicaram e o novo formato incluiu os clientes, o que ajudou a recuperar o status dos Leões pra fora do universo <strong>de</strong> criação. Por outro lado, o crescimento do número <strong>de</strong> categorias e consequentemente <strong>de</strong> ganhadores ten<strong>de</strong> a fazer o oposto. Ano passado eu gostei do encolhimento do evento, com menos megalomania e mais profundida<strong>de</strong>. Acho que talvez a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Leões também mereça uma revisão. valor Prêmios são a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter a sua i<strong>de</strong>ia comparada a outras por gente ultracompetente, <strong>de</strong> diversas culturas e com diversas visões. Então é uma chance <strong>de</strong> aprendizado e, se tudo correr bem, <strong>de</strong> reconhecimento. Agora, a premiação é consequência e não objetivo. Existem peças premiadas e peças memoráveis, o gol é ter uma peça memorável premiada. O valor <strong>de</strong> um Leão? Entre 1.300 e 3.400 euros. A réplica, segundo o site <strong>de</strong> Cannes. Foi mal, não resisti. Mas como Cannes é o <strong>maio</strong>r festival <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> do mundo, um Leão significa que sua peça é uma das mais relevantes do mundo pela ótica dos melhores publicitários do mundo, ou que você sabe o que está fazendo. CriaTivida<strong>de</strong> Se antigamente a publicida<strong>de</strong> brasileira era sofisticada porque trabalhava para uma pequena elite consumidora, o <strong>de</strong>senvolvimento e a capacitação do mercado publicitário fizeram com que o nível conseguisse ser mantido, mesmo com a <strong>de</strong>mocratização do consumo. Os resultados <strong>de</strong> Cannes, e a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> brasileiros fazendo parte <strong>de</strong> times criativos <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque mundo afora, confirmam isto. O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio para o mercado nacional atualmente é conseguir equalizar a nossa dinâmica <strong>de</strong> operação, com ciclos <strong>de</strong> briefing-criação- -produção muito mais curtos que <strong>de</strong> outros países, ao ponto <strong>de</strong> nos permitir aplicar nossa competência e formatos mais complexos como Brand Entertaiment, por exemplo. 42 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
OUSADIA PARA FAZER UMA TV PÚBLICA COM MUITA CORAGEM Verda<strong>de</strong> sem sensacionalismo, educação com alegria, diversão com responsabilida<strong>de</strong>. Para nós, da Cultura, é assim que se faz a TV do amanhã. E para isso, é preciso coragem. A gente pensa assim há 50 anos. Des<strong>de</strong> o início, lá em 1969, acreditamos que o futuro é agora. E a pesquisa Datafolha mostra que o público concorda com isso: temos 3,3 milhões <strong>de</strong> telespectadores habituais e o <strong>maio</strong>r índice <strong>de</strong> aprovação entre todas as emissoras. Em outras palavras, estamos em 1º lugar. F o n t e : P esq u isa Da t afolh a abri l / <strong>2019</strong> TV CULTURA. O FUTURO AGORA.