REVISTA PÓS-VENDA 50
Na edição de novembro da REVISTA PÓS-VENDA, o destaque vai para o dossier de repintura e para o 3.º “À Conversa com as oficinas”. A antevisão do salão Mecânica 2019 e a reportagem do Equip Auto estão também em evidência, assim como a personalidade do mês, Pedro Pinheiro, da SafetyKleen. Tudo isto e muito mais na edição n.º 50 da PÓS-VENDA.
Na edição de novembro da REVISTA PÓS-VENDA, o destaque vai para o dossier de repintura e para o 3.º “À Conversa com as oficinas”. A antevisão do salão Mecânica 2019 e a reportagem do Equip Auto estão também em evidência, assim como a personalidade do mês, Pedro Pinheiro, da SafetyKleen. Tudo isto e muito mais na edição n.º 50 da PÓS-VENDA.
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WWW.POS<strong>VENDA</strong>.PT NOVEMBRO 2019<br />
T<br />
LD AUTO<br />
Imagem 5 Filtro de partículas<br />
oxidação ocorre quando o oxigénio presente<br />
nos gases de escape é utilizado para converter<br />
os compostos nocivos, transformando o<br />
CO em CO2 e o HC em CO2 e vapor de<br />
água. As reações de redução que ocorrem<br />
no catalisador, têm como objetivo converter<br />
o NOx quando este reage com os materiais<br />
que compõem o catalisador, desta reação<br />
resulta N (azoto) e oxigénio.<br />
Para estas reações acontecerem de forma<br />
ideal é necessária uma mistura de ar/combustível<br />
estequiométrica e uma temperatura<br />
de funcionamento do catalisador superior<br />
a 300 ⁰C.<br />
O controlo e monitorização do processo de<br />
limpeza e tratamento dos gases de escape<br />
fica a cargo da gestão eletrónica do motor.<br />
Nos veículos a gasolina mais recentes, o<br />
controlo é realizado em malha fechada, isto<br />
é, o catalisador possui uma sonda lambda à<br />
entrada e outra à saída (ver Imagem 4). A<br />
primeira sonda lambda tem como função<br />
detetar se a mistura é rica ou pobre para<br />
depois a unidade de comando ajustar a<br />
quantidade de combustível a injetar. A<br />
segunda sonda lambda monitoriza a operação<br />
do catalisador.<br />
Devido aos motores diesel funcionarem<br />
com misturas mais pobres, não necessitam<br />
de sonda lambda para medir a quantidade<br />
de oxigenio nos gases de escape e assim<br />
ajustar a mistura. O catalisador para este<br />
tipo de motores é ligeiramente diferente<br />
uma vez que o componente realiza principalmente<br />
reacções de oxidaçao. Como os<br />
motores diesel emitem uma quantidade de<br />
NOx muito superior aos veículos a gasolina<br />
por funcionarem com misturas pobres,<br />
precisam de sistemas de tratamente de<br />
NOx dedicados.<br />
FILTRO DE PARTÍCULAS<br />
Os filtros de partículas foram introduzidos<br />
no mercado, a fim de reduzir as emissões<br />
de partículas nos veículos diesel.<br />
Este componente trabalha como um filtro<br />
mecânico e é normalmente constituído<br />
por um compósito cerâmico com uma<br />
geometria tipo colmeia com canais fechados<br />
alternadamente conforme é possível<br />
visualizar na Imagem 5. As partículas são<br />
retidas pelas paredes dos canais quando os<br />
gases de escape as atravessam.<br />
Como qualquer filtro mecânico, os filtros<br />
de particulas necessitam de limpeza, denominada<br />
de regeneração e esta pode ser<br />
activa ou passiva.<br />
EM QUE CONSISTE<br />
A REGENERAÇÃO ACTIVA?<br />
Em situações normais a regeneração activa<br />
ocorre quando o filtro começa a ficar saturado,<br />
quando atinge sensivelmente 45% da<br />
sua capacidade ou a cada 1000km.<br />
Na regeneração activa dão-se as seguintes<br />
alterações:<br />
>> A a recirculação de gases de escape pela<br />
EGR é interrompida;<br />
>> É efectuada uma pós injecção de combustivel,<br />
de modo a aumentar a quantidade<br />
de HC, que são posteriormente oxidados<br />
no catalizador. Esta reacção provoca um<br />
aumento da temperatura dos gases de escape<br />
antes do DPF. A quantidade de pós injecção<br />
é regulada pela unidade de comando,<br />
através do sinal do sensor de temperatura<br />
a montante do filtro de particulas;<br />
>> É aumentada a pressão de sobrealimentação;<br />
>> A rotação do motor aumenta ligeiramente,<br />
cerca de 200 rpm num motor de 2.0L.<br />
A regeneração do filtro de particulas occorre<br />
a elevadas temperaturas, entre os 600 e<br />
os 6<strong>50</strong>ºC.<br />
Um ciclo normal de regeneração activa<br />
demora sensivelmente 15 min, o veículo<br />
deve ser conduzido de forma continua em<br />
4ª ou 5ª velocidade, às 2000 rpm ou superior.<br />
Caso o filtro atinja niveis de obstrução<br />
mais elevados, a luz de avaria de motor<br />
ou de filtro de particulas poderá acender<br />
e uma regeneração activa poderá não ser<br />
possivel. Nestas situações é recomendado<br />
dirigir-se a um prestador de serviços DPF<br />
autorizado, de forma a efectuar a limpeza<br />
do componente.<br />
EM QUE CONSISTE A REGENERAÇÃO<br />
PASSIVA?<br />
Um veículo com sistema de regeneração<br />
passiva não está tão dependente do tipo de<br />
condução do utilizador. Este tipo de sistema<br />
necessita de temperaturas de regeneração<br />
muito inferiores às necessárias nos sistemas<br />
de regeneração activa.<br />
Muitos destes sistemas possuem um catalisador<br />
de oxidação e posteriormente<br />
um filtro de partículas. O catalisador de<br />
oxidação remove o CO e HC e oxida o<br />
NO presente nos gases de escape transformando-o<br />
em CO2. O CO2 ao entrar no<br />
filtro de partículas, reage com as partículas,<br />
eliminando-as, resultando desta reação<br />
NO e CO2.<br />
A regeneração nestes sistemas ocorre de<br />
forma quase contínua, e torna-se possível<br />
a partir dos 2<strong>50</strong> ºC.<br />
Outra solução encontrada em alguns veículos<br />
são os sistemas de regeneração passiva<br />
aditivados. Nestes sistemas é injetado um<br />
aditivo juntamente com o combustível,<br />
que ao entrar em contacto com as partículas<br />
no filtro, baixa a sua temperatura de<br />
combustão. Para o correto funcionamento<br />
destes sistemas, a temperatura dos gases de<br />
escape no filtro deve ser superior a 380ºC.<br />
Existem soluções que resultam da combinação<br />
dos vários tipos de sistemas apresentados.<br />
Actualmente o desenvolvimento automóvel<br />
está directamente relacionado com as normas<br />
ambientais impostas aos fabricantes.<br />
Devido à exigencia dessas mesmas normas,<br />
tem-se verificado um aumento de complexidade<br />
de todos os sistemas periféricos do<br />
motor, de gestão e em especial de controlo<br />
de emissões.<br />
O bom funcionamento dos sistemas que<br />
possuem filtro de particulas estão sempre<br />
dependentes do tipo de condução e trajectos<br />
que são efectuados com o veículo. Realizar<br />
periodicamente trajectos longos que possibilitem<br />
um funcionamento perto das 2000<br />
rpm em 4ª ou 5ª velocidades são ideais para<br />
o sistema. Contudo, nem sempre é possivel<br />
conduzir nestas condições.<br />
De forma a evitar problemas e prolongar<br />
a vida util do seu filtro de particulas, recomendamos<br />
que quando existam problemas<br />
relacionados com o componente, o mesmo<br />
seja removido da viatura para ser analisado<br />
de forma a solucionar o problema. A<br />
LD Auto salienta ainda, que a realização<br />
de regenerações forçadas como tentativa<br />
de limpeza do componente pode ser arriscada<br />
não só para o filtro de particulas<br />
como para o motor e outros sistemas da<br />
viatura. Actualmente existem métodos e<br />
equipamentos de intervenção em filtros<br />
de particulas e catalisadores que repõem o<br />
desempenho dos componentes para níveis<br />
equivalentes dos mesmos quando novos.<br />
Após avaria no filtro de particulas, é necessário<br />
proceder à sua correcção (limpeza<br />
ou reconstrução), mas mais importante, é<br />
fundamental diagnosticar o problema que<br />
originou a avaria. Estando o filtro de particulas<br />
no final de todos os sistemas, o seu<br />
correto funcionamento depende do estado<br />
dos restantes componentes a montante.