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COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

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A pianista Haydée Menezes: viagens nas pontas dos dedos 63

simplicidade e facilidade acha o caminho dos nossos corações” 19 .

O dedilhar, deslizar e desnudar do piano de Haydée em Barretos

era sinônimo de enriquecimento cultural àquela gente interiorana;

trazia elementos de arte a um lugarejo que tinha de tudo para

ser afastado da música erudita e, mais ainda, das composições

brasileiras. Portanto, cada vez que se apresentava, além dos aplausos

instantâneos, recebia em seguida notas nos jornais, como a seguinte:

“Haydee Menezes provou com a belleza da sua presença a grandeza de sua

arte, dedilhando no seu maravilhoso teclado rosas de harmonias formidáveis,

estylizadas nos sons bárbaros da música africana e na graça deliciosa e

subtil da valsa de Moszkowsky” 20 . A referência à “música africana”

trata-se de “A Dança dos Negros” do mineiro Fructuoso Vianna,

em contraponto ao alemão erudito Moszkowsy. Esse balanço

entre os compositores nacionais e estrangeiros, sendo clássicos ou

modernos 21 , era recorrente nos concertos de Haydée, os quais, às

vezes, era programado por ela mesma ou pela IAB. Ela deslizava

os clássicos Chopin, Liszt e Scarlatti, assim como os modernos

Debussy, Pick Mangiagalli e Cyril Scott, na mesma intensidade em

que dedilhava os brasileiros Alexandre Levy, Camargo Guarnieri,

Alberto Nepomuceno, Souza Lima, Francisco Mignone, Francisco

Casabona, Heitor Villa-Lobos e Marcello Tupynambá — sendo

este compositor, maestro e crítico musical, casado com Irene

Menezes, prima de Haydée. Tupynambá acompanhou Haydée em

vários momentos de sua carreira 22 . A espetacularização do erudito

estrangeiro era importante, pois, muitas vezes, eram as músicas mais

conhecidas, clássicas; porém, a apreciação das canções brasileiras

modernas não só demarcava seus autores (maestros e professores),

como ressignificava o momento de nacionalização da cultura

brasileira, notadamente da Música – fenômeno iniciado a partir de

1914, com a Grande Guerra, e monumentalizado pela Semana de

Arte Moderna em 1922 23 . Haydée vivenciou essa fase nacionalista.

Declamações também faziam parte de suas apresentações,

pois Haydée era formada em Declamação, pelo Conservatório.

Em sua maioria, os concertos eram divididos entre solos de

piano com músicas estrangeiras, solos de canto, declamações de

poesia e, por fim, composições brasileiras em piano e/ou canto.

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