EXAME 91
Num período de incertezas o fim é sempre uma certeza presente. Esta é a última edição da EXAME. Fica um agradecimento especial aos nossos leitores, que sempre nos inspiraram ao longo destas 91 edições, onde produzimos mais de 7500 páginas sobre a realidade económica moçambicana e internacional. Nesta última edição abordamos a temática do investimento directo estrangeiro. Se no curto prazo está já a reflectir os efeitos da menor capacidade de investimento das empresas, no longo prazo África enfrenta outros desafios, como o menor retorno esperado de alguns projectos e o da relocalização das cadeias de produção. Mas Moçambique é já um destino prioritário do IDE no continente. E é muito bem vindo.
Num período de incertezas o fim é sempre uma certeza presente. Esta é a última edição da EXAME. Fica um agradecimento especial aos nossos leitores, que sempre nos inspiraram ao longo destas 91 edições, onde produzimos mais de 7500 páginas sobre a realidade económica moçambicana e internacional.
Nesta última edição abordamos a temática do investimento directo estrangeiro. Se no curto prazo está já a reflectir os efeitos da menor capacidade de investimento das empresas, no longo prazo África enfrenta outros desafios, como o menor retorno esperado de alguns projectos e o da relocalização das cadeias de produção. Mas Moçambique é já um destino prioritário do IDE no continente. E é muito bem vindo.
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OIL<br />
& GAS<br />
LUÍS FARIA<br />
PERDAS<br />
TRIMESTRE TERRÍVEL<br />
QUEBRAS: Os lucros<br />
das petrolíferas<br />
entraram em queda<br />
com a crise global<br />
D.R.<br />
As petrolíferas começam a revelar nos seus<br />
resultados o impacto da pandemia. A francesa<br />
Total terá registado no segundo trimestre<br />
do ano uma perda líquida superior a<br />
8,2 mil milhões de dólares, a larga maioria<br />
numa exploração arenosa do Canadá. Trata-<br />
-se da primeira queda trimestral desde 2015.<br />
Também a Shell reflectiu, no seu desempenho,<br />
o impacto da pandemia, que se junta<br />
aos custos da transição energética e à queda<br />
do preço do petróleo. A petrolífera anglo-<br />
-holandesa declara ter perdido mais de<br />
18 mil milhões de dólares no período. A espanhola<br />
Repsol registou prejuízos de 2484<br />
milhões de euros no primeiro semestre<br />
deste ano, contra um lucro de 1133 milhões<br />
no período homólogo. Nos primeiros três<br />
meses do ano, a Repsol teve um prejuízo<br />
de 578 milhões de dólares, situação que se<br />
agravou no segundo trimestre com o avançar<br />
da pandemia COVID-19 e com a paralisação<br />
da economia, com prejuízos de 2,3 mil<br />
milhões de dólares, que compara com um<br />
lucro de 623 milhões de dólares no segundo<br />
trimestre de 2019. Já a italiana Eni registou<br />
perdas de 5,2 mil milhões de dólares entre<br />
Abril e Junho, com prejuízos ajustados de<br />
quase 848 milhões de dólares. A portuguesa<br />
Galp Energia registou no período um<br />
prejuízo de 52 milhões de euros (perto de<br />
62 milhões de dólares), quando no primeiro<br />
trimestre obtivera um lucro de 29 milhões.<br />
Refira-se, entretanto, que as principais<br />
petrolíferas, como a Total e a Shell, adquiriram<br />
petróleo a baixo custo para armazenamento,<br />
tirando partido da baixa acentuada<br />
do preço ditada pela pandemia COVID-19.<br />
No primeiro trimestre a BP anunciou ter<br />
registado perdas de 4365 milhões de dólares<br />
(4034 milhões de euros) devido a condições<br />
“extraordinárias” provocadas pela<br />
pandemia COVID-19 e factores associados<br />
ao fornecimento e procura de petróleo.<br />
No mesmo trimestre do ano passado,<br />
a BP registara lucros de 2934 milhões de<br />
dólares. Pelo contrário, e ainda nos primeiros<br />
três meses, a segunda maior petrolífera<br />
norte-americana, a Chevron, surpreendeu<br />
o mercado ao apresentar resultados<br />
de 3,6 mil milhões de dólares, acima dos<br />
2,6 mil milhões registados em igual período<br />
de 2019, um resultado que se fica, entretanto,<br />
muito a dever à venda de activos nas<br />
Filipinas e no Azerbaijão. Quanto à primeira<br />
petrolífera norte-americana, a ExxonMobil,<br />
também apresentou, no primeiro trimestre,<br />
resultados que superaram as expectativas<br />
do mercado graças aos prolíferos recursos<br />
de Permian e Guiana. Os analistas prevêem,<br />
no entanto, uma quebra do desempenho no<br />
segundo trimestre.<br />
Perdas no segundo trimestre<br />
(mil milhões USD)<br />
GALP REPSOL ENI TOTAL SHELL<br />
0,62<br />
Fonte: Petrolíferas.<br />
2,3<br />
5,2<br />
8,2<br />
18<br />
64 | Exame Moçambique