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14 ed Revista Completa

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Trabalho em laboratório<br />

O estudo iniciou-se no começo de 2017, com a coleta<br />

de reprodutores adultos de marisco branco na praia<br />

do Mar Grosso no município de São José do Norte, Rio<br />

Grande do Sul (2°3’10”S 51°59’26”O), onde foram armazenados<br />

e transportados ao LMM/UFSC. A partir disso,<br />

os organismos passaram por processos de aclimatação<br />

e condicionamento em laboratório, visando manter<br />

e ou maturar as gônadas para fins reprodutivos, informações<br />

estas até então desconhecidos para esta espécie.<br />

Esta etapa foi realizada com baldes contendo areia,<br />

temperatura controlada, fluxo contínuo de água e mix<br />

de microalgas para alimentação dos animais (Figura 3).<br />

Figura 3. Estruturas de condicionamento e aclimatação de<br />

reprodutores de marisco branco em laboratório. © Juan Jethro<br />

Silva Santos<br />

Acompanhou-se todo o desenvolvimento embrionário<br />

e larval nesta pesquisa, observando alterações<br />

morfológicas e biométricas, como: divisões celulares e<br />

metamorfoses para larvas trocóforas (Figura 5A), assim<br />

como, m<strong>ed</strong>idas de altura e comprimento, com registros<br />

de imagens ao longo deste período. Desta maneira foi<br />

possível descrever as alterações embrionárias até o estágio<br />

de larva véliger D (Figura 5B), e posteriormente,<br />

com observações estruturais diárias até as larvas estarem<br />

prontas para o assentamento, caracterizando as larvas<br />

p<strong>ed</strong>ivéligers (Figura 5C), finalizando esta primeira larvicultura<br />

desta espécie em 27 dias.<br />

Figura 5. Larva trocófoca (A), larva véliger D (B) e larvas<br />

umbonadas de M. mactroides. © Juan Jethro Silva Santos<br />

A<br />

B<br />

C<br />

Após o período de aclimatação, tentou-se realizar a<br />

desova por meio de indução por temperatura e a técnica<br />

de overnight, no entanto, foi possível apenas pela<br />

técnica de stripping (Helm et al.,2004) (Figura 4). Posteriormente<br />

a larvicultura seguiu-se utilizando adaptações<br />

aos manejos padrões já estabelecidos pelo LMM,<br />

para larvicultura de outras espécies comerciais (exóticas<br />

e nativas), como: Crassostrea gigas, Crassostrea gasar,<br />

Perna perna e Nodipecten Nodosus, com ajustes no sistema<br />

de aeração e alimentação, por exemplo, devido a<br />

falta de informações para o M. mactroides.<br />

Figura 4. Espécimes de M. mactroides maduros, pós<br />

condicionamento e aclimatação, utilizados para desova pela<br />

técnica de “stripping”. Seta indicando o tecido gonadal da<br />

espécie.© Juan Jethro Silva Santos<br />

Larvicultura<br />

A partir deste estudo inicial, foram realizados experimentos<br />

visando o efeito de diferentes variáveis, como:<br />

temperatura, salinidade e dieta, na larvicultura do marisco<br />

branco. Com estas informações tornou-se possível<br />

o estabelecimento dos pontos ótimos de cada variável<br />

analisada para o desenvolvimento embrionário e larval,<br />

contribuindo para o melhor assentamento e desenvolvimento<br />

de sementes desta espécie em laboratório. As sementes,<br />

pós assentamento, foram colocadas em sistemas<br />

adaptados (cilindros e cestos com areia) de downwelling<br />

em laboratório (Figura 6), recebendo alimentação diária<br />

de microalgas, demonstrando adaptação e crescimento<br />

positivos no período de 5 meses que permaneceram<br />

nestas estruturas (Figura 7).<br />

Atualmente estudos estão sendo desenvolvidos com<br />

as sementes proveniente destas etapas de produção, no<br />

qual, foram transportadas e alocadas em estruturas adaptadas<br />

no mar. Processo este que pode diminuir o custo<br />

de produção de manter as sementes em laboratório, visto<br />

que, a produção de microalgas é onerosa e trabalhosa,<br />

podendo custar cerca de 30% da produção de sementes<br />

de bivalves (Rivero-Rodriguez et al., 2007).<br />

SET/OUT 2018<br />

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