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COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

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82 Lucimara Leite

ria das mulheres e um manual de educação feminino:

Minha senhora, se a mente delas é tão capaz de aprender e conceber

quanto a dos homens, por que elas não aprendem ainda mais?

Ela me respondeu: ‘Minha querida criança, porque não é necessário

à sociedade que elas se ocupem dos afazeres dos homens...’ 2

As retaliações de aproveitadores sofridas pelas viúvas por sua inexperiência

na esfera pública dirigiram a escritora para outro tema: a educação.

Mostrava que era preciso que se preparassem as meninas para

a vida, que elas tivessem uma educação nivelada à dos meninos, e que

esse atendimento se estendesse a todos os estamentos sociais.

Tal abordagem era extremamente inovadora para a época, pois ela

afirmava que a diferença entre os sexos era de cunho social, argumentando

que as mulheres possuíam a mesma capacidade intelectual que

os homens, mas que, devido a seu isolamento social, eram consideradas

menos capacitadas. Portanto, além da reivindicação por uma educação

participativa das mulheres, Christine postulava a necessidade de

Educação para todos. Para ela, a principal virtude a se ensinar para as

meninas deveria ser a prudência, para que, quando mulheres, pudessem,

com discrição, se defender das injustiças sofridas.

As discussões que ela trouxe à baila são importantes por terem provocado

uma reflexão e, consequentemente, uma nova percepção: a das

mulheres enquanto indivíduos que começam a emergir na sociedade.

Também, enquanto testemunha de um tempo, ela escreveu sobre os

problemas das mulheres da época, mostrando sua difícil sobrevivência

em condições econômicas e políticas adversas.

Dessa forma, Christine trouxe para a Literatura dados completamente

novos. E o mais relevante é que a realidade, ali, é vista sob a

perspectiva de uma mulher que sofreu a angústia de ficar viúva e de ter

de sustentar uma família.

Portanto, a partir de um enfoque particular, foram passadas informações

históricas e sociais sobre a mulher em geral, que perante à sociedade

era um ser marginalizado.

2 - PIZAN, Christine. La cité des dames. Paris: Éditions Stock, 1986. p. 92. Tradução nossa.

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