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EXAME 91

Num período de incertezas o fim é sempre uma certeza presente. Esta é a última edição da EXAME. Fica um agradecimento especial aos nossos leitores, que sempre nos inspiraram ao longo destas 91 edições, onde produzimos mais de 7500 páginas sobre a realidade económica moçambicana e internacional. Nesta última edição abordamos a temática do investimento directo estrangeiro. Se no curto prazo está já a reflectir os efeitos da menor capacidade de investimento das empresas, no longo prazo África enfrenta outros desafios, como o menor retorno esperado de alguns projectos e o da relocalização das cadeias de produção. Mas Moçambique é já um destino prioritário do IDE no continente. E é muito bem vindo.

Num período de incertezas o fim é sempre uma certeza presente. Esta é a última edição da EXAME. Fica um agradecimento especial aos nossos leitores, que sempre nos inspiraram ao longo destas 91 edições, onde produzimos mais de 7500 páginas sobre a realidade económica moçambicana e internacional.
Nesta última edição abordamos a temática do investimento directo estrangeiro. Se no curto prazo está já a reflectir os efeitos da menor capacidade de investimento das empresas, no longo prazo África enfrenta outros desafios, como o menor retorno esperado de alguns projectos e o da relocalização das cadeias de produção. Mas Moçambique é já um destino prioritário do IDE no continente. E é muito bem vindo.

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CAPA INVESTIMENTO<br />

PARA ONDE FOI O IDE EM 2019<br />

No último ano a maior fatia do investimento directo estrangeiro dirigiu-se às<br />

economias desenvolvidas, recebendo as economias em transição um valor residual<br />

3,6%<br />

Economias<br />

em transição<br />

44,5%<br />

Economias em<br />

desenvolvimento<br />

O VAI E VOLTA DO IDE<br />

(Mil milhões de USD)<br />

O Japão foi, em 2019, o país que mais investiu no exterior.<br />

Eis os dez países que mais investiram no exterior no último ano<br />

227<br />

125 125<br />

117<br />

99<br />

77<br />

59<br />

51,9%<br />

Economias<br />

desenvolvidas<br />

Fonte: WIR2020 (UNCTAD).<br />

Fonte: WIR2020 (UNCTAD).<br />

39 36 33<br />

Japão EUA Holanda China Alemanha Canadá Hong Kong França Coreia Singapura<br />

China<br />

do Sul<br />

sia-África, em 2019 (ver caixa “Investimento que<br />

vem do frio”).<br />

O MUNDO É DOS GRANDES<br />

Não são as que mais precisam, em teoria, mas são<br />

as que mais IDE receberam em 2019 — e nos anos<br />

anteriores. As economias desenvolvidas receberam<br />

52% do IDE mundial no ano passado, num<br />

total de 800,2 mil milhões de dólares, mais 5,1%<br />

do que em 2018.<br />

Os EUA mantiveram-se como o maior receptor,<br />

apesar de uma quebra de 2,9%, com 246,2 mil<br />

milhões de dólares. No ranking dos cinco países<br />

desta categoria que mais dinheiro viram entrar nas<br />

suas economias seguem-se a Holanda, com 84,2 mil<br />

OS LÍDERES DAS 5000 MAIORES<br />

MULTINACIONAIS ANTECIPAM<br />

UMA QUEBRA MÉDIA DE<br />

36% NOS LUCROS ESTE ANO<br />

milhões de USD, a Irlanda, com 78,2 mil milhões<br />

de dólares, o Reino Unido, com 59,1 mil milhões,<br />

e o Canadá, com 50,3 mil milhões de dólares.<br />

Mas este ano o IDE nestes países deve recuar<br />

35%, graças à redução esperada nos resultados das<br />

empresas, cujos lucros respondem, habitualmente,<br />

por 60% do reinvestimento. De acordo com a UNC-<br />

TAD, os fluxos de IDE para os países desenvolvidos<br />

devem cair para cerca de 500 mil milhões de<br />

dólares em 2020, graças ao impacto da COVID-<br />

-19 nos lucros das maiores empresas.<br />

Até Abril deste ano, o número de F&A transfronteiriças<br />

dirigidas a estas economias caiu 53% face<br />

à média mensal de 2019. Quanto a novos projectos<br />

de investimento anunciados no mesmo período,<br />

o recuo é de 26%.<br />

A UNCTAD assinala, contudo, que “apesar de<br />

o impacto [da COVID-19] ser severo, a queda prevista<br />

[no IDE] nestas economias é inferior à das<br />

economias em desenvolvimento. A sua capacidade<br />

de implementar pacotes de estímulos fiscais para<br />

absorver os efeitos do choque económico e auxiliar<br />

a recuperação é maior”.<br />

“Por outro lado, os fluxos de IDE nas economias<br />

desenvolvidas incorporam níveis de financiamento<br />

mais elevados e que podem ser menos afectados<br />

pela crise do que o investimento em activos produtivos”,<br />

refere o documento.<br />

A UNCTAD antecipa que os fluxos de IDE para<br />

a Europa venham a recuar entre 30 e 45%, devido<br />

26 | Exame Moçambique

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