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eyond the line<br />
Nick Fewings/Unsplash<br />
A hora dos protocolos<br />
É preciso que os espaços para eventos estejam<br />
preparados para uma higienização especial<br />
Alexis Thuller PAgliArini<br />
crise gerada pela pan<strong>de</strong>mia tem tido<br />
A diversas fases. A primeira <strong>de</strong>las foi a<br />
da negação. Quando ainda estava restrita<br />
à Ásia, mais especificamente na China,<br />
começando na Europa e os casos no Brasil<br />
eram ainda muito poucos, com nome e<br />
en<strong>de</strong>reço dos infectados, todos eles com<br />
passagem pelo exterior, muitos <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nharam.<br />
É uma gripezinha...<br />
Eu mesmo, no dia 1º <strong>de</strong> março, entrevistei<br />
o dr. David Uip, médico que está à<br />
frente do centro paulista <strong>de</strong> controle da<br />
epi<strong>de</strong>mia, e ouvi <strong>de</strong>le que, segundo o Ministério<br />
da Saú<strong>de</strong>, não havia motivos para<br />
cancelamento ou adiamento <strong>de</strong> eventos<br />
no Brasil. Entrevista que compartilhei<br />
amplamente para milhares <strong>de</strong> profissionais<br />
da área <strong>de</strong> eventos.<br />
Dias <strong>de</strong>pois, foi a vez <strong>de</strong> João Doria, numa<br />
coletiva no Palácio do Governo <strong>de</strong> São<br />
Paulo, reforçar que ainda não era hora <strong>de</strong><br />
estabelecer qualquer regime excepcional,<br />
inclusive reiterando que os eventos <strong>de</strong>viam<br />
continuar normalmente.<br />
Mas o que vimos foi uma progressão<br />
geométrica no processo <strong>de</strong> contaminação<br />
e o consequente estabelecimento da<br />
condição <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia, o que logicamente<br />
fez com que as autorida<strong>de</strong>s, em poucos<br />
dias, mudassem o discurso.<br />
Nem todos, é verda<strong>de</strong>. Mas, para aqueles<br />
<strong>de</strong> bom senso, era a hora <strong>de</strong> evitar<br />
aglomerações. Aí veio a fase da mudança<br />
<strong>de</strong> hábitos, mas ainda sem radicalismos.<br />
Comércio, escritórios, restaurantes, tudo<br />
ainda funcionando normalmente, mas já<br />
com a recomendação <strong>de</strong> cuidados especiais.<br />
Foi a fase do lavar as mãos e usar álcool<br />
em gel, mas continuar a viver a vida<br />
normalmente.<br />
Esse período não durou muito. À medida<br />
em que os casos <strong>de</strong> contaminação já<br />
não eram facilmente rastreáveis, inaugurou-se<br />
a fase da quarentena, que é a que<br />
estamos vivendo agora.<br />
Com exceção dos serviços essenciais,<br />
todo o resto teve <strong>de</strong> fechar as portas e se<br />
a<strong>de</strong>quar a um regime <strong>de</strong> home office, <strong>de</strong>livery<br />
e trabalho à distância. Os aplicativos<br />
<strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ocalls e lives bombando, enquanto<br />
outros setores amargam certamente a pior<br />
crise econômica da história mo<strong>de</strong>rna. É a<br />
fase da resiliência. Do malabarismo para<br />
manter negócios, alguns <strong>de</strong>les tendo seu<br />
faturamento zerado integralmente. Que<br />
fase! E tome notícias assustadoras na mídia.<br />
Gráficos com a escalada geométrica<br />
<strong>de</strong> casos <strong>de</strong> contaminação cruzando com<br />
dados sobre mortes em todo o país.<br />
Curvas com as quais não estávamos<br />
acostumados. A ameaça da falta <strong>de</strong> leitos<br />
para aten<strong>de</strong>r um número crescente <strong>de</strong> infectados.<br />
Uma série <strong>de</strong> horror, que ainda<br />
está nos seus episódios iniciais, com um<br />
final difícil <strong>de</strong> prever. Mas há uma nova<br />
fase se avizinhando: a fase da retomada.<br />
Mesmo convivendo com o caos, os governantes<br />
mais sérios já começam a levantar<br />
a cabeça para olhar no horizonte e<br />
tentar antever a <strong>de</strong>scida da famosa curva,<br />
que é <strong>de</strong>terminante para uma distensão<br />
da quarentena. Em outros continentes, já<br />
percebemos com certo alívio um retorno,<br />
ainda tímido, à normalida<strong>de</strong>. E aí parece<br />
estar começando a fase dos protocolos.<br />
A questão principal agora é: como voltaremos?<br />
Espera-se uma retomada gradual<br />
e cuidadosa. Para cada setor, <strong>de</strong>ve haver<br />
um protocolo para que evitemos uma<br />
volta do traço para cima da tão temida<br />
curva.<br />
Por força da minha atuação no setor <strong>de</strong><br />
live marketing, tenho estado envolvido<br />
diretamente na formatação <strong>de</strong> protocolos<br />
para o retorno dos eventos e das ativida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> live.<br />
Eventos?! Aglomerações?! Não é cedo<br />
para se pensar nisso? Não é, não. Para<br />
voltar com segurança e responsabilida<strong>de</strong>,<br />
é preciso muita preparação prévia. É necessário,<br />
por exemplo, que os espaços para<br />
eventos estejam preparados para uma<br />
higienização especial.<br />
É necessária uma série <strong>de</strong> adaptações<br />
para receber o público com segurança. E<br />
tudo isso tem <strong>de</strong> ser minuciosamente estudado<br />
para o estabelecimento dos protocolos.<br />
Acostume-se a esse termo: protocolo.<br />
Ele vai fazer parte da sua vida nessa fase,<br />
que todos esperamos seja o episódio final<br />
<strong>de</strong> uma série incômoda, que ninguém<br />
aguenta mais acompanhar.<br />
Alexis Thuller Pagliarini é presi<strong>de</strong>nte-executivo da<br />
Ampro (Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional)<br />
alexis@ampro.com.br<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 19