COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
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Rosa Carneiro 119
- Prazer! - respondeu com certa indiferença e completou – sou a
nova professora da turma da manhã na escola.
- Eu já sabia - respondeu Haroldo. Gostaria de me acompanhar para
tomar um suco em minha casa? - perguntou, em seguida.
- Não, muito obrigada! Seria ótimo, mas tenho que voltar para casa.
Minha mãe está me esperando no carro.
O ano letivo começou e, muito entusiasmada mostrava, com simpatia
e atenção, seu jeito amoroso com as pessoas. Logo se tornou conhecida
e amada pelas crianças e seus familiares.
Haroldo continuava visitando-a e, lentamente, uma simpática amizade
surgia entre eles. Haroldo vivia na casa grande. Havia perdido
seus pais há muitos anos em um desastre de carro e morava sozinho
com uma senhora que o criara. Nhá Joana era sua babá desde seu nascimento
e nunca o abandonara. O tempo passava e Haroldo e Ana já se
visitavam e saíam juntos para passear com os amigos.
Pouco a pouco, um romance nasceu. Apaixonaram-se. O casamento
aconteceu nos jardins da Boa Vista. Toda cidade foi convidada e ninguém,
antes ou depois, falava sobre outro assunto.
Após alguns dias, viajaram em lua de mel. Países como Dinamarca,
França, Suécia estavam no itinerário de Haroldo, que havia preparado
tudo. Ela, garota simples, enamorada, vivia um sonho impossível e inacreditável.
Haroldo dedicou-se inteiramente a ela; ela acreditava que
ele a amava e se sentia muito feliz. Um mês passou rapidamente; agora
tinham que voltar para casa.
Para Haroldo, ela não voltaria à escola; mas insistiu que gostaria de
continuar seu trabalho.
Em pouco tempo se familiarizara com a fazenda. Nas horas vagas,
visitava as famílias dos operários. Tinha tempo para plantar o jardim,
ajudar nhá Joana e ainda ler muito.
Estava sempre pronta para Haroldo, que chegava em casa à tardinha,
também vindo das plantações da fazenda.
Não fazia um ano que haviam se casado quando engravidou.
Nas primeiras semanas, a felicidade tomou conta de Haroldo, que
presenteou Ana com um lindo anel de esmeraldas. Mas, após aquele
fascínio, Haroldo já não dava muita atenção para a esposa. Chegava
tarde, cheirando bebida, desarrumado, entrava e ia direto para a cama.