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edição de 25 de novembro de 2019

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inspiração<br />

Pensar no agora<br />

Fotos: Arquivo Pessoal<br />

“Música no rádio do 99pop, memes no Twitter, stories no Instagram. Até<br />

os stickers do zap. Os movimentos culturais <strong>de</strong> agora me interessam”<br />

BRUNO TOZZINI<br />

Especial para o PROPMARK<br />

Des<strong>de</strong> que me mu<strong>de</strong>i <strong>de</strong> Amsterdã para<br />

São Paulo, cada <strong>de</strong>talhe da cida<strong>de</strong><br />

ficou interessante e curioso.<br />

Uma das coisas que eu tento fazer diariamente,<br />

pedalando ou andando, é aproveitar<br />

os momentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconexão para<br />

observar tudo com mais atenção.<br />

Observar as pessoas, os carros, as casas,<br />

as lojas, as faixas <strong>de</strong> promoções, os<br />

cachorros nos portões.<br />

E pensar no agora.<br />

É do agora que vêm minhas inspirações,<br />

insights, soluções e i<strong>de</strong>ias.<br />

Quando estou observando e tentando<br />

enten<strong>de</strong>r o que as pessoas estão criando<br />

por aí, agora, nas ruas, nas quebradas, na<br />

internet, no celular.<br />

A música no rádio do 99pop, os memes<br />

no Twitter, os stories no Instagram. Até<br />

os stickers do zap. Os movimentos culturais<br />

<strong>de</strong> agora me interessam <strong>de</strong>mais.<br />

Por isso evito criar, ou direcionar a<br />

criação, inspirado pelo passado.<br />

Respeito e me interesso <strong>de</strong> forma pragmática<br />

para enten<strong>de</strong>r a história, pessoas<br />

e fatos.<br />

Ver o que eles revelam e tirar minhas<br />

conclusões, mas raramente uso o passado<br />

como fonte <strong>de</strong> inspiração.<br />

Essa visão sobre o agora (e um pouco<br />

do pragmatismo) acredito que <strong>de</strong>senvolvi<br />

ainda mais convivendo com os Dutchs.<br />

Eles são conhecidos pelo pragmatismo<br />

e pelo jeito direto e sem filtros <strong>de</strong> expressar<br />

suas i<strong>de</strong>ias e opiniões.<br />

Respeitam o passado, o celebram quando<br />

necessário, mas não vivem <strong>de</strong>le. Nem<br />

vivem à espera do futuro glorioso que um<br />

dia virá. Isso me inspira.<br />

Prefiro fazer da cultura uma forma <strong>de</strong><br />

comunicação e usar os cultural un<strong>de</strong>rcurrents<br />

como fonte <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s.<br />

Ver as marcas <strong>de</strong> fora para <strong>de</strong>ntro, e<br />

não <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro para fora. Ver os valores<br />

mais profundos, os problemas e as causas<br />

<strong>de</strong> hoje.<br />

Procuro refletir isso no meu trabalho,<br />

junto com o meu time, no dia a dia da<br />

agência, buscando propósitos claros e<br />

enraizados nas questões <strong>de</strong> hoje.<br />

Pra mim, funciona bem, e, quanto mais<br />

eu entendo o agora, mais claro fica o futuro<br />

e o tipo <strong>de</strong> propósito.<br />

Com impacto, ação, reação e paixão,<br />

como tem <strong>de</strong> ser hoje.<br />

Feito a partir da autenticida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> movimentos<br />

culturais e <strong>de</strong> dados. O always-<br />

-on levado ao pé da letra.<br />

A última década tem sido uma constante<br />

revolução e inspiração pra todo<br />

mundo. Um mundo <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s, invenções<br />

e inovações.<br />

Da ascensão das mídias sociais à internet<br />

das coisas. Dos smartphones aos assistentes<br />

<strong>de</strong> voz.<br />

Porém, aí mora uma armadilha em que<br />

muitos já caíram, inclusive eu, um cara<br />

que vive nas trincheiras do digital e da<br />

tecnologia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da carreira: a<br />

armadilha <strong>de</strong> se apaixonar pelo futuro e<br />

per<strong>de</strong>r contato com o presente.<br />

É aí que eu volto pro agora.<br />

Pra continuar vivendo e criando para<br />

os dias e as marcas <strong>de</strong> hoje.<br />

Bruno Tozzini é diretor <strong>de</strong> criação da Leo Burnett<br />

Tailor Ma<strong>de</strong><br />

20 <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark

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