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edição de 25 de novembro de 2019

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pesquisas<br />

WPP aponta tendências sobre futuro<br />

da mídia e <strong>de</strong>safios dos anunciantes<br />

Segundo o Media Landscape, do GroupM, concentração <strong>de</strong> verbas não<br />

impe<strong>de</strong> fragmentação do setor; análise engloba 15 mercados principais<br />

Felipe Turlão<br />

GroupM, re<strong>de</strong> <strong>de</strong> agências<br />

<strong>de</strong> mídia do Grupo<br />

O<br />

WPP, lançou a publicação Media<br />

Landscapes, em que Rob<br />

Norman, consultor sênior do<br />

GroupM, e Brian Wieser, presi<strong>de</strong>nte<br />

global <strong>de</strong> inteligência<br />

<strong>de</strong> negócios, trazem insights<br />

com o retrato do setor <strong>de</strong> mídia,<br />

com um olhar para as maneiras<br />

pelas quais suas transformações<br />

têm afetado as estratégias<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s marcas.<br />

A agência analisou os investimentos<br />

que recebeu dos<br />

anunciantes em 15 mercados<br />

principais (a empresa não<br />

opera no Brasil), para enten<strong>de</strong>r<br />

on<strong>de</strong> os investimentos estão<br />

sendo feitos e quais são os<br />

<strong>de</strong>safios para os anunciantes.<br />

Assim, um dos fenômenos<br />

que protagonizam essa nova<br />

era da mídia é a fragmentação.<br />

O quão concentrados ou<br />

fragmentados são os fornecedores<br />

<strong>de</strong> mídia para os maiores<br />

anunciantes do mundo?<br />

Segundo a publicação, embora<br />

seja verda<strong>de</strong> que exista<br />

uma concentração <strong>de</strong> investimentos<br />

digitais no Google e<br />

Facebook no Oci<strong>de</strong>nte, assim<br />

como <strong>de</strong> Baidu, Alibaba e Tencent<br />

na China, também é real<br />

que há uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

mídias muito maior para on<strong>de</strong><br />

está sendo distribuído o dinheiro<br />

da publicida<strong>de</strong>.<br />

Os dados internos do próprio<br />

GroupM atestam isso. Os<br />

20 maiores fornecedores <strong>de</strong><br />

mídia representam menos da<br />

meta<strong>de</strong> do faturamento global<br />

da empresa, e há outros<br />

centenas que representam<br />

mais da meta<strong>de</strong>.<br />

As maiores verbas <strong>de</strong>ntro<br />

do GroupM estão indo, hoje,<br />

para Google, The Walt Disney<br />

Company, Comcast, Facebook,<br />

Bertelsmann, ITV, CBS,<br />

Viacom, Publitalia 80 e Seven-<br />

One Media, nessa or<strong>de</strong>m.<br />

Cerca <strong>de</strong> 43% da verba nos<br />

15 maiores mercados são da<br />

Brian Wieser é presi<strong>de</strong>nte global <strong>de</strong> inteligência <strong>de</strong> negócios do GroupM<br />

TV, contra 37% do digital (incluindo<br />

search, ví<strong>de</strong>o, social e<br />

display), 7% para impressos,<br />

6% para OOH e 4% para cinema.<br />

Uma comparação entre a<br />

“nova mídia” e a “mídia tradicional”<br />

mostra que TF1, Fox,<br />

News Corp, Discovery e AT&T<br />

são parceiros que, somados,<br />

ren<strong>de</strong>m US$ 500 milhões à<br />

GroupM, mesma quantia das<br />

somas <strong>de</strong> gigantes <strong>de</strong> tecnologia<br />

como Amazon, Twitter<br />

e Snapchat. Esse valor, no entanto,<br />

é menos <strong>de</strong> 15% do que<br />

Google e Facebook.<br />

Nesse contexto, o GroupM<br />

também analisou a questão<br />

<strong>de</strong> como os gigantes da mídia<br />

digital estão impactando<br />

não apenas o mercado, mas<br />

o mundo, <strong>de</strong> maneira mais<br />

ampla. A empresa questiona<br />

até que ponto os reguladores<br />

ou outros fatores restringirão<br />

sua atuação. Para os analistas,<br />

embora essas corporações<br />

recebam a maior parte do dinheiro<br />

no mercado e sejam as<br />

maiores responsáveis pelas<br />

transformações do mercado,<br />

não é líquido e certo que eles<br />

estão em posição <strong>de</strong> domínio,<br />

por conta da regulamentação<br />

<strong>de</strong> governos que po<strong>de</strong>m vir<br />

<strong>de</strong> novos competidores que<br />

estão surgindo e das escolhas<br />

que as empresas farão para o<br />

Divulgação<br />

um dos fenômenos<br />

que protagonizam<br />

essa nova era<br />

da mídia é a<br />

fragmentação<br />

futuro <strong>de</strong> seus negócios.<br />

O terceiro gran<strong>de</strong> fator sob<br />

análise da publicação no setor<br />

<strong>de</strong> mídia é a do papel dos<br />

estúdios <strong>de</strong> TV e filmes diante<br />

dos serviços <strong>de</strong> streaming<br />

que afetam os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

negócios das empresas tradicionais<br />

centradas em ví<strong>de</strong>o. O<br />

GroupM aponta que esses novos<br />

serviços estão dirigindo<br />

as escolhas sob os pontos <strong>de</strong><br />

vista estratégico e financeiro<br />

que os produtores <strong>de</strong> conteúdo<br />

estão fazendo. Os gran<strong>de</strong>s<br />

estúdios, <strong>de</strong>ssa forma,<br />

<strong>de</strong>vem adaptar seus negócios<br />

para um futuro centrado nes-<br />

se novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios.<br />

Vale ressaltar que nem todos<br />

estarão preparados para isso.<br />

O estudo lança alerta também<br />

para as operadoras <strong>de</strong> TV<br />

paga e banda larga, um mercado<br />

que já viveu um momento<br />

<strong>de</strong> convergência total. No entanto,<br />

nem todas as empresas<br />

do setor conseguiram se adaptar<br />

a esse cenário. Isso porque<br />

essas empresas que são responsáveis<br />

pela infraestrutura<br />

investiram pesadamente em<br />

re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> TV e outras mídias<br />

suportadas por publicida<strong>de</strong>.<br />

Só que há diferenças culturais<br />

muito gran<strong>de</strong> entre empresas<br />

<strong>de</strong> mídia e <strong>de</strong> infraestrutura,<br />

o que traz mais dificulda<strong>de</strong>s<br />

para esses novos negócios serem<br />

bem-sucedidos.<br />

Uma quinta análise do Media<br />

Landscape é sobre as empresas<br />

que estão entre aquelas<br />

que mais impactam a publicida<strong>de</strong>,<br />

mas que não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> investimento,<br />

ou sequer recebem um centavo<br />

por isso. Como lidar com<br />

um cenário <strong>de</strong>sse tipo, em que<br />

Netflix, Amazon e outras empresas<br />

estão se expandindo<br />

sem consi<strong>de</strong>rar o impacto que<br />

a publicida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> trazer?<br />

Nesse sentido, as empresas do<br />

setor <strong>de</strong> mídia que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> estão precisando<br />

mudar seus mo<strong>de</strong>los,<br />

o que impacta nos interesses<br />

dos anunciantes também.<br />

Por fim, o GroupM analisou<br />

a questão do papel das agências<br />

<strong>de</strong> mídia nesse novo cenário.<br />

Com a fragmentação e a<br />

complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais, que<br />

provavelmente serão características<br />

permanentes do setor,<br />

essas organizações ten<strong>de</strong>m a<br />

ganhar maior relevância, já<br />

que possuem conhecimento<br />

e melhores práticas sobre a<br />

mídia, em uma escala muito<br />

maior que um anunciante<br />

possa ter. É isso que garante a<br />

sobrevivência futura <strong>de</strong> quem<br />

tem conhecimento sobre o cenário<br />

da mídia.<br />

jornal propmark - <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 63

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