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EXAME 91

Num período de incertezas o fim é sempre uma certeza presente. Esta é a última edição da EXAME. Fica um agradecimento especial aos nossos leitores, que sempre nos inspiraram ao longo destas 91 edições, onde produzimos mais de 7500 páginas sobre a realidade económica moçambicana e internacional. Nesta última edição abordamos a temática do investimento directo estrangeiro. Se no curto prazo está já a reflectir os efeitos da menor capacidade de investimento das empresas, no longo prazo África enfrenta outros desafios, como o menor retorno esperado de alguns projectos e o da relocalização das cadeias de produção. Mas Moçambique é já um destino prioritário do IDE no continente. E é muito bem vindo.

Num período de incertezas o fim é sempre uma certeza presente. Esta é a última edição da EXAME. Fica um agradecimento especial aos nossos leitores, que sempre nos inspiraram ao longo destas 91 edições, onde produzimos mais de 7500 páginas sobre a realidade económica moçambicana e internacional.
Nesta última edição abordamos a temática do investimento directo estrangeiro. Se no curto prazo está já a reflectir os efeitos da menor capacidade de investimento das empresas, no longo prazo África enfrenta outros desafios, como o menor retorno esperado de alguns projectos e o da relocalização das cadeias de produção. Mas Moçambique é já um destino prioritário do IDE no continente. E é muito bem vindo.

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NEGÓCIOS EMPREENDEDORISMO<br />

EQUIPA: A USALAMA arrancou com a empresária e dois colaboradores<br />

melhorias contínuas amanhã, garantido<br />

assim que cada colaborador possa voltar<br />

para a sua casa no final de cada turno de<br />

trabalho.”<br />

UMA VIDA LIGADA<br />

À SAÚDE E SEGURANÇA<br />

Já passaram catorze anos desde que Nilza<br />

Braga trabalha na área da Saúde e Segurança<br />

no Trabalho. Tanto quanto se lembra,<br />

cedo apaixonou-se por ela. “Na verdade,<br />

eu cresci num ambiente que motivava querer<br />

cuidar de pessoas, o meu pai é enfermeiro<br />

e sempre serviu de inspiração no que<br />

respeita a cuidar das pessoas”, confessa.<br />

O seu primeiro emprego foi na indústria<br />

açucareira, como assistente numa clínica<br />

de saúde ocupacional, isto em 2006. “A<br />

minha tarefa era dar assessoria à gestora<br />

da clínica, que não era moçambicana, para<br />

facilitar a comunicação.” O bom desempenho<br />

demonstrado, a dedicação e a “paixão<br />

de sempre querer cuidar de pessoas”, fez<br />

com que dois anos depois ganhasse uma<br />

bolsa para estudar na vizinha África do Sul.<br />

“Sim, a empresa decidiu enviar-me para<br />

fazer algumas formações na África do Sul.<br />

Foram todas ligadas à Saúde e Segurança<br />

no Trabalho, com destaque para a área de<br />

Gestão da Saúde e Segurança no Trabalho.”<br />

Após as formações e de regresso ao<br />

país, Nilza é enquadrada no departamento<br />

da Agricultura (na mesma empresa), que<br />

contava com cerca de 6 mil colaboradores.<br />

“Aqui a minha maior tarefa era garantir<br />

com que todos eles tivessem conhecimento<br />

e capacitá-los para que soubessem o que<br />

“PARA JÁ, O NOSSO<br />

OBJECTIVO É ABRAÇAR<br />

OS PROJECTOS DO<br />

NORTE DE<br />

MOÇAMBIQUE”<br />

era saúde e segurança no trabalho, garantir<br />

que eles sabiam quais eram os cuidados<br />

que deveriam ter no local de trabalho<br />

e, dessa forma, conseguirem prevenir-se<br />

de acidentes de trabalho, assim como das<br />

doenças profissionais.” Seis anos depois,<br />

a gestora de Saúde e Segurança no Trabalho<br />

sai da Indústria Açucareira de Xinavane<br />

para abraçar novos desafios, ligados<br />

aos projectos de carvão no Norte do país.<br />

“Fui trabalhar numa mina na Zambézia,<br />

onde estive a desempenhar as mesmas<br />

funções, coordenar todas as actividades<br />

do acampamento e garantir a saúde<br />

e segurança no geral a todos os colaboradores<br />

da empresa.” E porque a vida é feita<br />

de desafios, dois anos depois Nilza Braga,<br />

em busca de novas oportunidades, conseguiu<br />

ligar-se a uma outra empresa que<br />

fazia manutenção e providenciava alimentação<br />

para os acampamentos da Anadarko,<br />

no Norte. E, como sempre, a “minha<br />

tarefa era fazer a gestão da saúde e segurança<br />

ocupacional em todos os acampamentos<br />

que a Anadarko tinha lá na<br />

fase inicial do projecto”, refere a especialista<br />

em Saúde e Segurança Ocupacional.<br />

A relação contratual também não duraria<br />

mais que dois anos. De regresso a Maputo,<br />

outra parte da sua experiência veio a ser<br />

adquirida na indústria alimentar e processadora:<br />

“Trabalhei como gestora de<br />

departamento de Saúde e Segurança no<br />

Trabalho.” Foi, aliás, durante todo esse<br />

período que Nilza percebeu que havia um<br />

mercado grande por explorar. E não pensou<br />

duas vezes. Ainda bem que assim foi.<br />

“Para já, o nosso objectivo é abraçar os<br />

projectos do Norte de Moçambique. Esse é<br />

um dos desafios”, assume. Além da Saúde<br />

e Segurança no Trabalho, a USALAMA<br />

actua também na área da limpeza de silos<br />

e trabalhos em espaços confinados. E é<br />

nessa área que tem obtido a maior facturação.<br />

“Foi-nos adjudicado um trabalho<br />

que consistia em fazer a limpeza de<br />

silos de sereias. Levou-nos uma semana<br />

e facturámos 1600 mil meticais”, revela.<br />

Dentro de alguns anos a empreendedora<br />

pensa ampliar o leque de serviços da<br />

empresa. “Queremos também estar com<br />

condições de certificar as empresas no<br />

sistema de Saúde e Segurança no Trabalho”,<br />

revela. E não pretende parar por aí.<br />

“Queremos criar um centro de formação<br />

para formarmos profissionais em Saúde e<br />

Segurança no Trabalho. Neste momento<br />

ainda não estamos credenciados para formarmos<br />

profissionais, mas no futuro pretendemos<br />

chegar lá”, conclui. b<br />

40 | Exame Moçambique

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