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EXAME 91

Num período de incertezas o fim é sempre uma certeza presente. Esta é a última edição da EXAME. Fica um agradecimento especial aos nossos leitores, que sempre nos inspiraram ao longo destas 91 edições, onde produzimos mais de 7500 páginas sobre a realidade económica moçambicana e internacional. Nesta última edição abordamos a temática do investimento directo estrangeiro. Se no curto prazo está já a reflectir os efeitos da menor capacidade de investimento das empresas, no longo prazo África enfrenta outros desafios, como o menor retorno esperado de alguns projectos e o da relocalização das cadeias de produção. Mas Moçambique é já um destino prioritário do IDE no continente. E é muito bem vindo.

Num período de incertezas o fim é sempre uma certeza presente. Esta é a última edição da EXAME. Fica um agradecimento especial aos nossos leitores, que sempre nos inspiraram ao longo destas 91 edições, onde produzimos mais de 7500 páginas sobre a realidade económica moçambicana e internacional.
Nesta última edição abordamos a temática do investimento directo estrangeiro. Se no curto prazo está já a reflectir os efeitos da menor capacidade de investimento das empresas, no longo prazo África enfrenta outros desafios, como o menor retorno esperado de alguns projectos e o da relocalização das cadeias de produção. Mas Moçambique é já um destino prioritário do IDE no continente. E é muito bem vindo.

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GLOBAL VACINA<br />

VLADIMIR PUTIN:<br />

A Rússia entrou<br />

subitamente na<br />

corrida e poderá<br />

surpreender o mundo<br />

XI JIPING:<br />

Desta vez a China<br />

não pode falhar<br />

possível, será para o mundo inteiro, e não<br />

para um só país”, garantiu Jens Spahn, que<br />

goza de grande popularidade pela gestão<br />

da crise do coronavírus e afirma-se como<br />

provável sucessor de Angela Merkel na<br />

futura corrida à chancelaria. Bruxelas também<br />

sinalizou a importância estratégica da<br />

CureVac ao colocar em cima da mesa um<br />

envelope financeiro de até 80 milhões de<br />

euros destinado a “acelerar o desenvolvimento<br />

e a produção de uma vacina contra<br />

o novo coronavírus na Europa”. Mais<br />

recentemente, o ministro da Economia,<br />

Peter Altmaier, anunciou o investimento<br />

de 337,4 milhões de dólares na compra<br />

de 23% do capital da empresa. Definitivamente,<br />

a Alemanha “não está à venda”,<br />

como sublinhou, e nunca alienará capacidade<br />

estratégica, custe o que custar.<br />

O fim justifica os meios e a CureVac dispõe<br />

agora deles.<br />

Noutra decisão fundamental, o governo<br />

federal de Angela Merkel aprovou legislação<br />

que permite rejeitar ofertas de aquisição<br />

estrangeiras feitas em empresas estratégicas<br />

da área da saúde. Fica, assim, salvaguardada<br />

a propriedade alemã das duas candidatas<br />

que estão na corrida pela vacina<br />

contra o coronavírus — além da CureVac,<br />

a BioNTech, que a vai produzir em conjunto<br />

com a farmacêutica norte-americana<br />

Pfizer e é, neste momento, uma das<br />

mais promissoras.<br />

Com duas candidatas a vacinas nascidas<br />

na Universidade de Oxford e no Imperial<br />

College de Londres, o Reino Unido<br />

afirma-se na corrida pela excelência das<br />

suas instituições centenárias, mas não<br />

só. Neste campo, Boris Johnson, o primeiro-ministro<br />

conservador, que sobreviveu<br />

à COVID-19, dá mostras de saber o<br />

que faz autorizando e pagando a expansão<br />

da capacidade de produção do reino.<br />

Há dois meses endossou um cheque de<br />

93 milhões de libras, destinado a um novo<br />

edificado: o Centro de Inovação e Fabricação<br />

de Vacinas, em Harwell, Oxfordshire,<br />

vai ser o pilar da estratégia governamental,<br />

garantindo que, uma vez disponível,<br />

a vacina possa ser lançada rapidamente em<br />

grandes quantidades no mercado.<br />

As instalações estarão operacionais no<br />

Verão de 2021 e terão capacidade para produzir<br />

doses suficientes para toda a população<br />

do Reino Unido em menos de seis<br />

meses. No lançamento da primeira pedra,<br />

Sir Mark Walport, responsável pela agência<br />

Pesquisa e Inovação do Reino Unido, classificou<br />

o complexo como “uma nova arma<br />

essencial no arsenal do país contra doenças<br />

e outras ameaças biológicas”. Porém,<br />

como se acredita que a vacina exista antes,<br />

constroem-se já instalações provisórias,<br />

que poderão começar a fabricar em larga<br />

escala este Verão.<br />

APARIÇÃO RUSSA<br />

A Rússia entrou subitamente na corrida e<br />

surpreenderá o mundo se se confirmar o<br />

anúncio, feito muito em jeito de guerra fria<br />

DONALD TRUMP:<br />

Garantir que os norte-<br />

-americanos estarão<br />

entre os primeiros<br />

a serem vacinados<br />

— registar uma vacina até 12 de Agosto,<br />

o que seria a primeira aprovação oficial<br />

de um fármaco contra o SARS-Cov-2.<br />

Os avanços científicos não constam no relatório<br />

da OMS e estão a provocar algumas<br />

dúvidas cá fora. Numa primeira reacção,<br />

Anthony Fauci, o principal epidemiologista<br />

dos Estados Unidos, disse esperar<br />

que a China e a Rússia “estejam realmente<br />

a testar” as vacinas “antes de entregá-las<br />

a qualquer pessoa”.<br />

A Rússia disse ter a vacina no final de<br />

Julho. Primeiro foi o vice-ministro da<br />

Defesa, Ruslan Tsalikov, depois a presidente<br />

da Câmara Alta do Parlamento,<br />

Valentina Matviyenkom. “Definitivamente,<br />

somos o primeiro país a anunciar<br />

52 | Exame Moçambique

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