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pesquisas<br />
WPP aponta tendências sobre futuro<br />
da mídia e <strong>de</strong>safios dos anunciantes<br />
Segundo o Media Landscape, do GroupM, concentração <strong>de</strong> verbas não<br />
impe<strong>de</strong> fragmentação do setor; análise engloba 15 mercados principais<br />
Felipe Turlão<br />
GroupM, re<strong>de</strong> <strong>de</strong> agências<br />
<strong>de</strong> mídia do Grupo<br />
O<br />
WPP, lançou a publicação Media<br />
Landscapes, em que Rob<br />
Norman, consultor sênior do<br />
GroupM, e Brian Wieser, presi<strong>de</strong>nte<br />
global <strong>de</strong> inteligência<br />
<strong>de</strong> negócios, trazem insights<br />
com o retrato do setor <strong>de</strong> mídia,<br />
com um olhar para as maneiras<br />
pelas quais suas transformações<br />
têm afetado as estratégias<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s marcas.<br />
A agência analisou os investimentos<br />
que recebeu dos<br />
anunciantes em 15 mercados<br />
principais (a empresa não<br />
opera no Brasil), para enten<strong>de</strong>r<br />
on<strong>de</strong> os investimentos estão<br />
sendo feitos e quais são os<br />
<strong>de</strong>safios para os anunciantes.<br />
Assim, um dos fenômenos<br />
que protagonizam essa nova<br />
era da mídia é a fragmentação.<br />
O quão concentrados ou<br />
fragmentados são os fornecedores<br />
<strong>de</strong> mídia para os maiores<br />
anunciantes do mundo?<br />
Segundo a publicação, embora<br />
seja verda<strong>de</strong> que exista<br />
uma concentração <strong>de</strong> investimentos<br />
digitais no Google e<br />
Facebook no Oci<strong>de</strong>nte, assim<br />
como <strong>de</strong> Baidu, Alibaba e Tencent<br />
na China, também é real<br />
que há uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
mídias muito maior para on<strong>de</strong><br />
está sendo distribuído o dinheiro<br />
da publicida<strong>de</strong>.<br />
Os dados internos do próprio<br />
GroupM atestam isso. Os<br />
20 maiores fornecedores <strong>de</strong><br />
mídia representam menos da<br />
meta<strong>de</strong> do faturamento global<br />
da empresa, e há outros<br />
centenas que representam<br />
mais da meta<strong>de</strong>.<br />
As maiores verbas <strong>de</strong>ntro<br />
do GroupM estão indo, hoje,<br />
para Google, The Walt Disney<br />
Company, Comcast, Facebook,<br />
Bertelsmann, ITV, CBS,<br />
Viacom, Publitalia 80 e Seven-<br />
One Media, nessa or<strong>de</strong>m.<br />
Cerca <strong>de</strong> 43% da verba nos<br />
15 maiores mercados são da<br />
Brian Wieser é presi<strong>de</strong>nte global <strong>de</strong> inteligência <strong>de</strong> negócios do GroupM<br />
TV, contra 37% do digital (incluindo<br />
search, ví<strong>de</strong>o, social e<br />
display), 7% para impressos,<br />
6% para OOH e 4% para cinema.<br />
Uma comparação entre a<br />
“nova mídia” e a “mídia tradicional”<br />
mostra que TF1, Fox,<br />
News Corp, Discovery e AT&T<br />
são parceiros que, somados,<br />
ren<strong>de</strong>m US$ 500 milhões à<br />
GroupM, mesma quantia das<br />
somas <strong>de</strong> gigantes <strong>de</strong> tecnologia<br />
como Amazon, Twitter<br />
e Snapchat. Esse valor, no entanto,<br />
é menos <strong>de</strong> 15% do que<br />
Google e Facebook.<br />
Nesse contexto, o GroupM<br />
também analisou a questão<br />
<strong>de</strong> como os gigantes da mídia<br />
digital estão impactando<br />
não apenas o mercado, mas<br />
o mundo, <strong>de</strong> maneira mais<br />
ampla. A empresa questiona<br />
até que ponto os reguladores<br />
ou outros fatores restringirão<br />
sua atuação. Para os analistas,<br />
embora essas corporações<br />
recebam a maior parte do dinheiro<br />
no mercado e sejam as<br />
maiores responsáveis pelas<br />
transformações do mercado,<br />
não é líquido e certo que eles<br />
estão em posição <strong>de</strong> domínio,<br />
por conta da regulamentação<br />
<strong>de</strong> governos que po<strong>de</strong>m vir<br />
<strong>de</strong> novos competidores que<br />
estão surgindo e das escolhas<br />
que as empresas farão para o<br />
Divulgação<br />
um dos fenômenos<br />
que protagonizam<br />
essa nova era<br />
da mídia é a<br />
fragmentação<br />
futuro <strong>de</strong> seus negócios.<br />
O terceiro gran<strong>de</strong> fator sob<br />
análise da publicação no setor<br />
<strong>de</strong> mídia é a do papel dos<br />
estúdios <strong>de</strong> TV e filmes diante<br />
dos serviços <strong>de</strong> streaming<br />
que afetam os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />
negócios das empresas tradicionais<br />
centradas em ví<strong>de</strong>o. O<br />
GroupM aponta que esses novos<br />
serviços estão dirigindo<br />
as escolhas sob os pontos <strong>de</strong><br />
vista estratégico e financeiro<br />
que os produtores <strong>de</strong> conteúdo<br />
estão fazendo. Os gran<strong>de</strong>s<br />
estúdios, <strong>de</strong>ssa forma,<br />
<strong>de</strong>vem adaptar seus negócios<br />
para um futuro centrado nes-<br />
se novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios.<br />
Vale ressaltar que nem todos<br />
estarão preparados para isso.<br />
O estudo lança alerta também<br />
para as operadoras <strong>de</strong> TV<br />
paga e banda larga, um mercado<br />
que já viveu um momento<br />
<strong>de</strong> convergência total. No entanto,<br />
nem todas as empresas<br />
do setor conseguiram se adaptar<br />
a esse cenário. Isso porque<br />
essas empresas que são responsáveis<br />
pela infraestrutura<br />
investiram pesadamente em<br />
re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> TV e outras mídias<br />
suportadas por publicida<strong>de</strong>.<br />
Só que há diferenças culturais<br />
muito gran<strong>de</strong> entre empresas<br />
<strong>de</strong> mídia e <strong>de</strong> infraestrutura,<br />
o que traz mais dificulda<strong>de</strong>s<br />
para esses novos negócios serem<br />
bem-sucedidos.<br />
Uma quinta análise do Media<br />
Landscape é sobre as empresas<br />
que estão entre aquelas<br />
que mais impactam a publicida<strong>de</strong>,<br />
mas que não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> investimento,<br />
ou sequer recebem um centavo<br />
por isso. Como lidar com<br />
um cenário <strong>de</strong>sse tipo, em que<br />
Netflix, Amazon e outras empresas<br />
estão se expandindo<br />
sem consi<strong>de</strong>rar o impacto que<br />
a publicida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> trazer?<br />
Nesse sentido, as empresas do<br />
setor <strong>de</strong> mídia que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> estão precisando<br />
mudar seus mo<strong>de</strong>los,<br />
o que impacta nos interesses<br />
dos anunciantes também.<br />
Por fim, o GroupM analisou<br />
a questão do papel das agências<br />
<strong>de</strong> mídia nesse novo cenário.<br />
Com a fragmentação e a<br />
complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais, que<br />
provavelmente serão características<br />
permanentes do setor,<br />
essas organizações ten<strong>de</strong>m a<br />
ganhar maior relevância, já<br />
que possuem conhecimento<br />
e melhores práticas sobre a<br />
mídia, em uma escala muito<br />
maior que um anunciante<br />
possa ter. É isso que garante a<br />
sobrevivência futura <strong>de</strong> quem<br />
tem conhecimento sobre o cenário<br />
da mídia.<br />
jornal propmark - <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 63