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14 ed Revista Completa

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Werner<br />

Jost<br />

Em 1981 chegou ao Brasil e por acaso conheceu<br />

a carcinicultura. Apostou nesse “negócio da<br />

China” e hoje é um dos maiores produtores de<br />

camarão do Brasil.<br />

Especialmente para a <strong>14</strong>ª <strong>ed</strong>ição,<br />

que circulará na FENACAM 2018,<br />

a Aquaculture Brasil entrevistou<br />

o suíço Werner Jost, economista,<br />

administrador de empresas e<br />

sócio-proprietário da Camanor<br />

Produtos Marinhos. A principal<br />

novidade da empresa em 2018<br />

foi sua aquisição pela gigante<br />

“CP Foods”, da Tailândia. Werner<br />

também comentou sobre os<br />

recentes avanços do AquaScience,<br />

apontando as perspectivas futuras<br />

do revolucionário sistema.<br />

AQUACULTURE BRASIL: Werner, como foi a ideia de vir<br />

para o Brasil?<br />

Werner Jost: Sempre tive interesse na criação de organismos<br />

aquáticos, contudo, no princípio eu não conhecia<br />

muito bem o conceito de aquicultura. Mas sempre gostei<br />

muito de peixes! Cursei Economia e Administração<br />

e, durante a faculdade, tinha um negócio de compra<br />

de artesanato, importando produtos da América Latina<br />

e comercializando na Suíça. Por conta dessa operação,<br />

conheci o Brasil em 1981. Eu tinha quatro amigos suíços<br />

que trabalhavam em multinacionais no Estado de São<br />

Paulo. Um dia nos reunimos e pensamos em montar um<br />

projeto de criação de camarões, e<br />

eu, como tinha mais tempo livre,<br />

fiquei responsável pelo planejamento<br />

deste novo negócio. Na<br />

época, comentava-se que a carcinicultura<br />

era bastante promissora.<br />

Um “negócio da china”! Em 1981<br />

viajei para o Rio Grande do Norte,<br />

onde havia uma estação de pesquisas,<br />

e comecei a procurar um terreno<br />

para adquirir. O Estado estava<br />

fomentando a carcinicultura e a<br />

“propaganda” era que se forneciam<br />

pós-larvas, ração, crédito... decidimos<br />

arriscar! Vendi a parte da minha<br />

empresa ao meu sócio e resolvi<br />

encarar o desafio, tornando-me<br />

um carcinicultor! Estávamos no<br />

ano de 1982. A princípio eu imaginava<br />

tocar o negócio por uns dois ou três anos, depois<br />

vender e voltar para a Suíça, mas aqui estou há 36 anos!<br />

O Estado estava<br />

fomentando a<br />

carcinicultura e a<br />

“propaganda” era que se<br />

forneciam pós-larvas,<br />

ração, crédito...<br />

decidimos arriscar!<br />

AQUACULTURE BRASIL: A Camanor Produtos Marinhos<br />

e a Charoen Pokphand Foods (CP Foods), da Tailândia,<br />

fecharam um acordo onde a empresa tailandesa adquiriu<br />

uma participação de 40% da Camanor. O que motivou<br />

a Camanor a vender parte das suas ações?<br />

Werner Jost: A CP Foods é uma das maiores empresas<br />

mundiais de produção e processamento de camarão.<br />

Além disso, também é a maior produtora de ração<br />

do mundo. Existem vários pontos em que, para nós, é<br />

importante tê-los como parceiros. Mantemos contato<br />

com eles há quase 20 anos. Há 12 anos atrás tivemos<br />

uma primeira proposta de soci<strong>ed</strong>ade, mas a CP Foods,<br />

por algumas razões, declinou<br />

naquele momento. Desta vez<br />

deu certo e, para a Camanor,<br />

é importante ter essa abertura<br />

mundial. A dificuldade da exportação<br />

em virtude do câmbio<br />

desfavorável nos deixou muito<br />

“fechados” para o mundo. Atualmente,<br />

o camarão brasileiro tem<br />

pouca importância no mercado<br />

mundial porque não há exportação,<br />

ou seja, estamos totalmente<br />

fora do cenário global. Através<br />

da associação com uma empresa<br />

do porte da CP Foods, o mundo<br />

abre-se para nós. Não somente<br />

como empresa, mas também<br />

para nossa equipe, ampliando<br />

sua visão internacional, melhorando<br />

o inglês dos colaboradores, além do networking<br />

de todos. O segundo ponto a se considerar, e que tam-<br />

SET/OUT 2018<br />

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