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EXAME 91

Num período de incertezas o fim é sempre uma certeza presente. Esta é a última edição da EXAME. Fica um agradecimento especial aos nossos leitores, que sempre nos inspiraram ao longo destas 91 edições, onde produzimos mais de 7500 páginas sobre a realidade económica moçambicana e internacional. Nesta última edição abordamos a temática do investimento directo estrangeiro. Se no curto prazo está já a reflectir os efeitos da menor capacidade de investimento das empresas, no longo prazo África enfrenta outros desafios, como o menor retorno esperado de alguns projectos e o da relocalização das cadeias de produção. Mas Moçambique é já um destino prioritário do IDE no continente. E é muito bem vindo.

Num período de incertezas o fim é sempre uma certeza presente. Esta é a última edição da EXAME. Fica um agradecimento especial aos nossos leitores, que sempre nos inspiraram ao longo destas 91 edições, onde produzimos mais de 7500 páginas sobre a realidade económica moçambicana e internacional.
Nesta última edição abordamos a temática do investimento directo estrangeiro. Se no curto prazo está já a reflectir os efeitos da menor capacidade de investimento das empresas, no longo prazo África enfrenta outros desafios, como o menor retorno esperado de alguns projectos e o da relocalização das cadeias de produção. Mas Moçambique é já um destino prioritário do IDE no continente. E é muito bem vindo.

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NEGÓCIOS EMPREENDEDORISMO<br />

TRABALHAR COM<br />

SEGURANÇA E SAÚDE<br />

Nilza Braga decidiu empreender na área da Saúde e Segurança no Trabalho, onde exerce<br />

a profissão há quase década e meia e, no futuro, quer criar um centro para formar<br />

profissionais em saúde e segurança ocupacional<br />

VALDO MLHONGO<br />

Depois de um longo trajecto<br />

profissional ligado à área<br />

da Saúde e Segurança no<br />

Trabalho, iniciado em<br />

2006, Nilza Braga decidiu<br />

abrir a sua própria empresa. “Pela bagagem<br />

que já vinha carregando em todos<br />

os lugares por onde passei, senti que este<br />

era o momento de abrir a minha própria<br />

empresa, na área da Saúde e Segurança<br />

no Trabalho”, refere a jovem de 35 anos,<br />

dona e fundadora da USALAMA, empresa<br />

especializada em consultoria, avaliações<br />

de segurança, implementação de sistemas<br />

e formação na área da Saúde e Segurança<br />

no Trabalho. “Já tinha uma rede de contactos<br />

suficiente... e decidi mesmo avançar<br />

no que mais gosto de fazer e fiz nesta<br />

área”, refere a empreendedora à <strong>EXAME</strong>.<br />

Só que desta vez já não como empregada<br />

mas como empresária.<br />

Nilza conta que os seus primeiros clientes<br />

foram as micro, pequenas e médias<br />

empresas. Sim, “comecei por pegar naquelas<br />

empresas pequenas que ouvem falar<br />

de saúde e segurança no trabalho mas<br />

têm receio por acharem que é bastante<br />

oneroso”, adianta. No início, conseguiu<br />

angariar cinco empresas. “Ajudámo-las<br />

a preparar pelo menos o sistema de gestão<br />

e a documentação e os procedimentos<br />

do trabalho, incluindo as avaliações de<br />

risco que deveriam implementar”, refere.<br />

Ao longo deste ainda curto percurso, a<br />

USALAMA tem evoluído consideravelmente.<br />

“Estamos agora a começar a trabalhar<br />

com algumas empresas grandes,<br />

sobretudo no que tange às formações”,<br />

com destaque para a “Mozambique Leaf<br />

Tobacco, a SKM Engenharia e a Grindrod,<br />

entre outras. Temos algumas (formações)<br />

já agendadas para a Tete, Nacala,<br />

mas, por causa da COVID e porque estamos<br />

em estado de emergência, tivemos<br />

de protelar”, esclarece. Os preços variam<br />

em função da grandeza, fragilidade dos<br />

colaboradores da empresa e o tipo de sistema<br />

que deve ser implementado. “Geralmente<br />

os valores mínimos, numa base de<br />

avença, podem situar-se entre 80 a 100<br />

mil meticais, mas isso também depende<br />

da grandeza da empresa.”<br />

Para o início do negócio a empreendedora<br />

investiu cerca de 400 mil meticais.<br />

“Foi por aí que começámos e senti que<br />

era o suficiente para garantir que tinha a<br />

minha empresa e um lugar onde pudesse<br />

começar a receber os meus clientes”, diz.<br />

No início contava com apenas dois colaboradores,<br />

mas agora são cinco.<br />

No leque da lista de serviços prestados<br />

pela USALAMA está a auditoria interna<br />

com vista a identificar os riscos, higiene<br />

ocupacional, serviços de treino de primeiros<br />

socorros e combate a incêndios,<br />

“A NOSSA FILOSOFIA<br />

É SIMPLES: AJUDAR AS<br />

EMPRESAS A GERIREM<br />

RISCOS HOJE PARA<br />

PROMOVEREM<br />

MELHORIAS CONTÍNUAS<br />

AMANHÔ<br />

de motivação e de mudança de culturas<br />

dentro da empresa. “Todas estas áreas<br />

são aquelas em que encontramos algum<br />

perigo que possa originar algum acidente<br />

de trabalho ou doença ocupacional aos<br />

trabalhadores.” A mudança comportamental<br />

em relação à saúde e segurança no<br />

trabalho tem sido um dos maiores desafios,<br />

revela a empreendedora. “A nossa<br />

filosofia é simples: ajudar as empresas a<br />

gerirem os riscos hoje para promoverem<br />

EDILSON TOMÁS<br />

38 | Exame Moçambique

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