edição de 31 de agosto de 2020
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eyond The line<br />
engin akyurt/Unsplash<br />
The show must go on<br />
Devemos apren<strong>de</strong>r a conviver com o vírus<br />
e os consequentes protocolos <strong>de</strong> proteção<br />
Alexis Thuller PAgliArini<br />
Antes <strong>de</strong> mais nada, peço que não veja<br />
o título <strong>de</strong>ste artigo com literalida<strong>de</strong>.<br />
Não estou pregando a volta do gran<strong>de</strong> show<br />
propriamente dito, literalmente. Ainda não<br />
é hora <strong>de</strong> pensar num Rock in Rio ou num<br />
Lollapalooza acontecendo, com sua natural<br />
aglomeração.<br />
Logicamente, uso a expressão no seu<br />
sentido figurado. Mas há muitas ativida<strong>de</strong>s<br />
que precisam (e po<strong>de</strong>m) <strong>de</strong> uma retomada<br />
imediata. Passados quase seis meses <strong>de</strong><br />
quarentena, po<strong>de</strong>mos chegar à conclusão<br />
<strong>de</strong> que, ao contrário do que muitos <strong>de</strong>sejam,<br />
não há uma bala <strong>de</strong> prata ou remédio<br />
milagroso que nos livre <strong>de</strong>finitivamente da<br />
Covid-19 no curto prazo.<br />
Teremos então <strong>de</strong> conviver com ele. Devemos<br />
apren<strong>de</strong>r a conviver com o vírus e os<br />
consequentes protocolos <strong>de</strong> proteção. Des<strong>de</strong><br />
o início da quarentena, frequentamos<br />
supermercados, farmácias e lugares <strong>de</strong> primeira<br />
necessida<strong>de</strong>.<br />
Agora, estamos frequentando shopping<br />
centers, restaurantes e outros tipos <strong>de</strong> estabelecimentos.<br />
Vemos com muito bons<br />
olhos a reabertura gradual <strong>de</strong> espaços culturais,<br />
<strong>de</strong> entretenimento e <strong>de</strong> eventos.<br />
Essa convivência com o vírus, gradual e<br />
cuidadosa, pautada pelo respeito a protocolos,<br />
é necessária para a retomada <strong>de</strong> um<br />
setor muito importante para a economia e<br />
para a recuperação <strong>de</strong> empregos.<br />
Estamos entrando numa fase <strong>de</strong> flexibilização<br />
com responsabilida<strong>de</strong>. E isso é muito<br />
importante para o mercado. Esperamos<br />
que os governantes e os gestores <strong>de</strong> marcas<br />
encarem a volta dos eventos com naturalida<strong>de</strong>,<br />
à medida em que os números da pan<strong>de</strong>mia<br />
apontem um caminho <strong>de</strong> uma situação<br />
sob controle.<br />
No Rio, em São Paulo e em outras cida<strong>de</strong>s,<br />
está havendo uma flexibilização consistente.<br />
É verda<strong>de</strong> que, na maior cida<strong>de</strong> do<br />
país, ainda não há uma total sintonia com<br />
o estado <strong>de</strong> São Paulo. A volta às aulas, por<br />
exemplo, é um ponto <strong>de</strong> discórdia entre governo<br />
e município.<br />
Mesmo no setor <strong>de</strong> eventos, enquanto o<br />
governo do estado <strong>de</strong>terminou a possibili-<br />
da<strong>de</strong> <strong>de</strong> retorno daqueles com público sentado<br />
(usando no máximo 40% da ocupação<br />
dos espaços) nas cida<strong>de</strong>s que se encontram<br />
na fase 3 (amarela), no caso da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
São Paulo, a situação ainda é dúbia, faltando<br />
a prefeitura rever proibições estabelecidas<br />
no início da pan<strong>de</strong>mia.<br />
Instituições ligadas ao setor <strong>de</strong> eventos,<br />
inclusive a Ampro, que represento, estão<br />
em constante interlocução com governos<br />
para estimular uma flexibilização gradual,<br />
segura e responsável. Há situações questionáveis.<br />
Enquanto os eventos corporativos já estão<br />
autorizados nas maiores cida<strong>de</strong>s do país,<br />
logicamente, sob limitação <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong><br />
do lugar (40% em SP; 1/3 no Rio) e com<br />
um rigoroso protocolo, há outros tipos <strong>de</strong><br />
eventos que já <strong>de</strong>viam estar liberados. As<br />
feiras e exposições, por exemplo.<br />
Se os shoppings estão abertos, as feiras<br />
comerciais também po<strong>de</strong>riam estar liberadas.<br />
Há muito mais controle <strong>de</strong> acesso e <strong>de</strong><br />
circulação numa feira do que num centro<br />
comercial. Os eventos esportivos voltaram<br />
sem público, mas já trazem um alento para<br />
nossas vidas limitadas nessa quarentena.<br />
A produção <strong>de</strong> conteúdo em ví<strong>de</strong>o pouco<br />
a pouco começa a ser retomada. A maior<br />
produtora <strong>de</strong> dramaturgia do Brasil, a TV<br />
Globo, já retomou as gravações <strong>de</strong> novelas<br />
e seriados, estabelecendo rigorosos protocolos<br />
e usando traquitanas <strong>de</strong> proteção e<br />
muita pós-produção.<br />
Fora do Brasil, os gran<strong>de</strong>s estúdios <strong>de</strong><br />
Hollywood ainda não retornaram, mas, fora<br />
<strong>de</strong> lá, algumas megaproduções já foram<br />
retomadas. A continuida<strong>de</strong> do Avatar, por<br />
exemplo, já retomou gravações na Nova Zelândia.<br />
The show must go on!<br />
Se shoppings e supermercados estão<br />
funcionando, por que não os museus? Basta<br />
estabelecer bons protocolos. Após seis<br />
meses, a maioria está bastante consciente<br />
quanto à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteção, <strong>de</strong> uso<br />
<strong>de</strong> EPS, <strong>de</strong> distanciamento.<br />
Precisamos apren<strong>de</strong>r a conviver com a<br />
Covid-19 e retomar o máximo das ativida<strong>de</strong>s,<br />
<strong>de</strong> forma gradual e responsável. O<br />
show precisa sair das telas e voltar ao nosso<br />
mundo real!<br />
Alexis Thuller Pagliarini é presi<strong>de</strong>nte-executivo da<br />
Ampro (Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional)<br />
alexis@ampro.com.br<br />
22 <strong>31</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark